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18/07/2018
Êxodo 7:3
3 Eu, porém, endurecerei o coração de Faraó e multiplicarei na terra do Egito os meus sinais e as minhas maravilhas. (ARC)
Êxodo 5:1-4
1 Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto.
2 Respondeu Faraó: Quem é o SENHOR para que lhe ouça eu a voz e deixe ir a Israel? Não conheço o SENHOR, nem tampouco deixarei ir a Israel.
3 Eles prosseguiram: O Deus dos hebreus nos encontrou; deixa-nos ir, pois, caminho de três dias ao deserto, para que ofereçamos sacrifícios ao SENHOR, nosso Deus, e não venha ele sobre nós com pestilência ou com espada.
4 Então, lhes disse o rei do Egito: Por que, Moisés e Arão, por que interrompeis o povo no seu trabalho? Ide às vossas tarefas. (ARC)
Paz seja convosco!
Esta lição está intimamente conectada a lição anterior, onde vimos que Moisés foi por Deus escolhido para liderar o povo de Deus na saída do Egito e peregrinação até a Terra Prometida.
Na cronologia da história, estamos situados na apresentação de Moisés a Faraó e na sua solicitação para retirada do povo das terras egípcias (Êx 3 em diante).
A obstinação e resistência do líder egípcio seriam humilhadas através das dez pragas enviadas pelo Senhor que culminaria em uma saída triunfante do Egito – Os então escravos de Faraó deixariam a terra de sofrimento e dor para iniciar um novo trajeto de liberdade e em direção para um melhor lugar.
Este episódio demonstra que toda e qualquer força ou poder constituídos nesta terra sempre estarão submetidos a força e o poder constituídos no céu, isto é, a Soberania de Deus sempre será prevalecente sobre qualquer outra soberania conhecida ou existente.
Após o longo exilo em Midiã de 40 anos (At 7.30), Moisés retorna a terra que o tinha preparado intelectualmente para o maior evento conhecido pelos Judeus – a saída do Egito, o Êxodo dos hebreus!
No entanto, veremos que a partida daquele povo das terras egípcias, não foi fácil, antes encontraram grande resistência por parte de Faraó que não queria abrir mão dos seus escravos.
Moisés, quando tentou efetuar a libertação do seu povo, o fez com os seus próprios recursos e o seu próprio nome, mas desta vez o faria conforme as orientações do Senhor e em Seu nome (Êx 3.14)!
Êxodo 5:1
1 Depois, foram Moisés e Arão e disseram a Faraó: Assim diz o SENHOR, Deus de Israel: Deixa ir o meu povo, para que me celebre uma festa no deserto. (ARC)
Norman Russell Champlin, explica que Moisés faz uma petição humilde. Ele acrescenta que Moisés estava sondando a situação, como um lutador de boxe que não mostra o seu jogo logo no primeiro round. Ele queria apenas licença para uma breve jornada deserto adentro, a fim de realizar um ato religioso. Não disse claramente, mas deixou implícito, que traria o povo de Israel de volta depois de três dias (Êx 5.3). Talvez, porém, estivesse planejando continuar caminhando, efetuando assim um êxodo rápido, o que solucionaria a escravidão com um golpe simples e astucioso.
Ele se apresenta em nome do “Senhor, Deus de Israel”.
“… o Senhor, Deus de Israel”, é a Divindade Única, Verdadeira, Criadora, Mantenedora, Toda Poderosa e Soberana, o qual não reconhece ninguém acima, abaixo ou ao Seu lado para fazer frente ou comparações.
Moisés atuava como o embaixador, porta voz ou representante do Inigualável Senhor dos céus e da terra! Não eram suas palavras ou a sua voz que se fazia ouvir na sala de audiência de Faraó, mas as Palavras e a voz do próprio Deus!
“Deixa ir o meu povo”, é a expressão chave do livro de Êxodo. Este povo (Êx 4.22,23), o povo de Israel, era o filho primogênito de Deus, o filho responsável por conduzir a promessa e a descendência que originaria um maior libertador que Moisés (Dt 18.15) – Jesus de Nazaré (Lc 7.16).
O diálogo entre Moisés e Faraó dá início a um conflito de interesses que culminaria na redenção de Israel e na redução do poderoso Egito a uma nação comum, desprestigiada e completamente enfraquecida!
Não há e não haverá quem prevaleça contra o braço do Senhor (Sl 89.13)!
A primeira reação de Faraó, foi de total desprezo por Moisés e ao Deus que ele representava.
Curiosidade:
Faraó: Alegadamente filho de uma divindade, versado no folclore politeísta, era profundo conhecedor de verdades religiosas. Mas nunca tinha ouvido falar em Yahweh, o Deus dos hebreus, e não se dispunha a fazer nenhuma concessão a uma divindade estrangeira (e, para ele, falsa).
Era absurdo que ele entregasse Israel a uma divindade que nem ao menos conhecia. A ironia do drama que se segue e que esse foi o próprio Deus que, progressivamente, despiu o faraó de todas as coisas.
O homem deificado seria derrotado miseravelmente no seu conflito contra o verdadeiro Deus. E assim sucedeu.
O Targum de Jonathan diz: “Não encontrei o nome de Yahweh escrito no livro dos anjos. Não tenho medo dele”.
Como resultado do encontro, Faraó desdenha da proposta de Moisés, os acusam (ele e Arão, seu irmão) de distrair o povo de suas tarefas com aquela história (Êx 5.4-5).
O pensamento de perder os israelitas levou-o a tratá-los com maior crueldade e a sujeitá-los a redobrada servidão.
Eles agora deveriam apanhar a própria palha para fabricarem os tijolos. O detalhe é que fora acrescentada mais uma tarefa na jornada de trabalho do povo hebreu sem acrescer mais tempo, isto é, a fabricação de tijolos diária deveria ser a mesma – deveriam ter a mesma produtividade anterior (Êx 5.18-19)!
Êxodo 5:6-9
6 Naquele mesmo dia, pois, deu ordem Faraó aos superintendentes do povo e aos seus capatazes, dizendo:
7 Daqui em diante não torneis a dar palha ao povo, para fazer tijolos, como antes; eles mesmos que vão e ajuntem para si a palha.
8 E exigireis deles a mesma conta de tijolos que antes faziam; nada diminuireis dela; estão ociosos e, por isso, clamam: Vamos e sacrifiquemos ao nosso Deus.
9 Agrave-se o serviço sobre esses homens, para que nele se apliquem e não deem ouvidos a palavras mentirosas. (ARC)
A alegação para deixar o povo ir seria para que celebrassem uma festa ao Senhor no deserto (Êx 5.1), isto é, cultuar e adorar a Deus fora dos termos do Egito!
No entanto, Faraó os proíbe impondo uma carga maior de trabalho a fim de impedi-los de sequer cogitar novamente a ideia de culto a Deus.
Faraó entendeu que eles estavam ociosos, isto é, desocupados e por isso cogitaram na hipótese apresentada por Moisés de adorar ao Senhor no deserto. Para Faraó, havia preguiça entre os hebreus que deveria ser combatida com mais serviços (Êx 5.17)!
Curiosidade:
Mostram-nos os registros históricos que, para os egípcios, o ócio era considerado uma das piores ofensas. Logo, o faraó estava aplicando a ética egípcia a situação, embora cegasse voluntariamente a sua mente quanto as reais condições de vida dos escravos.
A arqueologia tem descoberto inscrições em túmulos que negam especificamente a pecha de preguiça por parte da pessoa falecida.
No pós-túmulo, de acordo com as crenças egípcias, diante de Osíris, os homens mortos teriam de se justificar de qualquer suspeita de ter-se mostrado preguiçosos durante seu período de vida terrena.
Tal estratégia nos parece bastante semelhante ao que vemos hoje em dia. O tempo parece ter “encurtado” devido a tantas demandas que nos são determinadas.
O mercado de trabalho capitalista e materialista, exige cada vez mais do profissional, tanto ao que se refere ao preparo por meio de cursos, aperfeiçoamentos, bem como as tarefas tem se multiplicado e o tempo parece ter ficado insuficiente.
Na tentativa de conseguir entregar o que o ofício exige, o tempo da oração, do devocional, da meditação nas Escrituras e por fim do culto a Deus são suprimidos, ou colocados em um plano bastante secundário.
Satanás tem se valido desta estratégia nos dias atuais e tem obtido êxito.
Pastores que se ocupam com tantos afazeres que nada a ver tem com a sua chamada. Eles estão mergulhados em obrigações relacionadas a tudo, menos diretamente a obra de Deus.
O serviço religioso foi substituído por serviço temporal!
Se sujeitaram a escravidão de Faraó e sequer perceberam. Estão colhendo palhas e fazendo tijolos (obras terrenas), ao invés de colher almas e edificar a Igreja através da Palavra!
Que o Senhor possa nos despertar ante a esta realidade!
O plano de Faraó funcionou melhor do que imaginava, pois, ao aplicar uma carga mais pesada sobre os hebreus a fim de castiga-los por causa da proposta de Moisés, este povo se revoltou contra o libertador que Deus instituíra sobre eles.
Era como se Deus tivesse falhado através de Moisés ou que Moisés era um verdadeiro vigarista, pois dissera que Deus o tinha enviado até eles para os libertar.
O saudoso pastor Nels Lawrence Olson afirma que neste momento, o coração de Faraó havia se endurecido pela primeira vez dentre as várias que se sucederia.
Faraó também precisaria aprender algo acerca de Deus e que tais lições seriam tão duras quanto o seu coração!
Deus exigiria firmemente a saída do seu povo, a fim de que o adorasse no deserto. A resposta brusca do rei do Egito indica que ele não considerava Israel e nem o seu Deus.
No endurecimento do coração de Faraó temos um problema de interpretação. Sempre há alguém que se escandaliza com a expressão encontrada nestas passagens: “O Senhor endureceu o coração de Faraó” (Êx 9.12; 10.1,20). Julgam que desta maneira, o grande responsável pelo estado do coração do rei não é o próprio rei, mas sim, Deus!
Porém, temos que notar também que o texto informa que o próprio Faraó endureceu o seu coração (Êx 7.13; 7.22; 8.15,19,32; 9.7,34).
Tais afirmações não apresentam contradições, mas sim informações paralelas que nos ajudam a compreender o que realmente aconteceu.
O mesmo fato ocorre diariamente na vida de muitos pecadores. Alguns abrem o coração diante do convite de Cristo e outros se rebelam contra Ele, endurecendo o coração.
A escolha definitiva e responsabilidade compete sempre ao homem e não a Deus.
Podemos ilustrar esta verdade da seguinte maneira: O calor do sol que amolece a manteiga é o mesmo que endurece o barro! Depende dos materiais! O mesmo evangelho que convence alguns, endurece ainda mais o coração de outros, por causa das suas atitudes!
Ainda quando ao endurecimento do coração, a Bíblia utiliza três palavras hebraicas:
1 – “Kabed” – pesado, difícil de mover (Êx 7.14; 8.15,32; 9.7,34; 10.1-2);
2 – “Kashah – pesado, resistente, insensível (Êx 7.3);
3 – “Kazak” – forte; firme ou confirmado (Êx 4.21; 7.13,22; 8.19; 9.12,35; 10.20,27; 11.10; 14.4,8,17).
Faraó como símbolo do inimigo de nossas almas, é astucioso e ardil, pois com sutileza arranjou que os chefes hebreus se opusessem a Moisés e o culpasse pela má sorte devido ao aumento dos trabalhos forçados (Êx 5.21)
Champlin explica-nos que os capatazes israelitas chegaram a invocar a Deus como juiz. A sentença divina (conforme estavam certos os capatazes) seria que Moisés e Arão tinham produzido toda a miséria que tanto os afligia.
O faraó teria ficado indignado por causa da sugestão tola de Moisés e de Arão que os israelitas se internassem no deserto caminho de três dias, e apesar de os capatazes não terem sido encarcerados, a vida dos escravos tinha sido reduzida a frangalhos.
Ele continua… a violência poderia irromper a qualquer instante. Os superintendentes egípcios tinham espadas nas mãos; o faraó poderia apelar para a execução em massa. “Temor e desespero” eram as palavras que descreveriam bem a sorte dos israelitas. Moisés e Arão
tinham posto a espada nas mãos de seus inimigos!
Segundo James Strong, a frase do texto de Êxodo 5.21: “nos fizestes odiosos”, advém da palavra “ba’ash” que pode ser compreendida como: “nos fizestes mal-cheirosos” ou “fedidos”, “emitir um odor fedorento”, “cheirar mal”.
Aos olhos do Faraó, agora eles eram vis e repelentes!
Agora as espadas poderiam aparecer na cena, a fim de manter a ordem. E provavelmente não temos aí mera metáfora, mas uma negra realidade.
Precisamos estar sempre atentos e vigilantes quanto a essas sutilezas malignas cuja intenção é nos fazer como opositores a lideranças piedosas que exercem um trabalho benevolente e misericordioso na seara do mestre. O discernimento aqui é de extrema relevância para o sucesso da igreja e do indivíduo!
Por Cláudio Roberto de Souza
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Postado por ebd-comentada
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