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Central Gospel – 1º Trimestre 2020 – 01-03-2020 – Lição 9 – O poder do Espírito Santo

28/02/2020

Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO BÍBLICO BÁSICO

Efésios 5:8-21

8 Porque, noutro tempo, éreis trevas, mas, agora, sois luz no Senhor; andai como filhos da luz

9 (porque o fruto do Espírito está em toda bondade, e justiça, e verdade),

10 aprovando o que é agradável ao Senhor.

11 E não comuniqueis com as obras infrutuosas das trevas, mas, antes, condenai-as.

12 Porque o que eles fazem em oculto, até dizê-lo é torpe.

13 Mas todas essas coisas se manifestam, sendo condenadas pela luz, porque a luz tudo manifesta.

14 Pelo que diz: Desperta, ó tu que dormes, e levanta-te dentre os mortos, e Cristo te esclarecerá.

15 Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios,

16 remindo o tempo, porquanto os dias são maus.

17 Pelo que não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.

18 E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito,

19 falando entre vós com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, cantando e salmodiando ao Senhor no vosso coração,

20 dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo,

21 sujeitando-vos uns aos outros no temor de Deus. (ARC)

TEXTO ÁUREO

Romanos 8:9

9 Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se é que o Espírito de Deus habita em vós. Mas, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Conscientizar-se de que o avivamento não é apenas parte da história da Igreja, ele também está presente nela hoje;
  • Buscar a capacitação no Espírito Santo, para amar incondicionalmente;
  • Compreender que o Espírito Santo nos tornar aptos para suportar as tentações e as tribulações;
  • Lutar contra as concupiscências da carne com a ajuda do Espírito Santo.

PALAVRA INTRODUTÓRIA

Paz seja convosco nobres companheiros(as) do ministério do Ensino.

Neste estudo abordaremos sobre o poder do Espírito Santo de Deus e como este pode ser compartilhado ao homem espiritual.

Etimologicamente, a palavra “poder” deriva do latim “potere”. Esta é a capacidade de deliberar arbitrariamente, agir, mandar e também, dependendo do contexto, a faculdade de exercer a autoridade, a soberania, o império. “Poder” tem também uma relação direta com capacidade de se realizar algo, aquilo que se “pode” ou que se tem o “poder” de realizar ou fazer.

Norman Russell Champlin acrescenta que a base da palavra portuguesa “poder” é o latim, “posse”, “ser capaz”. O poder consiste na capacidade de agir; é potência; é uma virtude mediante a qual uma pessoa ou uma coisa pode tornar algo uma realidade. Poder é capacidade em potencial; é força ativa em operação; é o direito de ser ou de fazer alguma coisa; é qualquer forma de energia. Na física, o poder é a taxa com que a energia é convertida ou transferida em trabalho.

Biblicamente falando, Deus é o Ser Todo-Poderoso (onipotente), sendo ele a fonte originária de todos os outros estados e atos de poder.

No hebraico:

  1. koach, “ser firme”, “agir vigorosamente”, “produzir”. Essa palavra figura por cento e vinte e uma vezes (Gn 31:6 a Zc 4:6). Esse termo é usado em todos os tipos de conexão, divina e humana.
  1. Oz, “força”, “dureza”, “segurança”, “majestade”. Esse vocábulo ocorre por noventa e quatro vezes (Lev 26:19; Ed 8:22; Sl 59:16; 62:11; 63:2; 66:3; 78:26; 90:11; 150:1; Ez 30:6; Hb 3:4). Também é palavra usada para indicar qualquer tipo de poder.
  1. Geburah, “valor”, “poder”, “força”, “domínio”; usada por sessenta e uma vezes (Dt 3:24; Jz 5:31; 1Re 15:23; 2Re 10:34; 1Cr 29:12,30; Et 10:2; Is 11:2; Jr 9:23; 10:6; Ez 32:29,30; Dn 2:20,23; Mq 3:3; 7:16.

Um bom número de outras palavras hebraicas também aparece, mas elas são, essencialmente, sinônimos dessas três palavras mencionadas.

No grego:

  1. dúnamis, “poder”, indicando obras poderosas (milagres). Daí é que vem o termo moderno “dinamite”. É vocábulo usado por cento e vinte vezes no Novo Testamento, desde Mateus 6:13 até Apocalipse 19:1. Os verbos “dúnamai” e “dunamóo” também são muito comuns, sobretudo o primeiro deles.
  1. Eksousía, “poder”, “autoridade”, “direito”. Essa palavra ocorre por cento e três vezes no Novo Testamento, de Mateus 7:29 a Apocalipse 22:14. A forma verbal “eksousiázo” ocorre por três vezes (Lc 22:25; 1Co 6:12; 7:4). Também pode ser traduzida com o sentido de “jurisdição”, e até “liberdade”.
  1. Krátos, “poder”, “domínio”, “força”. Vocábulo que foi usado por doze vezes no Novo Testamento (Lc 1:51; At 19:20; Ef 1:19; 6:10; Cl 1:11; 1Tm 6:16; Hb 2:14; 1Pe 4:11; 5:11; Jd 25; Ap 1:6; 5:13). As formas verbais “kratéo” e “krataióo” também são bastante frequentes. A ideia básica de “dúnamis” é “força”; de eksousía é “direito”, “legalidade”; de krátos é “superioridade”. O adjetivo “krátistos”, “nobre”, “excelente”, “ilustre”, deriva-se desse último vocábulo (Lc 1:3; At 23:26; 24:3; 26:25).

Repetimos que Deus é chamado na Bíblia de o “Todo-Poderoso” (Gn 17:1; 35.11). O trecho de I Crônicas 29:11,12, é uma das mais destacadas entre as passagens que assim chamam Deus. Lemos ali:

“Tua é, SENHOR, a magnificência, e o poder, e a honra, e a vitória, e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra; teu é, SENHOR, o reino, e tu te exaltaste sobre todos como chefe. E riquezas e glória vêm de diante de ti, e tu dominas sobre tudo, e na tua mão há força e poder; e na tua mão está o engrandecer e dar força a tudo.” (ARC)

O mundo foi feito mediante o poder de Deus (Jr 51:15). O povo de Israel foi tirado do Egito pelo poder do Senhor (Êx 32:11). Os servos especiais de Deus veem grandes obras poderosas através do poder divino (Dn 3:27; 6:27). Deus tem o poder de vida e de morte (Sl 49:15; 79:11; 89:48). Mesmo a esperança da ressurreição do corpo depende do poder de Deus (Fp 3:21).

O poder de Deus pode ser classificado como:

1 – Imenso (Sl 79:11);

2 – Forte (Sl 89:13);

3 – Glorioso (Is 63:12);

4 – Eterno (Rm 9:21);

5 – Soberano (Rm 9:21);

6 – Eficaz (Is 43:13);

7 – Irresistível (Dt 32:39);

8 – Incomparável (Êx 15:11; Ec 3:11).

9 – O poder de Deus pode tudo (Ml 19:26).

Cristo, o Logos, foi o poder responsável pela criação (Jo 1:1-3; Cl 1:16); é o responsável pela sustentação da criação (Cl 1:17). Nele reside, igualmente, o poder da encarnação (Jo 1:14), mediante o qual a vida espiritual manifesta-se aos homens. O poder do Espírito de Deus atuava poderosamente em Jesus Cristo para cumprimento de sua missão terrena especial (Lc 4:14). Esse poder mostrou-se eficaz em sua vida (Lc 4:36; 6:19; 8:46; 10:13; At 2:22). Cristo tinha o poder de dar a sua vida e de retomá-la (Jo 10:18). Haverá tremenda manifestação do poder de Cristo, por ocasião de sua parousia (Mt 24:30; 26:64). Cristo outorgou aos seus discípulos o poder de darem continuidade à sua missão (Mt 28:18).

Os discípulos de Cristo são agentes de seu poder (Lc 2:49; At 1:8; Ef 3:20; Fp 3:10; 2Ts 1:11). Por essa razão, as orações deles são poderosas (Tg. 5:16). A passagem de João 14:12 diz que os que crerem em Cristo serão capazes de realizar obras ainda maiores que o próprio Jesus realizou, se tiverem nele a fé suficiente.

O poder do Espírito Santo, atua para dar um contínuo sucesso à missão de Cristo (At 1:8). O trecho de João 14:12 também deixa isso entendido, visto que os discípulos só poderiam fazer obras maiores que as de Jesus, se Ele fosse para o Pai, indicando que assim Ele enviaria a eles o seu Espírito Santo (Lc 4:14; Mt 12:28; Sl 104:30).

A Igreja é a comunidade dos salvos e o agente do Espírito Santo na propagação da mensagem de Cristo e do poder do evangelho. Poder pode ser um dom de Deus (1Co 14:3), que alguns crentes possuem, o que, provavelmente, indica a capacidade de realizar grandes obras e milagres. Também é preciso poder para que o crente compreenda as profundas realidades da fé, o que é um ideal acenado para todos os crentes (Ef 3:18.19). Algumas igrejas locais têm pouco poder material (Ap 3:8), mas se dependerem do poder de Cristo e de seu Espírito, poderão ser eficazes na sua expressão.

O poder de Deus é algo imensurável, ilimitado e tais características o torna ÚNICO. É capaz de nos fazer ter fé até mesmo no que é considerado impossível e realizar obras inacreditáveis!

1 – O REVESTIMENTO DO AMOR

O poder dispensado pelo Espírito Santo aos primeiros cristãos não se resume a obras espetaculares oriundas da virtude recebida no dia de Pentecostes para testemunharem de Cristo, mas principalmente, aquela que se desenvolve no interior do servo fiel. Tanto a primeira como a segunda, glorificam a Deus, no entanto a primeira fala de dons e a segunda de “frutos” do Espírito.

A capacidade virtuosa que reveste o cristão a dar o testemunho fiel de Jesus pela pregação do evangelho é indispensável para o exercício no Reino de Deus, no entanto, realizar tal obra sem as credenciais do amor será sempre um atestado de fracasso e certamente nos acharemos reprovados diante do nosso Senhor.

Não foi sem motivos que Jesus resumiu os 613 preceitos da lei da cosmovisão judaica e os 10 mandamentos de Moisés em duas grandes ordenanças:

Marcos 12:30-31

30 Amarás, pois, ao Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento, e de todas as tuas forças; este é o primeiro mandamento.

31 E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo. Não há outro mandamento maior do que estes. (ARC – grifo meu)

O amor é um atributo moral e comunicável de Deus. Todas as suas ações são baseadas no amor. O texto áureo da Bíblia diz que “Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito para todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo 3.16). O amor de Deus é sacrificial!

O próprio Cristo padeceu no madeiro, pois a sua obediência tinha como esteio o próprio amor a humanidade (Fp 2.8). Do mesmo modo nós, se amamos a Deus, a Ele seremos obedientes.

João 14:15

15 Se me amardes, guardareis os meus mandamentos. (ARC) 

Logo, o amor é o fundamento do cristianismo e o arrimo da nossa fé.

1.1 – O amor sempre

Jesus Cristo foi o maior exemplo da prática do amor, mesmo em situações de extrema infidelidade, quando Judas no Getsêmani, foi ao seu encontro e o beijou como sinal de identificação aos soldados romanos de quem era Jesus na escuridão do jardim. A resposta do Cristo, foi uma pergunta singela e amorosa: “Amigo, a que vieste?” (Mt 26:50). Somente Jesus poderia chamar o seu traidor, aquele que o estava entregando ao martírio e a morte de AMIGO.

O renomado psicólogo e psiquiatra Augusto Cury revela que nunca na história, um traidor foi tratado com tanta dignidade pela pessoa traída, indicando que na verdade, Jesus não tinha medo de ser frustrado ou decepcionado, Ele não queria perder o amigo. Isso é amor na essência (acréscimo meu).

Mas quem faria questão de manter um amigo que acabará de trair? Somente quem eleva o amor ao patamar mais sublime da vida – Jesus Cristo!

Em ocasiões de extremo sofrimento como na sua crucificação; ensanguentado, ferido, corpo dilacerado, perfurado por espinhos, cravos e lança, humilhado, fadigado, sofrendo os horrores da cruz, disse: “Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23.34). Somente o amor poderia expressar o ato de perdão em situação como aquela.

Jesus deixou o exemplo e quando discorria sobre o pecado de um irmão (Mt 18.15-20), Pedro fez uma pergunta intrigante:

Mateus 18:21

21 Então, Pedro, aproximando-se dele, disse: Senhor, até quantas vezes pecará meu irmão contra mim, e eu lhe perdoarei? Até sete? (ARC)

Alguns estudiosos imaginam que Pedro tinha em mente o poema de Lameque que se orgulhava por ter matado um varão e um jovem e se exaltava, porque quem tocasse em Caim por ter matado Abel, seria castigado sete vezes, mas Lameque recitava que aquele que o tocasse seria castigado setenta vezes sete (Gn 4.15,24), engrandecendo o desamor. No entanto, Jesus fez um trocadilho com o poema vingativo de Lameque, substituindo-o pelo amor incondicional, isto é, o perdão que se concede baseado no amor deve ser concedido quantas vezes forem necessárias.

Mateus 18:22

22 Jesus lhe disse: Não te digo que até sete, mas até setenta vezes sete. (ARC)

Outros estudiosos afirmam que a regra observada entre os judeus, segundo os ensinos da literatura judaica, o perdão deveria ser concedido por três vezes; e, quando Pedro falou em “sete vezes”, como padrão possível, sem dúvida, pensou que sua regra foi extraordinariamente generosa. A citação abaixo ilustra a atitude dos judeus: “Se um homem pecar, a primeira vez eles o perdoam; a segunda vez eles o perdoam; a terceira vez eles o perdoam; mas da quarta vez não perdoam, de acordo com Amós 2:6 e Jó 33:29”

A vingança ilimitada do homem primitivo cede lugar ao perdão ilimitado dos cristãos que procuram imitar o seu mestre (1Co 11.1)!

1.2 – O amor sem distinção

O amor de Deus é chamado de amor Ágape. Aliás dentro do vocabulário grego, a palavra “amor” possui quatro significados distintos. Dependendo do texto bíblico, a palavra “amor” recebe uma definição.

Os quatro tipos de amor no grego:

Eros: Aparece com frequência na literatura grega secular, mas não na Bíblia. Amor totalmente humano carnal, físico. O amor que tem a necessidade de satisfazer a si próprio. Sua melhor declaração seria: “Eu amo você porque você me faz feliz”. Por seu temperamento alegre (você me diverte), por sua beleza e sensualidade (você me dá prazer), porém quando uma dessas características desaparece, o amor morre. Esse tipo de amor só quer receber.

Philos: Representa o afeto terno. Usado para referir-se a uma amizade e que ao menor desentendimento pode ruir. Depende da reciprocidade é menos egoísta que o amor Eros. Desenvolve amizades com aqueles que tem algo em comum. É uma relação de troca. Meio a meio.

Storge: Um amor mais relacionado à família, parentes etc. Pode ser o amor que os pais têm pelos filhos e vice e versa, o amor entre cônjuges (2Sm 21.10,11). É mais profundo que os demais, porém não se equipara com o amor de Deus.

Àgape: Expressa à natureza essencial de Deus. Amor incondicional. Esse amor não é egoísta, não busca a própria felicidade, mas a do outro a qualquer preço. Não dá 50 para receber 50, mas dá 100 e não espera nada em troca.

Cristo requer que amemos uns aos outros com a mesma intensidade e forma que Ele nos amou.

Para o apóstolo Paulo, o amor para com o próximo é um dever do cristão. Entende-se por “dever”, aquilo que é obrigado a fazer, constrangido a realizar. Leiamos:

Romanos 13:8

8 A ninguém fiqueis devendo coisa alguma, exceto o amor com que vos ameis uns aos outros; pois quem ama o próximo tem cumprido a lei. (Almeida Revista e Atualizada – grifo meu)

Strong define a palavra “devendo” do texto acima como sendo oriunda da palavra grega “opheilo” ou (em tempos determinados) sua forma prolongada “opheileo” (da ideia de incremento); seus significados podem ser:

1) dever

1a) dever dinheiro, estar em débito com

1a1) aquilo que é devido, dívida

2) metáfora a boa vontade devida

Champlin detalha sobre como devemos pagar esta dívida de amor:

1 – Eis uma dívida que não diminui, sem importar quanto dela já tenha sido pago. Trata-se de uma dívida infinita, porque é o próprio princípio normativo da espiritualidade.

2 – A inspiração por detrás do pagamento dessa dívida, é o Espírito Santo (Gl 5:22), pois Ele nos inspira a servir ao próximo com uma atitude altruísta.

3 – O exemplo dado por Cristo é o nosso padrão, pois Ele serviu até aos seus próprios adversários (Rm 5:6 …). Somente o amor permite amar a quem nos fere.

4 – O amor deveria ser as ações de toda a família de Deus (Jo 13.35; 14.21).

5 – A lei era incapaz de expressar esse amor, como também não podia saldar, em sentido algum, a dívida infinita. Porém, esse amor é o cumprimento mesmo de toda a lei (Rom 13:8 …).

6 – Quando estamos pagando nossa dívida de amor, isso permite que Deus nos beneficie de múltiplas maneiras, pois é impossível alguém dar mais do que Deus (Lc 6:38).

7 – Quando pagamos essa dívida, na realidade estamos devolvendo aquilo que devemos a Deus, pois Ele é a origem de todo nosso bem-estar, bem como o galardoador de tudo quanto possuímos (Tg 1:17).

8 – Cumpre-nos pagar essa dívida a Deus, pois esse é o maior de todos os mandamentos (Mt 22:37). Amamos a Deus servindo ao próximo (Mt 25:35 …).

9 – O pagamento contínuo desta dívida é um preventivo contra o mal. Se nos mantivermos atarefados no serviço ao próximo, dificilmente poderemos estar fazendo outras coisas que os prejudique.

10 – Quando estamos saldando essa dívida, também estamos servindo a nós mesmos, pois o amor é a comprovação da espiritualidade, e, na medida em que vamos crescendo espiritualmente, também vamos sendo beneficiados de inúmeros modos.

As nossas dívidas financeiras são “finitas”, e podem ser saldadas com um pouco de cuidado de nossa parte. Nossa dívida de amor, porém, é e será sempre “infinita”, exigindo não apenas nossa atenção e cuidados, mas igualmente a expressão eterna de nosso ser, porquanto essa dívida jamais cessa.

Essa é a essência mesma da vida, do ponto de vista de Deus. Deus amou, o mundo de tal maneira que deu seu próprio Filho, Jesus Cristo. Aquele que se assemelha a Deus é que se foi tornando mais e mais semelhante a Cristo, estando o seu coração pronto a dar, tanto do que lhe pertence como dar de si mesmo.

O Espírito Santo é o doador do amor indistinto, e na Lei do Amor, amamos os nossos inimigos, oramos por eles, se nos ferir em uma face, oferecemos a outra, se nos mandar caminhar uma milha, vamos duas, se nos pedir a capa, oferecemos também a túnica, e assim, quem ama o seu próximo, sempre pagará o mal com o bem, pois uma das formas de sermos reconhecidos como discípulos de Jesus Cristo é amando incondicionalmente uns aos outros (Jo 13.35).

2 – O REVESTIMENTO DE RESILIÊNCIA

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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