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08/12/2018
Este post é assinado por Wilson Pacheco Sarmento
Colossenses 2.1-7
1 – Porque quero que saibais quão grande combate tenho por vós, e pelos que estão em Laodiceia, e por quantos não viram o meu rosto em carne;
2 – para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em amor e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus — Cristo,
3 – em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.
4 – E digo isto para que ninguém vos engane com palavras persuasivas.
5 – Porque, ainda que esteja ausente quanto ao corpo, contudo, em espírito, estou convosco, regozijando-me e vendo a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo. 6 – Como, pois, recebestes o Senhor Jesus Cristo, assim também andai nele,
7 – arraigados e edificados nele e confirmados na fé, assim como fostes ensinados, crescendo em ação de graças.
Antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós. 1 Pedro 3.15
Ao término do estudo bíblico, o aluno deverá ser capaz de:
A paz do Senhor!
Na Idade Média, tínhamos a teologia como a rainha das ciências e, no Iluminismo, este papel foi passado para a filosofia e para a ciência. Com o advento do pós-modernismo, este papel ficou com a teoria literária. Isso serve para esclarecer o demasiado interesse atual pelas ciências literárias, da qual a análise dos textos bíblicos vem se utilizando cada dia mais. Nitidamente, se verifica que essas mudanças influenciaram a forma de se compreender o mundo, especificamente os estudos bíblico-teológicos, o que afetou também todo o campo religioso.
René Descartes (1596-1650) “sustentou que não havia necessidade de Escritura revelada, já que a razão nos fornecia ampla informação sobre Deus”. (ARMSTRONG, 2007, p.181). Em Descartes, temos o início de alguns princípios do pensamento moderno, como, por exemplo, a autonomia da razão humana, e, no campo da filosofia, deu-se a transposição do “ser” para o “conhecer”. Por fim, na religião, o Deus que criou e revelou-se ao homem deixou de ter a primazia que, por sua vez, transferiu-se à personalidade que conhece a si própria. Sem dúvida, Descartes lançou algumas bases para o Iluminismo. “Seu desejo de desenvolver o conhecimento sobre uma base racional foi um dos alicerces do Iluminismo” (PRATT, 2004, p. 48).
Apesar de as raízes do Iluminismo se encontrar entre os teólogos medievais, podemos dizer que o início do Iluminismo pode ser localizado no começo do século 17, e provavelmente tem ligações sócio-político com a Paz de Westfalia (1648), que pôs fim à guerra dos Trinta Anos e, com um caráter intelectual da obra de Francis Bacon (1561-1626).
Francis Bacon, com o método da experimentação, deu as fundações para uma sociedade moderna. Para Bacon, o método científico envolve três “Tabelas de Investigação”. São elas:
Segundo Bacon, somente podíamos confiar em nossos cinco sentidos: “tudo que não pudesse ser empiricamente demonstrado – filosofia, metafísica, teologia, arte, misticismo e mitologia – era irrelevante” (ARMSTRONG, 2007, p.181).
Não sem motivo, esses três pontos do método científico de Bacon se enquadram perfeitamente na metodologia usada pelos adeptos da crítica bíblica. Em seu Novum Organum (1620), Bacon, que foi um contundente apologista da ciência, deu as bases para a crítica bíblica por meio de algumas premissas:
O Iluminismo, também chamado de Era da Razão, mesmo tendo suas raízes no racionalismo, desvencilhou-se do mesmo, pois suas ideias foram além. “A racionalidade do movimento filosófico, conhecido como Iluminismo, estimulou um modo de pensamento analítico: em vez de tentar ver as coisas inteiras, as pessoas aprendiam a dissecar uma realidade complexa e estudar suas partes componentes. Tudo isso teria profundo efeito na maneira como liam a Bíblia” (ARMSTRONG, 2007, p.180-1).
“Comumente, supõe-se que a questão da correta compreensão teológica e da adequada interpretação do Antigo Testamento – ou, em outras palavras, o problema da hermenêutica veterotestamentária – seja uma consequência do Iluminismo e de sua crítica a esse respeito” (FOHRER, 2006, p.19).
As pressuposições filosóficas, basicamente, tiveram como base o racionalismo de René Descartes (1596-1650), Espinosa (1632-1677) e Leibniz (1646-1716), juntamente com o empirismo de John Locke (1632-1704), George Berkeley (1685-1753) e David Hume (1711-1776). Com o advento das ciências modernas, contribuiu-se para que surgisse um progresso intelectual, caracterizado pela autonomia da razão. A razão funciona como um cânon da verdade segundo o Iluminismo.
A decadência moral da Revolução Francesa (1789) demonstrou quão frágeis são os ideais do Iluminismo, que teve como característica a autoemancipação humana dos preconceitos, superstições e concepções religiosas herdadas da Idade Média. Também desenvolveu uma nova historiografia caracterizada por uma forte tendência crítica, disposta a negar, sem motivos concretos, os milagres e eventos sobrenaturais encontrados na Bíblia, simplesmente por não se enquadrarem em suas pressuposições deístas de um universo mecânico.
“Iluminismo foi o movimento cultural e intelectual europeu que, herdeiro do humanismo do Renascimento e originado do racionalismo e do empirismo do século 17, fundava-se no uso e na exaltação da razão, vista como o atributo pelo qual o homem apreende o universo e aperfeiçoa sua própria condição. Considerava que os objetivos do homem eram o conhecimento, a liberdade e a felicidade. O Iluminismo foi chamado pelos franceses de Siècle des Lumières ou apenas Lumières, pelos ingleses e americanos de Enlightenment e pelos alemães de Aufklärung”.
Aquilo que era dito com receio e aceito com ressalvas mesmo entre o círculo crítico em relação aos estudos críticos bíblicos, a partir do Iluminismo foi dito em bom e alto tom e absorvido quase que sem ressalvas pelos críticos.
Immanuel Kant (1724-1804) entra em cena quando o século 18 estava chegando ao seu final e, juntamente com ele, a era do Iluminismo. Em 1784, Kant escreveu um artigo como resposta à pergunta: “O que é Iluminismo?”. E ele mesmo forneceu a resposta: “O Iluminismo era a chegada do homem à maioridade. Isso se dava quando o homem saía da imaturidade que o levava a confiar nas autoridades externas tais como a Bíblia, a Igreja e o Estado para dizer-lhe o que devia pensar e fazer. Nenhuma geração deve estar presa aos credos e costumes de eras do passado. Estar preso assim é um ultraje contra a natureza humana, cujo destino se acha no progresso. Kant reconhecia que o século 18 ainda não podia ser considerado uma era iluminada, mas sim, a era do Iluminismo” (WALTER, 1993, p. 306).
Isto mostra que o Iluminismo se caracteriza por uma fé ingênua no homem e em suas potencialidades. Para Kant, o lema do Iluminismo era: “Tenha coragem de usar sua própria razão” (STANLEY, 2003, p.20). Não é sem razão que Grenz e Roger, ao tratarem sobre o Iluminismo, intitulam o primeiro capítulo de sua obra como “Iluminismo: a destruição do equilíbrio clássico” (STANLEY, 2003, p.13).
Do jeito que as coisas andam em nossos dias, precisamos urgentemente nos libertar da teologia liberal. É espantoso o crescente número de livros (inclusive publicados por editoras evangélicas) que esboçam os ensinamentos deste tipo de teologia ou tecem comentários favoráveis. Embora esta teologia tenha nascido com os protestantes, hoje, porém, seus maiores expoentes são os católicos romanos. Em qualquer livraria católica encontramos grande quantidade de obras defendendo e/ou propagando a teologia liberal. E não é só isso. A forma com que alguns seminários e igrejas vêm se comprometendo com os ensinos desta teologia também é de impressionar.
A libertação da teologia liberal não só é necessária como também é vital para a Igreja brasileira, ameaçada pelo secularismo e pelo liberalismo teológico corrosivo.
Apesar das motivações iniciais dos modernistas, suas idéias, no entanto, representou grave ameaça à ortodoxia, fato já comprovado pela história. O movimento gerou ensinamentos que dividiram quase todas as denominações históricas na primeira metade deste século. Ao menosprezar a importância da doutrina, o modernismo abriu a porta para o liberalismo teológico, o relativismo moral e a incredulidade descarada. Atualmente, a maioria dos evangélicos tende a compreender a palavra “modernismo” como uma negação completa da fé. Por isso, com facilidade esquecemos que o objetivo dos primeiros modernistas era apenas tornar a igreja mais “moderna”, mais unificada, mais relevante e mais aceitável em uma era caracterizada pela modernidade.
Mas o que caracterizaria um teólogo liberal? O verbete sobre o “protestantismo liberal” do Novo Dicionário de Teologia, editado por Alan Richardson e John Bowden, nos traz uma boa noção do termo. Vejamos três destaques de elementos do liberalismo teológico:
As grandes batalhas causadas pelo liberalismo foram travadas dentro das grandes denominações históricas. Muitos pastores que haviam saído dos EUA no intuito de se pós-graduarem nas grandes universidades teológicas da Europa, especificamente na Alemanha, em que a teologia liberal abraçava as teorias destrutivas da Alta Crítica produzida pelo racionalismo humanista, acabaram retornando para os EUA completamente descrentes nos fundamentos do cristianismo histórico. Os liberais, devido à tolerância inicial dos fiéis para com a sã doutrina, tiveram tempo de fermentar as grandes denominações e conseguiram tomar para si os grandes seminários, rádios e igrejas, de modo que não sobrou outra alternativa para grande parte dos fundamentalistas senão sair dessas denominações e se organizar em novas denominações. Daí surgiram os Batistas Regulares (que formaram a Associação Geral das Igrejas Batistas Regulares, em 1932), os Batistas Independentes, as Igrejas Bíblicas, as Igrejas Cristãs Evangélicas, a Igreja Presbiteriana dos Estados Unidos (em 1936, que mudou seu nome para Igreja Presbiteriana Ortodoxa), a Igreja Presbiteriana Bíblica (em 1938), a Associação Batista Conservadora dos Estados Unidos (em 1947), as Igrejas Fundamentalistas Independentes dos Estados Unidos (em 1930) e muitas outras denominações que existem ainda hoje.
Podemos dizer que algumas das características do cristianismo ortodoxo se baseiam nos seguintes pontos:
Contudo, o liberalismo, em sua apostasia, nega a validade de quase todos os fundamentos da fé, como, por exemplo, a inerrância das Escrituras, a divindade de Cristo, a necessidade da morte expiatória de Cristo, seu nascimento virginal e sua ressurreição. Chegam até mesmo a negar que existiu realmente o Jesus narrado nas Escrituras. A doutrina escatológica liberal se baseia no universalismo (todas as pessoas serão salvas um dia e Deus vai dar um jeito até na situação do diabo) e, consequentemente, para eles, não existe inferno e muito menos o conceito de pecado. O liberalismo é um sistema racionalista que só aceita o que pode ser “provado” cientificamente pelos próprios conhecimentos falíveis, fragmentados e limitados do homem.
Os primeiros estudiosos que aplicaram o método histórico-crítico sem critérios ao estudo das Escrituras negavam que a Bíblia fosse, de fato, a Palavra de Deus inspirada. Segundo eles, a Bíblia continha apenas a Palavra de Deus.
1.2 – Superioridade da Razão em relação à Fé na busca da verdade
Um enorme equívoco tem sido difundido. Ouvimos constantemente o seguinte: “o importante é ter fé”, “precisamos simplesmente acreditar em alguma coisa”. Ou, ainda: “basta crer”.
Esse tipo de pensamento conduz as pessoas a um caminho obscuro, cujo final é um mundo imaginário e sem saída. Faz que o ser humano tenha fé em qualquer coisa ou em nada. É uma fé sem objetivos, sem fundamentos. Uma fé na fé.
Essa categoria de fé coloca o resultado da crença em si mesma e não em quem se crê. Enfoca somente a intensidade da fé ou no quanto se crê. Não se levam em consideração os fundamentos da fé. Não se analisa. Não se pensa. Não se investiga. Simplesmente se crê.
No âmbito dessa concepção não existe diferença entre ter fé em Cristo e fé num boneco qualquer. Tanto faz ter fé em Deus, Criador soberano, quanto em qualquer deus da mitologia grega. Não há disparidade entre crer na Bíblia, fonte histórica e inspirada, e crer em rabiscos psicografados.
O contexto atual é de surgimento de novas crenças. Religiões são criadas. Deuses sãos inventados. Templos são abertos. Basta escolher aquele tipo de fé que se encaixe ao perfil do praticante. Que faça que ele ou ela se sinta bem. Que deixe a pessoa em alto astral. Depois disso, é só crer!
Será que esse pensamento é correto. Será que tal entendimento é lógico? O simples fato de ter fé é o suficiente? O que mais vale? A fé ou o objeto da fé?
Não precisa ser teólogo ou pastor para responder que tal pensamento está completamente equivocado. Se o simples ato de crer fosse o suficiente, então não precisaríamos de Deus. Não precisaríamos de Cristo. Não precisaríamos de ninguém. Bastaria apenas que tivéssemos fé.
Na relação pessoa –> fé –> objeto (aquele ou aquilo em quem se tem fé) o que mais importa não é o tamanho da fé nem ao que ela remete, mas especialmente a quem ela reclama. Assim, de nada adianta ter uma enorme fé em algo que não tem o poder de salvar ou transformar. De nada vale crer incondicionalmente num objeto sem força, incompetente ou incapaz. Ou, ainda, de nada valerá crer na intensidade supostamente meritória do próprio ato de crer.
Cristo demonstrou isso com as seguintes palavras: “E todo aquele que vive, e crê em mim, nunca morrerá. Crês tu isto?” (Jo 11.26); “Quem crê em mim nunca terá sede” (Jo 6.35); “Na verdade, na verdade vos digo que aquele que crê em mim tem a vida eterna” (Jo 6.47).
Nas palavras de Jesus, o mais importante era a pessoa na qual a fé estava alicerçada (Ele) e não o tamanho da fé da pessoa. Tanto é que, em outra ocasião, Jesus argumentou que uma fé do tamanho de um grão de mostarda traria resultado (Mt 17.20).
Crendo em Deus foi que Elias enfrentou os quatrocentos e cinquenta profetas de Baal. Esses possuidores de uma gigantesca fé no seu deus Baal invocaram-no da manhã até a tarde sem, no entanto, receberem uma resposta. Gritavam, saltavam e até se cortavam com facas à espera de um retorno. Demonstraram uma fé enorme, uma crença admirável, porém, uma fé em algo ou alguém que não poderia atendê-los.
Criam num objeto inanimado, incapaz, sem poder nenhum. Não falava, não agia, não transformava. Elias até caçoou, dizendo: “Clamai em altas vozes, porque ele é um deus; pode ser que esteja falando, ou que tenha alguma coisa que fazer, ou que intente alguma viagem; talvez esteja dormindo, e despertará” (1Rs 18.27). As Escrituras ainda nos dizem que o profeta se aproximou e disse: “Ó Senhor Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, manifeste-se hoje que tu és Deus em Israel, e que eu sou teu servo, que conforme a tua palavra fiz todas estas coisas. Responde-me, Senhor, responde-me, para que este povo conheça que tu és o Senhor Deus e que tu fizeste voltar o seu coração”. Uma oração simples, porém, embasada numa fé correta e direcionada ao Deus verdadeiro. Então caiu fogo do Senhor e consumiu o holocausto, a lenha, as pedras, o pó, e ainda lambeu a água que estava no rego. Vendo isso, as pessoas caíram sobre os seus próprios rostos e disseram: “Só o Senhor é Deus! Só o Senhor é Deus” (1Rs 18.36-39).
Baal é o que não falta atualmente. E pessoas para o adorarem também não. Detentores de enorme fé em deuses irreais, imaginários, fantasmagóricos. Fé em nada. Crença sem objetivo. Sem resultados. Sem salvação. Sem transformação. Fé que não remove nem cutícula de unha. Não muda situações. Não vivifica.
A fé em Cristo, por outro lado, por menor que seja, salva, transforma e traz vida abundante!
1.3 – Contestação da teologia cristã tradicional – Fé e vida acadêmica
Por Wilson Pacheco Sarmento
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Postado por ebd-comentada
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