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07/12/2017
Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira
TEXTO BÍBLICO BÁSICO
TEXTO ÁUREO
OBJETIVOS
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá:
PALAVRA INTRODUTÓRIA
Para introduzirmos este assunto, precisamos nos lembrar de que a igreja foi fundada por Jesus, o Cristo e recebeu Dele autoridade para triunfar diante de todos os ataques que o diabo, nosso adversário proferisse e que através dela, o mundo conhecesse o evangelho de Jesus Cristo.
Leiamos dois textos deveras conhecidos:
Após a morte de Jesus, o livro de Atos nos conta como a igreja continuou seu trabalho.
O livro do Apocalipse nos dá um testemunho histórico (que realmente aconteceu) e profético sobre as igrejas que estavam na Ásia.
Daí para frente, a igreja cresceu de forma extraordinária, passando pelo decreto de Constantino que fez do cristianismo a religião oficial de Roma e alcançando todos os continentes, porém como a história nos mostra, o homem fez com que seus interesses se tornassem mais importantes do que a Palavra de Deus, substituindo Suas verdades pelos mais diversos dogmas e por este motivo em 1517 aconteceu a Reforma Protestante.
1 – COMO OS REFORMADORES CONCEITUAVAM A IGREJAS
Desde o século II a igreja começou a denominar-se “Católica”, que tem dois significados, sendo o primeiro, “universal” e o segundo, “segundo o todo”. Isto aconteceu para que houvesse separação entre as primeiras heresias criadas pelos gnósticos e por Márcion.
Vejamos o que Gonzalez escreve:
“Em ambos os sentidos, diante dos hereges, à igreja do século segundo começou a se dar o título de “católica”. O que isto queria dizer era, em primeiro lugar, que se tratava da igreja universal. Não era, como no caso dos gnósticos, algum pequeno grupo surgido em Roma ou em Alexandria, que se limitava a uns poucos lugares. Era a igreja que existia tanto em Roma como em Alexandria, Antioquia, Cartago, e ainda além nos confins do Império. E, no essencial de sua doutrina, essa igreja estava de acordo. Por outro lado, essa igreja era também “católica” porquanto pregava e ensinava o evangelho “segundo o todo”. Sua visão não era parcial, como a dos gnósticos ou a de Márciom”.
Daí para frente as heresias afloraram até ao ponto de ocorrer o que já citamos acima, a cisão da igreja.
Os reformadores trabalharam para não houvesse nenhuma divisão, mas isto não foi possível, devido aos crassos desvios doutrinários da ICAR.
1.1 – Eles jamais desejaram criar uma nova Igreja
Algumas pessoas taxaram Lutero de ser individualista, porém como Gonzalez escreve em seu livro “Uma história ilustrada do cristianismo”, ele estava longe de o ser.
Leiamos o que González escreve:
“Lutero dava demasiada importância à igreja para ser um verdadeiro individualista. Apesar de seu protesto contra as doutrinas comumente aceitas, e de sua rebeldia contra as autoridades da igreja romana, Lutero sempre pensou que a igreja era parte essencial da mensagem cristã. Sua teologia não era a de uma comunhão direta do indivíduo com Deus, mas sim de uma vida cristã no meio de uma comunidade de fiéis, a qual repetidamente chamou de igreja mãe”.
Porém, os problemas teológicos envolvendo a ICAR eram tão grandes que não houve outra forma de resolver.
1.2 – O mercantilismo do sistema romano
Desde o momento em que a igreja uniu se ao estado, por decreto oficial do imperador Teodósio I, através do Édito de Tessalônica, as portas para os erros estavam abertas.
Analisando a Bíblia, temos condições para propor uma teoria, a qual denominamos, “Tríade de Satanás”. Tal tríade está pautada nas 3 coisas que mais influenciam o ser humano, fazendo com que o mesmo tenha comportamentos completamente desfavoráveis à Palavra de Deus. Ela é composta pelo dinheiro, poder e sexo.
A igreja se envolveu nas três áreas descritas de tal forma a comercializar, como já estudamos em outras lições, o que conhecemos como indulgências, que eram compostas por supostos pedaços da cruz, de ossos dos apóstolos e outras aberrações.
Isto não podia ser aceito e um dos pontos da reforma atingiu esta área.
Das 95 teses de Martinho Lutero, afixadas na Abadia de Westminster em 31 de novembro de 1517, 19 falavam contra as indulgências.
1.3 – A concepção eclesiástica dos reformadores
A visão dos reformadores é completamente diferente da visão que a ICAR tem sobre a Igreja.
Leiamos o que o Catecismo da ICAR nos diz na primeira parte, segunda seção, capítulo terceiro e artigo 9:
“Como sacramento, a Igreja é instrumento de Cristo. É assumida por Ele como instrumento da redenção universal, o sacramento universal da salvação, pelo qual o mesmo Cristo manifesta e simultaneamente actualiza o mistério do amor de Deus pelos homens. É o projecto visível do amor de Deus para com a humanidade, segundo o qual Deus quer «que todo o género humano forme um só povo de Deus, se una num só Corpo de Cristo e se edifique num só templo do Espírito Santo”.
Apesar do catecismo afirmar que aqueles que adentram à igreja através do batismo, participarem das funções de sacerdotes, profetas e reis, a concepção que a ICAR faz, distorce os conceitos bíblicos de igreja, pois confunde a igreja com seus sacerdotes e diz que somente os sacerdotes possuem certas atribuições que são dadas, de acordo com a Bíblia, para todos os cristãos no mundo.
Os reformadores acreditam que igreja não é sinônimo de templo físico, mas templo do Espírito Santo.
Leiamos a primeira carta de Paulo aos Coríntios:
Estudaremos abaixo de forma separada este assunto.
2 – PONTO DE VISTA BÍBLICO SOBRE A IGREJA
Conforme estudamos, a igreja foi fundada por Cristo (Mt 16.18). A palavra grega para igreja é “Ekklesia” e é composta pela preposição ek (fora de) e o verbo kaléo (chamar), desta junção vem o termo em português, “chamados para fora”.
2.1 – Origem do termo Ekklesia
De acordo com o Dicionário Wycliffe, no Novo Testamento, a palavra ‘’igreja” é uma tradução da palavra grega ekklesía, que nunca se refere a um lugar de adoração, mas tem em vista uma reunião de pessoas. Na maioria esmagadora dos casos, ekklesia indica uma associação local de crentes. (grifo nosso)
2.1.1 – Uso secular do termo Ekklesia no Novo Testamento
Não temos certeza sobre o (s) motivo (s) pelo (s) qual (is) o termo “ekklesia” passou a ser designado com a igreja como conhecemos hoje.
O Dicionário Bíblico Wycliffe nos mostra o seguinte:
“A palavra aparece no Novo Testamento na declaração de Jesus registrada em Mateus 16.18 e 18.17. No entanto, a menos que Jesus tenha falado grego nessas duas ocasiões (uma possibilidade muito remota), é mais provável que ekklesia, nesse texto, reflita a terminologia de Mateus e da igreja primitiva. Além disso, não há como determinar quais palavras hebraicas ou aramaicas Jesus poderia ter usado, pois ekklesia poderia ser usada para traduzir pelo menos três palavras semitas diferentes. Tampouco é provável que ekklesia deva sua origem aos primeiros fiéis de Jerusalém. Em Atos, existe uma variedade do que parecem ser autodenominações dos membros dessa comunidade, tais como “os irmãos”, “os discípulos”, “seguidores do caminho”, ou “os santos”; mas não existe evidência de que eles se chamassem de “a igreja”. E mais que provável que tenha sido entre os cristãos judeus que falavam grego e os seus partidários gentios que a palavra tenha aparecido pela primeira vez, e no contexto da sua própria tradição cultural”.
2.2 – A origem da Igreja
No A. T. a palavra igreja não existia, pois no princípio o povo de Deus se reunia no Tabernáculo e após isto no Templo.
Acredita-se que as sinagogas que tinham uma função similar à da igreja tenha sido criada no exílio babilônico e após a destruição do templo em 70 d.C. elas se tornaram muito importantes na celebração do culto e ensino das escrituras sagradas.
Alguns estudiosos dizem que a igreja começou após o batismo descrito em Atos 2, com a pregação de Pedro, porém nosso posicionamento é que ela começou em Cristo.
3 – A NATUREZA DA IGREJA
A Bíblia utiliza várias expressões para tipificar a igreja. Veremos abaixo alguns deles.
3.1 – Povo de Deus
Assim como Deus no A.T., através da vida de Abraão faz uma grande e poderosa nação, no que conhecemos como dispensação da graça, ou época dos gentios, todos aqueles que fazem parte da igreja são chamados “povo de Deus”.
Esta expressão foi utilizada por Deus no livro de Levítico, capítulo 26 e versículo 12: “Andarei entre vós e serei o vosso Deus, e vós sereis o meu povo”. (Sociedade Bíblica Britânica).
No N.T., Paulo utiliza este texto para relatar a experiência da igreja no tocante ao relacionamento com Deus.
Leiamos a segunda carta de Paulo aos Coríntios:
Vejamos também o que Pedro escreve na sua primeira carta:
Da mesma forma que Abrão, quando residida em Ur dos Caldeus não fazia parte do povo de Deus, nenhum de nós quando andávamos como ovelha sem pastor, fazíamos parte da igreja.
O Apóstolo Pedro explica claramente esta questão:
3.2 – Os eleitos
O autor da revista e quase todas as igrejas Assembleia de Deus tem o posicionamento Arminianista no tocante à salvação, desta forma, os eleitos são aqueles que aceitaram o convite e fazem parte do povo que irá morar no céu.
Podemos entender esta questão através de uma história:
– Imaginemos que exista um barco chamado salvação que navega pelas águas da vida, que é totalmente preenchida pelos seres humanos. O condutor deste barco é Jesus e o Espírito Santo é aquele que diz para as pessoas entrarem no barco para que sejam salvas do afogamento.
De acordo com o pensamento arminiano, eleitos são todos aqueles que aceitarem o convite do Salvador, de acordo com Mateus:
3.3 – Os santos
Santos, são TODOS aqueles que foram santificados através do sacrifício de Jesus.
Vejamos o conceito de santos de acordo com o Dicionário Vine:
“A palavra “santos” no grego é “hagios” (àyioç) e é usada como substantivo em Fp 4.21, onde aparece junto com o termo pus. ”todos“. No plural, conforme é usado acerca dos crentes, designa a todos estes e não é aplicado somente às pessoas de santidade excepcional ou aos que tendo morrido, foram caracterizadas por atos excepcionais de “santidade”.
Leiamos o que Paulo escreve aos Tessalonicensses:
Vejamos ainda o que escreve Judas:
3.4 – O corpo de Cristo
Existem muitas explicações para o uso desta expressão, vejamos abaixo algumas delas:
a) A Bíblia diz que Cristo é a cabeça da Igreja e nós o corpo.
b) Temos em nós o mesmo Espírito que habitou no corpo de Jesus quando estava no mundo.
c) Paulo usa esta expressão para falar que somos como um corpo.
3.5 – O templo do Espírito Santo
Os templos sempre foram construídos para que as divindades fossem adoradas ou nelas habitassem.
A Bíblia nos mostra que Deus não habita em templos feitos por mãos humanas e o Evangelista Marcos deixou isto claro, declarando o que Jesus disse a respeito dele mesmo, sendo a primícias da ressureição:
Esta metáfora é claramente utilizada por Paulo quando escreve aos Coríntios.
Leiamos os textos:
4 – O PROPÓSITO DA IGREJA
Já que somos o templo do Espírito Santo de Deus, onde formos, o Deus Todo Poderoso irá conosco.
Desta forma, somos uma carta de apresentação de Deus ao mundo e através de nós as pessoas conhecem Deus e aprendem como podem achegar-se à Ele.
Leiamos o que Jesus disse sobre nossa principal tarefa.
Além da tarefa primordial da igreja, existem outras funções que a mesma foi ensinada a realizar.
Estudaremos três delas.
4.1 – A comunicação do Evangelho
Após a morte de Jesus e sua ressurreição, o Mestre apareceu aos discípulos e lhes deu uma ordem que impactaria profundamente o propósito principal da igreja, que é a pregação do Evangelho.
Vejamos o que Lucas escreve:
O capítulo 2 do livro de Atos, também escrito por Lucas, nos mostra que a promessa cumpriu se e o Espírito Santo foi derramado sobre os que estavam orando.
Após isto, Pedro inicia uma pregação e de acordo com a Bíblia, quase 3 mil almas foram salvas e batizadas.
GLÓRIA A DEUS”
4.2 – Edificação mútua
O comentarista desta lição foi sábio escolhendo cinco tópicos a respeito deste assunto, trataremos de explanar sobre os mesmos.
Estas tarefas também são de responsabilidade da Igreja de Cristo, pois a ela foi revelada a Palavra e através desta, todos os 5 pontos podem e devem ser vivenciados.
Assim como Paulo disse que os membros do corpo humano não são isolados, nós também não podemos ser isolados uns dos outros e devemos nos tratar com amor, auxiliando sempre que necessário, cooperando para que TODOS cheguem ao céu.
4.3 – Responsabilidade social
Após sermos salvos, o amor de Deus precisa fluir através de nós.
Tiago escreve sobre a fé sem obras e torna-se importante comentarmos que nós cristãos praticamos boas obras porque possuímos em nós o Espírito de Deus e não porque precisamos praticá-las para sermos aceitos por Ele.
Todos os cristãos, que outrora foram alcançados pelo amor divino, deveriam expressar este amor através de frutos.
A Bíblia nos fala sobre o “FRUTO” do Espírito que é um, dividido em nove atuações.
Leiamos o que Paulo escreve aos Gálatas:
Imaginem um crente cheio de amor que não pratica boas obras. Parece estranho? Realmente é…
O fruto do Espírito é produzido pelo Espírito e através deste fruto, nós precisamos frutificar em obras.
Leiamos o que a Bíblia nos mostra sobre a obra de Jesus na terra:
Na época de Jesus existiam praticamente dois “partidos” religiosos, os fariseus, compostos pelo povo e os saduceus, dos quais faziam parte os mais ricos entre os judeus.
Jesus começou seu ministério entre eles, ou seja, entre os judeus, mas estes o rejeitaram, então o Senhor mostrou que Ele havia vindo para todas as pessoas, independente da origem, credo ou condição financeira, porém diferentemente dos judeus, Ele levaria a Sua Palavra para as pessoas que precisavam.
Será que temos levado a Palavra aos cativos, sendo amorosos para com nossos irmãos em Cristo e praticado boas obras entre a população?
CONCLUSÃO
Por causa da atuação firme e fervorosa dos reformadores em várias épocas, a igreja tomou um rumo diferente da que alguns homens a estavam levando, mostrando que o Senhor da Igreja tem tudo sobre o Seu controle.
Que Deus sempre levante pessoas dispostas a continuar Sua obra até aquele dia.
REFERÊNCIAS
BÍBLIA. A Bíblia Sagrada. Nova Versão Internacional. Ed. Vida. São Paulo, 2001.
BÍBLIA. Bíblia de Estudo Pentecostal. Tradução de João Ferreira de Almeida Revista e Corrigida. CPAD. Rio de Janeiro, 1995.
BÍBLIA. A Bíblia Sagrada. Tradução de João Ferreira de Almeida Revista e Atualizada. CPAD. Rio de Janeiro, 1998.
GONZÁLEZ, Justo L. Uma história ilustrada do cristianismo. Vida Nova. São Paulo, 1995.
PFEIFFER, Charles F.; VOS, Howard F.; REA, John. Dicionário Bíblico Wycliffe. CPAD. Rio de Janeiro, 2000.
STERN, David. Novo Testamento Judaico. Editora Vida. São Paulo, 2007.
VINE, W. E.; UNGER, Merril F.; JR, William White. Dicionário Vine. CPAD. Rio de Janeiro, 2002.
https://www.bibliaonline.com.br [Acessado em 5-12-2017].
https://bibliaemail.com/ [Acessado em 5-12-2017].
http://www.vatican.va/archive/ccc/index_po.htm [Acessado em 5-12-2017]
Por Leonardo Novais de Oliveira
Postado por ebd-comentada
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