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29/07/2020
Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
Amós 4:1,6-11
1 Ouvi esta palavra, vós, vacas de Basã, que estais no monte de Samaria, que oprimis os pobres, que quebrantais os necessitados, que dizeis a seus senhores: Dai cá, e bebamos.
6 Por isso, também vos dei limpeza de dentes em todas as vossas cidades e falta de pão em todos os vossos lugares; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
7 Além disso, retive de vós a chuva, faltando ainda três meses para a ceifa; e fiz chover sobre uma cidade e sobre outra cidade não fiz chover; sobre um campo choveu, mas o outro, sobre o qual não choveu, se secou.
8 E andaram errantes duas ou três cidades, indo a outra cidade, para beberem água, mas não se saciaram; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
9 Feri-vos com queimadura e com ferrugem; a multidão das vossas hortas, e das vossas vinhas, e das vossas figueiras, e das vossas oliveiras foi comida pela locusta; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
10 Enviei a peste contra vós, à maneira do Egito; os vossos jovens matei à espada, e os vossos cavalos deixei levar presos, e o fedor dos vossos exércitos fiz subir ao vosso nariz; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR.
11 Subverti alguns dentre vós, como Deus subverteu a Sodoma e Gomorra, e vós fostes como um tição arrebatado do incêndio; contudo, não vos convertestes a mim, disse o SENHOR. (ARC)
Amós 4:12
12 Portanto, assim te farei, ó Israel! E, porque isso te farei, prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. (ARC)
Paz seja convosco nobres companheiros(as) do ministério do Ensino.
Passamos a estudar o terceiro livro da divisão dos Profetas Menores – o livro de Amós.
Donaldo Stamps explica que o profeta Amós exerceu o seu ministério em Israel no século VIII a.C., e foi contemporâneo de Jonas e Oséias. Ele revela quatro fatos importantes a respeito de si mesmo em Amós 1.1:
1) Era boieiro e cultivador de sicômoros em Tecoa, aldeia de Judá, situada a cerca de 20 km ao sul de Jerusalém (Am 7.14);
2) Ele “via” suas mensagens, isto é, tinha visões proféticas (Am 7.1,4,7; 8.1,2; 9.1) a respeito de Israel, o Reino do Norte;
Embora fosse leigo e não tivesse o status de profeta, nem por isso deixou de ser chamado por Deus para profetizar à rebelde Israel (Am 7.14,15).
Importante ressaltar que o profeta Amós morava em Judá – o Reino do Sul, mas sua mensagem foi dirigida mais precisamente a Israel – o Reino do Norte.
Seu nome significa “carregado” ou “carregador de fardos” e tem íntima relação com o seu exercício profético, já que a sua mensagem era dura, inquietante e espinhosa, portanto, difícil de pronunciar. Falar em nome de Deus ao povo exige grande responsabilidade, mas falar em nome de Deus as autoridades, exige também, grande coragem!
A sua mensagem confrontaria a liderança política e religiosa de Israel, logo, enfrentaria o protesto e a resistência dos “grandes” da nação.
O ministério de Amós em Israel foi desempenhado durante o reinado de Uzias, em Judá, e Jeroboão II, em Samaria. Esses dois reis reinaram ao mesmo tempo pelo espaço de trinta anos, de 779 a 743 a.C. Durante parte desse tempo, Amós profetizou e escreveu o seu livro. Stamps considera que Amós profetizou durante os dois anos que antecederam o terremoto. A arqueologia apresenta diversas evidências que provam a ocorrência de um terremoto de grandes proporções, nesse período, em várias localidades de Israel, inclusive Samaria. Passados duzentos anos, Zacarias faria menção ao mesmo terremoto (Zc 14.5), fornecendo-nos mais um indício da enormidade da catástrofe cerca de 270 anos após. A referência ao cataclismo por Amós sugere que o profeta o considerava uma confirmação da sua mensagem e ministério proféticos em Israel (Am 9.1).
Norman Russell Champlin afirma que lhe foi ordenado que retornasse à sua terra natal de Judá, após ter pregado em Israel durante algum tempo (Amós 7.10-13), e isso pôs fim à sua carreira como profeta de Yahweh. Não há como determinar a data exata da escrita de seu livro, embora o período geral seja claro.
Como é óbvio, a mensagem de Amós foi genuinamente preservada no livro intitulado por seu nome. Mas o texto hebraico não indica que o próprio Amós tenha escrito o livro. Alguns supõem que as profecias de Amós existiam a princípio como tradição oral, posteriormente reduzida à forma escrita por uma ou mais pessoas. Contra isso argumenta-se que a notável rigidez do texto hebraico do livro, além de sua evidente unidade, sugere, se não mesmo prova, que Amós ou um copista de sua escolha tenha escrito o livro. Naturalmente, não há como provar coisa alguma no tocante a isso.
O evangelho de Marcos poderia ser intitulado evangelho de Pedro, visto que preserva, essencialmente, suas memórias (embora, como é óbvio, tenha havido outras fontes informativas). Isso é verdade, embora o próprio Pedro não tenha escrito o evangelho de Marcos. Por igual modo, o livro de Amós pode com razão ser chamado “livro de Amós”, porquanto preserva a mensagem desse profeta, mesmo que não tenha sido produção literária de sua pena.
Fato semelhante ocorre em outros livros da Bíblia. Por exemplo: Tércio redigiu a carta de Paulo aos Romanos (Rm 16.22) e Silvano a primeira epístola de Pedro (1 Pe 5.12). Fato é que as mensagens são inspiradas e oriundas de Deus!
Amós era de Tecoa, dezesseis quilômetros ao sul de Jerusalém, atualmente representada pelas ruínas de um local de cinco acres de área, em Khirbet Taqu’a. Amós foi para Samaria e profetizou em Betel, de onde foi expulso. Então voltou para sua casa.
É impossível dizermos onde Amós escreveu seu livro, ou se escreveu porções dele em diversos lugares (Am 1.1; 7.12,14,15). Embora tivesse profetizado no reino do norte (Israel), suas profecias foram endereçadas a todo o povo israelita, do norte e do sul, de Israel e Judá (Am 1.1 e 2.4), incluindo denúncias contra todas as nações (Damasco, Gaza, Asdode, Asquelom, Ecrom, Tiro, Edom, Temã, Bozra, Amon, Rabá, Moabe, o próprio reino do Norte de Israel e do Sul – Judá) que se recusaram a adorar a Deus de maneira certa e corromperam seus caminhos (Am 1.3,6,9,11; 2.1,4,6).
O Senhor utiliza homens em sua obra, no entanto, o seu uso está em conexão com suas capacidades e limitações.
O pastor Eliel Goulart (comentarista das lições do site EBD Comentada – https://ebdcomentada.com ) expõe o exemplo do profeta Ageu que era agricultor, portanto, falava a linguagem própria das lides rurais. Menciona as estações das chuvas, a seca, o trigo, a produção de uvas, de azeitonas para fabricação do azeite de oliva, sobre semeadura e colheita, e faz a pergunta tema de muitas pregações: Ageu 2.19 – “Há ainda semente no celeiro?” Zacarias, por sua vez, era jovem, nasceu no cativeiro e veio ainda jovenzinho no retorno a Jerusalém. Moço que teve oportunidades de capacitação intelectual, criado no ambiente da elite governamental de Judá. Os dois foram usados por Deus. Deus não faz acepção de pessoas. Usa o lavrador do campo, já com certa idade, que teve menos oportunidades de instruções acadêmicas e usa o jovem palaciano bem instruído no melhor das escolas de sua época. Mas, cada um na capacitação própria.
Amós, em semelhança de Ageu, era homem do campo, portanto, suas mensagens estavam relacionadas com o seu trabalho cotidiano, seja no pastoreio dos animais ou na plantação e cultivo dos sicômoros (figueira).
Para retratar os pecados do povo separado por Deus e as suas consequências, Amós apresentou a sua mensagem utilizando de figuras representativas do campo.
1 – Amós falou de um carro cheio de feixes bem amarrados, simbolizando como o Senhor, apertaria Israel a fim de conscientizá-los da sua impiedade (Am 2.13);
2 – Falou de um bramido de leão referindo-se a própria voz do Senhor que anunciava o juízo eminente (Am 3.8);
3 – Falou de uma ovelha atacada por um leão feroz, fazendo menção ao ataque assírio ao Reino do Norte; Ele corre em defesa do animalzinho, mas já é tarde demais. Ele é capaz de extrair da boca do leão dois ossos das pernas ou um pedaço da orelha. Assim aconteceria a Israel quando os assírios chegassem para a matança. Haveria apenas uns poucos miseráveis sobreviventes, mas esses seriam levados para a Assíria como escravos (Am 3.12). Este versículo promete a destruição quase total da nação do norte, Israel, e foi o que aconteceu em 722 a.C;
4 – Falou das vacas de Basã (Am 4.1), em referência as mulheres habitantes de Samaria, contaminadas pelos pecados de seus maridos, Champlin pontua que eram criaturas bem criadas, acostumadas a seus luxos e prazeres. Elas satisfaziam cada um de seus apetites. Participavam com os varões como opressoras dos pobres e eram tão destituídas de coração quanto eles;
5 – Falou de um cesto de frutos do verão (Am 8.1-2), informando ao profeta que os frutos de verão são aqueles que amadurecem no verão e então são colhidos no outono. Esse fruto estava maduro (literalmente, “o fim chegou”). Israel estava maduro para a condenação. O dia tinha acabado; o verão tinha terminado; o sopro gélido do inverno estava perto de soprar.
Feixes amarrados, bramido de leão, ovelha mutilada, vacas de Basã e frutos do verão são expressões típicas do campo, comuns àqueles que convivem neste ambiente; comuns ao profeta Amós, o boieiro escolhido pelo Senhor.
Em nome de Deus, Amós denuncia a injustiça, a corrupção e a opressão que reinavam no país. O povo não era sincero na prática da religião, e por toda parte havia injustiça e desonestidade. O profeta apela ao povo para que se arrependa e que todos voltem para Deus, fazendo o que é bom e odiando o que é mau.
Por meio de visões, Deus revela a Amós que castigará o seu povo, mas não o destruirá. Em tempos futuros, Deus fará com que a nação volte a gozar da paz e da prosperidade que tinha quando Davi era rei do povo de Deus.
A palavra da verdade traz consigo as consequências da rejeição, do abandono, da reprovação por parte daqueles que recusam a mensagem. Aqueles que rejeitam a mensagem, também rejeitam o mensageiro. Pior, rejeitam o próprio Deus, o mentor da instrução (1 Sm 8.7).
Na Bíblia há casos clássicos deste comportamento, tal como Elias foi rejeitado por Acabe e Jezabel (1 Re 18.17); Jeremias foi rejeitado por seus conterrâneos (Jr 1.19a); João Batista foi rejeitado por Herodes, o tetrarca (Mt 14.3-5); o próprio Jesus foi rejeitado por seu povo (Jo 1.11); Estevão foi rejeitado pelos fariseus (At 7.54-60).
Amós padeceu da mesma sina, pois ao ser enviado a Betel a proclamar a mensagem: “Arrependam-se ou pereçam”, Amós é de lá expulso, sendo-lhe expressamente proibido de ali profetizar. Quão diferentemente agiram os ninivitas diante da mensagem de Jonas (Jn 3.4-6)!
Na ocasião de Amós, o sacerdote Amazias que representava o povo e especialmente os líderes, rejeitou abertamente o profeta de Deus e sua palavra. Em comum acordo com o rei Jeroboão II (representante político e da ordem social), se uniram contra o profeta do Senhor para proibi-lo de profetizar em Betel e de lá, o expulsaram (Am 7.12).
Champlin argumenta que o profeta Amós não era pessoa bem-vinda na nação do norte, Israel. Se ele insistisse em ficar e perturbar a paz, as coisas poderiam terminar muito mal. O rei tinha posto sua “igreja” em Betel, e seria melhor para Amós manter-se distante.
Em Betel ficava o “templo” do reino do norte. O santuário constituía um templo, embora não tivesse havido o esforço para duplicar o templo de Salomão, que ficava em Jerusalém. Amós não tinha autoridade para interferir no que estivesse acontecendo em Betel; e, caso teimasse, as coisas terminariam mal para ele. O profeta Amós, entretanto, agia com base em uma autoridade maior que a de Betel ou a de Jeroboão II, o rei. Isso posto, continuaria seu ministério na nação do norte. Os homens, cegados pelo preconceito e ofuscados pela luz do Senhor, ameaçaram a Amós para que se afastasse deles.
O tremendo perigo de implorar que os mensageiros de Deus se retirassem é frequentemente referido nas Escrituras (Lc 10.10-12). A história se repete. Quando o Messias veio aos “Seus”, estes “não O receberam” (Jo 1.11).
Champlin esclarece que Amazias queria que Amós fosse para um exílio voluntário em Judá, onde sua mensagem não insuflaria medo a ninguém. Naturalmente, Amazias falou sarcasticamente. Amós foi considerado indigno de ser um profeta em Israel, e os líderes religiosos de Israel tinham certeza de que Yahweh nada tinha que ver com seu ministério naquele nação. E mesmo que acreditassem que Yahweh o havia enviado, isso não teria feito diferença alguma, porquanto eles, desde há muito tempo, tinham abandonado o Deus de Israel e substituído o culto a Ele por uma idolatria ridícula e escandalosa.
Talvez a “sugestão” para que Amós partisse da terra de Israel tenha sido iniciada por Jeroboão II e transmitida por Amazias. Em Judá ele poderia “comer o seu pão” mediante suas profecias, ou seja, poderia viver como profeta profissional (Mq 3.5).
Os que conscientemente rejeitam a palavra, condenam-se a si mesmos à morte eterna. Tempos virão em que a intercessão já não terá efeito.
Evangelista Cláudio Roberto de Souza
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