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Betel Adultos – 4º Trimestre 2022 – 23-10-2022 – Lição 4 – Batismo com o Espírito Santo: distinção, evidência, propósito e resultados

19/10/2022

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem”. (At 2.4)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Atos 2.1-5 

1 Cumprindo-se o dia de Pentecostes, estavam todos reunidos no mesmo lugar; 

2 e, de repente, veio do céu um som, como de um vento veemente e impetuoso, e encheu toda a casa em que estavam assentados. 

3 E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. 

4 E todos foram cheios do Espírito Santo e começaram a falar em outras línguas, conforme o Espírito Santo lhes concedia que falassem. 

5 E em Jerusalém estavam habitando judeus, varões religiosos, de todas as nações que estão debaixo do céu.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Mostrar que o batismo como Espírito Santo é uma experiência distinta. 
  • Destacar a evidência do batismo com o Espírito Santo. 
  • Expor o propósito do batismo com o Espírito Santo.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos. Paz do Senhor.

Existem algumas condições indispensáveis e insubstituíveis para que o processo de interpretação dos textos bíblicos aconteça da forma correta.

A Hermenêutica Bíblica é a ciência de interpretar os textos bíblicos e é derivada da Hermenêutica simples ou seja da ciência que interpreta textos.

De origem grega, a Hermenêutica (hermeneuein) é tida como filosofia da interpretação, sendo associada ao deus grego Hermes, que traduzia tudo o que a mente humana não compreendesse, sendo chamado de “deus-intérprete”. Possui alguns significados diferentes de acordo com o tempo, passando de “compreender o significado do mundo” e chegando “ é a teoria científica da arte de interpretar”.

Hermes era o transmissor das mensagens dos deuses e encarregado de fazer com que os seres humanos recebessem tudo o que fosse comunicado.

O propósito de Hermes era fazer com que a mensagem fosse transmitida sem misturas e que os seres humanos compreendessem exatamente o que os deuses estavam dizendo.

A Hermenêutica se propõe a fazer exatamente isto, ou seja, dar condições para que os leitores ou ouvintes saibam o que os autores queriam dizer.

Sendo assim, para interpretar um texto de qualquer tipo, precisamos compreender algumas regras básicas que estão relacionadas a quem era o autor, para quem o texto foi escrito, quando o texto foi escrito, em que circunstâncias e outras mais.

Se analisarmos TODOS os textos a partir deste pressuposto, nosso processo de interpretação tende a ser bem sucedido.

Em se tratando da interpretação dos textos bíblicos, é fundamental que obtenhamos o máximo de informações sobre o autor e que abramos nossa mente para o que está escrito no texto.

A regra básica da Hermenêutica bíblica nos mostra que a Bíblia se auto interpreta, ou seja, que é possível retirar do texto aquilo que o autor quis transmitir.

Além disto, para contribuir com a precisão de nossa interpretação, é necessário utilizar mais de uma tradução bíblica e, se possível conhecer o significado das palavras no original.

Se fizermos tudo isto, o processo de interpretação será extremamente bem sucedido e não incorreremos em erros comuns.

Talvez você está se perguntando porque escrevemos tudo isto em uma introdução e a resposta para esta pergunta é simples, porque as pessoas não leem os textos e por este motivo, não conseguem interpretá-los corretamente.

O batismo com o Espírito Santo é uma promessa dada por Deus aos judeus que foi estendida para todos os que cressem em Jesus e o texto de Atos 1.8 nos traz todas as informações sobre o que é este batismo e o propósito pelo qual ele existe.

“Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e até aos confins da terra”. (AT 1.8 – ARC)

Em outra tradução:

“Mas quando o Espírito Santo descer sobre vocês, então receberão poder para testemunhar com grande efeito ao povo de Jerusalém, de toda a Judéia, de Samaria, e até dos confins da terra, a respeito da minha morte e ressurreição”. (BV)

Faça uma experiência com seus alunos lendo este versículo e pedindo para eles dizerem o que é o batismo e qual o propósito. É provável que você se assuste com as respostas, haja vista, uma grande parte das pessoas ainda acreditar que o batismo é para que os cristãos falem em línguas estranhas.

Sendo assim, é de fundamental importância que você, como professor, os oriente no processo de interpretação de textos.

O batismo é real, não cessou após a morte dos discípulos e está pronto para ser derramado sobre a vida dos que creem em Jesus, o Cristo.

1 – O BATISMO COM O ESPÍRITO SANTO É UMA EXPERIÊNCIA DISTINTA

O sinal que alguém se converteu pode ser visto nas mudanças de atitude, haja vista, recebermos o Espírito de Deus em nós no momento da conversão.

Jesus disse que seus discípulos seriam conhecidos pelos frutos produzidos e este termos está relacionado ao comportamento e à manifestação do Fruto do Espírito descrito por Paulo à igreja que estava na Galácia.

“Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”. (Gl 5.22 – ARC)

Em outra tradução:

“Mas quando o Espírito Santo controlar as nossas vidas, Ele produzirá em nós esta espécie de fruto: amor, alegria, paz, paciência, bondade, retidão, fidelidade, mansidão e domínio próprio”. (BV) 

No mesmo instante somos aceitos por Deus como filhos e somos regenerados, ou seja transformados em uma nova criatura.

Exatamente neste momento começa em nós um processo de transformação conhecido como santificação que só terminará quando morrermos ou formos arrebatados.

Existem diferenças básicas em todas estas ações do Espírito Santo na vida dos cristãos, assim como também existem diferenças entre o que descrevemos e o batismo com o Espírito Santo.

Algumas pessoas insistem em afirmar que existem diferenças entre ser batizado com o Espírito Santo e no Espírito Santo, porém, não existem tais diferenças, haja vista, o termo grego “em” ser utilizado para vários propósitos.

O teólogo brasileiro Reginaldo Oliveira, traz um rico comentário sobre esse assunto.

“Como afirma o Dicionário Internacional do Novo Testamento, no seu estudo das preposições gregas, p.1748-1791, o tipo de grego usado no Novo testamento (Coiné) e o  grego clássico ( este ao longo do tempo) não faziam distinção rígida dos uso das preposições (especialmente o Coiné), portanto ao traduzir um texto deve-se levar em conta também o contexto, variação estilística, dentre outros. Isso acontece principalmente com a preposição em questão en  que apresenta uma versatilidade muito grande invadindo o significado de outras preposições. E é por seguinte a preposição mais utilizada no Novo Testamento. Portanto fazer doutrinas baseadas no uso rígido de preposições é um grande erro. Ver também o livro “A exegese e suas falácias” – ed. Vida Nova”.

É aceito que no momento da conversão é recebido o Espírito Santo (batismo no ou com) e na efusão, os cristãos recebem o poder do Espírito.

O termo mais utilizado e, na opinião deste que vos escreve é plenitude do Espírito ou poder do Espírito, conforme o livro de Atos nos mostra.

Os pentecostais clássicos, tanto no Brasil como nos Estados Unidos, usam o termo Batismo no Espírito e com a evidencia sempre acompanhada de pelo menos um dom, o de línguas.

O pentecostalismo de segunda onda no Brasil segue a primeira onda neste quesito. Já nos Estados Unidos alguns da segunda onda preferem usar o termo Plenitude do Espírito. Quanto a evidencia do batismo ou plenitude, alguns defendem  que seria pelo menos o dom de línguas e outros que pode haver outros dos nove dons e nem sempre o dom de línguas.

O pentecostalismo da terceira onda no Brasil segue em geral o conceito da primeira onda, e nos Estados Unidos rejeitam o termo Batismo no Espírito.

O teólogo calvinista reformado, Grudem, defende que o termo Batismo no Espírito se refere a conversão, e que as outras experiencias do Espírito devem ser chamadas de “enchimentos”  ou “plenitude”.

1.1 – Distinta da regeneração

A regeneração acontece no momento da conversão e é descrita em algumas passagens no Novo Testamento.

O texto mais conhecido sobre a regeneração é escrito pelo apostolo João.

“Jesus respondeu e disse-lhe: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer de novo não pode ver o Reino de Deus. Disse-lhe Nicodemos: Como pode um homem nascer, sendo velho? Porventura, pode tornar a entrar no ventre de sua mãe e nascer? Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito não pode entrar no Reino de Deus.”. (Jo 3.3-5 – ARC) 

A regeneração é o novo nascimento e só pode acontecer mediante a ação sobrenatural do Espírito Santo e Jesus deixou isto claro a Nicodemus quando este fez alusão a voltar para a barriga da mãe para nascer novamente.

O Espírito Santo é derramado na salvação que acontece na pessoa de Cristo que é a Palavra de Deus.

O teólogo americano Norman Champlim traz um rico comentário sobre este assunto.

“Trata-se de um símbolo da operação do Espírito Santo, que transforma internamente os homens, até que, por fim, os transforma metafisicamente, na totalidade de sua personalidade, ou seja, transforma-os segundo a imagem de Cristo e nisso consiste a regeneração total. O elemento real é a operação do Espírito. Um símbolo dessa operação, que Nicodemos poderia ter compreendido, é a «água» das palavras de Jesus. Tal símbolo envolvia os diversos ritos de batismo que subentendiam purificação e dedicação a uma ordem espiritual de coisas.”

A carta de Tito traz um texto que coaduna com este pensamento.

“Contudo, quando da parte de Deus, nosso Salvador, foram manifestadas a misericórdia e o amor pela humanidade, não por causa de alguma atitude justa que pudéssemos ter praticado, mas devido à sua bondade, Ele nos salvou por meio do lavar regenerador e renovador do Espírito Santo, que Ele derramou copiosamente sobre nós com toda a sua generosidade, por intermédio de Jesus Cristo, nosso Salvador”. (Tt 3.4-6 – KJA)

Observemos que o texto aborda um período onde os destinatários da carta não eram convertidos (vv. 3) e deixa claro que a misericórdia e o amor de Cristo por eles os salvou (vv. 5) lavando-os e regenerando-os.

Os teólogos cessacionistas afirmam que o derramamento do Espírito Santo acontece somente no momento da conversão, porém, os discípulos foram orientados a permanecer em Jerusalém até que fossem revestido de poder (Lc 24.49) e neste momento eles já haviam recebido de Jesus o “sopro” do Espírito Santo, ou seja, já haviam sido regenerados.

“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo”. (Jo 20.22 – ARC)

O batismo no Espírito Santo é posterior à regeneração e os textos descritos no livro de Atos demonstram que tal batismo era dado somente àqueles que já haviam se convertido.

O apóstolo Paulo nos mostra que no momento da conversão somos transformados em nova criatura.

“Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é: as coisas velhas já passaram; eis que tudo se fez novo. E tudo isso provém de Deus, que nos reconciliou consigo mesmo por Jesus Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, isto é, Deus estava em Cristo reconciliando consigo o mundo, não lhes imputando os seus pecados, e pôs em nós a palavra da reconciliação”. (2 Co 5.17-19 – ARC)

Estar em Cristo é receber uma natureza transformada através da presença do Espírito Santo o que é diferente de receber a plenitude do Espírito Santo.

1.2 – Distinta da santificação

A santificação é um processo constante conforme é descrito pelo escritor aos hebreus.

“Segui a paz com todos e a santificação, sem a qual ninguém verá o Senhor” (Hb 12.14 – ARC)

Em outras traduções:

“Procurem ter paz com todos e se esforcem para viver uma vida completamente dedicada ao Senhor, pois sem isso ninguém o verá”. (NTLH) 

“Procurem afastar-se de toda discórdia, e busquem levar uma vida pura e santa, porque aquele que não é santo não verá o Senhor”. (BV) 

Quem nos santifica é o Espírito Santo e isto acontece através da Palavra de Deus que é Cristo.

À medida que crescemos em Cristo através da leitura bíblica, da oração, do jejum e da adoração, somos aperfeiçoados em Cristo e isto acontecerá até o último dia de nossa vida.

Se observamos as diferenças entre o Fruto do Espírito e as obras da carne, teremos certeza de que o Espírito Santo santifica todos os cristãos à medida que estes buscam a Jesus.

“Digo, porém: Andai em Espírito e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito, contra a carne; e estes opõem-se um ao outro; para que não façais o que quereis. Mas, se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da lei. Porque as obras da carne são manifestas, as quais são: prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçarias, inimizades, porfias, emulações, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias e coisas semelhantes a estas, acerca das quais vos declaro, como já antes vos disse, que os que cometem tais coisas não herdarão o Reino de Deus. Mas o fruto do Espírito é: caridade, gozo, paz, longanimidade, benignidade, bondade, fé, mansidão, temperança”. (Gl 5.16-22 – ARC)

Jesus afirma no Sermão da Montanha que os verdadeiros filhos de Deus teriam comportamentos diferentes daqueles que não eram e tais comportamentos não estão associados ao falar em línguas estranhas e profetizar, mas a um comportamento similar ao de Jesus.

O apóstolo Pedro aborda o assunto santificação em sua primeira carta e deixa claro que este ato do Espírito é um processo constante.

“eleitos segundo a presciência de Deus Pai, em santificação do Espírito, para a obediência e aspersão do sangue de Jesus Cristo: graça e paz vos sejam multiplicadas”. (1 Pe 1.2 – ARC) 

Em outra tradução: 

“Queridos amigos: Deus o Pai escolheu vocês há muito tempo e sabia que se tornariam seus filhos. E o Espírito Santo tem operado no coração de vocês, purificando-o com o sangue de Jesus Cristo e fazendo-os desejosos de agradar-Lhe. Que Deus os abençoe ricamente e lhes conceda uma libertação cada vez maior de toda inquietação e temor”. (BV) 

A efusão ou plenitude do Espírito Santo descrita no livro de Atos é um acontecimento completamente distinto do processo de santificação. 

Este acontecimento não é associado ao processo de santificação em nenhum texto bíblico. 

Os crentes de Corinto se gloriavam por serem espirituais por manifestarem dons espirituais, porém, estes mesmos receberam de Paulo uma exortação sobre a ausência de santidade em suas vidas. 

“E eu, irmãos, não vos pude falar como a espirituais, mas como a carnais, como a meninos em Cristo. Com leite vos criei e não com manjar, porque ainda não podíeis, nem tampouco ainda agora podeis; porque ainda sois carnais, pois, havendo entre vós inveja, contendas e dissensões, não sois, porventura, carnais e não andais segundo os homens?” (1 Co 3.1-3 – ARC)

1.3 – Distinta do batismo no corpo de Cristo

Este é um termo pouco aceito por grande parte dos teólogos.

Ele afirma que existe uma outra manifestação espiritual chamada “batismo no corpo de Cristo”, afirmando que tal batismo é a união do cristão à Cristo, porém, tal união acontece no momento da conversão.

Paulo deixa isto bem claro em sua carta à igreja que estava em Éfeso.

“…em quem também vós estais, depois que ouvistes a palavra da verdade, o evangelho da vossa salvação; e, tendo nele também crido, fostes selados com o Espírito Santo da promessa; o qual é o penhor da nossa herança, para redenção da possessão de Deus, para louvor da sua glória”. (Ef 1.13,14 – ARC) 

A palavra penhor pode ser traduzida como garantia e deixa claro que a confirmação da conversão está garantida pela presença do Espírito Santo na vida dos cristãos e é este Espírito que nos transforma em nova criatura. 

Não existe outra manifestação do Espírito Santo além da regeneração para nos ligar ao corpo de Cristo que é a Igreja.

O texto de Paulo aos gálatas deixa isto claro. 

“Porque todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus; porque todos quantos fostes batizados em Cristo já vos revestistes de Cristo. Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus”. (Gl 3.26-28 – ARC) 

Em outra tradução: 

“Pois, por meio da fé em Cristo Jesus, todos vocês são filhos de Deus. Porque vocês foram batizados para ficarem unidos com Cristo e assim se revestiram com as qualidades do próprio Cristo. Desse modo não existe diferença entre judeus e não-judeus, entre escravos e pessoas livres, entre homens e mulheres: todos vocês são um só por estarem unidos com Cristo Jesus!. (NTLH) 

Observemos que Paulo não cita outro tipo de batismo, mas fala sobre o ato da conversão. 

2 – EVIDÊNCIA FÍSICA E INICIAL

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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