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Betel Adultos – 4º Trimestre 2022 – 25-12-2022 – Lição 13 – O Espírito Santo e o arrebatamento da Igreja

24/12/2022

Este post é assinado por Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Apocalipse 3:13

13 Quem tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas. (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

1 Tessalonicenses 4:13-16

13 Não quero, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais, como os demais, que não têm esperança.

14 Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem Deus os tornará a trazer com ele.

15 Dizemo-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nós, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem.

16 Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro; (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Explicar o que é regeneração. 
  • Mostrar a importância da santificação para o cristão. 
  • Conscientizar acerca do arrebatamento da igreja.

INTRODUÇÃO

Saudações em Cristo.

Chegamos ao final de mais um trimestre e um ano. Nesta lição, em específico, me dirijo aos diletos professores(as) e vocacionados(as) assinantes para agradecer a parceria e lhes informar que a partir do próximo ano, pretendemos ampliar o nosso auxílio missionário, para além da Venezuela. Os missionários Misael e Joseli estarão saindo em missão para a Eslovênia (leste europeu) e a EBD Comentada precisa da sua ajuda para também estendermos as mãos para este casal de missionários.

Continuamos a orar e a trabalhar por esta obra que o Senhor tem posto em nossas mãos, sempre conscientes que não poderemos fazê-la sozinho, antes, vocês promovem o recurso necessário para ajudarmos nossos queridos irmãos(ãs) missionários(as).

Aproveito a oportunidade para fazer-lhes lembrar que a mudança de um ano para outro denota o encerramento de um ciclo, mas também o início de outro. Deus criou este intervalo no tempo de 365 dias para que pudéssemos dar um “reset” naquilo que não funcionou no ano que se passou. Então, nós nos renovamos. Temos a oportunidade de recomeçar, de refazer os nossos propósitos, de zerar tudo e começar de novo; com nova vitalidade e reanimados para fazer do novo ano um marco de mudanças e transformações.

O que você se propôs a mudar ou melhorar em suas aulas dominicais? Como dito acima, neste período de início de ano, temos a grande oportunidade de dar um upgrade naquilo que entregamos em nossas salas de aula. Aproveite a renovação de suas energias e propósitos e fixe um compromisso de investir mais em seu ministério de ensino. De fazer novos cursos, ler bons livros, dedicar-se mais aos seus alunos e ajudar o seu pastor no ensino da Palavra de Deus na igreja que faz parte.

Se precisar da EBD Comentada para ajudá-lo a crescer nesta perspectiva, estaremos ao seu lado, pois o nosso propósito é ensinar, oferecendo esboços de qualidade para professores(as); dispor de cursos e também de boa literatura produzidas por nós para o seu elevo espiritual e preparo na Palavra; além de fazer missões, entregando auxílio financeiro a missionários(as) que estão na ponta da linha do evangelismo aos povos. Conte conosco acessando a nossa área de literatura e cursos – https://ebdcomentada.com/shopping 

Vamos a nossa última aula do trimestre…

A experiência pentecostal de ser cheio do Espírito Santo e falar em línguas é chamada de “batismo no Espírito Santo”. Outras vertentes teológicas mais tradicionais, chamam de plenitude do Espírito Santo e não associam este fenômeno ao falar em línguas.

Do mesmo modo que a igreja primitiva dependia deste enchimento espiritual para lidar com os desafios do crescimento e manutenção da igreja, nós também, temos a mesma necessidade, portanto, negligenciar a presença e manifestação do Espírito Santo na vida da igreja é um erro que implicará em sua falência espiritual.

Nunca ouve um tempo sequer que a igreja pudesse dispensar a companhia do Espírito Santo, no entanto, os dias modernos, exigem grande atenção quanto ao tema, pois vivemos tempos trabalhosos (1 Tm 3.1) onde a mínima distração pela ausência ou redução da sensibilidade espiritual, incorrerá também, na perda do horizonte e da expectativa relacionada a volta de Cristo para arrebatar a sua igreja. 

1 – O ESPÍRITO SANTO NA VIDA DA IGREJA

Jesus Cristo, antes da sua morte, ressurreição e ascensão ao céu, fez uma promessa gloriosa e de vital importância para a vida da igreja. Leiamos:

João 14:16-17

16 E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre,
17 o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós. (ARC)

Do mesmo modo que a sua presença física supria todas as necessidades dos discípulos, bem como, eles tinham uma total dependência de Cristo, o Consolador, isto é, o Espírito Santo, estaria presente após a sua partida, a fim de dotar a igreja de capacidades essenciais para exercer o seu propósito nesta terra até final dos tempos.

Sobre o texto de João 14.16, citado acima, o teólogo Norman Russell Champlin, explica:

“A palavra grega ‘parácletos’ é antiga, usada no grego clássico, como nos escritos de Demóstenes, onde aparece com o sentido de advogado, alguém que pleiteia a causa de outrem, sentido esse que passou para o grego helenista, nos escritos de Josefo, Filo e igualmente nos papiros dos tempos neotestamentários e em outros papiros dos tempos dos apóstolos. Ê por esse motivo que a tradução inglesa NE se sentiu plenamente justificada em reter esse sentido do vocábulo ‘parácletos’ — advogado. O termo se deriva dos vocábulos gregos «para» (para o lado de) e «kaleo» (chamar, convocar), dando o sentido total de «alguém chamado para ajudar ao lado de outrem». 

A princípio o vocábulo era empregado para indicar um advogado, o qual ajudava a defender a causa de um cliente seu; mas o sentido se estende para dar a ideia de qualquer espécie de ajuda, incluindo os conceitos de consolo e conselho. Naturalmente o Espírito Santo tem o ofício de advogado, no sentido estrito, porquanto pleiteia a causa dos crentes, aspecto esse de sua atuação que é enfatizado no oitavo capítulo da epístola aos Romanos, onde, entretanto, essa palavra não é realmente usada. Todavia, a operação do Espírito de Deus não se limita a isso; a ele cabe conduzir-nos a toda a verdade. Também lhe compete convencer o mundo de pecado, apelando contra as iniquidades dos homens, ao mesmo tempo que lhes revela o Cristo. Outrossim, haverá de transformar moral e metafisicamente aos remidos, pelo que também, de modo geral, o seu ofício ultrapassa em muito o de um advogado, que defende uma causa alheia. 

A base de tudo quanto acima foi exposto, podemos traduzir aqui a palavra grega ‘parácletos’ por ‘ajudador’, conforme fazem as traduções WM e GD, e isso porque a sua ajuda é rica e inclui muitas facetas que ordinariamente não poderíamos apreender mediante o uso do vocábulo «Advogado». Além disso, também devemos observar que as palavras «Consolador» e «Conselheiro» também são por demais limitadas em seu sentido para que expressem adequadamente o ministério do Espírito Santo como «paracleto», posto que só dão a entender alguns aspectos dessa ajuda em favor dos homens. 

Arthur John Gossip (in loco) comenta, como segue, sobre a obra do Espírito Santo: «O Espírito que ele ‘Deus’ nos envia, é um Espírito poderoso, que insta conosco de forma intensa. Ele impele, ele reaviva, ele revigora, ele infunde novo ânimo e nova coragem aos descoroçoados e, repondo na ordem as fileiras dispersas, permite-nos tirar a vitória da própria derrota».”

Hernandes Dias Lopes explica que há quatro verdades destacadas neste texto de João 14.16-17:

Em primeiro lugar, o Espírito Santo é o consolador semelhante a Jesus (Jo 14.16). “E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro consolador […]”. Há duas palavras gregas para outro. A primeira é heteros, que significa “outro diferente”; e a segunda, allos, que significa “outro igual, da mesma substância”. Em resposta à sua oração, o Pai enviará allos parákletos, outro consolador. O Espírito é Deus, com os mesmos atributos do Pai e do Filho.

Willian Hendriksen diz que o Espírito é outro consolador, e não um consolador diferente. A palavra grega paracletos significa “advogado”, “consolador”, “a pessoa que traz para o lado a outra”, a fim de ajudá-la, protegê-la e livrá-la. A palavra parákletos é o ajudador ou defensor, um amigo no tribunal. 

D. A. Carson diz que, no grego secular, parákletos significa primariamente “assistente jurídico, advogado, isto é, alguém que ajuda outra pessoa no tribunal, como advogado, testemunha ou como representante”.

Em segundo lugar, o Espírito Santo é o consolador permanente dos discípulos (Jo 14.16b). “[…] para que fique para sempre convosco”. O Espírito Santo jamais deixaria os discípulos. Daria a eles consolo, direção e poder. Nas horas mais amargas, daria consolo. Nas horas mais confusas, daria direção. Nas horas mais cruciais, daria poder.

Em terceiro lugar, o Espírito Santo é a fonte da verdade (Jo 14.17). O mundo não pode conhecer nem receber o Espírito Santo, pois o mundo anda enredado pelo engano, alimentado pela mentira, perdido num emaranhado de ideias. O Espírito Santo é a fonte da verdade. Ele inspirou as Escrituras e nos ilumina a mente para que as entendamos.

Em quarto lugar, o Espírito Santo é o Deus que habita em nós (Jo 14.17b). “[…] vós o conheceis, pois ele habita convosco e estará em vós”. No dia de Pentecostes, o Espírito Santo veio habitar no meio, ao lado e dentro dos discípulos.

O Deus Emanuel, “Deus conosco”, voltou para o Pai, mas o Espírito Santo, o outro consolador, não apenas está conosco, mas também está em nós. Ele não veio apenas para habitar entre nós, mas, também, para morar em nós. Nosso corpo transformou-se no lugar santíssimo, no santo dos santos de sua habitação.

O Espírito Santo exerce papel fundamental na ornamentação e preparação da noiva para o encontro do noivo!

1.1 – Evidências de uma igreja que está se preparando para o arrebatamento

A palavra ‘evidência’ tem significado interessante para a compreensão deste subtópico; ela deriva do latim “evidentia,ae”, que significa “hipótese, visibilidade, transparência”. Biblicamente, ‘evidência’ significa algo que está claro, em destaque, que é visível para todos. Evidência é algo em caráter do que é evidente, como a evidência de uma prova, por exemplo.

Portanto, a prova real de uma igreja, que de fato está se aprontando para ser arrebatada, acha-se, obviamente, na própria Bíblia Sagrada. É nela que encontramos os indicativos apropriados ou as EVIDÊNCIAS que retratam uma igreja em preparação para o arrebatamento.

Vamos conhecer algumas dessas evidências:

1 – Revestimento de poder: O mundo e o diabo constituem um desafio para a igreja em qualquer tempo e vencê-los sem a providência divina do revestimento de poder seria impossível. A igreja primitiva, antes de iniciar a poderosa missão de testemunhar acerca de Cristo, foi revestida do poder do alto e desta forma alcançou os objetivos traçados para o seu tempo (At 2.1-4).

Atualmente, muitas lideranças estão em busca de metodologias que visam o crescimento da igreja; fórmulas mágicas para expandirem o ministério ou o trabalho local; recorrem a tantos artifícios e ignoram a ferramenta principal que pode alavancar integralmente a obra do Senhor – o revestimento de poder através da busca e presença do Espírito Santo.

Para termos o mesmo êxito que a igreja das páginas do livro de Atos obteve, urge que busquemos tal revestimento. Uma geração cristã somente poderá marcar a sua história, caso esteja imersa no poder advindo de Deus.

2 – Compromisso com a evangelização dos povos: Uma igreja que se prepara para o arrebatamento está comprometida com missões, aliás, esta é uma das razões pelas quais a igreja existe – Evangelizar as nações.

A igreja primitiva se ocupava em levar as boas novas do evangelho da salvação a todos indistintamente (At 8.26-40; At 10). Não importava o quanto custaria para levar uma alma a Cristo, pois não tinham a sua vida por preciosa (At 20.24), antes, sacrificavam a suas próprias vontades e projetos em prol de cumprirem a chamada da evangelização, ainda que lhes custassem a própria vida (At 7.55-60).

Hoje, mesmo com tantos recursos na preparação de missionários, mesmo as igrejas possuindo tanto poder financeiro para o sustento no campo, as igrejas pouco ou nada investem neste trabalho tão primordial do reino de Deus. Tal falha indica que esta igreja, muito provavelmente, não esteja pronta para o arrebatamento.

3 – Esperança do arrebatamento: A igreja primitiva vivia sob a ótica de que Jesus poderia voltar a qualquer instante. As mensagens contidas nas cartas do N.T. apontavam sempre para a expectativa da segunda vinda de Cristo (1 Co 15.51-58; 1 Ts 4.13-18).

Muitas igrejas têm falado pouco sobre essa verdade, antes, se ocupam em ministrar mensagens que prometem o céu na terra, contrariando a mensagem apostólica (o céu está no porvir).

A igreja que se apronta para o arrebatamento, deve possuir em seu sermonário, mensagens que aludem a 2ª vinda de Cristo.

4 – Santificação: O escritor a carta aos Hebreus afirmou que devemos “seguir a paz com todos e a santificação, sem a qual, ninguém verá o Senhor.” (Hb 12.14). Tal santificação não é um acessório do cristão, em que ele, pode ou não fazer uso, mas uma determinação importante e imprescindível para o arrebatamento, portanto, a santificação credencia o cristão a ouvir a trombeta do arrebatamento.

De forma simples, a santificação implica em ter uma vida separada do pecado e do mundo. Trata-se de uma vida consagrada ao serviço e a adoração a Deus, porém, infelizmente, muitos cristãos têm tido uma vida dúbia e outros simplesmente não se preocupam em manter-se distante daquilo que nos separa de Deus. Estes, certamente não estão prontos para o arrebatamento.

5 – Vida espiritual: A igreja primitiva refletia o caráter de Cristo. Aqueles que se relacionavam com a igreja, identificavam a natureza do seu fundador, Jesus. Uma vida espiritual abundante pode ser evidenciada na sede pela comunhão com Deus, na vida de orações e jejuns, na adoração sincera; na consagração e no dever de amar a todos indistintamente, na prática do amor e na obediência a Palavra do Senhor.

Hoje, vivemos uma escassez terrível de tais virtudes, no entanto, entendemos que o Senhor da igreja tem preparado um grande renovo espiritual para estes últimos dias. Cremos piamente que Deus irá reascender o fervor espiritual da sua igreja e que ainda experimentaremos uma chuva graciosa de bênçãos espirituais que irá despertar a igreja com poder, com a responsabilidade de fazer missões, com o desejo de subir ao céu, com a santificação do espírito, alma e corpo para o Senhor e com uma vida espiritual abundante.

Mesmo que muitos, não consigam enxergar a possibilidade de restauração de muitas igrejas, devido à seca espiritual que estão experimentando, o Senhor fará chover sobre a terra seca e ela produzirá novamente fervor e entusiasmo por tudo aquilo que glorifica a Deus.

1.2 – A igreja cheia do Espírito Santo

Uma igreja cheia do Espírito tem seu princípio no batismo com o Espírito Santo (At 2.1-4), porém este evento não é limitador para uma vida sempre plena, ao contrário, o apóstolo Paulo, quando se dirigiu a igreja de Éfeso, a orientou sobre a necessidade de uma busca constante pelo enchimento do Espírito Santo. Leiamos:

Efésios 5:18

18 E não vos embriagueis com vinho, em que há contenda, mas enchei-vos do Espírito, (ARC)

Hernandes Dias Lopes, destaca algumas características de uma igreja cheia do Espírito Santo baseado no texto de Atos 2.42-47 que diz:

Atos 2:42-47

42 E perseveravam na doutrina dos apóstolos, e na comunhão, e no partir do pão, e nas orações.

43 Em cada alma havia temor, e muitas maravilhas e sinais se faziam pelos apóstolos.

44 Todos os que criam estavam juntos e tinham tudo em comum.

45 Vendiam suas propriedades e fazendas e repartiam com todos, segundo cada um tinha necessidade.

46 E, perseverando unânimes todos os dias no templo e partindo o pão em casa, comiam juntos com alegria e singeleza de coração,

47 louvando a Deus e caindo na graça de todo o povo. E todos os dias acrescentava o Senhor à igreja aqueles que se haviam de salvar. (ARC) 

A igreja de Jerusalém conjugava doutrina e vida, credo e conduta, palavra e poder, qualidade e quantidade. Hoje vemos igrejas que revelam grandes desequilíbrios. As igrejas que zelam pela doutrina não celebram com entusiasmo. As igrejas ativas na ação social desprezam a oração. Aquelas que mais crescem em número mercadejam a verdade. Ao contrário disso, a igreja de Jerusalém era unificada (At 2.44), exaltada (At 2.47a) e multiplicada (At 2.47b).

Mas, quais são as marcas de uma igreja cheia do Espírito Santo? Hernandes Dias Lopes, pontua:

Em primeiro lugar, uma igreja cheia do Espírito é comprometida com a fidelidade à Palavra de Deus (At 2.42). A igreja de Jerusalém nasceu sob a égide da verdade. A igreja começou com o derramamento do Espírito, a pregação cristocêntrica e a permanência dos novos crentes na doutrina dos apóstolos.

John Stott diz que o Espírito Santo abriu uma escola em Jerusalém; seus professores eram os apóstolos que Jesus escolhera; e havia 3 mil alunos no jardim da infância. A igreja apostólica era uma igreja que aprendia. Com isso, deduzimos que o antiintelectualismo e a plenitude do Espírito são incompatíveis, pois o Espírito Santo é o Espírito da verdade. O Espírito de Deus leva o povo de Deus a submeter-se à Palavra de Deus. Deus tem um compromisso com a Palavra. Ele tem zelo pela Palavra. Uma igreja fiel não pode mercadejar a Palavra.

Em segundo lugar, uma igreja cheia do Espírito é perseverante na oração (At 2.42). Uma igreja cheia do Espírito ora com fervor e constância. A igreja de Jerusalém não apenas possuía uma boa teologia da oração, mas efetivamente orava. Ela dependia mais de Deus do que dos próprios recursos:

  • Atos 1.14 — Todos unânimes perseveravam em oração;
  • Atos 3.1 – Os líderes da igreja vão orar às 3 horas da tarde;
  • Atos 4.31 – A igreja sob perseguição ora, o lugar treme e o Espírito desce;
  • Atos 6.4 – A liderança entende que a sua maior prioridade é oração e a Palavra;
  • Atos 9.11 – O primeiro sinal de que Deus deu a Ananias sobre a conversão de Paulo é que ele estava orando;
  • Atos 12.5 – Pedro está preso, mas há oração incessante da igreja em seu favor e ele é miraculosamente libertado;
  • Atos 13.1-3 — A igreja de Antioquia ora e Deus abre as portas das missões mundiais;
  • Atos 16.25 — Paulo e Silas oram na prisão e Deus abre as portas da Europa para o evangelho;
  • Atos 20.36 – Paulo ora com os presbíteros da igreja de Éfeso na praia;
  • Atos 28.8,9 – Paulo ora pelos enfermos da ilha de Malta e os cura.

Em terceiro lugar, uma igreja cheia do Espírito tem uma profunda comunhão (At 2.42,44-46). Em uma igreja cheia do Espírito os irmãos se amam profundamente. Na igreja de Jerusalém os irmãos gostavam de estar juntos (At 2.44). Eles partilhavam seus bens (At 2.45). Eles apreciavam estar no templo (At 2.46) e também nos lares (At 2.46b). Havia um só coração e uma só alma. Onde desce o óleo do Espírito, aí há união entre os irmãos; aí ordena o Senhor a sua bênção e a vida para sempre (SI 133). Os crentes eram sensíveis para ajudar os necessitados (At 2.44,45). Eles converteram o coração e o bolso. Tinham desapego dos bens e apego às pessoas. Encarnaram a graça da contribuição.

Em quarto lugar, uma igreja cheia do Espírito adora a Deus com entusiasmo (2.47). Uma igreja cheia do Espírito canta com fervor e louva a Deus com entusiasmo. O culto era um deleite. Eles amavam a casa de Deus. Uma igreja viva tem alegria de estar na casa de Deus para adorar. A comunhão no templo é uma das marcas da igreja ao longo dos séculos. O louvor da igreja era constante. Uma igreja alegre canta.

Os muçulmanos têm mais de um bilhão de adeptos no mundo, mas eles não cantam. Uma igreja viva tem um louvor fervoroso, contagiante, restaurador, sincero, verdadeiro. O louvor que agrada a Deus tem origem no próprio Deus, tem como propósito exaltá-lo e tem como resultado quebrantamento dos corações. O culto verdadeiro produz reverência e alegria, pois, se a alegria do Senhor for obra do Espírito, o temor do Senhor também será autêntico. 

Em quinto lugar, uma igreja cheia do Espírito teme a Deus e experimenta os seus milagres (2.43). Uma igreja cheia do Espírito é formada por um povo cheio de reverência. Ela tem compreensão da santidade de Deus. Ela se curva diante da majestade de Deus.

Hoje as pessoas estão acostumadas com o sagrado. Há uma banalização do sagrado. Há saturação, comercialização e paganização das coisas de Deus. Quem conhece a santidade de Deus não brinca com as coisas dele. A igreja de Jerusalém era reverente e também receptiva ao agir soberano de Deus Acreditava nos milagres de Deus. A manifestação extraordinária de Deus estava presente na vida da igreja:

  • Atos 3 — O paralítico é curado;
  • Atos 4.31 — O lugar onde a igreja ora, treme;
  • Atos 5.12,15b — Muitos sinais e prodígios são efetuados;
  • Atos 8.6 — Filipe realiza sinais em Samaria;
  • Atos 9 — A conversão de Saulo é seguida da sua cura;
  • Atos 12 — Pedro é libertado pelo anjo do Senhor; Atos 16.26 – Ocorre um terremoto em Filipos;
  • Atos 1 9 .11 – Pelas mãos de Paulo, Deus fazia milagres;
  • Atos 28.8,9 – Deus cura os enfermos de Malta pela oração de Paulo.

Infelizmente, hoje há dois extremos na igreja: aqueles que negam os milagres e aqueles que os inventam.

Em sexto lugar, uma igreja cheia do Espírito tem a simpatia dos homens e a bênção do crescimento numérico por parte de Deus (2.47). Essa igreja é simpática e amável. Ela é sal e luz. E boca de Deus e monumento da graça. Essa igreja tem qualidade e também quantidade. Cresce para o alto e também para os lados. Mostra vida e também números.

A igreja de Jerusalém produziu impacto na sociedade por causa de seu estilo de vida. Era uma igreja comprometida com a verdade, mas não legalista; era uma igreja santa, mas não farisaica; era uma igreja piedosa, mas não com santorronice. Os crentes eram alegres, festivos, íntegros. Eles contagiavam. O estilo de vida da igreja impactava a sociedade: melhores maridos, esposas, filhos, pais, estudantes, profissionais. O resultado da qualidade é a quantidade. Deus mesmo acrescentava a essa igreja, dia a dia, os que iam sendo salvos.

Temos hoje dois extremos: numerolatria e numerofobia. Precisamos entender que qualidade gera quantidade. A igreja crescia em números. A igreja crescia diariamente por adição de vidas salvas e por ação divina. Vejamos o crescimento da igreja:

  • Atos 1.15: 120 membros;
  • Atos 2.41: três 3 mil membros;
  • Atos 4.4: cinco 5 mil membros;
  • Atos 5.14: Uma multidão é agregada à igreja;
  • Atos 6.7: O número dos discípulos é multiplicado;
  • Atos 9.31: A igreja se expande para a Judeia, Galileia e Samaria;
  • Atos 16.5: Igrejas são estabelecidas e fortalecidas no mundo inteiro.

1.3 – O Espírito Santo protege a igreja que vive a expectativa do arrebatamento

Jesus Cristo, antes de ascender ao céu, determinou que os seus discípulos ficassem em Jerusalém, até que do alto fossem revestidos de poder. Leiamos:

Lucas 24:49

49 E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. (ARC)

Os primeiros irmãos que inaugurariam a igreja, não estavam autorizados a dar um passo sequer, sem antes, aguardarem o cumprimento desta promessa, pois uma igreja somente poderá exercer a sua autoridade espiritual e cumprir o seu papel no reino de Deus, se estiver possuída e dominada pelo Espírito Santo.

Somente após o episódio do Cenáculo, isto é, o Dia de Pentecostes, quando cerca de 120 discípulos foram santificados por intermédio do batismo no Espírito Santo, a igreja se tornou apta para a obra, ou seja, ela recebeu a chancela divina para se levantar e começar a realizar a obra de Deus na terra.

As palavras do versículo 49 foram ditas por Jesus provavelmente no dia de sua ascensão, dez dias antes do seu cumprimento e quarenta dias após a ressurreição. Willian Hendriksen, diz que aquele Espírito prometido por Cristo capacitaria os discípulos a serem testemunhas genuínas e eficazes.  A luz do livro de Atos é evidente que, por meio das palavras de Jesus quando abriu a mente deles, e por meio do derramamento do Espírito Santo, esses homens realmente se tornaram testemunhas eficientes. Sem dúvida, o discurso de Pedro no dia de Pentecostes é uma ilustração desse acréscimo de poder e eficácia (At 2.14-36).

É sabido que todos os livros da Bíblia possuem um início e um fim, exceto, o livro de Atos, pois este é o único em toda a Bíblia, que tem o registo do seu princípio, mas ainda não foi finalizado, já que ele retrata a história da igreja. Ela foi inaugurada no dia de Pentecostes, mas ainda permanece na terra, no exercício da sua responsabilidade, pois sua crônica ainda não terminou. Do mesmo modo, que a igreja primitiva dependeu do Espírito Santo para atuar, a igreja em toda a sua história, também depende do mesmo Espírito. Portanto, nossa geração, para alcançar os mesmos resultados da igreja primitiva no processo de expansionismo do reino de Deus, precisa se sujeitar a obrigação da dependência do Espírito Santo, o Agente capacitador de fazer a igreja ser testemunha fiel de Cristo.

A oração mais pertinente para nossos dias é: “Revista a sua igreja do Espírito Santo, oh Senhor!”. 

2 – ESPÍRITO SANTO: O CONSOLADOR INSEPARÁVEL DA IGREJA

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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