Buscar no blog
17/10/2017
Este post é assinado por: Cláudio Roberto
TEXTO ÁUREO
TEXTO DE REFERÊNCIA
INTRODUÇÃO
A experiência do gozo da salvação, o ingresso na família e no reino de Deus proporcionada pela fé em Cristo, necessariamente passa pelo crivo do arrependimento.
As boas novas apresentadas nos evangelhos e expostas também no livro de Atos, não vinham desassociada do arrependimento (Mt 3.2; 4.17; At 2.38; 3.19).
A doutrina do arrependimento é sub-doutrina da Salvação (Soteriologia) e é um dos passos elementares da verdadeira conversão a Deus.
1 – A NECESSIDADE DO ARREPENDIMENTO
Quando o assunto é arrependimento para alcançar a salvação em Cristo Jesus, não estamos apenas afirmando que algo é necessário, não estamos apenas dizendo que é importante, mas que é indispensável!
A salvação somente é efetivada na vida do homem mediante o arrependimento acompanhado da fé em Jesus Cristo, isto é, ela é imprescindível para o processo da redenção.
O arrependimento não é tão somente uma correção da rota, mas uma guinada de 180 graus que muda totalmente e radicalmente a direção do caminhante.
O homem verdadeiramente arrependido se convence dos seus pecados e vira-se para a direção oposta, passando agora a vislumbrar a Deus, a sua palavra e a desfrutar da sua terna companhia.
1.1 – O arrependimento e o seu significado
Wycliffe, afirma que no AT, arrependimento vem da palavra hebraica ‘naham’ e significa ‘uma mudança de ideia’ ou ‘de propósito’, ou, às vezes, ‘lamentar-se de algo’.
A doutrina do arrependimento é apresenta mais claramente no NT pelo substantivo ‘metanoia’ e seu verbo coligado.
Strong a defini como:
1) mudar a mente, i.e., arrepender-se;
2) mudar a mente para melhor, emendar de coração e com pesar os pecados passado.
E tem o mesmo significado da mensagem de arrependimento pregada por Jesus e por Pedro:
O termo é um convite para que os homens se convertam de seus pecados e busquem a graça de Deus, ou ainda um registro ou referência desta atitude de arrependimento.
O arrependimento pode ocorrer por parte daqueles que se declaram cristãos (2 Co 7.9,10; Ap 2.5,16,21,22; 3.3,19), embora o apelo ao arrependimento seja geralmente dirigido aos descrentes.
Arrependimento então, envolve uma completa mudança de pensamento sobre o pecado e a nítida percepção da necessidade de um Salvador. O arrependimento faz o homem ficar tão contristado por causa do pecado, que ele aceita com alegria tudo o que Deus requer para uma vida de retidão.
O homem arrependido, agora, deixa de produzir frutos da carne que o conduz para a perdição, tais como: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas (Gl 5.19-21) e passa a produzir frutos dignos de arrependimento (Gl 5.22), isto é, frutos que comprovam a sua mudança de vida e que se voltou para Deus, frutos de quem é salvo em Jesus Cristo.
1.2 – Por que necessitamos de arrependimento?
Após Adão, o homem passou a carregar em si aquilo que a teologia chama de CULPA UNIVERSAL.
Salomão observou que não havia homem algum que não necessitasse de arrependimento: “Não há homem justo sobre a terra que faça o bem e que não peque” (Ec 7.20). No Novo Testamento, o apóstolo Paulo fez a mesma observação: “… Não há um justo, nem um sequer” (Rm 3.10).
Toda injustiça precisa de perdão e todo perdão é concedido a quem se arrepende. Sem arrependimento não há perdão e sem perdão não há justificação!
Muitos chamam a si mesmos justos, simplesmente porque vivem uma vida melhor, mais aceitável do que seus vizinhos. Porém trata-se de uma comparação no padrão humano de julgamento. Eles julgam não haver necessidade de arrependimento, no entanto devemos compreender que Deus não nos avalia comparando-nos com o nosso próximo, mas pelo padrão de justiça dEle: “… e todas as nossas justiças como trapo da imundícia … ” (Is 64.6). “… pois todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Rm 3.23).
Como toda a humanidade está debaixo da condenação de Adão e como não há justiça humana que seja aceita por Deus, Ele propiciou ao homem o envio do Seu Único Filho para que através de sua morte, toda a humanidade fosse justificada por Ele.
A obra de justiça realizada por Jesus no calvário trouxe absolvição a todos os injustos e o arrependimento remove a culpa e a vergonha!
Gibbs afirma que o verdadeiro ensinamento das Escrituras é que Adão introduziu o pecado no mundo e transmitiu a natureza pecaminosa ao gênero humano de sorte que todos que chegam à idade de fazer a sua escolha, inevitavelmente escolhem o pecado que conduz à morte.
Desta forma, o arrependimento é uma necessidade imperiosa para que o homem possa desfrutar da comunhão e da paz com Deus (Is 59.2; II Co 5.18).
O arrependimento também permitirá Deus operar uma transformação na vida do Cristão, conferindo mudança em seu caráter, mente, obras e comportamentos (II Co 5.17).
1.3 – Os agentes provocadores do arrependimento
Há uma solene declaração na Escritura dita por Jesus: “E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado” (Mc 16.15-16).
Tal declaração revela-nos que há uma mensagem a ser anunciada (a mensagem do evangelho) e que a resposta humana a esta mensagem traçará o seu destino eterno, pois aquele que “crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”.
O conteúdo desta mensagem é Cristo e o encarregado de persuadir o homem e convencê-lo do seu verdadeiro estado, levando-o a conversão, é o Espírito Santo.
A obra primordial do Espírito Santo no que tange ao testemunho e a proclamação do evangelho, é a de convencer o mundo (humanidade) do pecado.
O termo ‘convencer’ vem do grego ‘elencho’, cujo significado é: ‘expor’, ‘reprovar’, ‘refutar’ e por fim‘convencer’ do pecado.
Tal obra do Espírito Santo opera em três aspectos em relação ao pecador:
A obra do Espírito Santo, além de convencer do pecado, da justiça e do juízo será manifesta em todos os crentes verdadeiramente cheios do Espírito Santo.
Cristo, cheio do Espírito Santo (Lc 4.1), testificou ao mundo “que as suas obras eram más” (Jo 7.7; 15.18) e chamava os homens ao arrependimento do pecado (Mt 4.17).
João Batista, cheio do Espírito Santo desde seu nascimento (Lc 1.15), expunha os pecados do povo judeu (Mt 11.7; Lc 3.1-20) e Pedro, cheio do Espírito Santo (At 2.24), convencia os corações de quase 3000 mil pecadores, ao pregar o arrependimento e o perdão dos pecados (At 2.37-41).
O que vemos neste resumo é que existe uma claridade como o sol ao meio dia que qualquer pregador ou igreja que não expõe publicamente o pecado, nem a responsabilidade do pecador, nem o conclama ao arrependimento e a retidão bíblica, não procede do Espírito Santo.
2 – O PROCESSO DO ARREPENDIMENTO
Gibbs, afirma que o pecador dá pelo menos quatro passos em direção ao arrependimento:
Comentaremos os três primeiros, conforme a lição, já que abordamos no tópico acima, a questão do arrependimento sucintamente.
2.1 – A convicção
Vimos que a Palavra de Deus e a ação do Espírito Santo no coração de quem ouve, resulta no convencimento dos próprios pecados.
O homem, após ou durante a mensagem de salvação, experimenta a operação do Espírito Santo; de um instante para outro, coloca em cheque suas atitudes, suas crenças e convicções; e de forma consciente passa a questioná-los em seu interior.
A confrontação é violenta e o homem se vê miseravelmente vulnerável e completamente acuado em uma parede, tendo a sua frente o dedo de Deus em riste declarando o seu real estado de condenação.
A realidade causada pela presença e consciência do pecado no coração e mente do homem é tamanha que faz com que ele se agarre a única esperança de se ver livre das suas consequências – JESUS.
Uma mensagem pregada por alguém cheio do Espirito Santo, promove uma convulsão espiritual nos ouvintes e como exemplo, trazemos aqui o sermão pregado no dia 08 de julho de 1741 na cidade de Enfield, Connecticut – EUA pelo célebre irmão Jonathan Edwards…
Ele leu em Deuteronômio 32.35 que diz: “Minha é a vingança e a recompensa, ao tempo em que resvalar o seu pé; porque o dia da sua ruína está próximo, e as coisas que lhes hão de suceder se apressam a chegar”.
O Sermão falava sobre a ira de Deus sobre os homens e em determinado momento de sua prédica, exatamente quando fazia a aplicação de tudo que havia dito, Edwards passa a afirmar conforme o resumo abaixo:
“Isto que vocês ouviram é o caso de cada um de vocês que não estão em Cristo. Aquele mundo de miséria, aquele lago de enxofre incandescente, está largamente estendido abaixo de vocês. Há o horrendo abismo de chamas ardentes da Ira de Deus; há a enorme boca do inferno escancaradamente aberta; e você não tem nada para se manter acima deles, nem nada que para se segurar, não há nada entre você e o inferno além de ar; é somente o poder e a mera vontade de Deus que te mantém acima.
Você provavelmente não tem ciência disto; você se percebe sendo mantido fora do inferno, mas não vê a mão de Deus nisto; e busca outras coisas, como o bom estado de sua constituição corporal, você tem cuidado de sua própria vida, e dos meios que você usa para sua própria preservação. Mas, na verdade, estas coisas não são nada, se Deus retirar sua mão, elas não servirão para evitar a sua queda, mais do que o ar rarefeito irá segurar uma pessoa que esteja nele suspensa […] Se você soubesse que havia uma pessoa, e apenas uma, em toda a congregação, que estava para ser objeto desta miséria, que coisa terrível seria pensar sobre isto! Se nós soubéssemos quem ela é, que horrível visão seria ver tal pessoa! Como poderia todo o resto da congregação se levantar e lastimosa e amargamente chorar sobre ele! Mas, ai meu Deus! Ao invés de um, quantos provavelmente irão se lembrar deste discurso no inferno? E seria um milagre, se alguns dos que agora estão presentes, não estejam no inferno em pouco tempo, mesmo antes de este ano acabar. E não seria milagre algum se algumas pessoas, das que estão agora sentadas aqui, em alguns dos assentos deste local de reunião, com saúde, quietos e seguros, estejam lá antes de amanhã de manhã. Aqueles de vocês que finalmente continuarem em uma condição natural, que os mantenha fora do inferno por mais um pouco, logo estarão lá! Sua danação não descansa; ela virá rapidamente, e, com toda probabilidade, muito repentinamente sobre muitos de vocês […], Contudo, permita que cada um que está sem Cristo, acorde agora e afaste-se da ira que virá. A Ira do Deus Todo-Poderoso está, neste momento, sem dúvida pendendo sobre grande parte desta congregação: Permita que cada um se afaste de Sodoma: “Apressem-se e escapem por suas vidas; não olhem para trás; escapem lá para o monte, para que não sejam consumidos.”
O resultado, todos conhecem… dizem que enquanto Jonathan Edwards aplicava o seu sermão, as pessoas que o escutavam choravam DESESPERADAMENTE e se agarravam às colunas dizendo que sentiam o chão se abrir e que o inferno estava sugando-as. O pavor tomou conta de todos no recinto que gritavam histericamente buscando salvação em Cristo, pois todos estavam tremendamente convictos de suas misérias e pecados!
Uma vez em Jesus, o homem arrependido e convencido da necessidade do Salvador, passa a deleitar-se no seu Senhor, tendo a sua vida transformada de dentro para fora e como bem frisou o Bispo Abner: “enquanto o sistema mundano procurar tirar pessoas de uma vida de misérias, Cristo, através de Sua Palavra, tira a miséria da vida das pessoas”.
Para o mundo, miséria consisti em um estado sócio econômico do indivíduo e família, mas para Cristo, a miséria é o pecado que controla o homem e o conduz para a perdição.
Aqueles que se tornam convictos de suas transgressões contra Deus, tem uma luz que se ascende nos porões da sua alma e todas as más obras são vistas, passam a cheirar mal e lhe causar dores nos “ossos”… É como uma bomba que explode em seu interior e os seus alicerces são terrivelmente estremecidos e vem ao chão… Neste momento o único escape da arrepiante experiência é Cristo…
2.2 – A contrição
Contrição é o ato de alguém se lamentar e realmente entristecer-se pelos próprios pecados e delitos. Verifica-se, porém que tal tristeza pelo pecado neste caso, se dá em um nível elevadíssimo!
No hebraico, a palavra é ‘dakka’ e significa ‘esmagado’, ‘ferido’, ‘contrito’.
Strong defini os significados como sendo:
1) esmagar, ser esmagado, estar contrito, estar quebrantado;
Este é o verdadeiro sentimento que deve acompanhar alguém arrependido.
A contrição produz na pessoa arrependida aversão as práticas passadas que aborreciam a Deus, então ele mesmo passa a sentir o mesmo aborrecimento do Criador pelos atos pecaminosos.
A contrição está atrelada muito mais ao sentimento de amor e gratidão a Deus por sensibilizar o pecador de suas transgressões do que pela ansiedade da punição que esta pode lhe proporcionar.
Essa condição também o fará tentar, quando possível, consertar os danos causados pelos pecados cometidos a outros, como fez Zaqueu “… e, se em alguma coisa tenho defraudado alguém, o restituo quadruplicado” (Lc 19.8b).
Roberto L. Brandt e Zenas J. Bicket afirmam que os exemplos no Antigo Testamento do uso adjetivado dessa palavra (dakka – contrito) são os seguintes:
A contrição é uma atitude de coração que envolve humildade, quebrantamento de espírito, admissão de pecado e tristeza pelas transgressões cometidas; ao mesmo tempo, implora a Deus por sua misericórdia.
Apenas a tristeza pelo pecado pode conduzir ao desespero ou ao arrependimento. Uma vida toda de lágrimas não apaga um pecado sequer, para ter seu nome escrito no “Livro da Vida”, mas a decisão para rejeitar o pecado e buscar a Deus, remove todos os pecados.
O arrependimento de Davi ao final revelou contrição pelo pecado (Sl 51.17) e desta forma alcançou o perdão de Deus (Sl 51.9) e tornou a ter novamente o gozo da salvação (Sl 51.12).
2.3 – A confissão
O pecador arrependido e convicto dos seus pecados, é esmagado internamente pela repulsa das suas falhas (contrição – como vimos no ponto anterior) e assim é conduzido a confessá-las perante Deus.
A atitude de admitir os pecados, somente será gerada em um coração anteriormente contristado, pois o estado natural do coração humano é de rebeldia contra Deus e este assim, procura sempre esconder a si mesmo (Gn 3.8) ou os seus pecados do Criador (Sl 90.8).
Sobre o tema confissão, Roberto L. Brandt e Zenas J. Bicket afirmam que a confissão é simplesmente o reconhecimento de um fato acerca de si próprio ou de outrem. Assim, a confissão tanto pode ser o desvendar dos pecados pessoais, num ato de contrição (o reconhecimento da nossa miséria e falibilidade), como pode ser uma afirmação da grandeza e bondade de Deus (o reconhecimento da santidade e perfeição divinas).
Pelo menos dois vocábulos hebraicos são traduzidos por ‘confissão’ nas páginas do Antigo Testamento. O primeiro, ‘todah’, é derivado do segundo, ‘yadah’. Ambos permitem dois sentidos (reconhecimento dos nossos pecados e reconhecimento da santidade de Deus) como por exemplo em Esdras 10.10-11: “Vós tendes transgredido e casastes com mulheres estranhas, multiplicando o delito de Israel. Agora, pois, fazei confissão (todah) ao Senhor, Deus de vossos pais, e fazei a sua vontade”.
Tanto ‘todah’ quanto ‘yadah’ estão alicerçados sobre o sentido literal de ‘estender a mão’. As mãos podem levantar-se na adoração a Deus ou contorcer-se em aflição, por causa dos próprios pecados.
Nas 111 ocorrências de ‘yadah’ no Antigo Testamento, ambos os sentidos de ‘confissão’ parecem estar presentes. Entretanto, isso não nos deveria preocupar, pois o louvor é apropriado em meio à confissão de pecados, assim como a confissão de pecados é apropriada quando chegamos a Deus com nossos louvores. Precisamos sempre reconhecer toda a verdade que Deus nos revelar — tanto nossa própria pecaminosidade como sua santidade e majestade.
Os dois significados de ‘confissão’ são representados no Novo Testamento pelo termo grego ‘homologia’(e derivações), cujo sentido básico representa ‘aquilo que é reconhecido ou confessado’.
Primeiro sentido – Confessar o nome de Jesus
Segundo sentido – Confessar os pecados
Todo o processo de arrependimento acompanhado da fé em Cristo (convicção, contrição e confissão) conduzirá o homem a uma mudança de vida verdadeira e que pode ser evidenciada.
Paulo quando anunciou o evangelho em Éfeso, não só levou as pessoas ao arrependimento, como a mensagem e a ação do Espírito Santo provocou uma mudança de vida nelas. Veja no texto acima que as pessoas traziam os seus livros de magia para queimar em praça pública. Não dá para aceitar a Jesus e continuar com a velha vida.
3 – OS FRUTOS DO ARREPENDIMENTO
Após a experiência de alguém vir a Cristo, devemos observar se a sua vida pregressa se tornou diferente da vida regressa. O seu comportamento ditará se a experiência de conversão foi ou não genuína. Se houve de fato um arrependimento acompanhado da fé em Jesus Cristo ou apenas um arrependimento banhado pelas emoções de tristeza.
3.1 – Abandono das práticas do velho homem
O homem arrependido e que teve seus pecados perdoados, passa agora da condição de condenado para salvo em Jesus Cristo. Reconciliado com Deus, já não anda mais nas trevas, antes, passou para a luz (I Pe 2.9).
Agora, o homem arrependido precisa de uma transformação espiritual total do seu caráter. Essa transformação é a regeneração.
Gibbs afirma que em pelo menos 85 passagens diferentes, o Novo Testamento menciona a “nova vida” que o Espírito comunica ao crente. Esta verdade aparece descrita de várias maneiras, como:
Todos estes termos referem-se ao mesmo fenômeno biblicamente chamado “regeneração”. Regeneração significa literalmente nascer de novo: “não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas, segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo,” (Tt 3.5).
Sem esta milagrosa transformação espiritual, o pecador arrependido permaneceria morto na sua natureza pecaminosa (Ef 2.1-5) e incapaz de conhecer a Deus num relacionamento pessoal (I Co 2.14).
Jeremias observou que o homem não pode mudar sua natureza pecaminosa, assim como o etíope não pode mudar a cor da sua pele, nem o leopardo as suas manchas (Jr 13.23). O homem pode, por seus próprios esforços, refrear seu pecado e praticar atos bons, mas isto representa uma mudança muito limitada e superficial. Não é uma transformação total da natureza íntima do homem. A transformação sobrenatural, renovando o homem interior, é uma benção que só Deus pode operar.
A regeneração, portanto, transforma o homem internamente e tal mudança é refletida externamente.
O fruto evidenciado pela regeneração consisti em se despir da roupagem do velho homem e trajar-se das vestes de salvação (Is 61.10); O novo homem gerado em Deus abandona a mentira e passa a falar a verdade (Ef 4.25a) e aquele que furtava, não furta mais (Ef 4.28a) – Tudo aquilo que praticava e era mal aos olhos do Senhor se converte em boas atitudes para a glória de Deus!
3.2 – A novidade de vida
O mundo está repleto de novidades que buscam satisfazer e saciar o entusiasmo da vida humana. A tecnologia produz cada vez mais equipamentos que distraem e divertem, a música e a indústria do entretenimento buscam produzir no homem a mesma coisa, os laboratórios criam drogas que nos estimulam e todo o mundo que se encontra no maligno (I Jo 5.19) tenta dar sua contribuição para tornar o homem plenamente realizado, porém somente Cristo pode produzir a verdadeira saciedade dentro de cada um – “Jesus respondeu e disse-lhe: Qualquer que beber desta água tornará a ter sede, mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água a jorrar para a vida eterna” (Jo 4.13-14).
As fontes deste mundo são rotas e suas águas poluídas, mas as águas que fluem de Deus são puras e são vivas – “Porque o meu povo fez duas maldades: a mim me deixaram, o manancial de águas vivas, e cavaram cisternas, cisternas rotas, que não retêm as águas” (Jr 2.13).
Em Romanos 6.4, o apóstolo Paulo menciona o termo ‘novidade de vida’ que segundo Strong, a palavra ‘novidade’ vem do grego ‘kainotes’ e o seu significado é muito mais profundo do que algo atual, contemporâneo ou inovador, pois se refere a nova vida, criada em nós pelo Santo Espírito, produzindo um novo estado que é a vida eterna. Encontramos aqui mais uma vez o conceito de regeneração!
A novidade de vida proposta pela palavra de Deus é a própria vida eterna. Ela é nova porque antes estávamos mortos (Ef 2.1-5) e ela é nova porque antes estávamos em trevas (I Pe 2.9).
Em Cristo nos tornamos sal que dá sabor e preserva, nos tornamos luz que alumia e revela (Mt 5.13-16).
Rafael Cruz (comentarista deste blog – Lições CPAD – Classe Jovens) nos traz preciosa contribuição sobre sermos sal da terra. Ele diz que diferentemente da nossa época, onde o sal é bem comum e fácil de ser encontrado, no tempo de Cristo ele tinha uma importância maior. Em Israel, o sal era uma iguaria valiosa, usada para temperar os alimentos, fertilizar o solo e até mesmo como produto medicinal.
No Império Romano, inclusive, os soldados eram retribuídos com sal, de onde advém a palavra salário (do latim salarium), o qual podia ser trocado por alimentos e outros produtos. O sal tinha até sua importância no âmbito espiritual (confirmar uma aliança entre as partes):
Ser sal da terra é ter uma vida que glorifica a Deus e que leva outras pessoas a seguir Jesus. Ele nos chamou para fazermos a diferença nesse mundo, através das boas obras que é fruto do coração humano arrependido e fervoroso em Deus.
3.3 – Diligência
Ser diligente é estar atento e ser dedicado àquilo que realmente é importante.
No caso do cristão, temos uma vida repleta de cuidados e que a todo instante devemos estar atentos a tudo que acontece em nosso interior e a nossa volta (exterior). Esses ângulos permitirão analisarmos como anda o nosso relacionamento conosco mesmos, com nossos semelhantes e com o próprio Deus.
Diligência na Escritura do NT vem da palavra ‘spoude’, cujo significado principal e aplicável ao que estamos discorrendo é: ‘empenhar-se por algo’, ‘interessar-se com muita seriedade’.
Considerando que tal palavra ainda pode estar associada ao zelo que no grego é mesmo ‘zelos’, mas cujo significado pode ser: ‘excitação de mente’, ‘ardor’, ‘fervor de espírito’, ‘ardor em abraçar’, ‘perseguir’, ‘defender algo’, ‘zelo no interesse de’, ‘por uma pessoa ou coisa’, compreendemos então que nossa vida espiritual deve ser observada minuciosamente a fim de encontrarmos tais características.
Sobre cada uma podemos lançar as perguntas…
A vida cristã deve constantemente ser monitorada sob a luz da palavra de Deus para que desta maneira possamos cumprir os mais nobres propósitos de Deus em nossa vida.
Ser diligente também é:
Vivermos diligentemente é mantermos a vida cristã fora da zona de conforto e sempre buscando melhorias para a glória de Deus, o nosso próprio aperfeiçoamento e também dos santos.
CONCLUSÃO
A mensagem genuinamente bíblica contém a doutrina do arrependimento (Mt 3.2; 4.17; Mc 1.15; At 2.38; 3.19), pois todos os homens necessitam entender a realidade de que são pecadores conforme está escrito: “Não há um justo, nem um sequer.” (Rm 3.10) e que não existem obras, por melhores que possam ser, capazes de lhe conceder o perdão dos seus pecados (Ef 2.9).
M.R. Vicente descreve o verdadeiro arrependimento como “tristeza convertida em ação”. Declara Martinho Lutero: “Não voltar a fazê-lo, é o mais legitimo arrependimento.”
Arrependimento, portanto, é conversão, dar meia volta e seguir por outro caminho diferente daquele que estava caminhando.
Infelizmente há muitos púlpitos que os pregadores em suas mensagens, asfaltaram o caminho para céu e apresentam um evangelho de vitrine, um evangelho estilo Gabriela: “eu nasci assim, eu cresci assim, eu sou mesmo assim, vou ser sempre assim…”, isto é, um evangelho descomprometido com o arrependimento.
Que a Igreja de Cristo pregue a mensagem autêntica do evangelho, sem rodeios, sem maquiagens, mas simplesmente como é e deve ser!
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Bíblia Eletrônica Olive Tree – Versão Revista e Corrigida / Revista e Atualizada / NVI;
Dicionário da língua portuguesa;
Dicionário Bíblico Wycliffe – Charles F. Pfeiffer, Howard F. Vos, John Rea – CPAD;
Doutrina da Salvação – Carl Boyd Gibb – EETAD;
O Espírito nos ajuda a orar – Uma Teologia Bíblica da Oração – Robert L. Brandt e Zenas J. Bicket – CPAD;
Dicionário Bíblico Strong – James Strong – Sociedade Bíblica do Brasil;
Site da internet mencionado quando citado no texto;
Todos os direitos de imagens são de seus respectivos proprietários;
Por Cláudio Roberto
Postado por ebd-comentada
Acesse os esboços por categorias