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Central Gospel – 3º Trimestre 2020 – 30-08-2020 – Lição 9 – Habacuque, o profeta da torre de vigia

26/08/2020

Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Habacuque 1:2-4

2 Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás?

3 Por que razão me fazes ver a iniquidade e ver a vexação? Porque a destruição e a violência estão diante de mim; há também quem suscite a contenda e o litígio.

4 Por esta causa, a lei se afrouxa, e a sentença nunca sai; porque o ímpio cerca o justo, e sai o juízo pervertido. (ARC)

 

Habacuque 2:1-4

1 Sobre a minha guarda estarei, e sobre a fortaleza me apresentarei, e vigiarei, para ver o que fala comigo e o que eu responderei, quando eu for arguido.

2 Então, o SENHOR me respondeu e disse: Escreve a visão e torna-a bem legível sobre tábuas, para que a possa ler o que correndo passa.

3 Porque a visão é ainda para o tempo determinado, e até ao fim falará, e não mentirá; se tardar, espera-o, porque certamente virá, não tardará.

4 Eis que a sua alma se incha, não é reta nele; mas o justo, pela sua fé, viverá. (ARC)

 

Habacuque 3:17-18

17 Porquanto, ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; o produto da oliveira minta, e os campos não produzam mantimento; as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja vacas,

18 todavia, eu me alegrarei no SENHOR, exultarei no Deus da minha salvação. (ARC)

TEXTO ÁUREO

Habacuque 3:2

2 Ouvi, SENHOR, a tua palavra e temi; aviva, ó SENHOR, a tua obra no meio dos anos, no meio dos anos a notifica; na ira lembra-te da misericórdia. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Saber que Habacuque fez questionamentos a Deus relacionados aos eventos que ele não conseguia compreender;
  • Entender que o profeta entrou em oração até obter uma resposta do Senhor para a situação;
  • Compreender que apesar de não satisfazer os interesses imediatos da nação, a resposta de Deus serenou o coração do profeta.

PALAVRA INTRODUTÓRIA

Paz seja convosco nobres companheiros(as) do ministério do Ensino.

O oitavo livro dos Profetas Menores registra as profecias de Habacuque. Este profeta profetizou no final do período do reino de Judá. Viveu na mesma época em que viveram os profetas Naum e Sofonias. Foi nesse tempo, em 612 a.C., que os babilônios derrotaram os assírios e se tornaram o império mais poderoso do mundo. O profeta vê o perigo que o seu povo corre e não entende como é que Deus pode tolerar os babilônios, um povo mau e cruel. Deus responde que virá o tempo em que ele castigará os inimigos do povo de Israel e que o profeta espere com paciência, confiando na justiça divina. Os maus serão castigados, e aqueles que são fiéis a Deus viverão.

O livro termina com uma oração, em forma de Salmo, em que Habacuque louva a grandeza de Deus e ao mesmo tempo mostra a sua fé nele.

O teólogo H. Ray Dunning esclarece que o conhecimento que possuímos sobre a pessoa de Habacuque é muito pouco. O livro menciona apenas o nome do profeta e, na Bíblia, ocorre somente aqui. Há tradições que em grande medida são fantasiosas, mas, talvez, haja alguma partícula de verdade histórica.

Até a derivação de seu nome admite várias possibilidades. Primeiramente, o nome é bem parecido com a palavra assíria humbalcuku, que é o nome de uma flor. Também está relacionado com a palavra hebraica que significa “apertar” ou “abraçar”. Este ponto de vista foi sustentado por Jerônimo e mantido por Martinho Lutero, que o verteu a uma interpretação interessante: “Ele abraça o seu povo e o leva nos braços, ou seja, o consola e o levanta, como alguém que abraça a criança ou pessoa chorona para acalmá-la com a garantia de que, se Deus quiser, tudo vai melhorar.”

Jerônimo interpretou o nome de forma a indicar o amor do profeta por Deus ou que discutiu com Deus para fazer alegações lógicas e persuasivas.

A tradição rabínica também é de opinião que “abraçar” é o sentido do radical de seu nome, e apresenta Habacuque como filho da mulher sunamita que Eliseu restaurou à vida (2 Rs 4.16-37). Isto está parcialmente baseado na possibilidade de que a forma abstrata do nome signifique “querido”, “pessoa bem amada”. Mas aqui estamos no reino da imaginação.

De Habacuque 3.19, conjectura-se que o profeta tinha qualificações oficiais para tomar parte no canto litúrgico do Templo, ou seja, era integrante do coro do Templo. O arranjo musical do capítulo 3 apoia esta opinião. Neste caso, pertencia a uma das famílias dos levitas que tinha a incumbência de cuidar da música do Templo ou poderia ser apenas um talento musical, tal qual Davi possuía.

Habacuque é exemplo da ocorrência rara em que um dos profetas é chamado “o profeta” (Hc 1.1 – nabi). Este título nos leva a crer que as pessoas reconheciam que era um profeta profissional.

Há outra fonte de informação intitulada Leis dos Profetas. Data de cerca de fins do século IV, mas de autoria incerta e de texto considerado bastante ambíguo. Esta obra relata que, quando Nabucodonosor veio contra Jerusalém, Habacuque fugiu para um lugar chamado Ostraquine, no litoral egípcio. Depois que os caldeus foram embora, voltou para sua pátria, onde morreu e foi enterrado, dois anos antes dos judeus exilados voltarem da Babilônia em 537 a.C.

Quanto a datação, Dunning afirma que a mensagem de Habacuque não está limitada a tempo; contudo, sua época levanta as perguntas que ele faz. Era também contemporâneo do profeta Jeremias, cujo livro é datado tradicionalmente ao redor de 600 a.C., não muito tempo antes do cativeiro babilônico em 586 a.C.

A questão da data é mais importante no estudo deste livro do que em muitos outros. Na realidade, está estreitamente relacionada com a interpretação da mensagem. Se conseguíssemos determinar conclusivamente quem eram os povos que preocupavam Habacuque, poderíamos situá-lo historicamente com mais precisão. Este é um dos problemas complicados do A.T. Não há fonte extrabíblica pela qual possamos definir quem eram os inimigos. Esta falta obriga o estudante a depender totalmente do teor da profecia, o que está longe de ser conclusivo.

O principal problema é identificar o “ímpio” a quem denuncia no primeiro parágrafo (Hc 1.4). O único consenso geral sobre a data é que o livro está situado entre 697 e 586 a.C.

Os rolos do mar Morto, coletânea de escritos descoberta em 1947/1948 nas proximidades do mar Morto, exercem muita influência em grande parte do estudo do A.T. Entre os documentos, há um comentário sobre o livro de Habacuque. Este comentário é considerado a prova mais antiga “do texto de Habacuque talvez por muitos séculos”. Os estudiosos o datam no século I a.C. Por conseguinte, tem grande peso nas interpretações mais recentes de Habacuque.

1 – O DESCONTENTAMENTO DO PROFETA

O senso de justiça e santidade do profeta Habacuque era bastante elevado. Ele demonstrou perturbação e imenso descontentamento por vislumbrar os pecados da sua pátria contra o Senhor e não haver punição. Habacuque representa aqueles que não se conformam com a vida dissoluta daqueles que foram chamados para servirem ao Senhor. Aqueles que se apresentam como filhos de Deus, mas praticam toda sorte de pecados.

Habacuque via a sociedade judaica transgredir a lei de Deus sem que nenhum deles fossem reprimidos pelo Senhor. O tempo passava, os pecados se multiplicavam e o povo se acostumava a viver uma vida dúbia, descomprometida com o Criador. Tal situação inquietava o profeta Habacuque até ao ponto de não mais suportar e levar a Deus o seu questionamento.

Habacuque 1:2
2 Até quando, SENHOR, clamarei eu, e tu não me escutarás? Gritarei: Violência! E não salvarás?

Para Dunning, o profeta clama, mas Deus não ouve. Então questiona o Senhor. Por que é que Deus nada faz? Trata-se do problema clássico: “A verdade está sempre na forca. O mal está sempre no trono.” A situação angustiante surge da vasta discrepância entre fé e fato. Se Deus é justo e soberano, por que o justo sofre enquanto o ímpio prospera? Esta é a pergunta feita por milhares de pessoas de todas as épocas e respondida no Salmo 73.

O problema que Habacuque trata em nível nacional é o mesmo que o livro de Jó menciona na esfera pessoal. E mais fácil lidar com o problema em nível pessoal; portanto, a prova para a fé de Habacuque é muito mais severa.

Dunning continua… Só quem possui fé em um Deus bom tem problema com relação ao governo do mundo. Quem acredita em politeísmo ou numa deidade indiferente ou má, não tem problema com as injustiças flagrantes no mundo. E a fé monoteísta que tem de lutar por sua existência em face dos fatos que a desafiam.

Muitos julgam que é um atrevimento questionar a operação de Deus. Esta posição é falsa e a prova é a inclusão das reclamações de Jó e Habacuque na Bíblia. Se precisarmos de mais provas, ouçamos o grito do Calvário: “Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?” (Mt 27.46; Mc 15.34). Provavelmente, é mais errado abafar as dúvidas sinceras do que dar expansão a elas no esforço sério de achar uma pista para o significado da vida.

O teólogo G. A. Smith tinha razão quando observou em um dos seus comentários incisivos: “Não são os temperamentos mais rudes, mas os mais excelentes que são expostos ao ceticismo.”

Habacuque expunha a sua dúvida ao Senhor dentro da obrigatória reverência diante daquele que fez os céus e a terra e por certo tinha a resposta que inquietava o profeta.

1.1 – A pergunta do profeta

Para Dunning, as injustiças civis eram abundantes (Hc 1.3); situação também prevalecente no século VIII a.C., nos dias de Amós e Oséias que clamaram com veemência contra tais perversões. Há três pares de substantivos usados para destacar a situação: iniquidade e vexação (perversão), destruição e violência, e contenda e litígio (cf. Is 58.4). Esta é a paráfrase do versículo: “Será que eu tenho de assistir a todo esse pecado e a toda essa tristeza à minha volta para sempre? Para qualquer lugar que olhe, existe violência e chantagem. Homens que dão a vida por uma discussão e uma briga” (BV).

Embora Habacuque seja chamado profeta (nabi), ele não era um mensageiro no sentido tradicional. A função do profeta era falar com o povo em nome de Deus para proclamar a vontade divina que foi recebida em revelação especial. No caso dele, vemos justamente o inverso: Fala com o Senhor em nome do povo. Mantém um discurso com Deus e o faz de maneira tal que quase chegamos a classificá-lo de cético em vez de profeta.

Norman Russell Champlin afirma que o silêncio de Yahweh havia desgastado Habacuque. O profeta buscara o Senhor por longo tempo, tentando obter respostas sobre como o homem ímpio e desvairado, o réprobo, em todo o sentido da palavra, pode continuar vivendo na impunidade. O profeta continuou buscando, sem receber resposta do céu. Yahweh parecia indiferente. Yahweh parecia não ouvir as orações dele, e as coisas ficavam cada vez piores (Sl 64.1; 143.1).

Habacuque 1:2
2 […] Gritarei: Violência! E não salvarás? (ARC)

A palavra “violência” é usada aqui para sumariar o tipo de mundo que o profeta estava observando. Por quanto tempo essas coisas podiam continuar sem que acontecesse alguma coisa que parasse o processo todo? A palavra se repete nos versículos 3, 9 e Habacuque 2.17. E cai como gotas de sangue sobre a página – “Eis que clamo: Violência! mas não sou ouvido; grito: Socorro! porém não há justiça.” (Jó 19.7)

O transtorno e a agitação do coração do profeta Habacuque seriam transformados em paz e quietude. O Senhor tem o governo soberano da história em suas mãos e ao final, o profeta, que no primeiro momento não compreendeu os planos do Senhor encerraria o seu livro de profecias cantando e salmodiando o Criador (Hc 3.17-18).

1.2 – A queixa contra o que se via

Dois problemas incomodavam o profeta. Ambos têm a ver com a maneira com que Deus lida com os homens. O pastor Walter Brunelli afirma que o primeiro problema era interno e o segundo externo.

Primeiro – Os seus conterrâneos não mais observavam a Lei do Senhor e o que prevalecia era a corrupção social. A violência predominava em todas as esferas daquela sociedade (Hc 1.2). Hernandes Dias Lopes esclarece: “A violência, a iniquidade, a opressão, a destruição, a contenda e o litígio procediam do próprio povo de Deus. Usualmente, os inimigos externos eram a fonte das tragédias do povo de Deus, mas neste caso a fonte dos problemas era interna, ou seja, a corrupção moral e espiritual do povo de Deus.  

O que deixou o profeta perplexo era que a iniquidade estava florescendo no meio do povo cuja vocação era a santidade (Nm 23.21). A prática da iniquidade era inconsistente com os privilégios e profissão de fé desse povo separado por Deus para ser luz para as nações. 

A violência em Judá estava presente no palácio, nos tribunais, nos mercados e nas ruas. A violência tinha se infiltrado em todos os segmentos da sociedade. Ela havia fermentado toda a massa e envenenado de tal forma a nação que o juízo de Deus não podia mais ser retardado ou suspenso.

A iniquidade e a opressão que campeavam em Judá não eram apenas grandes, mas também públicas. Esses males não estavam apenas medrando nos bastidores, mas desfilando nas ruas. 

Habacuque olha para a sua nação e vê a iniquidade prevalecendo. A virtude foi desprezada, a verdade foi pisada nas ruas, a piedade tinha ficado esquecida, e o povo caminhava célere para a destruição.” 

Warren Wiersbe diz que os problemas de Judá eram causados por líderes que não obedeciam à lei. Os ricos exploravam os pobres e escapavam do castigo subornando os oficiais. A lei era ignorada ou distorcida, e ninguém parecia se importar. Os tribunais eram corruptos, os oficiais só se interessavam em ganhar dinheiro, e a admoestação de Êxodo 23.6-8 era completamente desconsiderada. 

Segundo – Naqueles dias, havia três grandes potências mundiais: a Assíria, a Babilônia e o Egito. Hernandes Dias Lopes explica: “O soberbo e aparentemente invencível Império Assírio, que tinha levado o Reino do Norte para o cativeiro em 722 a.C. e esmagado com crueldade desumana todas as nações do Crescente Fértil, acabara de ser derrotado pelos babilônios em 612 a.C. A Babilônia, imediatamente, assumiu a posição inconteste de superpotência no berço da civilização.”

O Egito, na intensão de refrear os avanços expansionistas da Babilônia, posiciona o seu numeroso exército em Carquemis para uma batalha encarniçada contra os caldeus em 605 a.C., no entanto, são derrotados e retornam humilhados para o Egito. Desta forma, a Babilônia assume o protagonismo na história e Nabucodonosor (rei da Babilônia) dispõe o seu poderoso exército em marcha contra as nações e o posiciona em Jerusalém a fim de conquistá-la.

O piedoso pastor e teólogo australiano J. Sidlow Baxter diz que o foco do problema e da profecia de Habacuque é a Babilônia. Dentre os inimigos que afligiram o povo da aliança muito tempo atrás, três se destacam — os edomitas, os assírios e os caldeus. Foi dado a três dos profetas hebreus em especial pronunciar a condenação dessas três potências. A profecia de Obadias selou o destino de Edom. A de Naum fez dobrar os sinos sobre a Assíria. A de Habacuque cavou a sepultura da Babilônia.

Mais uma vez ressaltamos que o assombro do profeta seria dissipado pelo Senhor quando Habacuque estivesse esclarecido o modus operandi de Deus agir.

Da mesma forma, também nos portamos como o profeta Habacuque até entendermos que os planos do Senhor são melhores, superiores e soberanos!

João 13:7
7 Respondeu Jesus e disse-lhe: O que eu faço, não o sabes tu, agora, mas tu o saberás depois. (ARC)

2 – O JUÍZO DIVINO CONTRA OS MAUS

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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