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16/04/2020
Este post é assinado por Eliel Goulart
“Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade.” – Efésios 1.4,5.
Segundo a sua presciência, Deus elegeu e predestinou para a salvação os que creriam e perseverariam na fé em Cristo Jesus.
Efésios 1.4-12
4 Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor,
5 e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade,
6 para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado.
7 Em quem temos a redenção pelo seu sangue, a remissão das ofensas, segundo as riquezas da sua graça,
8 que Ele tornou abundante para conosco em toda a sabedoria e prudência,
9 descobrindo-nos o mistério da sua vontade, segundo o seu beneplácito, que propusera em si mesmo,
10 de tornar a congregar em Cristo todas as coisas, na dispensação da plenitude dos tempos, tanto as que estão nos céus como as que estão na terra;
11 nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade,
12 com o fim de sermos para louvor da sua glória, nós, os que primeiro esperamos em Cristo;
A paz do Senhor!
Todos os versículos citados são da Almeida Revista e Corrigida. Quando de outra versão, a mesma é mencionada.
De fato, há um conflito histórico na Teologia, que remonta a Orígenes (184-253) e a Agostinho (354-430), passando por Martinho Lutero (1483-1546) e João Calvino (1509-1564), sendo que estes dois foram influenciados pela teologia de Agostinho. E depois John Wesley, influenciado pelo teólogo Jacó Armínio (1560-1609), que se contrapôs a Calvino quanto a aplicação geral da doutrina da Eleição e da Predestinação, que ensinava a Predestinação Incondicional.
Através de Wesley, as diversas denominações acolheram os ensinos de Armínio, alcançando o Movimento Pentecostal, donde surgiu o conflito de entendimento entre ´calvinistas´ e ´arminianos´.
Mas, observem que o conflito teológico data dos primeiros séculos do Cristianismo.
É impossível viver sem conflitar. Porém, nunca podemos permitir que o conflito decaia em contenda.
II Timóteo 2.24 – “E ao servo do Senhor não convém contender.”
Mateus 5.9 – “Bem aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus.”
Bem aventurados os que trabalham pela paz!
Em resumo introdutório, afirmamos que Deus deliberou salvar a humanidade, e somente salvar o ser humano em Cristo.
A revelação das doutrinas da Eleição e da Predestinação são chamadas por Paulo de “bênçãos espirituais” – Efésios 1.3.
Efésios 1.4 – “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.”
Quem nos elegeu? Deus Pai.
Quando se Deus a eleição? Tal decisão divina deu-se antes da fundação do mundo. O propósito de Deus está incluído na eternidade. Ou, por falta de expressão melhor, dizemos ´na eternidade passada´. A eleição deu-se antes da obra da Criação.
Como se deu tal eleição? Em Cristo. “Nos elegeu nele”. Deus escolheu salvar a humanidade em Cristo. Atos 4.12 – “E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos.”
Aqui está o ponto divergente, que percorre os séculos: a eleição é condicional ou incondicional?
Deus elegeu alguns indivíduos preferencialmente, em prejuízo de outros? Ou seja, Deus elegeu quem será salvo e quem será condenado, excluindo qualquer exercício de vontade tanto do eleito escolhido quanto do rejeitado condenado? Se a resposta é sim, então a eleição diz-se incondicional. Não envolve fé, nem arrependimento, nem a livre escolha de nenhum indivíduo. Porque, por este entendimento de eleição incondicional, a anterior escolha divina é para a salvação de uns e para a perdição de outros. Os que creem assim citam Romanos 9.18, onde se diz que Deus “…compadece-se de quem quer e endurece a quem quer.”
Nós, porém, cremos que a eleição divina não é de indivíduos, antes, é escolha das condições pelas quais a pessoa poderá, ou não, ser salva. Deus previamente deliberou condições para tal eleição. E a escolha individual resultará em salvação ou perdição.
Como entender a eleição condicional?
Deus é Soberano, Supremo e Onisciente. E por estes atributos divinos, ele deliberou o plano eterno de salvação em Cristo Jesus. E isto se deu antes da Criação do mundo. Propôs o plano de salvação para o homem caído na condenação do pecado. Os que cressem neste plano eterno de salvação estariam participando da eleição em Cristo, por causa de Cristo e através de Cristo.
Por outro lado, a eleição é condicional porque Deus exige fé e arrependimento a quem Ele dispensa as bênçãos espirituais.
Claro que não há merecimentos nem na fé e nem no arrependimento. Tudo quanto é necessário para a salvação já está providenciado pela graça de Deus, em Cristo.
Então, por que precisa de fé e arrependimento? A fé a mão que aceita a dádiva da salvação. É o instrumento pelo qual recebemos a bênção graciosa da salvação. E o arrependimento remove os obstáculos ao recebimento desta bênção espiritual. O arrependimento envolve a convicção de pecado e a tristeza pelo pecado. A fé aceita os méritos de Cristo para a salvação da condenação, da culpa, do poder e do corpo do pecado.
Efésios 1.4 – “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.”
“Santos e irrepreensíveis.” Separado para Deus. Diferente (por isso, separado) do mundo, buscando expressar a imagem de Jesus Cristo. Separado e diferente do mundo, porque especialmente consagrado a Deus.
Irrepreensível tem o sentido de ´sem as manchas dos efeitos destruidores do pecado´. Sem falhas aos olhos de Deus. Sem culpa diante do Senhor, porque busca uma vida fora do estado deliberado e cotidiano de pecado.
As Santas Escrituras insistem de Gênesis a Apocalipse que o homem e a mulher se santifiquem. Há fartura de mandamentos, de versículos com referências para fundamentar este imperativo divino, não se tratando de opção do homem, mas de mandamento.
“Santos e irrepreensíveis” abrange a eleição divina e a cooperação implícita dos eleitos. Há uma inseparável conexão entre eleição e santidade. Irrepreensível é alguém contra cuja vida não há acusação. Em Cristo, nós fomos escolhidos para sermos santos e irrepreensíveis.
Romanos 12.1 – “Rogo-vos, pois, irmãos, pela compaixão de Deus, que apresenteis o vosso corpo em sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.”
Esta expressão – “santos e irrepreensíveis” – envolve os aspectos positivos e negativos da busca da santificação e da busca em não se manchar com as nódoas mal cheirosas do pecado:
– Aspecto positivo: a busca de viver nossas condutas, escolhas, nosso cotidiano, separados para Deus. Diferente do mundo.
– Aspecto negativo: é a ausência de manchas no que somos e no que fazemos.
“Para sermos santos e irrepreensíveis diante dele em amor.” Observe o final do versículo: “diante dele”. O julgamento de Deus é infalível. Até nós mesmos, quando nos examinamos, podemos falhar. Mas o juízo de Deus é perfeito. Portanto, como dependemos e necessitamos estar em Cristo em amor!
Pastor Eliel Goulart
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