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15/12/2022
“Porque os que são segundo a carne inclinam-se para as coisas da carne; mas os que são segundo o Espírito, para as coisas do Espírito.” (Rm 8.25)
Gl 5.25
25 Se vivemos no Espírito, andemos também no Espírito.
Ef 4.22-24
22 que, quanto ao trato passado, vos despojeis do velho homem, que se corrompe pelas concupiscências do engano,
23 e vos renoveis no espírito do vosso sentido,
24 e vos revistais do novo homem, que, segundo Deus, é criado em verdadeira justiça e santidade.
Olá, irmãos. Paz do Senhor.
A criação dos primeiros seres humanos foi baseada nos princípios morais de Deus.
O livro de Gênesis nos mostra que eles foram criados à imagem e semelhança do Senhor e isto nos mostra que a natureza que eles possuíam (caráter) era pautado nas prerrogativas que Deus possui e, por este motivo, eles possuíam um nível de comunhão plena, tendo contato com o Senhor diariamente.
“E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança; e domine sobre os peixes do mar, e sobre as aves dos céus, e sobre o gado, e sobre toda a terra, e sobre todo réptil que se move sobre a terra. E criou Deus o homem à sua imagem; à imagem de Deus o criou; macho e fêmea os criou.” (Gn 1.26,27 – ARC)
Em outra tradução:
“Então Deus disse: “Façamos os seres humanos à nossa imagem, como nós somos. Que dominem sobre os peixes do mar, sobre as aves do céu, sobre todos os animais da terra, e sobre todas as criaturas que rastejam pelo chão”. Deus criou os seres humanos à sua imagem; à imagem de Deus, ele os criou; homem e mulher, ele os criou.” (VFL)
Como sabemos que Deus é Espírito, fica evidente que esta imagem e semelhança está relacionada aos atributos morais.
Outro ponto importante em relação a este assunto é que os seres humanos foram criados com uma natureza espiritual parecida com a de Deus, ou seja, eterna.
O teólogo americano Norman Champlim faz um comentário interessante a respeito deste assunto.
“Os animais foram criados “conforme a sua espécie”. Mas o homem foi criado “conforme a espécie de Deus”, ou seja, de acordo com a Sua natureza, o que prevê a final participação do homem na natureza divina. Esse é o nosso mais elevado conceito religioso. Paulo foi quem o desenvolveu. Há muitos mistérios ligados a ele. A imagem (no hebraico, selem) fala sobre a imagem mental, moral e espiritual de Deus. O homem veio à existência compartilhando de algo da natureza divina; e em Cristo, essa imagem é grandemente fomentada, a ponto de os salvos virem a compartilhar da natureza divina, em um sentido finito, mas real. Os atributos de Deus como Sua veracidade, sabedoria, amor, santidade e justiça passam a ser atributos dos salvos, posto que parcialmente. Isso eleva o homem muito acima do reino animal. Entretanto, alguns críticos não creem que, em data tão recuada, os hebreus tivessem o conceito de um Deus imaterial, ou de uma alma imaterial. Há referências materialísticas a Deus (Êxo. 33.20-23; Sal. 119.73; Isa. 60.13) que os críticos aceitam em sentido literal, em bora outros vejam nisso um sentido metafórico e antropomórfico. Curiosamente, o mormonismo assevera a materialidade de Deus, em bora definida com o de espécie superior àquela que conhecem os na experiência diária. Mas parece que, mediante inspiração, o autor sagrado foi além disso. Participar da imagem de Deus é com partilhar de Sua imaterialidade.”
Quando Adão e Eva desobedeceram ao Senhor, sua natureza foi corrompida e a degradação moral passou a habitar em todos os seres humanos dali para frente.
Por este motivo, os primeiros seres humanos foram expulsos do Éden e nunca mais puderam voltar, simbolizando uma expulsão da presença de Deus.
Com o sacrifício de Jesus, os seres humanos que o receberem passam a ser considerados filhos de Deus (1 Jo 3.1), recebem o próprio Deus em suas vidas e começam a ser transformados de forma contínua pelo Espírito de Deus.
Este processo de mudança diária é chamado de santificação e só terminará no dia em que morrermos ou formos arrebatados.
O Fruto do Espírito, conforme estudado, é uma manifestação do poder de Deus na vida dos crentes, produzindo maravilhosas virtudes e, em se tratando de crescimento pessoal ou de frutificação pessoal, existem três virtudes específicas: a fé, a mansidão e a temperança.
A palavra fé no original grego possui o mesmo significado de fidelidade e algumas traduções bíblicas utilizam esta palavra no lugar de fé.
“Mas o Espírito produz: amor, alegria, paz, paciência, ternura, bondade, fidelidade, humildade e domínio próprio. Contra coisas como estas não há lei.” (Gl 5.22,23 – BFL)
O termo πίστις (PISTIS) ocorre 243 vezes no Novo Testamento, sem contar com derivados ou variações.
No texto de Gálatas, significa “fidelidade”, mas também significa “fé” (e os dois termos em português possuem a mesma raiz ‘fides’, termo latino cognato de pistis). A etimologia deste termo também está relacionada com πείθω (peitho, “persuadir”).
Pistis indica tanto a confiança que se deposita em alguém que é fidedigno, quanto a característica desse alguém digno de confiança, além da fé que resulta dessa relação. Nesse sentido, é a garantia da confiabilidade de Deus que gera a nossa fé nEle. Somos persuadidos de que assim como é o caso com todos os outros frutos do Espírito, a pistis só é gerada em nós a partir do trabalho do Espírito. A fé verdadeira é dom de Deus. Só Aquele que é verdadeira e integralmente fiel pode nos inspirar a sermos fiéis.
Champlim nos explica este texto de uma forma marcante.
“No original grego, é «pistis», que pode significar tanto «confiança» quanto «fidelidade»; e ambas essas facetas dessa virtude certamente procedem do Espírito de Deus, embora a «fé» seja o principal aspecto destacado aqui. O justo vive pela fé, e de fé em fé. A fé é posta em contraste com o princípio legalista, que não pode ser frutífero, antes, é estéril. Por conseguinte, a fé não consiste em 1. um credo; 2. aceitação intelectual de um credo; e 3. um conjunto de doutrinas, conforme essa palavra ocasionalmente é usada. Antes, neste passo bíblico, indica a «confiança em Jesus Cristo», a fé evangélica. Por conseguinte, a fé consiste em confiança de alma em Cristo, resultante de uma experiência com ele. A alma passa a reconhecer a veracidade das realidades espirituais, por ter visto e experimentado tais coisas; e reconhece-as intuitivamente. Ora, quando isso é transmitido à mente consciente, diz-se que o indivíduo veio a crer. A fé, de parceria com o arrependimento, forma a conversão. Mas a fé também é o princípio orientador e normativo da nova vida, e não meramente sua fonte originária. Por igual modo, a fé não é uma nova obra ou algum novo mérito. Pelo contrário, é a entrega da alma às mãos de Cristo, alicerçada sobre o conhecimento espiritual. Isso permite-nos ver quão distante é isso do conceito simples da crença em algum credo, conforme a fé tem sido reduzida em tantas denominações evangélicas hoje em dia. Posto que a fé, paralelamente ao arrependimento, perfaz a conversão, a fé é, realmente, o passo inicial da conversão. Mas isso só pode ocorrer mediante operação do Espírito de Deus, ainda que se exija também a cooperação do livre-arbítrio humano. Mediante essa operação, a alma humana é levada a depender de Cristo, confiando nele e entregando-se a ele. Isso é fé.”
Em se tratando de fé, podemos simplificar mostrando que existe a fé natural, que foi dada aos seres humanos e nos capacita a acreditar que existe algo maior do que nós; a fé para a salvação, produzida pelo Espírito Santo; a fé como Fruto do Espírito e a fé como dom espiritual.
Sendo assim, a fé como Fruto é produzida pelo Espírito de Deus, na vida do cristão, e faz com que decidamos viver uma vida pautada nos ensinamentos de Deus, ou seja, em Sua Palavra.
O Dicionário Priberam da Língua Portuguesa conceitua a palavra fidelidade das seguintes formas:
A palavra confiança é traduzida como:
Se associarmos as duas palavras, poderemos dizer que o Fruto do Espírito traduzido como fé ou fidelidade, produz em nós um sentimento de lealdade, firmeza com coragem e esperança e somente o cristão pode receber esta virtude.
Confiar em Deus é muito mais do que acreditar que as coisas irão melhorar, pois a fé independe do resultado e está intimamente relacionado ao ato de descansar nas mãos do Senhor, crendo que o melhor será feito, ou seja, que a vontade perfeita de Deus será colocada em prática.
Descansar em Deus é algo que somente os cristãos podem experimentar, pois esta confiança é produzida pelo Espírito Santo que habita em nós.
Sendo assim, por causa desta virtude, podemos crer e descansar nos braços do Pai.
Outro ponto importante, relacionado à fidelidade, é que ela demanda que nossa confiança seja completamente depositada no Senhor.
Quando o Senhor deu a Moisés os 10 mandamentos, ele criou uma determinação para os judeus que os proibia de adorar ou prestar culto a outros deuses e isto é conhecido como Shemá Ysrael.
Os judeus ortodoxos ainda praticam a leitura diária da Shemá e a associam a uma vida de obediência à Lei do Senhor. O Shemá é composto de três trechos da Torá (Deut. 6:4-9; 11:13-21; e Núm. 15:37-41).
O link abaixo mostra como os judeus recitam a Shemá.
https://pt.chabad.org/library/article_cdo/aid/1216847/jewish/Shem-Israel.htm
O apóstolo Paulo nos mostra que a fé é produzida pela Palavra (ouvir da Palavra – Rm 10.17) e a leitura nos ajuda a viver uma vida de obediência ao Senhor.
De forma prática, quando mais meditamos na Bíblia, mais fé teremos, pois estaremos em comunhão com o Espírito de Deus que produzirá em nós o fruto da fé.
O Salmo 46, chamado de “O salmo de Lutero” , porque o reformador cantava este salmo nas horas de aflição, nos mostra como devemos confiar no Senhor e como devemos agir diante das dificuldades.
“Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem-presente na angústia. Pelo que não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. (Selá) Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; não será abalada; Deus a ajudará ao romper da manhã. As nações se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá) Vinde, contemplai as obras do Senhor; que desolações tem feito na terra! Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre as nações; serei exaltado sobre a terra. O Senhor dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. (Selá)” (Sl 46 – ARC)
Ainda que existam pessoas que afirmem que a vida cristã é isenta de sofrimento, Jesus nos disse exatamente o contrário.
“Tenho-vos dito isso, para que em mim tenhais paz; no mundo tereis aflições, mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (Jo 16.33 – ARC)
Em outra tradução:
“Eu falei tudo isso para que tenham a paz no coração e na alma. Aqui na terra vocês terão muitos sofrimentos e tristezas; mas tenham ânimo, porque Eu venci o mundo”. (BV)
A questão que nos importa é que, ainda que as tribulações na vida dos cristãos sejam as mesmas daqueles que não são cristãos, TODOS os cristãos possuem a consolação, o cuidado, o carinho, a amor e a proteção do próprio Deus.
Desta forma, quando o fruto da fé é produzido em nós, temos condições de permanecer fiéis, independentemente da situação que nos alcança.
Você já observou que muitas pessoas que se dizem cristãos desanimam na primeira dificuldade que encontra, após a suposta conversão?
Isto acontece por vários motivos, porém, o principal é a falta de fé.
Se a Bíblia nos mostra que a fé vem pelo “ouvir” que pode ser traduzido como meditar e compreender, é bem provável que este tipo de pessoa não aprendeu a ter contato diário com a Bíblia e não é assíduo aos cultos de ensino.
Existe um jargão cristão que diz: Crente que lê a Bíblia não dá trabalho”.
Ainda que faça sentido, somente ler não é o suficiente, pois é necessário compreender o que o texto mostra e colocar em prática o que foi lido.
É por isto que aqueles que se convertem possuem uma capacidade espiritual para compreender os textos bíblicos, haja vista, o Espírito Santo habitar em suas vidas.
O salmista escreve sobre este assunto no Salmo 1.
“Bem-aventurado o varão que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores. Antes, tem o seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e de noite. Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cujas folhas não caem, e tudo quanto fizer prosperará.” (Sl 1.1-3 – ARC)
TODOS os cristãos sofrem como qualquer pessoa, porém, a fé nos faz permanecer em Cristo, pois compreendemos que Ele tem cuidado de nós.
Paulo escreve sobre a confiança que devemos ter no Senhor, crendo que tudo acontece para nosso bem.
“E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados por seu decreto.” (Rm 8.28 – ARC)
Em outra tradução:
“Sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam, dos que foram chamados de acordo com o seu propósito.” (NVI)
O apóstolo Paulo escreveu sobre a Pedagogia da Provação em sua carta aos romanos, abordando com propriedade este assunto.
“Podemos nos alegrar, igualmente, quando nos encontrarmos diante de problemas e lutas pois sabemos que tudo isto é bom para nós – ajuda-nos a aprender a ser pacientes. E a paciência desenvolve em nós a força de caráter, e nos ajuda a confiar mais em Deus cada vez que a utilizamos, até que finalmente a nossa esperança e a nossa fé fiquem fortes e sólidas. Então, quando isso acontecer, poderemos sempre erguer a cabeça, seja lá o que for que aconteça, e saber que tudo vai bem, pois conheceremos quanto Deus nos ama; sentiremos também este seu amor afetuoso em todo o nosso ser, pois Deus nos deu o Espírito Santo para encher nossos corações com o seu amor.” (Rm 5.3-5 – BV)
Observemos que as tribulações que nos assolam tem o poder de produzir em nós situações de crescimento e faz com que nos aproximemos do Senhor, exercitando a fé.
Desta forma, TODAS as vezes que formos acometidos por situações ruins, ao invés de nos desesperar, devemos adorar ao Senhor.
Paulo nos mostra que o cristão experimenta um tipo de paz que não é conhecido por aqueles que não foram salvos e diz que esta paz excede todo o entendimento.
“Não estejais inquietos por coisa alguma; antes, as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus, pela oração e súplicas, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.” (Fp 4.6,7 – ARC)
Este texto nos mostra que o sofrimento é pedagógico, ou seja, nos ensina a confiar no Senhor.
O texto nos exorta a não deixarmos a ansiedade nos dominar e, ao invés disto, apresentar tudo o que está acontecendo a Deus, para que experimentemos a paz que excede todo o entendimento.
Esta paz independe das circunstâncias, ou seja, independentemente do que acontecer, temos paz, pois ela nos é dada por Deus e, por este motivo, temos condições de permanecer fiéis ao Senhor.
Quando Paulo e Silas foram presos por pregarem em Filipos e libertarem uma jovem da possessão maligna, tiveram uma experiência surreal e libertadora.
O livro de Atos (At 16) nos mostra que os dois foram presos e espancados, porém, o Senhor os livrou através de um terremoto que quebrou os grilhões que os assolavam, bem como de todos os presos.
Por causa deste feito, todos os presos foram soltos e, quando o carcereiro viu o que havia acontecido, tentou se matar, sendo impedido por Paulo.
O Senhor usou o sofrimento de Paulo e Silas para salvar uma alma e manifestar seu poder àquelas pessoas.
Aproveite este momento e ouça um testemunho associado a este assunto por um dos alunos. É fundamental que você escolha a pessoa previamente e o oriente sobre quanto tempo terá.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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