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27/10/2017
Este post é assinado por: Rafael Cruz
TEXTO DO DIA
TEXTO BÍBLICO
INTRODUÇÃO
O mundo vive atualmente a mais grave crise de refugiados desde o fim da II Guerra Mundial, em 1945. São 65,6 milhões de pessoas que foram obrigadas a deixar seus lares, fugindo de guerras, conflitos internos, perseguições políticas e violações de direitos humanos. O número registrou alta de 9,7% na comparação com 2014, depois de uma estabilidade entre 1996 e 2011.
Depois dos sírios, os maiores grupos de migrantes, por nacionalidade, são formados por afegãos (2,5 milhões), sudaneses do sul (1,4 milhão) e somalis (1 milhão). São países envolvidos em conflitos internos, que provocam fuga em massa de sua população.
Há uma certa diferença entre as palavras refugiado e migrante. Enquanto o refugiado abandona o seu país por causa de perseguição ou fundado temor, migrantes escolhem se deslocar em busca de melhores condições de vida, trabalho e educação.
I – O CONCEITO DE REFUGIADOS
1. Um breve conceito
2. Quem é o refugiado
Os refugiados são um grupo específico de imigrantes e têm essa denominação por conta de uma convenção feita em 1951 que trouxe regulamentação aos diferentes tipos de imigrantes. Refugiado é uma pessoa que sai de seu país por conta de “fundados temores de perseguição por motivos de raça, religião, nacionalidade, grupo social ou opiniões políticas”, em situações nas quais “não possa ou não queira regressar”.
A origem da maior parte dos refugiados é a África ou o Oriente Médio. Eles fogem por conta de conflitos internos, guerras, perseguições políticas, ações de grupos terroristas e violência aos direitos humanos. Metade do fluxo anual de refugiados são sírios, devido à fuga da guerra civil em que o país está desde 2011.
É interessante entendermos a diferença entre refugiado, asilado e migrante:
II – O POVO DE ISRAEL COMO PEREGRINO EM TERRA ESTRANGEIRA
1. Israel como peregrino no Egito
2. Refugiados pelo mundo
O israelita era considerado um estrangeiro ou um peregrino do Senhor na terra de Canaã, pois esta pertencia a Ele (Levítico 25.23; 1 Crônicas 29.15). O israelita era um “hospede por pouco tempo” (SaImos 39.12). Da mesma maneira, o cristão é um estrangeiro e um peregrino ou forasteiro na terra (1 Pedro 2.11; cf, 1.17; Hebreus 11.9,13; SaImos 119.19), pois sua verdadeira cidadania está no céu (Efésios 2.19; Filipenses 3.20).
Mas como sabemos o povo de Israel vivia um ciclo vicioso de pecado, arrependimento, pecado e assim sucessivamente. Tudo isso influenciou para que ele fosse peregrino e estrangeiro em diversas oportunidades. Com isso, temos o que chamamos de ‘diáspora judaica’.
Diáspora judaica (no hebraico tefutzah, “dispersado”, ou גלות galut “exílio”) refere-se a diversas expulsões forçadas dos judeus pelo mundo e da consequente formação das comunidades judaicas fora do que hoje é conhecido como Israel partes do Líbano e Jordânia (por dois mil anos).
3. Deus manda proteger o estrangeiro
Vemos, então, que Deus espera que seu povo, não somente o Israel do Antigo Testamento, como o Israel espiritual que é a igreja, possa olhar pelo estrangeiro. O texto é claro na advertência: não maltratar e não oprimir, recusando-se a ajudar com os conselhos ou de outra forma, com ajuda financeira e de suprimentos. Em uma era cada vez mais globalizada, com estrangeiros a ir e vir a todo instante, não podemos nos esquecer das palavras do Senhor.
O amor que Deus espera que tenhamos pelo estrangeiro é um amor sincero, sem preconceitos, que inclui, abraça e integra.
III – OS REFUGIADOS NA EUROPA E NO BRASIL
1. A atual crise de refugiados
Atualmente a maior crise de refugiados se deve devido a intensa guerra civil na Síria. Essa guerra perdura desde 2011 e já teve mais de 4 milhões de refugiados. Veja nesse mapa os povos que precisaram sair de seus países devido a conflitos e pressões.
Se olharmos somente para a Síria, veremos o tamanho da tragédia que acompanha esse país.
De acordo com dados de 2016 da ONU, 13,5 milhões de sírios dependem de assistência humanitária, o equivalente a ¾ da população do país. Além disso:
2. Refugiados na Europa
Os países que mais servem como porta de entrada de refugiados na Europa são Grécia e Itália, ambos adentráveis pelo Mar Egeu e Mediterrâneo, respectivamente. Para fazer essa travessia, os refugiados se colocam em alto risco, tamanho o desespero de sair de seus países.
Por serem países mais próximos à Síria, os países árabes são os principais destinos de populações refugiadas. Porém, eles têm pouca ou nenhuma estrutura para receber tantas pessoas num intervalo tão curto de tempo. Há dificuldades em conceder quesitos básicos, como alimentação, educação para as crianças e abrigo.
Devido a isso, muitos países têm colocado restrições com relação ao acesso dos refugiados. Vejamos:
3. Refugiados no Brasil
O Brasil tem tratado de maneira diferenciada a crise da Síria já há alguns anos. Apesar de os holofotes estarem voltados para a Europa no momento, o país concedeu status de refugiados a mais de 2 mil sírios de 2011 até agosto de 2015, quase o dobro do número de concessões feitas pelos Estados Unidos e por países europeus no Mar Mediterrâneo como Grécia, Espanha, Itália e Portugal no mesmo período. Isso não significa que mais sírios tenham vindo para cá, mas que mais pessoas receberam o status de refugiado por aqui em comparação com outros países.
O Brasil segue a Convenção de 1951, o principal documento sobre o tema. Estima-se que atualmente o país tenha mais de 8 mil refugiados, segundo dados do Conare.
O Brasil é um dos poucos países na América do Sul que dispõe de um programa de reassentamento dirigido especificamente a refugiadas em situação de maior vulnerabilidade. Nos últimos três anos, cerca de 120 mulheres foram reconhecidas como refugiadas ou reassentadas devido a perseguição por motivos de gênero ou por situação de risco.
IV – OS REFUGIADOS E A IGREJA
1. Um problema dos últimos tempos
2. Amor e compaixão pelo estrangeiro
3. Oração e hospitalidade
Como cristãos, e como Igreja, podemos assumir algumas posturas diante desse cenário mundial:
1. Orar compassiva e intensamente para que todo estrangeiro refugiado não fique desamparado;
2. Adotar um estilo de vida hospitaleiro;
3. Mobilizarmo-nos para que estes refugiados recebam recursos para sobrevivência;
4. Centenas de refugiados começam a chegar ao Brasil, e, nós, como igreja, podemos acolhê-los;
5. Não há dúvidas de que acolher um refugiado exige de nós mais do que boa vontade;
6. Questionar, bem ao tom profético da Bíblia, decisões estruturais e políticas quanto ao acolhimento de refugiados e investigar as causas histórias do problema.
4. A igreja e os refugiados
Nossa missão entre os imigrantes deve ser independente de sua situação social, isto é, se ele é ou não é um imigrante documentado. O papel da igreja no mundo é o de receber, acolher, ministrar e apresentar Cristo a qualquer pessoa que chegar até ela. Isso não significa que a igreja apoiará qualquer fluxo imigratório, entretanto, uma vez que o imigrante chegou à igreja, devemos cumprir nosso papel cristão que é amá-lo e recebê-lo como um de nós.
O imigrante sempre teve parte nos planos de Deus. Em Hebreus 11.9, lemos que Abraão peregrinou em terra alheia, ali viveu e desfrutou as bênçãos do Senhor sobre sua vida. Aquela terra estranha que o acolheu serviu, no futuro, de “lar” para seus filhos. O único pedaço legal de terra que Abraão possuía foi aquele que ele comprou e lhe serviu mais tarde de sepultura (Gn 23.7-20).
A igreja deve estar preparada para esta nova forma missionária, levantando sua voz profética para que a justiça não seja negada aos imigrantes. Hoje, na maioria das capitais e das grandes cidades do mundo, existem imigrantes e estrangeiros oriundos dos mais diversos cantos do planeta; que privilégio o Espírito Santo está nos dando para cumprir Mateus 28.19-20 em nossa própria terra.
REFERÊNCIAS
Seguidores de Cristo – Testemunhando numa Sociedade em Ruínas – Valmir Nascimento, CPAD, Rio de Janeiro;
https://www.bibliaonline.com.br/acf
Por Rafael Cruz
Postado por ebd-comentada
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