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01/08/2017
Este post é assinado por: Cláudio Roberto
TEXTO ÁUREO
1 João 4:9
9 Nisto se manifestou o amor de Deus para conosco: que Deus enviou seu Filho unigênito ao mundo, para que por ele vivamos. (ARC)
TEXTO DE REFERÊNCIA
João 20:19-22
19 Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco!
20 E, dizendo isso, mostrou-lhes as mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor.
21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós.
22 E, havendo dito isso, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. (ARC)
INTRODUÇÃO
A paz do Senhor prezados irmãos! Graças ao bom Deus estamos apresentando aqui mais um esboço para sua lição do próximo domingo. Aproveite e deixe o seu comentário no final dela.
Iniciaremos a lição 6 (Deus, o Autor de Missões), citando o que diz Norman Geisler de maneira bem resumida sobre a origem da salvação: “O pecado é uma pré-condição para a salvação; e a salvação não é necessária se não houver pecadores que necessitem dela. Quanto à origem da salvação, existe um consenso universal entre os teólogos ortodoxos: Deus é o autor da salvação, pois apesar de o pecado humano ter a sua origem nos homens, a salvação vem do céu, e tem a sua origem em Deus (grifo meu).
1 – DEUS, O MISSIONÁRIO POR EXCELÊNCIA
Desde toda a eternidade, Deus desejou proporcionar a salvação a toda a humanidade. Dessa forma, Cristo é “o Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo” (Ap 13.8).
A preposição “desde” é de fundamental importância para localizarmos “no tempo” quando o plano de salvação foi determinado por Deus. A expressão significa “a partir de”; “começando de um certo tempo ou de um ponto determinado”.
Donaldo Stamps, afirma que a morte redentora de Cristo, pela salvação da humanidade, foi determinada por Deus desde o início da criação do mundo.
Para Barclay, o versículo 8 de apocalipse 13, aponta Jesus Cristo como o Cordeiro que foi imolado desde o começo do mundo. Teríamos algo muito semelhante ao que aparece em 1 Pedro 1:19-20, onde Pedro afirma que Jesus e seu sacrifício foram ordenados antes do começo do mundo, significando que o amor redentor de Deus é ainda mais antigo que seu poder criador; seu propósito redentor é anterior à criação; seu amor redentor, revelado em Jesus Cristo, remonta-se até antes do começo do tempo.
1.1 – A criação revela o amor do Criador
Deus é Deus Criador e Mantenedor de todas as coisas visíveis e invisíveis (Cl 1.16).
Durante os séculos houve e ainda há uma longa discussão sobre o verdadeiro motivo pelo qual Deus criou o mundo.
A teologia dogmática de Herman Bavinck vai nos informar que se este mundo, que se originou e existe no tempo, é essencialmente distinto do ser eterno e imutável de Deus, somos insistentemente confrontados pela questão do que levou Deus a chamar este mundo à existência. A Escritura continuamente traça toda a “existencialidade” e “potencialidade” das criaturas de Deus à sua vontade (SI 33.6; 115.3; 135.6; Is 46.10; Dn 4.35; Mt 11.25; Rm 9.15ss.; Ef 1.4, 9, 11; Ap 4.11).
Para ele, esse é o fundamento final, o fim de toda contradição. “A vontade de Deus é a lei suprema”.
Por outro lado, as Escrituras também apontam para um objetivo maior. Ela diz que toda a natureza é uma revelação dos atributos de Deus e uma proclamadora de seu louvor (SI 19.1; Rm 1.19). Deus criou o homem à sua imagem para sua glória (Gn 1.26; Is 43.7). Ele se glorificou no Faraó do êxodo (Ex 14.17) e no homem que nasceu cego (Jo 9.3) e fez o ímpio para o dia da calamidade (Pv 16.4; Rm 9.22). Cristo veio para glorificar a Deus (Jo 17.4) e concede todos os benefícios de sua graça por causa de seu nome: redenção, perdão, santificação e assim por diante (SI 105.8; 78. 9…; Is 43.25; 48.11; 60.21; 61.3; Rm 9.23; Ef 1.6…). Deus não dá sua glória a outrem (Is 42.8). O objetivo final é que todos os reinos sejam submetidos a ele e toda criatura se curve diante dele (Dn 7.27; Is 2.2-22; Ml 1.11; I Co 15.24…). Até mesmo sobre a terra ele já recebe a glória de seu povo (SI 115.1; Mt 6.13). Um dia somente Deus será grande (Is 2.2-22) e receberá glória de todas as suas criaturas (Ap. 4.11; 19.6). Ele é o Primeiro e o Último, o Alfa e o Ômega (Is 44.6; 48.12; Ap 1.8; 22.13). Dele, por ele e para ele são todas as coisas (Rm 11.36). Sobre esse fundamento a teologia cristã quase unanimemente ensina que a glória de Deus é o objetivo final de todas as obras de Deus.
Dentre a criação, o homem veio a ser a sua obra mais sublime e o alvo do seu maior amor.
Feitos a sua imagem e conforme a sua semelhança, o homem deve ser o reflexo do seu criador, trazer consigo ou em si mesmo a marca do caráter Daquele que o fez.
A sua mais excelente obra, Deus concedeu o domínio sobre as demais (Gn 1.27-28), de forma que o homem recebeu de Deus a autoridade de reger sobre o restante da criação terrena (Sl 8.3-9).
Sobre toda a terra está lançado o amor cuidadoso de Deus (Sl 65.9), mas sobre o homem recai o seu zelo mais precioso (Dt 32.10-11; Sl 23.1; I Pe 5.6-7).
1.2 – A missão começa com Ele
O melhor servo de Deus que já existiu na face da terra não foi Abraão, ou Moisés, alguém pode citar Jó ou mesmo Elias ou Eliseu, quem sabe Davi ou o apóstolo Paulo… Não, nenhum desses serviu melhor a Deus do que Adão e Eva antes da queda, pois estes possuíam a mais perfeita comunhão com Deus, eram perfeitos ao menos em três aspectos:
1. Espiritual, pois não havia pecado;
2. Moral, pois não havia corrupção do caráter;
3. Físico, pois não havia enfermidades, dores ou mesmo a morte;
Após a queda, no entanto, tudo se tornou corrompido: Espiritualmente se afastaram de Deus e Dele se escondeu; moralmente tornaram-se conhecedores da malícia e da corrupção e fisicamente passaram a experimentar a fadiga, a dor e a morte.
A primeira reação que o pecado causa na vida do homem será sempre procurar uma forma de cobrir ou anular o seu pecado; naquela ocasião, viram a sua nudez e então cozeram folhas de figueira para cobrir-se (Gn 3.7).
Folha de figueira é o recurso humano para ocultar a culpa e Deus não aceita recursos produzidos pelo próprio homem para esconder a sua transgressão, por isso Ele mesmo os cobriu com túnicas de peles (Gn 3.21).
Não foi debalde que na ocasião que Cristo expirou na cruz do calvário, o véu se rasgou de alto a baixo (Mt 27.47) e não de baixo para cima, porque o recurso de abrir o caminho para o homem adentrar o lugar santíssimo (presença de Deus – Hb 10.19-20), foi proporcionado pelo próprio Senhor e Ele jamais aceitará que qualquer homem, religião, filosofia apresente mecanismos, fórmulas ou qualquer artifício que venha substituir o único expediente para o perdão do pecado e salvação do homem que Ele estabeleceu – o sangue do seu Filho. A única forma do homem alcançar o perdão de Deus e se relacionando com Ele e aceitando a sua providência.
Provérbios 28:13
13 O que encobre as suas transgressões nunca prosperará; mas o que as confessa e deixa alcançará misericórdia. (ARC)
Após cobrir-se, ambos se esconderam de Deus (Gn 3.8). Não é o homem quem busca a Deus e o próprio Senhor não esperava que Adão procurasse o caminho de volta, mas aqui temos a manifestação da solicitude do Criador em buscar e trazer para si novamente o homem pecador. O Missionário Divino entra em ação pela primeira vez na humanidade para resgatar os primeiros pecadores (Adão e Eva).
O relato bíblico afirma que é Deus quem vai à procura do furtivo casal do Éden (Gn 3.8-9); é Deus quem busca o diálogo (Gn 3.9); é Deus quem evidencia a real condição que se encontravam (Gn 3.11); é Deus quem vaticina as consequências dos seus atos (Gn 3.14-19); é Deus quem lança a primeira profecia (protoevangelho) sobre o resgate do homem caído através de Jesus (Gn 3.15), é Deus quem proporciona o meio que eles seriam aceitos por Ele novamente (Gn 3.21), e desta forma Deus se faz o mais primitivo missionário da história humana.
Com toda a convicção encontramos neste texto referente a queda do homem – a maior tragédia de sua história, um Deus transformando o drama humano em esperança, a desgraça em grande expectação, o revés em alegria vindoura!
1.3 – Um projeto elaborado desde a eternidade
Champlin afirma que a expiação de Cristo, é referida como algo determinado (Ap 13.8). Não foi algum pensamento tardio de Deus, e o pecado não o tomou de surpresa, sem qualquer provisão para o mesmo. Charles argumenta em favor da ideia de que o princípio de sacrifício e redenção é mais antigo que o mundo, pois, na realidade, pertence à essência mesma da deidade. Nesse caso, é algo inteiramente intemporal.
Desta forma, é pensamento comum na maioria dos estudiosos afirmar que em algum momento na eternidade, antes da fundação do mundo, Deus estabeleceu o seu plano redentor.
O plano de redenção foi primeiramente revelado a humanidade na ocasião da queda do homem em Gn 3.15 “E porei inimizade entre ti e a mulher e entre a tua semente e a sua semente; esta te ferirá a cabeça, e tu lhe ferirás o calcanhar.”; Tal plano prediz a vitória final de Jesus sobre Satanás e o mal.
O plano de redenção foi evidenciado na chamada de Abraão, onde existe a afirmação que todas famílias da terra seriam benditas a partir da sua linhagem em Gn 12.3 “E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra”.
A manifestação de Cristo, ascendente de Abraão (Mt 1.1), sua morte e ressurreição, culminam no cumprimento das profecias de Gn 3.15 e 12.3, para tanto, Jesus disse que o próprio Abraão exultou por ver o seu dia e o viu (Jo 8.56). Abraão viu esse dia pela fé (Hb 11.3), e este dia foi exatamente a manifestação de Jesus, suas obras e sua identidade messiânica, qual se demonstrou para a redenção da humanidade e a bem-aventurança de todas as famílias da terra.
Note que essa revelação foi liberada ao homem paulatinamente, como uma cortina que vai se abrindo lentamente e o que está por trás dela vai surgindo até que ao estar totalmente aberta, temos o conhecimento pleno de todo o cenário!
Por isso o apóstolo Paulo, classificou esse propósito de Deus como sendo um mistério (Ef 3.9), mas que agora foi revelado.
Tudo começou pelo animal sacrificado (subentendido) pelo próprio Deus no Éden a fim de cobrir os primeiros pecadores com túnicas de pele (Gn 3.21), avançando para os milhares de animais que os piedosos sacrificaram em oferta pelo pecado até quando João Batista avistou Jesus as margens do rio Jordão e expressou: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1.29). Jesus seria o último sacrifício pelo pecado, o sacrifício perfeito, o sacrifício completo!
Jesus é o Filho de Deus enviado pelo Deus missionário para todos aqueles que Nele crê, não pereça, mas tenha vida eterna (Jo 3.16).
2 – MISSÕES EM VÁRIOS ASPECTOS
Como vimos anteriormente, o plano completo de redenção da humanidade proposto por Deus foi sendo revelado gradualmente conforme a sua vontade soberana.
Não se trata de um rascunho que deve ser corrigido de tempos em tempos, ao contrário, tudo está bem definido para acontecer no seu próprio tempo, previsto e determinado por Deus.
2.1 – O processo ascendente de missões
Conforme vimos no item 1.1 desta lição toda a natureza (criação de Deus) proclama os seus atributos e assim o glorifica, como disse o salmista “Os céus manifestam a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos” (Sl 19:1).
O homem que também é fruto da criação de Deus, foi feito à sua imagem para sua glória (Gn 1.26) e bem expresso pelo profeta Isaías quando disse: “a todos os que são chamados pelo meu nome, e os que criei para minha glória; eu os formei, sim, eu os fiz” (Is 43.7).
Apesar do pecado ter dominado o homem, Deus tinha um plano em execução através da chamada de um outro homem – Abraão, cujo nome significa “pai de uma multidão”.
Deus, quando chama a Abrão em Ur dos Caldeus, lhe faz 7 promessas: E far-te-ei uma grande nação;
1. E abençoar-te-ei;
2. E engrandecerei o teu nome;
3. E tu serás uma bênção;
4. E abençoarei os que te abençoarem;
5. E amaldiçoarei os que te amaldiçoarem;
Porém a última promessa é a mais bela e a mais importante registrada no Antigo Testamento…
6. E em ti serão benditas todas as famílias da terra!
As famílias da terra, ou seja, as nações, no seu sentido geral, “as famílias do mundo” , seriam o alvo das bençãos que estavam por vir através da posteridade de Abraão – Jesus Cristo (Mt 1.1).
Champlin afirma que o plano remidor de Deus atuaria em Abraão e em seu Filho, o Messias. Seria oferecida salvação eterna, que é a maior de todas as bênçãos. O evangelho haveria de universalizar a mensagem. Todos os povos seriam o seu objetivo (João 3.16). Achamos aqui um universalismo incipiente que, com frequência, se perdia de vista dentro do exclusivismo do judaísmo.
O fogo divino não teve por intuito avisar somente à casa de Israel. Esse fogo não conheceria limites de nacionalidade.
Abraão e a nação dele originada deveriam ser os intermediários entre Deus e a humanidade (Rm 3.29 e 10.12). Esta última referência mostra como a vontade de Deus abençoa ricamente todos quantos O invocam, e este capítulo está dentro de um contexto missionário.
A igreja dá continuidade a anunciação da salvação por meio de Cristo, o Filho de Abraão (Mt 1.1), mas antes, Filho do próprio Deus (Mc 1.1; Jo 1.34; 3.18), cuja obra de redenção, alcança a todos, tanto os judeus como os gentios (Gl 3.14).
De Abraão até Cristo são 42 gerações (Mt 1.17) e em Cristo a promessa feita ao patriarca se cumpriu!
2.2 – Cristo, a figura central
Jesus foi o homem mais marcante da história.
Como homem, Jesus é uma pessoa inteiramente diferente, singular. Movimentou o mundo como ninguém antes ou depois dEle.
A Enciclopédia Britânica utiliza 20.000 palavras para descrever a pessoa de Jesus. Sua descrição ocupa mais espaço que as biografias de Aristóteles, Cícero, Alexandre Magno, Júlio César, Buda, Confúcio, Maomé, Napoleão Bonaparte e todos os outros. Jesus se tornou o assunto mais relevante da história mundial; Jesus foi muito mais do que um simples personagem histórico, antes foi e continua sendo marcante, inesquecível e inigualável.
Sobre suas palavras, alguém um dia disse: “São as palavras de uma pessoa perfeita. Uma vez pronunciadas, elas não se calam. Ao contrário, seu som fica cada vez mais forte, seu eco ressoa até nossa época e ainda hoje move os corações”.
Há mais de dois mil anos, suas palavras transmitem vida aos que ouvem, pois Ele mesmo é a própria vida (Jo 14.6).
Pastor Leonardo Garcez, comentarista do blog EBD na NET, diz que o Jesus que atraiu multidões era único. Quando ele ensinava, Deus ensinava. Quando falava, Deus falava. Suas Palavras não foram palavras de um homem comum, eram as Palavras do próprio Deus.
Romanos 11:36
36 Porque dele, e por ele, e para ele são todas as coisas; glória, pois, a ele eternamente. Amém! (ARC)
A Bíblia de Estudo NVI comenta sobre o texto acima que a doxologia (palavra de glória) que encerra essa seção de Romanos é a manifestação natural do louvor de Paulo a Deus, cuja sabedoria e conhecimento levaram a efeito seu grande plano para a salvação de judeus bem como dos gentios (acréscimo meu).
Tudo se converge a Cristo, até mesmo toda história pregressa a sua manifestação e também a posterior apontam para Jesus. O pastor Antônio Gilberto, divide as Escrituras em cinco palavras chaves em que tem Cristo como tema principal:
1. Sendo que todo o AT é chamado de PREPARAÇÃO, pois trata de todo o arranjo para o advento do Cristo;
2. Os Evangelhos são denominados como MANIFESTAÇÃO, pois trata da encarnação ou surgimento de Cristo;
3. O livro de Atos é chamado de PROPAGAÇÃO, pois nele encontramos a mensagem do evangelho de Jesus sendo propagada;
4. As epístolas como EXPLANAÇÃO, ou seja, esclarecendo, ou explicando com minúcias o Evangelho de Cristo;
5. E por fim o livro de Apocalipse é a CONSUMAÇÃO, onde todas as coisas preditas por Cristo serão consumadas.
A história humana também é dividida em:
1. a.C. (Antes de Cristo);
2. d.C. (Depois de Cristo).
Todos os livros da Bíblia, Jesus de alguma forma é o personagem principal conforme podemos relacionar a famosa lista muito conhecida que mostra Cristo em todos os livros das Escrituras:
Portanto, a mensagem do evangelho que excluí Jesus é falsa, é espúria, é descartável; é ilegítima!!! Aos Gálatas, Paulo afirmou que havia outros querendo transtornar o evangelho de Cristo e que se outro evangelho fosse apresentado, deveria ser considerado anátema! (Gl 1.6-9).
Cristo cumpriu em seu ministério terreno, tudo o que no passado os profetas falaram acerca Dele. Sua morte e ressurreição destruiu os inimigos que nasceram no Éden – a morte e o pecado. Através do seu sacrifício e sua ressurreição, deu ao homem que crê o direito de herdar a vida eterna. (Jo 3.16)
Cristo é o próprio evangelho (I Jo 5.7) e o nome dEle e sua obra deve ser anunciando ao pecador!
Jesus é a solução de Deus para a restauração da história, trazendo o homem novamente ao propósito original de sua existência!
2.3 – A Bíblia, o alicerce
Alguém certa feita disse sobre a Bíblia: “Já li muitos livros, mas este livro me lê!”.
A Bíblia é um livro sobrenatural. Dentre tantas literaturas existentes é ela o mais surpreendente e o único capaz de produzir transformação e vida ao que lê. O único que durante a leitura o seu autor está presente!
O estudo da Bíblia tem como objetivo básico, o conhecimento de Deus (Os 6.3; Mt 22.29). Isso é evidente desde o primeiro versículo e percorre toda a sua extensão, pela qual se nota que tudo tem o seu centro em Deus. Portanto, o agente provocativo e o desejo de ensinar a Bíblia aos outros deve ser a de levá-los a conhecer a Deus (Dt 11.19; Mt 28.19). Se chegarmos a conhecer o Livro e falharmos em conhecer a Deus, erramos no nosso propósito, e também o propósito de Deus por meio do seu Livro seria inútil.
O maior ganhador de almas ainda vivo, pastor Billy Graham, afirmou: “Estude a Bíblia para ser sábio; creia na mesma para ser salvo; siga os seus preceitos para ser santo”.
Nossa crença na Bíblia deve ser convicta, sólida e fundamental; não deve ser jamais um eco ou reflexo dos outros. Ela produz a verdadeira sabedoria no cristão (Cl 3.16); é através dela que conhecemos o plano de salvação que Deus projetou para o homem e ela gera santificação àqueles que nela medita (Jo 17.17).
A Bíblia é o instrumento de trabalho do evangelista. Assim como um pedreiro necessita de sua colher para assentar os tijolos, o médico necessita do bisturi para cortar o paciente, o pescador da vara, anzol e isca para apanhar o seu peixe, o pregador do evangelho precisa da Bíblia para anunciar as mais profundas verdades ao pecador.
M. S. Richards afirmou: “A bíblia é o mais poderoso instrumento que o pregador pode ter. Com ela falo com confiança à mais sofisticada ou mais degradada ou mais incrédula das pessoas”.
3 – MISSÕES E A TRINDADE
Bispo Oídes, comentarista deste trimestre, muito bem aplicou o texto de Mt 28.19 que diz: “Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo;”.
Ele afirma que aqui está presente o compromisso do Deus Pai, Deus Filho e Deus Espírito Santo na obra missionária.
O empenho de Deus é proposto no engajamento do Pai em enviar o Filho, no Filho em comissionar a igreja e no Espírito Santo em preparar e qualificar a comissão para a pregação do evangelho.
3.1 – A participação de Deus Pai
O envolvimento de Deus Pai na obra missionária se acha desde o princípio como já vimos anteriormente.
Luciano Paes Landim em seu artigo: “Missões definida a partir da trindade” colabora sobre o tema relatando que George W. Peters cita Douglas Webster: “Nós começamos, então, onde a missão começa: com Deus”. Peters continua: “Apenas tal declaração faz justiça à alegação bem sustentada de Georg F. Vicedom de que a missão é Missio Dei”. Ou seja, a missão é um dos atributos pessoais de Deus. Isto significa que do início ao fim a missão cristã é a missão de Deus, e não do homem. Missão é uma obra essencialmente de Deus.
Quando olhamos para o Deus Pai o vemos como a única fonte da missão. De Deus procede e resulta a missão. É Deus quem, de fato, envia e nEle são apresentados a sua compaixão pelo perdido e o seu desejo de a todos salvar:
Notaremos que Deus é um Deus Missionário. Ele enviou muitos missionários com tarefas específicas. Vejamos:
Roger Greenway fazendo menção do missiólogo Francis M. Dubose, diz que o mesmo afirma que a figura bíblica do verdadeiro Deus é comparada à de um grande e contínuo “Enviador”. Assim, missão é a objetivação do propósito eterno e benevolente de Deus que se origina em seu ser e caráter.
3.2 – A participação de Jesus Cristo
Quando olhamos para o Deus Filho, encontramos a realização plena da Missio Dei.
A vinda de Jesus Cristo ou a sua encarnação é o clímax da obra missionária de Deus Pai. Tudo o que foi feito anteriormente no que tange a resgatar o homem, alcança a sua plenitude em Cristo conforme relata Paulo aos Gálatas: “mas, vindo a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei,” (Gl 4:4).
Jesus executa a mais profunda demonstração de renúncia e abnegação em despojar-se de toda a sua glória divina e tornar-se homem (Fp 2.6-8) com o intuito de atender a mais rígida exigência de resgate do homem perdido (Hb 9.22) em seus pecados e condenados a morte (Ef 2.1-9).
Jesus é a semente da mulher que derrotou na cruz do calvário o império do pecado, da morte e do inferno (I Co 15.55-57).
João 20:21
21 Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. (ARC)
É maravilhoso notar a ordem dos “envios” nesta passagem. Primeiro, o Filho de Deus foi enviado pelo Pai, o que torna Jesus o primeiro e Divino Missionário. Ele, por sua vez, enviou seus discípulos, tornando-os missionários do Evangelho.
Cristo não somente foi enviado, mas também é aquele que envia. Foi Ele quem enviou os seus discípulos (Mc 6.7-13; Lc 10.1-16) a anunciar o seu Reino, conferindo a cada um deles poder!
Após a sua ressurreição Jesus os comissiona a ser testemunhas de tudo o que viram e ouviram acerca dEle (At 1.8) garantindo o seu poder permanente nos céus e na terra (Mt 28.18) e sobre a vida dos seus servos “mas recebereis poder…” (At 1.8).
Entenda que a missão de Jesus neste mundo foi buscar e salvar o perdido (Lc 19.10). Ele veio até nós como resultado de um comissionamento divino (Deus Pai). Assim, a missão de cada cristão na terra é a de pregar o evangelho (Mc 16.15) como resultado do comissionamento de Cristo.
Para o pregador do evangelho, Jesus é o Salvador e a própria mensagem de salvação!
Como afirmou Greenway: “Os Evangelhos retratam Jesus como o Messias Missionário”. Deste modo, esta é a missão de Deus. Ele escolhe, capacita, envia e produz os resultados. A missão do cristão é glorificar a Deus e proclamar o Evangelho, porque os frutos são acendidos pelo Senhor. Deus elege, o crente anuncia. O propósito final da missão é glorificar a Deus, de tal modo que uma multidão de todas as nações, tribos, povos e línguas possam declarar o louvor e a honra, a glória e o poder de Deus por toda a eternidade. Portanto, Deus está no centro da missão. Ele é o alvo da missão. A missão existe para a glória de Deus.
As palavras de Henry Martyn se encaixam com perfeição neste assunto: “O Espírito de Cristo é o Espírito de missões, e quanto mais nos aproximamos dEle, mais dedicados nos tornamos como missionários”.
Jesus foi o enviado pelo Pai e Ele é quem envia também o Espírito Santo (Jo 14.16-18).
3.3 – A participação do Espírito Santo
Quando olhamos para o Espírito Santo, o mesmo é visto como a força motriz da Missio Dei.
O Espírito Santo nunca esteve oculto na história e logo no princípio dela Ele é mencionado: “o Espírito de Deus se movia” (Gn 1.2).
O Espírito Santo exerceu sua obra na criação (Jó 33.1; Sl 104.30), Ele deu sabedoria a José (Gn 41.38), capacitou os construtores do tabernáculo (31.3; 35.31); encheu a Saul (I Sm 11.6); inspirou profetas (II Cr 15.1; 24.20); agiu em Maria fazendo-a conceber (Mt 1.18); estava com Jesus (Mt 3.16; 12.28); encheram os discípulos no cenáculo no dia de Pentecostes (At 2.4) e até os dias de hoje capacita a todos no exercício da obra de Deus habitando em nós (I Co 3.16).
Cito novamente aqui Luciano Paes Landim quando afirma que em Atos 1.8 temos o entendimento da pessoa e o trabalho do Espírito Santo como sendo altamente missionário em caráter e propósito: “mas recebereis poder, ao descer sobre vós o Espírito Santo, e sereis minhas testemunhas tanto em Jerusalém como em toda a Judeia e Samaria e até aos confins da terra” (At 1.8). Ele é um Espírito Missionário que deseja trazer de volta para casa os filhos perdidos de Deus.
A igreja, em Pentecostes, pronta e espontaneamente se torna “missionária em sua essência e coração” ao ser batizada pelo Espírito Santo. Por conseguinte, o Espírito e a missão não podem ser afastados. O Espírito Santo preserva e cuida do fruto missionário. Portanto, o missionário precisa aprender a confiar no Espírito Santo, desde o princípio e ao longo de seu ministério. Isto significa dependência e suficiência total no Espírito.
Sem o Espírito Santo é impossível fazer missão com produtividade e eficiência (At 4.31); Ele é o nosso guia infalível (At 8.39; 13.2; 16.6-7).
A promessa de sua presença perene conosco é retratada nas palavras de Jesus quando afirmou que enviaria outro consolador; o Espírito Santo é fruto do comissionamento de Jesus Cristo (Jo 14.16-18) e a igreja faz missões tendo a sua presença para agir com poder e convencer “o mundo do pecado, da justiça e do juízo” (Jo 16.8), por isso não há melhor evangelista no mundo do que o Espírito Santo.
Uma das razões porque o Senhor encheu a todos com o Espírito Santo no dia de Pentecostes, foi porque Ele conta com todos… Deus inclui cada um de nós em sua obra missionária e tê-lo como companheiro nesta obra, é um privilégio.
CONCLUSÃO
Como bem exemplificou Artur Skvington Wood: “A evangelização não é um empreendimento humano; é uma operação divina”.
Vimos não somente a fundamental participação do Deus Trino na obra missionária, mas principalmente que tal trabalho se originou Nele, ou seja, o nascedouro da missão em resgatar o homem está em Deus. Desde o princípio Ele trabalhou na remissão dos pecadores e o homem regenerado faz bem em participar deste comissionamento (At 1.8), pois fomos salvos para herdarmos a vida eterna e anunciar a mesma vida a outros.
A igreja consciente sabe que o Senhor é missionário e que ela também deve ser!
BIBLIOGRAFIA CONSULTADA
Bíblia Eletrônica Olive Tree – Versão Revista e Corrigida / Revista e Atualizada / NVI;
Bíblia de Estudo NVI – Editora Vida Nova;
Dicionário da língua portuguesa;
Teologia Sistemática – Volume 2 – Norman Geisler – CPAD;
Bíblia de Estudo Pentecostal – Donald Stamps – CPAD;
Comentário do Novo Testamento – Willian Barclay;
Dogmática Reformada – Herman Bavinck – Editora Cultura Cristã;
Comentário VT e NT – Norman Champlin – Editora Hagnos;
Ide e Fazei Discípulos – Roger Greenway – Editora Cultura Cristã;
Site da internet mencionado quando citado no texto;
Todos os direitos de imagens são de seus respectivos proprietários;
Por Cláudio Roberto
Postado por ebd-comentada
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