Central Gospel Jovens e Adultos – 4º Trimestre – 17/12/2017 – Lição 11: O legado histórico na Reforma

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

• Colossenses 1.3-6; 9-14
  3 – Graças damos a Deus, Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, orando sempre por vós,
  4 – Porquanto ouvimos da vossa fé em Cristo Jesus e do amor que tendes para com todos os santos;
  5 – por causa da esperança que vos está reservada nos céus, da qual já, antes, ouvistes pela palavra da verdade do evangelho,
  6 – que já chegou a vós, como também está em todo o mundo; e já vai frutificando, como também entre vós, desde o dia em que ouvistes e conhecestes a graça de Deus em verdade.
  9 – Por esta razão, nós também, desde o dia em que o ouvimos, não cessamos de orar por vós e de pedir que sejais cheios do conhecimento da sua vontade, em toda a sabedoria e inteligência espiritual;
  10 – para que possais andar dignamente diante do Senhor, agradando-lhe em tudo, frutificando em toda boa obra e crescendo no conhecimento de Deus;
  11 – corroborados em toda a fortaleza, segundo a força da sua glória, em toda a paciência e longanimidade, com gozo,
  12 – dando graças ao Pai, que nos fez idôneos para participar da herança dos santos na luz.
  13 – Ele nos tirou da potestade das trevas e nos transportou para o Reino do Filho do seu amor,
  14 – em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados.

TEXTO ÁUREO

• “E sujeitou todas as coisas a seus pés e, sobre todas as coisas, o constituiu como cabeça da igreja, que é o seu corpo, a plenitude daquele que cumpre tudo em todos” (Ef 1.22,23 – ARC).

OBJETIVOS

Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:

• Entender as mudanças políticas ocorridas no mundo, como resultado da Reforma Protestante;
• Identificar em que sentido o modo de produção econômico, naquele período, foi alterado em decorrência das mudanças

no seio da Igreja;

• Definir as mudanças na área cultural que influenciaram a produção artística e científica daquela época e que ainda repercutem em nossos dias;
• Discernir as mudanças eclesiológicas ocorridas naquele tempo em decorrência da ética e da pregação protestantes.

PALAVRA INTRODUTÓRIA

A proposta do Evangelho de Jesus Cristo é tornar o homem aceito por Deus e isto somente é possível mediante o sacrifício de Jesus Cristo. Após a conversão, o Espírito Santo se incumbe de transformar o homem, promovendo o que conhecemos como santificação.

Através do processo conhecido como santificação, o ser humano torna-se parecido com o Senhor nas obras praticadas com base no amor.

Conforme Paulo escreve aos Gálatas, o Espírito Santo produz em nós um fruto que é dividido em 9 partes, começando com o amor.

Desta forma, a conversão genuína contribui para que a sociedade seja aperfeiçoada e vivamos em um mundo melhor.

Leiamos o que Paulo escreve aos Romanos:

• “Porque o reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, e paz, e alegria no Espírito Santo. Porque quem nisto serve a Cristo agradável é a Deus e aceito aos homens. Sigamos, pois, as coisas que servem para a paz e para a edificação de uns para com os outros.” (Rm 14.17-19 – ACRF).

O homem convertido é convidado a viver uma vida de paz e amor, refletindo a glória que há em Cristo.

• “Mas todos nós, com rosto descoberto, refletindo como um espelho a glória do Senhor, somos transformados de glória em glória na mesma imagem, como pelo Espírito do Senhor” (2 Co 3.18 – ACRF).

Vale a pena reforçar que aqui nesta terra, estamos aprendendo sobre como viveremos no céu de Deus, sendo assim, devemos expressar ao mundo o comportamento que Deus quer que tenhamos, contribuindo positivamente para melhorar a sociedade.

Vejamos o que o escritor do livro de Provérbios nos diz:

• “A vereda do justo é como a luz da alvorada, que brilha cada vez mais até à plena claridade do dia” (Pv 4.18 – NVI).

1 – MUDANÇAS NO PERFIL POLÍTICO DOS POVOS

Com o grande mover de Deus promovido através da Reforma Protestante, que primava pela ensino e pregação da Palavra de Deus, muitas mudanças começaram a acontecer no mundo.

1.1 – Mudança na forma do governo eclesiástico

O governo eclesiástico vivenciado pela ICAR tinha o Papa como chefe da igreja e esta tinha um poder de influência muito grande no estado, desta forma, com a descentralização promovida pela Reforma, o governo eclesiástico foi completamente transformado.

O poder monárquico na igreja nunca funcionou e não funcionará, pois, a igreja precisa ser governada por Deus e o homem precisa aceitar que os caminhos de Deus são melhores do que os nossos.

Leiamos o que o Senhor falou através do profeta Isaías:

• “Pois os meus pensamentos não são os pensamentos de vocês, nem os seus caminhos são os meus caminhos”, declara o Senhor. Assim como os céus são mais altos do que a terra, também os meus caminhos são mais altos do que os seus caminhos e os meus pensamentos mais altos do que os seus pensamentos” (Is 55.8,9 – NVI).

Com a reforma a igreja continuou tendo lideres, pois isto é bíblico e Jesus é conhecido como o maior líder que o mundo já teve, porém estes começaram a ser escolhidos pela igreja, através da oração, votação e maneiras descentralizadas de escolha.

Outro ponto importante é que estes líderes eram avaliados por concílios e colegiados, de acordo com o que a Palavra de Deus determinava.

Vejamos o conselho de Paulo sobre os pré-requisitos de um bispo (chefe da igreja):

• “É necessário, pois, que o bispo seja irrepreensível, marido de uma só mulher, sóbrio, prudente, respeitável, hospitaleiro e apto para ensinar”; não deve ser apegado ao vinho, nem violento, mas sim amável, pacífico e não apegado ao dinheiro.
  Ele deve governar bem sua própria família, tendo os filhos sujeitos a ele, com toda a dignidade.
  Pois, se alguém não sabe governar sua própria família, como poderá cuidar da igreja de Deus?
  Não pode ser recém-convertido, para que não se ensoberbeça e caia na mesma condenação em que caiu o diabo.
  Também deve ter boa reputação perante os de fora, para que não caia em descrédito nem na cilada do diabo” (1 Tm 3.2-7).

De forma claríssima, Paulo; apesar de ser solteiro, escreve que o “chefe da igreja” deve ser casado e a ICAR determinou no Concílio de Trento (1545-1563) que os sacerdotes deveriam ser celibatários, ou seja, que não deveriam se casar.

Leiamos também o que Tito escreve:

• “Por ser encarregado da obra de Deus, é necessário que o bispo seja irrepreensível: não orgulhoso, não briguento, não apegado ao vinho, não violento, nem ávido por lucro desonesto.
  É preciso, porém, que ele seja hospitaleiro, amigo do bem, sensato, justo, consagrado, tenha domínio próprio e apegue-se firmemente à mensagem fiel, da maneira como foi ensinada, para que seja capaz de encorajar outros pela sã doutrina e de refutar os que se opõem a ela”. (Tt 1.7-9). 

1.2 – Mudança na política secular 

Como a igreja estava muito ligada ao estado, após a Reforma Protestante, da mesma forma que o governo eclesiástico foi afetado, o sistema político secular também sofreu alterações em busca de uma maior participação do povo na tomada de decisões.

A democracia tem um papel fundamental nesta mudança.

Leiamos o conceito de democracia de acordo com o Dicionário Priberam para a Língua Portuguesa:

• Governo em que o povo exerce a soberania direta ou indiretamente.
• Partido democrático.
• O povo (em oposição a aristocracia).

A democracia surgiu nas cidades-estados da Grécia antiga, durante o primeiro milênio antes de Cristo, e tomou sua forma clássica no auge político da cidade de Atenas. Sua etimologia provém dos termos “demo” (povo) e “cracia” (governo), significando literalmente “o governo do povo”. De acordo com a classificação das três formas de governo feita por Aristóteles na sua obra “Política”, a democracia (governo de muitos) se distingue da monarquia (governo de um só) e da aristocracia (governo dos nobres).

Embora o ideal democrático tenha surgido na Grécia antiga, a prática do princípio democrático (igualitário-representativo) só se tornou realidade, depois da Reforma Protestante e da ação das igrejas surgidas em decorrência desse Movimento. Era a teologia influenciando a maneira de se fazer política.

HAYNES, 2009, nos mostra uma relação de influência muito forte da religião na sociedade:

“É frequentemente considerado que a religião pode ter um efeito sobre a forma como o Estado atua no sistema internacional. Por exemplo, a religião, é frequentemente identificada como um princípio organizador para alguns países muçulmanos, como o Irã ou Arábia Saudita (HAYNES, 2009, p. 293 – tradução nossa).

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Por Leonardo Novais de Oliveira