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12/12/2018
Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
2 Timóteo 3:13-17
13 Mas os homens maus e enganadores irão de mal para pior, enganando e sendo enganados.
14 Tu, porém, permanece naquilo que aprendeste e de que foste inteirado, sabendo de quem o tens aprendido.
15 E que, desde a tua meninice, sabes as sagradas letras, que podem fazer-te sábio para a salvação, pela fé que há em Cristo Jesus.
16 Toda Escritura divinamente inspirada é proveitosa para ensinar, para redarguir, para corrigir, para instruir em justiça,
17 para que o homem de Deus seja perfeito e perfeitamente instruído para toda boa obra. (ARC)
Colossenses 2:8
8 Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; (ARC)
Paz seja convosco!
Neste estudo iremos abordar as principais filosofias com viés religioso, bem como conhecermos as suas principais particularidades e como contrapõem a verdadeira fé que se fundamenta em Cristo e no cristianismo.
Conhecermos a Palavra de Deus é essencial para mantermos a fé saudável e sermos constantemente edificados, no entanto, é proveitoso para o cristão, compreender como outros formatos de pensamentos, doutrinas e princípios que buscam caminhar paralelamente as Escrituras, fornecem outras opções de cosmovisão, mas que ao final serão nocivas a alma do homem (Pv 14.12; 16.25).
Tais filosofias se revestem de roupagem de gala com intenção de seduzir e satisfazer perguntas e anseios da alma humana, no entanto, são arapucas capazes de aprisionarem o homem em seus conceitos e ideologias equivocados. Por isso, urge a necessidade de acrescentarmos ao nosso conhecimento, a compreensão de tais filosofias e assim, desarmamos as armadilhas e combatê-las com eficácia, municiados pela Palavra da Verdade.
O profeta Oseias, ao se dirigir ao povo de Deus no passado, não economizou suas palavras ao exortar os israelitas dizendo: “O meu povo foi destruído, porque lhe faltou o conhecimento; porque tu rejeitaste o conhecimento, também eu te rejeitarei, para que não sejas sacerdote diante de mim; visto que te esqueceste da lei do teu Deus, também eu me esquecerei de teus filhos” (Os 4.6).
A falta do devido conhecimento acerca do Senhor, obtido através da sua Palavra, caracteriza irresponsabilidade. O texto revela que as consequências serão:
A Bíblia é a nossa referência e nela encontramos suficientes recursos para a nossa segurança espiritual e confrontação das ideologias venenosas a saúde da alma.
O termo filosofia é bastante primitivo e se destacou na Grécia antiga por intermédio dos grandes vultos desta ciência tais como: Sócrates, Platão, Aristóteles, Séneca. Outros depois da era cristã, também tiveram destaque: René Descartes; Immanuel Kant; Georg Hegel; Ludwig Wittgenstein; David Hume; Friedrich Nietzsche e mais.
E expressão “filosofia” consta na Bíblia:
Colossenses 2:8
8 Tende cuidado para que ninguém vos faça presa sua, por meio de filosofias e vãs sutilezas, segundo a tradição dos homens, segundo os rudimentos do mundo e não segundo Cristo; (ARC)
O termo no original grego é: “philosophia” e quer dizer: “amor a sabedoria”. É usado para expressar o zelo ou a habilidade em qualquer arte ou ciência; qualquer ramo do conhecimento.
Considerando que os teólogos expressam o seu pensamento acerca de diversos temas que eram objetos de estudos e reflexões filosóficas, e que a Bíblia está recheada dos mesmos, tais como: vida, morte, alegria, sofrimento, bem, mal, sabedoria, leis, vontades; crenças, liberdade, aprisionamento, matéria, alma; ética, moral, enfim, podemos com tranquilidade concluir que os grandes pensadores do cristianismo, fundamentados na Palavra de Deus, também foram grandes filósofos do pensamento cristão. Destacamos: Agostinho de Hipona (Santo Agostinho); Tomás de Aquino, Justino, Inácio, Policarpo; Clemente de Roma, Tertuliano, Irineu, Orígenes, Anselmo; Lutero, Calvino, Zuinglio, Wycliffe, Savonarola, João Huss, Armínio, Karl Barth, Herman Bavinck, John Lennox e tantos outros.
Estes representam a filosofia cristã que segundo João Francisco Pereira Cabral, compreende-se um sistema de pensamento que se distinguiu do helênico (grego) e de outros como os chineses, os hindus, etc., por ser um sistema orientado pela verdade revelada por Jesus, o Cristo. Já o estudo das doutrinas cabe à Teologia, que tenta explicá-los e aplicá-los.
A Filosofia Cristã, que pressupõe a verdade das doutrinas, parte tão somente de evidências racionais para explicar Deus e o mundo, mas não se contrapõe as doutrinas.
Vê-se assim que os filósofos cristãos se apoiam na fé para melhor compreenderem a realidade, enquanto esta mesma fé dita metas a serem alcançadas pela razão, evitando que erros ou desvios em suas inquirições aconteçam.
A relação que vemos aqui é, então, a de tentar harmonizar ou elucidar a fé através da razão, relação que é conflituosa e marcou distinções mesmo dentro do próprio corpo de filósofos cristãos. Vejamos essas distinções:
O papel principal dos filósofos cristãos ao longo do tempo, tem sido conciliar a fé cristã a razão, contrapondo a filosofia secular, mundana e que invariavelmente diminui, ridiculariza e critica com desdém a filosofia cristã. Seu papel é contestar a verdadeira filosofia que se acha nas Escrituras.
Por outro lado, temos o Teísmo que é o conceito filosófico que defende a existência de deuses, ou seja, entidades divinas superiores que teriam sido as responsáveis pela criação do Universo e todas as coisas que nele existem.
O teísmo suporta a ideia da existência de um (monoteísmo) ou vários deuses (politeísmo), portanto não é considerado um tipo de religião. Este conceito se limita a classificar apenas aquilo que está relacionado com a existência de deuses. A teologia, por exemplo, é uma disciplina que nasce e se baseia no conceito do teísmo e vale ressaltar aqui que o Teísmo como filosofia cristã, apega-se a verdade da existência de um único Deus (veremos mais adiante).
A palavra teísmo se originou a partir do grego théos, que significa literalmente “deus”. Assim, o conceito de teísmo é diretamente oposto ao do ateísmo, que não acredita na existência de qualquer tipo de divindade.
Teísmo Cristão ou Bíblico
A principal característica do teísmo é o fortalecimento da ideia de existência de um único Deus, onipresente, onisciente e onipotente, e que transcende todas as coisas existentes no Universo. É a cosmovisão que mais se ajusta aquilo que a Palavra de Deus expressa acerca dos temas discutidos pela filosofia.
Vejamos as suas principais declarações…
Os escritores sagrados não hesitam em atribuir a Deus a criação do Universo. Consideram apropriado, portanto, tributar-lhe toda a reverência, o louvor e a glória devidos ao Criador.
Os escritores do Antigo Testamento normalmente creditam a Deus a criação do universo físico, usando o verbo “bãrã” – “Ele criou”.
Segundo o Dicionário Vine, a palavra “criar” no original hebraico é “bãrã”, cujo significado é “criar, fazer”. Esta palavra é de profundo significado teológico, visto que só Deus é o sujeito deste verbo. Somente Deus pode “criar” no sentido implicado em “bãrã”. O verbo expressa criação do nada, uma ideia vista claramente em passagens que têm a ver com a criação em escala cósmica: “No princípio, criou Deus os céus e a terra” (Gn 1.1; Gn 2.3; Is 40.26; 42.5). Esta sucinta declaração antevê o restante de Gênesis 1.
Isaías 45:18
18 Porque assim diz o SENHOR que tem criado os céus, o Deus que formou a terra e a fez; ele a estabeleceu, não a criou vazia, mas a formou para que fosse habitada: Eu sou o SENHOR, e não há outro. (ARC)
Perceba então que a expressão “criar” tendo Deus como sujeito, é trazer a existência aquilo que ainda não existe; é chamar a realidade aquilo que ainda é irreal! Somente Deus tem a capacidade de isto fazer, pois o homem, nada cria, apenas ajunta as coisas já criadas, as associa umas com as outras e com a inteligência que foi dada a ele também por Deus, constroem algo que pode ou não ser útil, mas Deus, tudo que fez foi a partir do nada e declarado por Ele mesmo como bom (Gn 1.10,18,21).
Nada existia antes de Deus e Ele é antes de tudo. Não foi criado e simplesmente auto existe. Deus é o início e o fim de todas as coisas (Jo 1.1-3; Ap 1.8).
Há duas formas em que Deus pode trazer algo a existência:
1 – Criar pelo poder único e exclusivo de sua palavra (Gn 1.3. Hb 11.3)
2 – Criar a partir daquilo que Ele mesmo criou (Is 43.7)
Pensar em Deus como o grande arquiteto e executor de tudo que há no universo é espantoso, pois como Deus é auto existente (como vimos acima), Ele não somente assume a característica de independente, como faz tudo depender dEle – Aleluia!
Ilustração
Isaac Newton mandou um mecânico hábil e engenhoso fazer-lhe uma reprodução exata do sistema solar, em miniatura. No centro havia uma bola dourada representando o Sol. Em redor dessa haviam outras bolas fixas nas pontas de braços de vários comprimentos, representando os planetas. Posto em movimento por uma manivela, as bolas giravam em redor do ´sol´ em harmonia perfeita.
Certo dia, quando Newton se achava assentado na sua sala de trabalho, entrou seu amigo cético. Grande cientista que era, reconheceu num relance o propósito da máquina colocada sobre uma mesa. Pondo o mecanismo em movimento, ficou deveras admirado, percebendo as bolas movendo e girando cada uma na sua própria órbita e na sua relativa velocidade. Afastando-se um pouco para a admirar, exclamou: “Mas, que maravilha! Quem a fez?
Levantando os olhos, Newton assegurou solenemente que ninguém a fizera. Que o conjunto da matéria, tão admirado, assumira por acaso a forma em que estava.
O cético, estupefato e demonstrando irritação, respondeu: “Você acha que eu sou um doido? Por certo alguém a fez. Alguém dotado de alto poder intelectual, e eu quero conhecê-lo.”
Newton, levantando-se e pondo a mão no ombro do amigo, disse-lhe: “Esta máquina é uma fraca imitação de um sistema infinitamente superior, cujas leis você conhece, e não consigo convencer a você, que este brinquedo não tem fabricante e nem inventor. Então me diga por qual raciocínio você chega a uma conclusão tão discordante, em crer que esta máquina tem um criador, e o sistema muito superior a este não tem?
O amigo cético de Newton, convicto da verdade, converteu-se e tornou-se um crente no Deus criador dos céus e da terra.
Crer que Deus é o Criador do universo é ver tudo de maneira diferente que a daqueles que não tem fé. Crer no Deus da criação traz consigo uma maneira de encarar a realidade que se centraliza no relacionamento; que percebe a vida com base na dependência humana de Deus.
Assim, tudo que contradiz a revelação das Escrituras quanto a criação, deve ser considerada ilegítima e fraudulenta.
Primeiramente precisamos compreender os significados dos termos transcendente e imanente. Conceitualmente, a sua imanência não é contrária à sua transcendência, mas se apresenta em contraste que é diferente de contrário. Entendamos:
Imanência e transcendência: (Do Lat. immanentia) Qualidade do que está em si mesmo, não transita a outrem. É o oposto de transcendência. Embora seja Deus transcendente, não se encontra à parte de sua criação: acha-se presente nesta através dos atributos de sua imanência: onipresença, onisciência e onipotência.
Norman Geisler afirma que a transcendência e a imanência — duas características de Deus — são um par natural. Deus e transcendente acima da criação e imanente na criação, quer dizer, Deus está além (ou fora) do mundo e ao mesmo tempo no mundo. No primeiro, o Deus teísta é diferente do panteísmo, e no último, Ele é diferente do deísmo. O deísmo afirma a transcendência de Deus, mas nega a sua imanência, ao passo que o panteísmo afirma a imanência de Deus, mas nega a sua transcendência.
O teísmo se ajusta perfeitamente ao que diz a Bíblia ao afirma que Deus é transcendente e imanente.
A transcendência é aqui definida como a presença de Deus além do universo; a imanência, como a presença de Deus dentro do universo criado.
A transcendência de Deus
Literalmente, transcendência significa “estar acima” ou “além de”. Teologicamente, refere-se ao fato de que Deus está acima e além de toda a criação. Portanto, a transcendência não é uma característica inerente de Deus, mas é uma característica relacional. Inerentemente, Deus é infinito, mas em relação ao universo Ele é transcendente.
A transcendência de Deus deve evocar um senso de temor nas suas criaturas (Sl 8.1); também deve provocar um senso de nossa própria insignificância (Sl 48.1); um senso de pecaminosidade por meditarmos na transcendência de Deus (Is 6.1-5); além disso, um senso de submissão deve emergir ao pensarmos sobre a transcendência de Deus (Fp 2.9-11); por fim, um senso de reverência é a consequência natural de contemplarmos a transcendência de Deus (Ap 4.11).
A Imanência de Deus
O significado literal de imanência é “estar dentro” ou “estar próximo”. Teologicamente, a imanência de Deus significa que Ele está dentro ou presente no universo inteiro.
A imanência está proximamente associada com a onipresença de Deus, embora haja uma distinção entre elas. Pela sua onipresença, Deus está presente em toda a criação, mas pela sua imanência, Ele está dentro dela.
Entretanto, Deus não está dentro do universo no sentido de fazer parte dele, mas porque Ele é o Criador. Ele está dentro do universo como a sua Causa sustentadora, mas não no sentido de o universo fazer parte da natureza divina.
Geisler afirma que a imanência de Deus é o verso da sua transcendência. Na sua relação com a criação, Deus não só está acima dela, mas também está nela. Ele está perto e longe. Como Deus infinito, Ele tem de estar além da criação, contudo como sua Causa sustentadora Ele tem de estar dentro dela.
Desta forma, a transcendência e a imanência de Deus são características complementares, cada uma manifestando uma relação diferente com a criação.
Deus é transcendente sobre a criação e imanente na criação!
Por Cláudio Roberto de Souza
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