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Betel Adultos – 4º Trimestre 2024 – 01-12-2024 – Lição 9 – Não furtarás: estabelecendo um princípio moral e ético essencial para a convivência social

29/11/2024

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Êxodo 20:15 

15 Não furtarás. (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Êxodo 22:1-3 

1 Se alguém furtar boi ou ovelha e o degolar ou vender, por um boi pagará cinco bois; e pela ovelha, quatro ovelhas.

2 Se o ladrão for achado a minar, e for ferido, e morrer, o que o feriu não será culpado do sangue.

3 Se o sol houver saído sobre ele, será culpado do sangue. O ladrão fará restituição total; e se não tiver com que pagar, será vendido por seu furto. (ARC) 

Efésios 4:28 

28 Aquele que furtava não furte mais; antes, trabalhe, fazendo com as mãos o que é bom, para que tenha o que repartir com o que tiver necessidade. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Apresentar o significado do oitavo mandamento; 
  • Mostrar a responsabilidade da mordomia cristã; 
  • Falar sobre a inclinação da natureza pecaminosa.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

Nesta oportunidade iremos refletir sobre o oitavo mandamento da Lei do Senhor. O estudo sobre o oitavo mandamento, “Não furtarás” (Êxodo 20:15), nos leva a pensar sobre a importância da honestidade e da integridade em nossas ações. Este mandamento é uma expressão clara do caráter de Deus, que valoriza a justiça e o respeito pelo próximo. Mesmo aqueles que não conhecem este preceito como vindo de Deus reconhecem, pela própria consciência, que é errado tomar o que pertence a outra pessoa. Esta percepção universal demonstra como os princípios divinos estão intrinsecamente ligados à moral humana, evidenciando que Deus inscreveu sua lei nos corações de todos os seres humanos.

1 – COMPREENDENDO O OITAVO MANDAMENTO

 

O oitavo mandamento deve ser compreendido como uma orientação divina que reflete o valor que Deus atribui às relações humanas e à justiça. Ele nos convida a considerar como nossas atitudes e escolhas afetam o próximo e nos desafia a viver de maneira íntegra, promovendo o respeito mútuo e a harmonia na sociedade. Mais do que uma simples regra, esse mandamento aponta para um princípio maior de cuidado e responsabilidade, cuja profundidade iremos explorar nos próximos tópicos.

1.1 – O significado do mandamento

Etimologia e Significado do Termo “Furtar” 

A palavra “furtar” no contexto do oitavo mandamento deriva do hebraico “ganav” (גָּנַב), que significa “roubar” ou “furtar” de forma dissimulada, frequentemente envolvendo engano ou subterfúgio. No Novo Testamento, em Efésios 4:28, o termo equivalente no grego é “klepto” (κλέπτω), que também traz a ideia de apoderar-se de algo de maneira oculta ou sem permissão. Ambos os termos destacam a ideia de tomar algo de forma ilícita, contrastando com os valores de justiça e respeito ao próximo. Segundo o comentário de Matthew Henry em An Exposition of the Old and New Testament (W. W. Norton, 2002), “o ato de furtar é uma afronta direta à providência de Deus, que distribui os bens conforme Sua vontade.”

O significado intenso do verbo “furtar” revela que o ato vai além do simples apoderar-se de um objeto; ele implica uma quebra de confiança e um desrespeito aos direitos de propriedade. O teólogo João Calvino, em Institutes of the Christian Religion (Westminster John Knox Press, 2006), observa que “roubar é uma transgressão não apenas contra o indivíduo, mas contra Deus, pois Ele é o doador de todos os bens e estabeleceu a ordem de propriedade.” Essa perspectiva enfatiza a gravidade do ato, situando-o em um contexto espiritual e moral mais amplo.

O Significado do Oitavo Mandamento 

O oitavo mandamento, “Não furtarás” (Êxodo 20:15), comunica a proibição de se apoderar do que não pertence a si, sem a devida permissão do proprietário. Ele reflete o compromisso de Deus com a proteção das relações sociais e o respeito pela dignidade humana. De acordo com o comentário de Philip Graham Ryken em Written in Stone: The Ten Commandments and Today’s Moral Crisis (Crossway Books, 2003), “este mandamento reforça que Deus valoriza tanto a justiça como o trabalho honesto, concedendo a cada um o direito de desfrutar do fruto de seu esforço.”

Além disso, o mandamento vai além do aspecto material, abrangendo atitudes de integridade e ética em todas as áreas da vida. O teólogo Charles Hodge, em seu comentário sobre Efésios, destaca que o verbo “klepto” não apenas denuncia o roubo físico, mas também a desonestidade em práticas comerciais e pessoais (Commentary on the Epistle to the Ephesians, Eerdmans, 1994). Isso demonstra que o mandamento visa proteger tanto os bens materiais quanto os princípios éticos que regem as relações humanas.

Formas de Roubo: Violência, Engano e Ocultação 

O roubo pode se manifestar de diversas formas, incluindo a violência. Neste caso, envolve o uso de força ou intimidação para tomar algo. Por exemplo, um assalto à mão armada reflete a violação direta do oitavo mandamento, pois se apodera do bem alheio à custa do bem-estar do próximo. Conforme o teólogo Bruce Waltke em Old Testament Theology (Zondervan, 2007), “o uso da violência no roubo não apenas ofende a justiça de Deus, mas também a dignidade e segurança humana, elementos que Ele se empenha em proteger.”

Outra forma é o engano, quando se obtém algo alheio por meios fraudulentos. Exemplos incluem fraudes financeiras ou mentiras para obter vantagem. O comentário de William Barclay em The Daily Study Bible Series (Westminster Press, 1976) explica que “o roubo por engano é particularmente insidioso porque muitas vezes é mascarado por aparente legalidade, o que o torna ainda mais prejudicial.”

Já o roubo oculto ocorre quando o objeto é furtado sem que o dono perceba, como no caso de pequenos furtos ou apropriações indébitas. Todos esses exemplos mostram como o oitavo mandamento condena todas as formas de violação da propriedade e da confiança.

Corrupção e o Oitavo Mandamento 

A corrupção é uma forma grave de violação do oitavo mandamento, pois se baseia no roubo institucionalizado, que prejudica diretamente a sociedade, especialmente os mais vulneráveis. No contexto político, a apropriação indevida de recursos públicos é um exemplo evidente, onde os bens destinados ao bem comum são desviados para fins pessoais. Segundo Timothy Keller em Generous Justice: How God’s Grace Makes Us Just (Dutton, 2010), “a corrupção é uma forma de roubo que não apenas priva o indivíduo, mas destrói a confiança pública, corroendo os pilares da justiça.” O impacto é sentido em diversas áreas, como saúde, educação e segurança, perpetuando o sofrimento do povo e desonrando a Deus.

1.2 – O contexto terreno e espiritual do mandamento

Dois Contextos do Oitavo Mandamento 

  1. O Contexto Terreno do Oitavo Mandamento: O oitavo mandamento, no contexto terreno, enfatiza o respeito à propriedade alheia, reconhecendo o direito dos indivíduos de possuir, conservar e proteger o que é legitimamente seu. Este princípio reflete o caráter de Deus, que ordena a justiça e a ordem social. De acordo com o teólogo Wayne Grudem, em Christian Ethics: An Introduction to Biblical Moral Reasoning (Crossway, 2018), “o direito à propriedade privada é implícito na lei de Deus, pois Ele reconhece que os bens concedidos ao homem são frutos de Sua providência, mas confiados ao cuidado e administração humana.” Assim, o mandamento serve como fundamento para a ética econômica e o respeito às relações interpessoais.

Além disso, este mandamento protege o fruto do trabalho, honrando o esforço humano e desestimulando a injustiça que nasce do furto. Como afirma Philip Ryken em Written in Stone (Crossway Books, 2003), “Deus protege a propriedade porque ela está intrinsecamente ligada ao trabalho humano, que por sua vez reflete a ordem criativa de Deus.” Desta forma, o oitavo mandamento não apenas condena o roubo, mas promove o respeito mútuo e uma sociedade justa. 

  1. O Contexto Espiritual do Oitavo Mandamento: No contexto espiritual, o oitavo mandamento reflete o fato de que Deus é o supremo proprietário de tudo o que existe, visível e invisível, como expresso em Salmos 24:1: “Do Senhor é a terra e tudo o que nela existe, o mundo e os que nele vivem.” Este reconhecimento nos convida a entender que qualquer bem material que possuímos é, na verdade, um presente divino confiado à nossa administração. O teólogo John Frame, em The Doctrine of the Christian Life (P&R Publishing, 2008), destaca que “a mordomia cristã é central à ética bíblica, e o oitavo mandamento nos lembra de que devemos ser responsáveis pelos recursos que Deus nos concede.”

Portanto, o ato de furtar vai além da violação das relações humanas; ele representa uma afronta direta à soberania de Deus. Bruce Waltke, em Old Testament Theology (Zondervan, 2007), explica que “a apropriação indevida de bens terrenos é, em última análise, um desrespeito ao governo soberano de Deus sobre todas as coisas.” Assim, o mandamento nos chama a uma vida de fidelidade, reconhecendo Deus como a fonte de todas as bênçãos. 

O Ato de Furtar como Desprezo à Lei de Deus

Com base nos contextos apresentados, o ato de furtar não é apenas uma transgressão contra o próximo, mas também um verdadeiro desacato à lei divina. Em 1 Coríntios 2:14-15, Paulo explica que as coisas espirituais são discernidas espiritualmente, revelando que a falta de reconhecimento de Deus como proprietário de tudo demonstra insubmissão à Sua soberania. Segundo Charles Hodge, em Systematic Theology (Hendrickson Publishers, 1999), “o roubo é um ato de rebelião contra Deus, pois questiona Sua ordem e Sua providência.” Assim, ao violar o oitavo mandamento, o homem demonstra ingratidão e desprezo pelo Criador. 

O Oitavo Mandamento e as Ideologias Comunistas

O oitavo mandamento confronta diretamente ideologias que negam o direito à propriedade privada, como o comunismo, amplamente promovido em ambientes acadêmicos e até em algumas igrejas. Tais ideologias contradizem o plano divino ao desconsiderar a individualidade e a administração pessoal dos bens, conforme instituído por Deus. Wayne Grudem, em Politics According to the Bible (Zondervan, 2010), afirma: “O comunismo, ao negar a propriedade privada, viola os princípios bíblicos de mordomia e trabalho, desconsiderando a liberdade individual concedida por Deus.” Dessa forma, a defesa dessas ideologias vai contra os fundamentos éticos e morais estabelecidos pela Palavra de Deus, promovendo uma visão que desonra a soberania divina e prejudica a ordem social planejada por Ele.

1.3 – O mandamento em nossos dias

Atualmente há diversas formas de quebrar o oitavo mandamento determinado por Deus em sua Lei.

Formas de Quebra do Oitavo Mandamento 

  1. Propagandas Enganosas: Uma das formas contemporâneas de violar o oitavo mandamento é por meio de propagandas enganosas, que induzem os consumidores a erro com informações falsas ou exageradas sobre produtos e serviços. Um exemplo clássico são anúncios de medicamentos ou suplementos que prometem curas milagrosas sem qualquer comprovação científica. Esse tipo de prática configura roubo, pois manipula o consumidor para obter lucro desonesto. Philip Ryken, em Written in Stone (Crossway Books, 2003), ressalta que “a enganação no comércio é uma forma de furto porque obtém ganho financeiro à custa da verdade e do bem-estar do próximo.”
  2. Aumentos Extorsivos: Outra manifestação desse pecado ocorre quando empresas ou indivíduos impõem preços exorbitantes sem justificativa plausível, especialmente em tempos de crise. Um exemplo comum, são os comerciantes que aumentam os preços de produtos essenciais, como água e alimentos, durante desastres naturais coo vimos recentemente no Rio Grande do Sul. Essa prática é uma forma de explorar a vulnerabilidade do próximo, violando o princípio de justiça. Segundo Wayne Grudem, em Christian Ethics (Crossway, 2018), “a ganância expressa em aumentos abusivos é uma forma de opressão econômica, condenada por Deus nas Escrituras.”
  3. Corrupção Política: Os políticos também violam o oitavo mandamento ao aceitarem propinas, aprovarem leis injustas ou agirem em benefício próprio, traindo a confiança do povo. Exemplos incluem esquemas de superfaturamento em obras públicas ou acordos secretos para favorecer interesses privados. Timothy Keller, em Generous Justice (Dutton, 2010), observa que “a corrupção no governo não apenas rouba os recursos da sociedade, mas destrói a confiança nas instituições, ampliando as desigualdades sociais.”
  4. Outras Formas de Violação: Outras formas de quebrar o oitavo mandamento incluem a pirataria de conteúdo digital e a evasão fiscal. A pirataria, como o download ilegal de filmes ou músicas, é uma apropriação indevida do trabalho intelectual alheio. Já a sonegação de impostos rouba recursos destinados ao bem público. Ambas as práticas refletem um desprezo pelos direitos do próximo e pela ordem estabelecida por Deus, como explica John Frame em The Doctrine of the Christian Life (P&R Publishing, 2008): “Roubar é subverter a justiça ordenada por Deus, independente da forma que assume.” 

O Mundo e a Quebra do Oitavo Mandamento

Vivemos em um mundo profundamente mergulhado na quebra do oitavo mandamento, onde práticas desonestas e abusos são muitas vezes normalizados ou até incentivados. É fácil ser seduzido a participar dessas práticas, pois elas prometem ganhos rápidos e aparentes vantagens. Contudo, como afirma Matthew Henry em An Exposition of the Old and New Testament (W. W. Norton, 2002), “a quebra deste mandamento reflete o egoísmo humano e a recusa de confiar na bondade de Deus para suprir nossas necessidades.” Assim, o homem busca satisfazer seus desejos de forma ilícita, afastando-se dos princípios divinos.

A Quebra do Mandamento como Falta de Fé 

A quebra do oitavo mandamento é um sinal claro de falta de fé na provisão divina. Ao roubar, o homem demonstra incredulidade na capacidade de Deus de suprir suas necessidades, colocando a confiança em seus próprios meios pecaminosos. Bruce Waltke, em Old Testament Theology (Zondervan, 2007), argumenta que “o roubo é uma negação prática da soberania de Deus e da Sua provisão, pois busca satisfazer o coração fora do plano divino.” Mesmo em tempos de dificuldade, devemos lembrar que Deus é fiel para prover aquilo que precisamos e que somos chamados a viver em total dependência Dele, resistindo às tentações de agir fora de Sua vontade.

2 – O OUTRO LADO DO MANDAMENTO

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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