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Betel Adultos – 4º Trimestre 2024 – 20-10-2024 – Lição 3 – Não farás para ti imagem de escultura: A devoção e a reverência ao único e verdadeiro Deus

18/10/2024

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Êxodo 34:14 

14 Porque te não inclinarás diante de outro deus; pois o nome do SENHOR é Zeloso; Deus zeloso é ele; (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Êxodo 20:4-6 

4 Não farás para ti imagem de escultura, nem alguma semelhança do que há em cima nos céus, nem em baixo na terra, nem nas águas debaixo da terra.

5 Não te encurvarás a elas nem as servirás; porque eu, o SENHOR, teu Deus, sou Deus zeloso, que visito a maldade dos pais nos filhos até à terceira e quarta geração daqueles que me aborrecem

6 e faço misericórdia em milhares aos que me amam e guardam os meus mandamentos. (ARC) 

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Explicar o segundo mandamento; 
  • Expor os avisos e promessas do segundo mandamento; 
  • Ressaltar os cuidados com os ídolos e com a idolatria.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

Ao estudarmos os Dez Mandamentos, percebemos que o Primeiro Mandamento, encontrado em Êxodo 20:3, estabelece a base para o relacionamento entre Deus e Israel: “Não terás outros deuses diante de mim.” Neste mandamento, Deus se revela como o único Senhor, digno de adoração exclusiva. Isso reflete a aliança que Ele firmou com Israel, mostrando que o povo deveria reconhecer apenas a soberania de Yahweh e rejeitar qualquer tentativa de adorar outros deuses.

A exclusividade da adoração é fundamental porque, na cultura da época, era comum os povos adorarem diversos deuses. A idolatria, ou seja, a adoração de múltiplas divindades, estava presente em praticamente todas as nações ao redor de Israel, como os cananeus, egípcios e babilônios. O que Deus estava exigindo de Israel era radical: que eles confiassem inteiramente Nele, sem se curvarem a nenhum outro deus ou ídolo. Esta era a essência da aliança – fidelidade e exclusividade ao Senhor.

No Segundo Mandamento, Deus vai além e ordena não só a exclusividade, mas a exclusão total de ídolos. Êxodo 20:4-5 diz: “Não farás para ti imagem de escultura, nem semelhança alguma do que há em cima no céu, nem embaixo na terra, nem nas águas debaixo da terra. Não as adorarás, nem lhes darás culto…”

Aqui, Deus não apenas proíbe outros deuses, mas também qualquer tipo de representação física de divindade, mesmo que fosse de Yahweh. Isso era um conceito inovador na época, pois a maioria das culturas antigas utilizava imagens e ídolos para representar suas divindades.

No contexto cultural de Israel, essa proibição era uma proteção contra o sincretismo, ou seja, a mistura da verdadeira adoração a Deus com práticas religiosas de nações vizinhas. Ao proibir imagens, Deus reforça que Ele não pode ser limitado ou definido por nenhuma criação humana. Como Criador de todas as coisas, Ele é único e transcendente.

Isaías 42:8: Deus Não Divide Sua Glória

O profeta Isaías ecoa essa verdade quando, em Isaías 42:8, Deus afirma: “Eu sou o Senhor; este é o meu nome! Não darei a outro a minha glória, nem a imagens o meu louvor.”

Aqui, o Senhor é claro: Ele não divide sua glória com ninguém. Este é um dos motivos pelos quais a idolatria é tão grave aos olhos de Deus. Adorar ou venerar qualquer outra coisa além de Deus é usurpar a glória que pertence exclusivamente a Ele.

Este versículo revela algo profundo sobre a natureza de Deus. Ele não está simplesmente proibindo ídolos porque Ele é ciumento, como podemos entender no sentido humano, mas porque apenas Ele é digno de honra e adoração, sendo o Criador de todas as coisas. Tudo o que existe é derivado Dele, e nada na criação pode representar ou substituir Sua grandeza.

João Calvino, em seu livro As Institutas da Religião Cristã (Editora Cultura Cristã, 2006), comenta que o coração humano é uma “fábrica de ídolos” – sempre propenso a criar substitutos para Deus, sejam eles físicos ou abstratos. Ele ressalta que este mandamento nos alerta para a inclinação do homem de adorar a criação em vez do Criador, e por isso é tão importante a adoração pura e espiritual. Calvino argumenta que a adoração a ídolos desonra a Deus porque ela tenta limitar Sua natureza e confundir o adorador quanto à verdadeira fonte da sua fé.

Na vida cotidiana, o princípio por trás do Segundo Mandamento continua sendo relevante. Embora a maioria das pessoas hoje não fabrique ídolos de madeira ou metal, ainda somos tentados a idolatrar outras coisas, como o sucesso, o dinheiro, o status, ou mesmo pessoas. Estes podem ocupar o lugar de Deus em nossos corações, e é por isso que o Segundo Mandamento nos chama à constante vigilância espiritual.

A adoração a Deus deve ser exclusiva e sem distrações, mantendo nossa devoção inalterada por qualquer coisa que possa tentar roubar Seu lugar em nossas vidas.

1 – O SEGUNDO MANDAMENTO

 

Como vimos, o Primeiro Mandamento, dado a Israel, é claro: “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3). Esse mandamento explicitamente orienta o povo a adorar somente a Yahweh, o único e verdadeiro Deus, rejeitando qualquer outra divindade. No contexto da aliança, Israel estava cercado por culturas que praticavam o politeísmo, ou seja, a adoração de múltiplos deuses. Deus, ao estabelecer este mandamento, estava separando Israel dessas nações e ordenando fidelidade absoluta a Ele. Essa exclusividade era central à aliança com Deus, e Israel foi instruído a confiar unicamente em Yahweh, sem buscar segurança em outros deuses.

O Segundo Mandamento é uma extensão obrigatória do primeiro, pois Deus não apenas proíbe outros deuses, mas também qualquer representação física, como estátuas ou imagens. O povo de Israel, imerso em um ambiente cultural onde os ídolos eram comuns, precisava entender que a adoração a Yahweh não poderia coexistir com qualquer forma de idolatria. Segundo John Stott, no livro Os Dez Mandamentos (Vida Nova, 2000), a proibição de imagens era a forma de Deus pôr um ponto final na idolatria, garantindo que a adoração a Ele fosse espiritual e pura, livre de qualquer tentativa de limitar ou representar Sua glória. Portanto, o segundo mandamento não apenas reforça o primeiro, mas também protege o povo de práticas que poderiam desviar sua devoção exclusiva a Deus.

1.1 – Entendendo o segundo mandamento

A Diferença entre o Primeiro e o Segundo Mandamento

O Primeiro Mandamento, “Não terás outros deuses diante de mim” (Êxodo 20:3), orienta Israel a direcionar sua adoração exclusivamente ao verdadeiro Deus, Yahweh, rejeitando quaisquer outros deuses falsos. Esse mandamento destaca a singularidade de Deus e a necessidade de fidelidade exclusiva. No contexto da época, onde o politeísmo era amplamente praticado, Deus separa o povo de Israel ao estabelecer um pacto de exclusividade, garantindo que nenhum outro ser ou entidade receba a adoração que pertence somente a Ele. Este mandamento era uma defesa contra as influências religiosas das nações vizinhas, que muitas vezes pressionavam Israel a adotar suas práticas.

O Segundo Mandamento, por sua vez, amplia essa exigência ao ensinar o povo não apenas a adorar o Deus verdadeiro, mas a fazê-lo da forma correta. Deus diz: “Não farás para ti imagem de escultura” (Êxodo 20:4), proibindo qualquer tentativa de representá-Lo fisicamente. Enquanto o primeiro mandamento combate a idolatria de falsos deuses, o segundo proíbe a adoração incorreta ao verdadeiro Deus através de imagens e representações. Deus é espírito (João 4:24), e qualquer tentativa de representá-Lo limita Sua natureza e convida à idolatria. Como observa o teólogo John Stott em Os Dez Mandamentos (Vida Nova, 2000), o segundo mandamento ensina que Deus deve ser adorado espiritualmente, sem reduções físicas que obscureçam Sua glória.

Essa distinção entre os dois mandamentos é fundamental. O Primeiro Mandamento diz a quem adorar – o único e verdadeiro Deus – enquanto o Segundo Mandamento diz como adorar – de maneira pura, sem objetos físicos que distorçam Sua majestade. Como nota o teólogo J. I. Packer em O Conhecimento de Deus (Editora Cultura Cristã, 2003), o uso de imagens físicas na adoração revela uma tendência humana a querer tangibilizar o que é espiritual, mas isso inevitavelmente rebaixa o conceito de Deus. A adoração, então, deve ser marcada por reverência e verdade, conforme Deus revelou, sem tentar reduzi-Lo às limitações humanas.

Os Perigos de Usar Objetos como Ponto de Contato na Adoração

Usar objetos como um ponto de contato entre a adoração e o Deus Criador é perigoso porque facilmente pode transformar o objeto em um ídolo. O foco da adoração migra daquilo que é espiritual e invisível para algo tangível, o que confunde a verdadeira natureza de Deus e nos faz depositar fé e reverência em coisas criadas. Como Martinho Lutero advertiu em suas obras, inclusive em As Teses de Heidelberg (Concordia Publishing, 2001), essa prática transforma o que deveria ser um meio de adoração em um fim em si mesmo, levando à idolatria, ao desvio espiritual e à falsa compreensão de quem Deus realmente é. Qualquer objeto que interfira no culto genuíno distorce a relação direta e íntima entre o adorador e o Criador.

Deus Deu Instruções de Como Adorá-Lo

Deus deu instruções claras sobre como deve ser adorado porque a adoração não pode ser determinada pelos padrões humanos. Em Deuteronômio 12:4, Deus diz a Israel: “Não fareis assim para com o Senhor vosso Deus”, ensinando que a adoração não pode seguir as inclinações do coração humano, mas deve ser guiada por Sua revelação. O coração humano, marcado pelo pecado e inclinado à idolatria (Jeremias 17:9), é incapaz de, por si só, estabelecer a verdadeira adoração que Deus requer. Assim, Deus estabelece os parâmetros de adoração para proteger Seu povo de adorar de maneira inadequada. Como afirma João Calvino em As Institutas da Religião Cristã (Editora Cultura Cristã, 2006), Deus sabe que o homem é propenso a adorar o que vê e sente, e por isso estabelece uma adoração espiritual e verdadeira, livre de qualquer criação humana.

Essa limitação do coração humano demonstra nossa incapacidade de adorarmos a Deus adequadamente sem Suas instruções. Quando as pessoas tentam criar suas próprias formas de adoração, acabam criando sistemas que refletem mais seus próprios desejos do que a vontade de Deus. Deus deseja ser adorado em espírito e em verdade (João 4:24), e isso exige um afastamento das práticas humanas que se baseiam no tangível e no emocional. Teólogos como A.W. Tozer, em The Knowledge of the Holy (Harper & Row, 1961), destacam que a adoração verdadeira só pode ocorrer quando as pessoas compreendem o caráter de Deus e O adoram conforme Ele revelou, sem moldá-Lo à sua própria imagem.

A Idolatria na História de Israel

Embora Israel tenha recebido instruções claras sobre como adorar a Deus, a história mostra que eles muitas vezes se perderam nesse caminho. Um exemplo significativo é a arca da aliança e, mais tarde, o Templo de Jerusalém, que se tornaram o centro da adoração para o povo de Israel. Embora inicialmente estabelecidos por Deus, esses locais foram mal interpretados e transformados em objetos de adoração, ao invés de serem entendidos como símbolos da presença de Deus. A arca e o templo, que deveriam direcionar o povo a Deus, muitas vezes passaram a ser vistos como entidades em si mesmas, levando à idolatria e distorção da verdadeira adoração.

A profecia de Jeremias no capítulo 7, por exemplo, mostra como o Templo se tornou um ponto de falsa segurança para o povo, que acreditava que, por estar no Templo, estaria automaticamente protegido, mesmo que suas práticas não fossem corretas. Essa atitude revela que o coração humano facilmente transforma símbolos divinos em ídolos, um erro repetido ao longo da história de Israel. Mesmo com a revelação clara de Deus, o povo frequentemente colocava mais confiança em objetos tangíveis e rituais exteriores do que em um relacionamento genuíno com o Deus verdadeiro.

1.2 – A proibição do mandamento

O texto de Êxodo 20:4a afirma: “Não farás para ti imagem de escultura”, e reflete a proibição de Deus a qualquer tentativa de criar representações físicas para uso na adoração. Esse mandamento deve ser compreendido no contexto da época, em que as nações ao redor de Israel fabricavam ídolos de seus deuses, esculpidos em madeira, metal e pedra, e os usavam como objetos de veneração. O teólogo João Calvino, em As Institutas da Religião Cristã (Editora Cultura Cristã, 2006), adverte que qualquer tentativa de criar uma imagem de Deus limita Sua majestade e reduz o Criador a algo que a mente humana possa controlar ou entender, o que é uma forma de idolatria. Assim, Deus proíbe a criação de qualquer imagem que pudesse ser vista como digna de adoração, garantindo que a adoração a Ele seja feita de maneira espiritual e não com mediação de objetos físicos.

Além disso, o teólogo Karl Barth, em Dogmática Eclesiástica (Editora Sinodal, 1964), comenta que essa proibição não se trata de um ataque às habilidades artísticas, mas uma restrição ao uso das habilidades humanas para transformar o invisível em visível no contexto da adoração. Barth ressalta que a fé verdadeira é uma confiança em um Deus invisível, e a tentativa de representar Deus de maneira física mina a essência da fé, que é crer sem ver. A proibição, portanto, está enraizada no zelo de Deus para preservar Sua natureza espiritual e transcendente.

Definição Etimológica de “Ídolo” e Sua Fabricação

A palavra “ídolo” tem origem no grego “eidolon”, que significa “imagem” ou “figura”, e, por extensão, refere-se a qualquer representação física de uma divindade. Esses ídolos eram esculpidos pelas mãos dos homens e como já mencionado, feitos de materiais como madeira, metal ou pedra, conforme mencionado em textos como Levítico 26:1, Isaías 45:20 e Naum 1:14. No contexto bíblico, os ídolos eram moldados pelos artesãos, que utilizavam suas habilidades para criar imagens detalhadas e muitas vezes ornadas. Esses objetos eram então colocados em templos ou lares e serviam como mediadores da adoração aos deuses falsos. Em Isaías 44:13-17, vemos uma crítica direta ao processo de fabricação de ídolos, onde o profeta descreve o artesão usando madeira para aquecer-se e cozinhar, enquanto com o mesmo material esculpe uma imagem e a adora.

Na época, os artesãos desempenhavam um papel central na criação desses objetos de culto. Eles utilizavam ferramentas simples, como martelos, cinzéis e fornos para moldar metais. Muitas vezes, os ídolos eram decorados com ouro e prata, materiais caros que conferiam prestígio ao objeto, mas não alteravam sua natureza inerte. A prática de esculpir e moldar ídolos era generalizada no mundo antigo, onde os deuses eram frequentemente representados em formas humanas ou de animais, como touros ou pássaros, e adorados por meio desses objetos materiais.

O Segundo Mandamento e a Arte do Artesão

O Segundo Mandamento, que proíbe a criação de ídolos, não é uma proibição geral contra a arte ou a criatividade humana. Deus não proíbe o uso da arte, como fica evidente na própria construção do Tabernáculo, onde artesãos como Bezalel foram capacitados por Deus para criar objetos belos e funcionais (Êxodo 31:1-6). O que o mandamento veda é a criação de qualquer coisa com a intenção de ser objeto de adoração. Como observa o teólogo R.C. Sproul em A Santidade de Deus (Editora Cultura Cristã, 1998), a arte pode refletir a beleza da criação de Deus, mas quando ela é transformada em um substituto para a adoração direta a Deus, ela se torna uma forma de idolatria. O Segundo Mandamento, portanto, visa proteger a pureza do culto, não restringir a expressão artística.

Calvino também comenta que a arte, quando usada para fins decorativos e práticos, é uma bênção de Deus, mas quando utilizada para criar imagens que substituam ou representem Deus, torna-se maldição. Ele escreve em As Institutas que qualquer tentativa de visualizar Deus através da criação de imagens é uma forma de corromper Sua verdadeira essência. Assim, o mandamento é uma advertência contra transformar qualquer criação em um ídolo, desviando o foco da adoração correta a Deus para objetos feitos por mãos humanas.

Proibições Específicas no Segundo Mandamento

O Segundo Mandamento é detalhado em sua proibição ao mencionar que não se devem criar ídolos “do céu”, “da terra” ou “do mar” (Êxodo 20:4). Isso abrange representações de qualquer coisa no céu, como o sol, a lua, as estrelas ou as aves. Na terra, refere-se a qualquer animal ou ser humano, como touros ou leões, comuns na iconografia das nações pagãs ao redor de Israel. No mar, pode incluir criaturas aquáticas ou seres mitológicos. Essas proibições detalhadas mostram a abrangência do mandamento, que visa impedir que qualquer parte da criação de Deus seja deificada ou usada como um substituto para Ele.

Proibição de “Incurvar-se” e “Servir”

O mandamento não só proíbe a fabricação de ídolos, mas também proíbe explicitamente encurvar-se diante deles e servi-los (Êxodo 20:5). O ato de encurvar-se, ou prostrar-se, era um gesto de submissão e reverência, um símbolo de total devoção e obediência ao objeto adorado. No contexto da adoração, esse ato significava submeter-se à autoridade do ídolo como se fosse um deus. O ato de servir, por outro lado, vai além de simples gestos físicos, envolvendo sacrifícios, orações e ofertas dedicadas ao ídolo, implicando que o objeto esculpido possuía poder sobre a vida do adorador. Deus, em sua sabedoria, proíbe esses atos porque Ele é um Deus zeloso. Como comenta o teólogo R.C. Sproul em A Santidade de Deus (Editora Cultura Cristã, 1998), o zelo de Deus não é ciúme humano, mas um compromisso intenso com a pureza da adoração e com o bem-estar de Seu povo. Ele não permite que algo criado substitua Seu lugar como soberano sobre todas as coisas.

Ídolos Modernos e Suas Formas no Coração Humano

Embora os ídolos modernos possam não ser esculpidos em madeira, pedra ou metal, eles ainda existem, mas de formas mais sutis e muitas vezes enraizadas no coração humano. Um desses ídolos é a cobiça por fama, onde pessoas buscam incessantemente reconhecimento, elogios e status, colocando isso acima de sua devoção a Deus. O ídolo do dinheiro também é prevalente, pois muitos moldam suas vidas em torno de riquezas e segurança financeira, transformando o dinheiro em uma forma de controle e poder. O sucesso é outro ídolo, onde o progresso na carreira e na vida é colocado como o objetivo final, frequentemente afastando as pessoas de um relacionamento sincero com Deus. Por fim, o prazer é um ídolo moderno que leva muitos a buscar a satisfação pessoal acima de tudo, negligenciando a busca pela santidade e pelo relacionamento com Deus. Esses ídolos, embora diferentes dos da antiguidade, produzem o mesmo efeito: a separação do adorador do verdadeiro Deus.

1.3 – A explicação do mandamento

Temos visto que o segundo mandamento, em Êxodo 20:4-5, enfatiza a proibição de se criar imagens ou representações de Deus, sejam elas do céu, da terra ou do mar. A razão central por trás dessa proibição é que Deus, em Sua transcendência, se recusa a ser reduzido a qualquer objeto ou figura criada. Ao contrário dos deuses das nações pagãs ao redor de Israel, que eram representados por ídolos esculpidos, o Deus de Israel não poderia ser confinado ou limitado por qualquer representação física. Como observa o teólogo John Stott em Cristianismo Básico (Editora Ultimato, 2005), Deus é espírito (João 4:24), e qualquer tentativa de retratá-lo materialmente deturpa Sua essência. A proibição é um lembrete de que Deus não pode ser controlado ou manipulado através de imagens.

Além disso, a base dessa proibição é o amor de Deus por Seu povo, como expresso em Êxodo 20:5: “Porque eu, o Senhor, teu Deus, sou Deus zeloso”. O amor de Deus se manifesta em Sua rejeição de qualquer ídolo que pudesse desviar o coração de Israel de uma devoção pura. Deus sabia que as imagens e ídolos não só reduziam a Sua glória, mas também corrompiam o relacionamento íntimo que Ele desejava manter com Seu povo. Como aponta o teólogo Karl Barth em Dogmática Eclesiástica (Editora Sinodal, 1964), a proibição de imagens visa garantir que o culto fosse orientado para a adoração verdadeira e pura, sem intermediários, mantendo o povo de Deus focado nEle, que é imaterial e infinito.

O Ciúme de Deus e o Ciúme Humano

O ciúme de Deus, mencionado em Êxodo 20:5, difere profundamente do ciúme doentio e possessivo com o qual estamos familiarizados entre os humanos. O ciúme humano frequentemente surge de insegurança, egoísmo e desejo de controle sobre outra pessoa, e é considerado destrutivo. No entanto, o ciúme de Deus é santo e justo, porque é fundamentado em Sua santidade e amor perfeito. O teólogo J.I. Packer, em O Conhecimento de Deus (Editora Mundo Cristão, 1994), explica que o ciúme de Deus não é motivado por egoísmo, mas por Sua preocupação amorosa com o bem-estar espiritual de Seu povo. Ele sabe que a adoração de ídolos ou qualquer outra coisa além dEle inevitavelmente prejudica aqueles a quem Ele ama.

Portanto, o ciúme de Deus é um zelo protetor, uma expressão de Seu compromisso com Seu povo e o desejo de vê-los viverem em plenitude e fidelidade. Quando o povo se volta para ídolos ou qualquer outra forma de adoração falsa, Deus, em Seu ciúme, age para trazê-los de volta ao caminho correto. Como afirma João Calvino em As Institutas da Religião Cristã (Editora Cultura Cristã, 2006), o ciúme de Deus é “um zelo santo que não suporta que Sua glória seja dividida com ídolos”. Assim, o ciúme divino não é uma expressão de fraqueza, mas de amor profundo e incondicional.

O Amor de Deus e Seu Zelo Contra a Idolatria

O amor de Deus por Israel é uma constante em toda a narrativa bíblica, e esse amor é a base do zelo de Deus contra a idolatria. Deus escolheu Israel como Seu povo especial, redimiu-o do Egito e estabeleceu uma aliança de amor com eles. Esse amor exigia exclusividade, como um casamento, e a idolatria era vista como uma traição a esse relacionamento. O teólogo A.W. Tozer, em O Conhecimento do Santo (Editora Mundo Cristão, 2001), observa que Deus ama com um amor que busca o bem maior para o Seu povo, e a idolatria destrói a comunhão que Deus quer manter com Seus filhos. O zelo de Deus é, portanto, uma manifestação desse amor, que não permite que os ídolos se interponham entre Ele e Seu povo.

Assim, o amor de Deus nos afasta da idolatria, não por força, mas pelo zelo de Seu coração amoroso, que deseja a nossa adoração verdadeira e exclusiva. Quando entendemos que Deus nos ama com tal intensidade, somos motivados a abandonar qualquer forma de idolatria e a nos voltar totalmente para Ele. Esse amor nos conduz à liberdade da escravidão que os ídolos modernos ou antigos impõem. Como conclui o teólogo Francis Schaeffer em Morte na Cidade (Editora Cultura Cristã, 1994), “o verdadeiro amor de Deus nos liberta da necessidade de adorarmos qualquer coisa que não seja Ele, porque encontramos nEle tudo o que nosso coração realmente anseia.”

2 – AVISOS E PROMESSAS

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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