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Central Gospel – 2 Trimestre 2020 – 12-04-2020 – Lição 2 – Existe somente um Deus

08/04/2020

Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Deuteronômio 6:1-9

​1 Estes, pois, são os mandamentos, os estatutos e os juízos que mandou o SENHOR, vosso Deus, para se vos ensinar, para que os fizésseis na terra a que passais a possuir;

2 para que temas ao SENHOR, teu Deus, e guardes todos os seus estatutos e mandamentos, que eu te ordeno, tu, e teu filho, e o filho de teu filho, todos os dias da tua vida; e que teus dias sejam prolongados.

3 Ouve, pois, ó Israel, e atenta que os guardes, para que bem te suceda, e muito te multipliques, como te disse o SENHOR, Deus de teus pais, na terra que mana leite e mel.

4 Ouve, Israel, o SENHOR, nosso Deus, é o único SENHOR.

5 Amarás, pois, o SENHOR, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu poder.

6 E estas palavras que hoje te ordeno estarão no teu coração;

7 e as intimarás a teus filhos e delas falarás assentado em tua casa, e andando pelo caminho, e deitando-te, e levantando-te.

8 Também as atarás por sinal na tua mão, e te serão por testeiras entre os teus olhos.

9 E as escreverás nos umbrais de tua casa e nas tuas portas. (ARC)

TEXTO ÁUREO

Êxodo 20:4

4 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Entender por que Deus não tolera a idolatria;
  • Compreender que todo ato idólatra afronta Deus na Sua natureza;
  • Discernir que tanto os que fazem ídolos quanto os que os adoram estão sob a ira de Deus;

PALAVRA INTRODUTÓRIA

Paz seja convosco nobres companheiros(as) do ministério do Ensino.

Os atributos de Deus o revelam como sendo um ser completo e totalmente independente de todas as coisas por Ele criadas.

Deus é Espírito (Jo 4.24). Deus é Espírito com personalidade; ele pensa, sente e fala; portanto,

pode ter comunhão direta com suas criaturas feitas à sua imagem.

Tal comunhão é expressamente revelada em toda a Escritura. Mesmo o homem caído pelo evento ocorrido no Éden (pecado), Ele tomou a iniciativa de resgatar a comunhão e reatar o relacionamento com o ser criado.

O relato bíblico contém “inúmeros” registros de um Deus socorrendo o homem em seus apertos e mesmo delitos, procurando reatar a união que sempre se deteriorava pelo pecado. No entanto, sempre se estabeleceu muito claramente a sua posição de Senhor e mesmo na ocasião da encarnação de Cristo, Este também se revelou como sendo o próprio Deus, Soberano e Eterno (Jo 1.1-4).

A distinção entre o Criador e o ser criado é uma linha indivisível.

  • Ele é superior, nós somos inferiores;
  • Ele é o Rei, nós os súditos;
  • Ele é eterno, nós somos mortais;
  • Ele é Criador, nós somos criaturas;
  • Ele é ilimitado, nós temos limites;
  • Ele é Auto suficiente, nós dEle dependemos;
  • Ele é exclusivamente Espírito, nós somos carne;
  • Ele é infinito, nós transitórios;
  • Ele é onipotente, nós somos fracos;
  • Ele é onisciente, nós conhecemos apenas o que foi passado;
  • Ele é onipresente, nós limitados ao espaço físico;
  • Ele é Deus digno de honras e glórias, nós apenas, homens com todas as insignificâncias

A lista que demonstra a supremacia de Deus sobre o ser criado poderia continuar, mas penso que é suficiente.

Os mandamentos que o Senhor entregou a Moisés no monte Sinai, não somente regeria aquele povo em direção ao serviço e dedicação a Deus, mas tornaria claro o quão predominante é o Senhor sobre os seus. 

1 – DEUS TEM CRÉDITO

O povo judeu permaneceu no Egito por longos 430 anos (Êx 12.40). A última geração que se tem registro que serviu ao Senhor anterior a este período, foi a geração de Jacó e seus filhos que morreram no Egito.

Abraão profetizou sobre a escravidão imposta pelos egípcios ao povo hebreu e José também deixou uma profecia complementar acerca da visitação de Deus quando estes estariam em aperto e servidão na casa de Faraó:

Gênesis 15:13
13 Então, disse a Abrão: Saibas, decerto, que peregrina será a tua semente em terra que não é sua; e servi-los-á e afligi-la-ão quatrocentos anos. (ARC)
 

Gênesis 50:24
24 E disse José a seus irmãos: Eu morro, mas Deus certamente vos visitará e vos fará subir desta terra para a terra que jurou a Abraão, a Isaque e a Jacó. (ARC)

Para entender a diferença das datas citadas por Abraão e Moisés em Êxodo 12.40 (400 e 430 anos de servidão respectivamente), sugiro ler o artigo CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisas) no link: http://www.cacp.org.br/400-ou-430-anos-de-escravidao/

Durante o período de escravidão houve um silêncio tanto de Deus como do próprio povo que prestes a findar o tempo de aflição, mal conheciam o Deus de Abraão, Isaque e Jacó. A informação teórica acerca de Deus era transmitida oralmente e se confundia com a prática pagã cotidianamente observada nas terras egípcias.

O Senhor se manifestaria como sendo o único Senhor, primeiro de Israel e depois de toda a terra. Suas credenciais seriam apresentadas através das dez pragas que assolariam o Egito.

A idealização por detrás das pragas era mostrar a Israel (povo escolhido) e ao Egito (símbolo de todo o mundo sem Deus), que o Senhor é Soberano e que não existe nenhum outro deus além dEle.

O Senhor estaria preste a impor a maior humilhação que um governante poderia receber.

Cada uma das pragas possuía um rico significado que em primeiro lugar envergonharia o Egito e seus deuses e ao mesmo tempo demonstraria o favor divino para o com o seu povo.

O povo hebreu deveria ter muito bem inscrito na mente que a sua carta de alforria, isto é, de liberdade, era assinada pelo próprio Deus. Eles deveriam sempre lembrar-se daquele episódio, tendo Deus como o protagonista da ação (Êx 13.13; Jr 34.13).

No entanto, mesmo vislumbrando tantos sinais (as pragas, a abertura do mar vermelho, o seu fechamento que engoliu os soldados e carros de Faraó, os primeiros milagres no deserto), aquele povo não demonstrou gratidão por tão grande livramento, antes, ao menor desconforto lançavam mão da murmuração contra Moisés e consequentemente, contra o próprio Deus (Nm 14.26).

Em suma, desde a saída do Egito até o Monte Sinai, Israel foi provado por Deus e fracassou em todas. O Senhor os tirará do Egito com mão forte, e mesmo assim, em todas as oportunidades murmuraram. Israel não confiou em Deus.

No Sinai, Deus firma uma aliança com o seu povo baseada em leis “escritas pelo dedo de Deus” (Êx 31.18) e esperava-se de Israel, fidelidade e reconhecimento de que o Senhor não somente esteve presente, mas efetuou a sua libertação do Egito.

Infelizmente, muitos de nós criticamos aquela geração murmuradora e ingrata, no entanto, em muitos casos, nosso comportamento e atitudes são semelhantes, pois reclamamos do dia, da roupa, da casa, do veículo, do emprego, do salário, do tempo, estamos constantemente insatisfeitos e ainda nos intitulamos filhos de Deus. Cometemos os mesmos pecados do povo no deserto, quando Deus apenas requer que o identifiquemos como o Senhor que nos libertou do poder do pecado, que nos distinguiu como o seu povo na terra e é digno da nossa confiança e adoração.

Que possamos alcançarmos os propósitos estabelecidos por Deus para com os seus – Obediência aos seus mandamentos.

1.1 – O desafio de Faraó

Moisés foi o homem escolhido para ser posto como Deus diante de Faraó e assim liderar a saída do Egito. Arão, o seu irmão, foi escolhido para ser o seu profeta.

Êxodo 7:1-2
​1 Então, disse o SENHOR a Moisés: Eis que te tenho posto por Deus sobre Faraó; e Arão, teu irmão, será o teu profeta.
2 Tu falarás tudo o que eu te mandar; e Arão, teu irmão, falará a Faraó que deixe ir os filhos de Israel da sua terra. (ARC)

O tempo de permanência no Egito estava cumprido e o povo deveria partir em direção a Terra Prometida.

No entanto, o povo judeu era a mão de obra escrava do Egito. Alguns estudiosos chegam a afirmar que eles muito contribuíram para construir uma das maiores civilizações antiga – o Egito.

Faraó, não poderia simplesmente deixá-los ir, no entanto desconhecia que aquele povo, não lhes pertencia, antes, tinha um outro dono (Gn 12.1-3; Êx 19.5-6).

A proposta de Moisés e Arão de deixar o povo sair das terras egípcias foi rejeitada por Faraó.

Êxodo 5:1-2
​1 E, depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.
2 Mas Faraó disse: Quem é o SENHOR, cuja voz eu ouvirei, para deixar ir Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir Israel. (ARC)

Norman Russell Champlin explica que Faraó não poderia mesmo ter respondido de outra maneira. Primeiramente, porque nenhum perdido conhece o Senhor Deus como uma experiência pessoal. Porquanto está morto em seus pecados. E, em segundo lugar, porque Deus estava endurecendo o coração do Faraó, ao passo que o Faraó também endurecia, por sua vez, o seu próprio coração, conforme por tantas vezes se lê a respeito de todo este incidente longamente historiado. Por conseguinte, o Faraó falou de tal modo que exprimiu o seu caráter distorcido e a realidade de seu estado espiritual.

Ainda acerca da resposta de Faraó, Warren W. Wiersbe afirma que se tratava de uma pergunta razoável, uma vez que o povo egípcio considerava o Faraó um deus, e por que seu rei deveria obedecer a um Deus estrangeiro que nem o Faraó e nem os egípcios conheciam? Além disso, que direito esse novo Deus tinha de chamar os israelitas de “meu povo”, quando, na verdade, os hebreus eram escravos do Faraó? Se o Faraó obedecesse àquela ordem, estaria reconhecendo uma divindade superior a ele, e não era o que pretendia fazer. Com todo seu orgulho e segurança, o Faraó não estava disposto a ouvir as palavras do Deus vivo.

O pensamento de perder os israelitas levou-o a tratá-los com maior crueldade e a sujeitá-los a redobrada servidão (Êx 5.6-9).

Faraó entendeu que eles estavam ociosos, isto é, desocupados e por isso cogitaram na hipótese apresentada por Moisés de adorar ao Senhor no deserto. Para Faraó, havia preguiça entre os hebreus que deveria ser combatida com mais serviços (Êx 5.17)!

Curiosidade: 

“Mostram-nos os registros históricos que, para os egípcios, o ócio era considerado uma das piores ofensas. Logo, o faraó estava aplicando a ética egípcia a situação, embora cegasse voluntariamente a sua mente quanto as reais condições de vida dos escravos. 
A arqueologia tem descoberto inscrições em túmulos que negam especificamente a pecha de preguiça por parte da pessoa falecida. 
No pós-túmulo, de acordo com as crenças egípcias, diante de Osíris, os homens mortos teriam de se justificar de qualquer suspeita de ter-se mostrado preguiçosos durante seu período de vida terrena.”

A atitude de Faraó não poderia ser ignorada pelo Senhor de toda a terra!

Jonathan Edwards muito bem expressou durante o seu famoso sermão: “Pecadores nas Mãos de um Deus Irado”: “Todos os reis da Terra são como gafanhotos; não são coisa alguma, menos do que nada; tanto o amor quanto o ódio deles são desprezíveis. A ira do grande Rei dos reis é muito mais terrível do que a deles, e sua majestade, muito maior.”

Tais palavras se encaixariam perfeitamente a Faraó e os dias de experimentar tal realidade já tomava contornos mais acentuados, pois Deus estava decidido a demonstrar e convencer a todos que Ele é o único Senhor.

1.2 – A resposta de Deus

As palavras de Faraó soaram como um desafio a Deus e o Senhor já havia determinado a forma como iria humilhar a Faraó, os seus deuses, o seu povo, o seu exército e ainda dizimar com a sua política, economia e religião de uma só vez.

O plano divino era apequenar uma das maiores dinastia que o mundo já conhecera e a estratégia era enviar dez pragas.

A palavra “praga” neste contexto significa “golpes” ou “ferir”. Deus iria golpear e ferir ao mesmo tempo as “divindades” celebradas pelos egípcios, bem como o ego de Faraó e seu povo.

Cada uma das pragas enviadas ao Egito, desmoralizava ou rebaixava alguma divindade ali adorada.

Através das pragas Deus também estava se revelando como o único e verdadeiro Deus tanto para Israel como para Faraó, o povo do Egito e as demais nações que ouviriam falar dos seus feitos (Êx 7.5; Dt 6.4; Js 2.9-12; Jo 17.3).

Em Êxodo 7.4-5, Deus reiterou o envio de flagelos terríveis sobre o Egito, os quais tinham como propósitos:

1 – Julgar tanto o governo quanto o povo por seus atos;

2 – Apressar a saída dos hebreus do Egito;

3 – Mostrar o poder de Deus sobre os deuses egípcios.

Transcreverei aqui com auxílio das informações extraídas do CACP (Centro Apologético Cristão de Pesquisa) um breve resumo das dez pragas publicadas no e-book que eu escrevi em 2018: “70 Anos de Israel – Um povo, uma história e um plano” que estará disponível em breve no site para aquisição.

Primeira praga – As águas se tornam em sangue (Êx 7.14-25)

O rio Nilo é o maior rio do mundo! Era a principal fonte de riqueza e prosperidade para os egípcios, por quem foi considerado com veneração supersticiosa como o berço dos deuses.

O reverendo Joseph S. Exell afirma que no mês de agosto, o rio, transbordava em suas ribanceiras e cobria as planícies com grandes lençóis de água. Assim que o rio voltava para o seu leito normal, cada homem que lançava a semente sobre a sua terra, aguardava com naturalidade a certeza da sua colheita.

Não é de surpreender que um rio que era a fonte de tais benefícios incalculáveis para os egípcios, devesse tornar um objeto de sua veneração religiosa.

O pastor Cesar Pereira Roza de Melo cita que esta praga foi um golpe contra o deus “Hapi”, o deus protetor das inundações do Rio Nilo.

Deus resolveu zombar dessas divindades que não tiveram forças para impedir que suas águas apodrecessem e cheirassem mal – Aleluia! 

A segunda praga – Invasão das rãs (Êx 8.1-5)

As rãs se multiplicam, saem do Nilo e invadem o Egito. É a natureza fora de controle!

Para os egípcios, o Faraó representava um deus que controlava o caos e, por causa disso, a falta de domínio sobre as rãs representa a ausência de poder do Faraó.

Além do que, as rãs eram animais sagrados para os egípcios. Um de seus ídolos, a deusa “Hekt”; tinha cabeça de rã, e que se supunha ter poder criador (fertilidade). Todos que queriam a fertilidade e um parto bem-sucedido invocavam tal divindade.

O Deus verdadeiro zombou também dessa divindade, pois ela não conseguiu impedir que o Egito fosse invadido por rãs. 

A terceira praga – Invasão dos piolhos (Êx 8.16-19)

Os egípcios detestavam piolhos e várias pessoas raspavam a cabeça para evitá-lo. 

O pó da terra, considerado sagrado no Egito, converteu-se em malditos piolhos!

Os sacerdotes egípcios, ao ministrarem nos lugares sagrados, usavam vestes brancas de linho. Estas deveriam ser alvas. Raspavam a cabeça e, antes de entrar para o lugar sagrado, examinavam-se minuciosamente, porque não podiam ter no seu corpo ou em suas vestes, qualquer inseto imundo e desprezível. Os piolhos representavam impureza!

Eles curavam as pessoas usando o pó sagrado da terra do Egito. Esse pó considerado sagrado agora causava grandes feridas aos egípcios. Era uma profanação aos seus deuses.

Devido a essa praga os sacerdotes egípcios ficaram impossibilitados de cumprirem seus rituais, pois estavam contaminados pela imundície dos piolhos!

Deus transformou aquilo que para eles era sagrado (pó da terra), naquilo que para eles era impuro (piolhos).

Até aqui, os magos ou feiticeiros egípcios conseguiram reproduzir os três primeiros sinais através do ocultismo (Êx 7.22; 8.7; 8.18).

Curiosidade

“A Bíblia condena práticas ocultistas. O ocultismo é detestável para Deus (Dt 18.10-12). Ele afasta as pessoas de Deus, desviando sua atenção e sua fé. 

Quem se envolve com ocultismo na verdade está se abrindo para a influência de demônios. As forças do diabo enganam, oferecendo conhecimento e poder para levar à destruição. 

Todo verdadeiro conhecimento e poder vem de Deus (Tg 3.15). O ocultismo apenas pode imitar (mal) esse poder. Comparado com o poder de Deus, o ocultismo é uma farsa! 

Deus revela Seu poder e Sua vontade claramente, sem ocultar (Dt 30:11-14). 

Deus oferece sabedoria de graça e de maneira simples e clara, através do evangelho!”

A quarta praga – Invasão das moscas (Êx 8.20-32)

Os egípcios eram muito higiênicos, chegavam a tomar três banhos por dia. Portanto, a presença de moscas era símbolo de sujeira – algo que eles não estavam acostumados. Moscas também ajudavam a transmitir doenças, porque mantinham contato com lugares imundos.

A quarta praga consistia em enxames de moscas que infestariam todo o Egito. Um novo elemento é introduzido a partir dessa praga – a distinção entre os Egípcios e os adoradores do verdadeiro Deus (Êx 8.22).

Enquanto as casas dos egípcios eram infestadas pelos enxames de moscas, os israelitas na terra de Gósen não foram atingidos (Êx 8.23,24).

Mais uma vez a falsa religião egípcia é derrotada. A separação entre israelitas e egípcios constituía uma evidência adicional do caráter miraculoso dos juízos divinos, planejados de modo a impressionar as pessoas de que Deus não era uma deidade local ou mesmo nacional, mas que possuía um poder que se estendia a todos os povos.

Eles também tinham em deus chamado Belzebu, que na crença deles era poderoso para afugentar moscas.

Enxames de moscas cobriram a terra do Egito. Infernaram Faraó e seu povo. Sacerdotes e magos clamaram a Belzebu e nada aconteceu.

Mais um deus foi desmoralizado!

A quinta praga – Peste nos animais (Êx 9.1-7)

Foi anunciado com antecipação o dia em que o juízo divino cairia sobre o rebanho egípcio, em forma de pestilência sobre os animais. 

Novamente há uma linha de separação entre os hebreus e os egípcios. Do rebanho de Israel nenhum animal foi atingido, enquanto todo o rebanho dos egípcios morreu (Êx 9.6,7).

O gado ajudava na plantação, por isso a morte de animais diminuía os recursos disponíveis, tais como alimentos.

Além disso, alguns animais tinham uma relação com a religião egípcia. Esta praga certamente atingiu a crença em divindades muito populares no Egito Antigo:

1 – Ápis – deus sagrado de Mênfis, da fertilidade dos rebanhos;

2 – Hator – deusa-vaca, deusa celestial;

3 – Nut – algumas vezes representada como uma vaca;

4 – Amon – o principal deles! O deus adorado em todo Egito, tinha a forma de um carneiro, animal sagrado. No baixo Egito, Amom era adorado em forma de um touro, ou bode, deus protetor dos rebanhos do Egito.

Tal divindade foi incapaz de proteger o rebanho egípcio. 

Assim, a morte dos animais também representava a morte dos deuses que nada puderam fazer!

A sexta praga – Úlceras (Êx 9.8-12)

Até aqui os magos egípcios estiveram presentes quando os milagres eram realizados, embora tivessem falhado em produzir sua imitação desde a quarta praga em diante.

Nesta ocasião a praga caiu sobre eles com tamanha severidade que não podiam continuar com o rei. Em vez disso, fugiram para suas casas, em busca de proteção e tratamento.

Além do incômodo causado pelas úlceras, as manchas na pele mostravam que a pessoa era doente. Os egípcios acreditavam que doenças como a úlcera eram provocadas por uma deusa chamada Sekhmet, portanto, para eles era como se fosse uma maldição divina.

Porém a mesma praga também era um duro golpe contra o deus Tifon. Na crença deles essa divindade protegia os egípcios contra qualquer ferida que fosse causada por qualquer coisa.

Os sacerdotes invocavam a Tifon e as cinzas do altar dele eram jogadas em todos os doentes. Agora, os próprios sacerdotes foram os primeiros a serem infectados.

Neste ciclo de pragas, os egípcios se achavam mais humilhados com suas divindades e em sua própria terra!

Deus de forma brusca e violenta, minava a credibilidade de cada deus egípcio, e Faraó que no início, ironicamente e orgulhosamente disse a Moisés: “Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel (Êx 5.2), estava a conhecê-lo da pior maneira possível!

Mackintosh tem algumas respostas a pergunta de Faraó: “Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz…?” O Senhor é:

1 – Teu Criador;

2 – Teu Benfeitor;

3 – Teu Redentor;

4 – Teu Governador.

A sétima praga – Chuva de pedras (Êx 9.13-35)

O Egito fica no meio do deserto, portanto as pessoas não estavam acostumadas com chuvas de granizo. Para elas era algo sobrenatural.

Este foi mais um duro golpe, desta vez, contra a deusa Serafis, protetora da lavoura do Egito. A tempestade de trovões, raios e saraiva devastou a vegetação, destruiu as colheitas de cevada e de trigo e matou os animais do Egito.

Este tipo de tempestade era quase desconhecido do Egito. Champlin argumenta que o termo trovão em hebraico significa literalmente “Vozes de Deus” e aqui insinua que Deus falava em juízo contra aquela nação pagã e contra seu panteão de deuses. Os egípcios que escutaram a advertência de Deus, conseguiram salvar o seu gado (Êx 9.20).

Ao cair, o granizo também devastava as plantações com o impacto no solo, reduzindo ainda mais os recursos dos egípcios.

A esta altura, a terra do Egito estava bastante avariada!

A oitava praga – Invasão de Gafanhotos (Êx 10.1-20) 

Os egípcios tinham além de Serafis, outra divindade chamada Isis que protegiam toda a vegetação de suas terras. A praga de gafanhotos trazida por um vento oriental consumiu a vegetação que havia sobrado da tempestade de saraiva. Isis e Serafis foram impotentes para proteger o Egito dos gafanhotos.

O juízo divino era mais uma demonstração de que a crença egípcia em deuses que, se supunha, garantir abundante colheita, eram falsos.

Deus encheu o ar e a terra de gafanhotos e além de Serafis e Isis, os deuses egípcios (Xu – deus do ar e Sebeque – deus-inseto) não puderam fazer nada para impedir (Êx 10.12-15).

Como os egípcios plantavam muito trigo, algo que os gafanhotos consomem, quando a praga de gafanhotos passa, a plantação não sobrevive. O que sobrou da saraiva não foi poupado pelos gafanhotos. Então, a população perde a esperança e há desespero!

Os deuses egípcios, um a um iam sucumbindo diante do Único e Verdadeiro Deus!

A nona praga – Trevas – Escuridão total (Êx 10.21-23)

O Egito ficou em uma escuridão tão densa que não era possível enxergar as pessoas e a mesma se estendeu por 3 dias.

As trevas foram totais e absolutas. Um homem não conseguia ver o outro mesmo que estivesse a um palmo apenas na sua frente, mas na casa dos hebreus havia luz (Êx 10.23).

Como as pragas anteriores, essa desferiu um forte golpe nos deuses egípcios. O deus-sol tinha sido o principal no Egito por séculos.

Os maiores templos que o mundo já viram foram construídos em sua honra, e um deles, o grande templo em Karnak, no alto Egito, é ainda magnificente, mesmo em ruínas.

Outro deus era o “disco sol Aton”, que poucas décadas depois do Êxodo se tornou o deus supremo do sistema religioso egípcio.

Por ocasião da nona praga, a completa impotência desses deuses estava demonstrada claramente aos seus adoradores.

Para os egípcios, essa praga representava o fim do mundo. Porque, para eles, o Sol era o deus Rá. Na história de Rá, quando o Sol descia ao horizonte, ele estava caminhando para o mundo dos mortos. Caso ele não retornasse pela manhã, o mundo morreria. Então, quando o dia fica escuro, as pessoas acreditam que o mundo acabou.

Fora um grande golpe a todos os deuses do Egito, especialmente contra o deus Rá, o deus solar. Os luminares celestes, objetos de culto, eram incapazes de penetrar à densa escuridão. Foi um golpe direto contra o próprio Faraó, suposto filho de Rá, Faraó era chamado de “O FILHO DE SOL”.

No entanto o pior estava por vir!

A décima praga – Morte dos primogênitos – (Êx 11.1-10; 12.29-30)

O Egito estava completamente arruinado (Êxodo 10.7).

Agora vem o cumprimento da Lei da Semeadura. Os egípcios tinham matado as crianças dos judeus, agora eles mesmos colhiam o fruto da sua semeadura.

Primogênito é o primeiro filho de um casal. Na sociedade antiga, os primogênitos sucediam a liderança do pai e herdavam os bens. Significa que o filho mais velho do faraó assumiria o trono, porém a morte sobreveio à meia-noite.

O filho de Faraó também é morto e todas as famílias egípcias também perdem seus primogênitos. Um grande clamor de desespero ouviu-se por todo o Egito.

Este golpe cairia sobre os primogênitos dos homens e dos animais.

A morte dos primogênitos causou o maior vexame para a religião do Egito. Os governantes do Egito chamavam a si mesmos de “filhos de Rá”, e se autoproclamavam divinos. A morte dos primogênitos foi uma grande humilhação.

O caminho estava aberto e Israel estava prestes a sair da terra de escravidão.

2 – DEUS ESTABELECE O MONOTEÍSMO

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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