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17/08/2023
Naum 1:7
7 O SENHOR é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele. (ARC)
Naum 1:1-3,7
1 Peso de Nínive. Livro da visão de Naum, o elcosita.
2 O SENHOR é um Deus zeloso e que toma vingança; o SENHOR toma vingança e é cheio de furor; o SENHOR toma vingança contra os seus adversários e guarda a ira contra os seus inimigos.
3 O SENHOR é tardio em irar-se, mas grande em força e ao culpado não tem por inocente; o SENHOR tem o seu caminho na tormenta e na tempestade, e as nuvens são o pó dos seus pés.
7 O SENHOR é bom, uma fortaleza no dia da angústia, e conhece os que confiam nele. (ARC)
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
Nesta oportunidade iremos estudar o breve livro do profeta Naum.
O livro do profeta Naum, encontrado no Antigo Testamento da Bíblia, é uma peça literária que aborda a soberania divina em meio a tempos trabalhosos e desanimadores. O livro é composto por três capítulos e apresenta uma mensagem de consolo e esperança para o povo de Judá, que estava enfrentando ameaças e adversidades. Naum destaca de forma vívida a ideia de que, apesar das circunstâncias difíceis, Deus mantém o controle absoluto sobre a história e intervém ativamente no destino das nações. O livro revela que mesmo quando as situações parecem sombrias e incertas, a mão de Deus está sempre presente para proteger, julgar e restaurar. Através das palavras de Naum, os leitores são lembrados de que o poder divino é supremo e que a confiança na soberania de Deus pode trazer esperança e renovação, mesmo nos momentos mais desafiadores.
O profeta Naum viveu na mesma época em que viveram os profetas Habacuque e Sofonias. O Livro de Naum é uma poesia sobre a queda de Nínive, a capital da Assíria. Durante cento e cinquenta anos, a Assíria havia dominado os países do Oriente Médio, mas no ano 612 a.C. os babilônios conquistaram Nínive. O profeta Naum vê a queda de Nínive como o castigo que Deus manda sobre um povo perseguidor e cruel. A linguagem do profeta é brilhante, e por meio de várias figuras ele descreve a queda da grande e poderosa capital da Assíria.
Sabe-se pouco sobre Naum, exceto pelo fato de que era da cidade de Elcos (cuja localização não temos como determinar com certeza) e que foi um profeta de Deus que anunciou a queda de Nínive, a capital do império assírio. Warren W. Wiersbe informar que o livro do profeta menciona a captura da cidade egípcia de Tebas, que ocorreu em 663 a.C., e prediz a queda de Nínive, que aconteceu em 612 a.C., de modo que essas datas o situam em Judá, durante os reinados de Manassés (695-642 a.C.) e de Josias (640-609 a.C.). Assim, seus contemporâneos devem ter sido Jeremias, Sofonias e Habacuque.
Seu nome significa “consolo” ou “compaixão” e sua mensagem sobre o extermínio da Assíria certamente consolou o povo de Judá, que havia sofrido nas mãos da Assíria. Os assírios haviam tomado o reino do Norte, Israel, em 722 a.C., dispersando o povo; mais tarde, tentaram tomar Judá, no tempo de Ezequiel (701 a.C.), mas foram derrotados pelo Anjo do Senhor (Is 37).
A Assíria estava sempre pairando sobre o pequenino reino de Judá, e ver esse povo impiedoso fora do caminho seria uma grande melhora para a situação de Judá.
Jonas havia anunciado o fim de Nínive um século antes, mas Deus havia retido seu julgamento, pois os ninivitas tinham se arrependido. Sem dúvida, o Senhor foi longânimo ao poupar a cidade por tanto tempo, especialmente tendo em vista que os assírios voltaram a seus caminhos maus. A mensagem de Naum é dirigida especificamente aos assírios, mas o profeta também teve o cuidado de encorajar o povo de Judá.
Para H. Ray Dunning, Naum faz parte daquele grupo de profetas que não apresentam uma biografia. Uma referência escassa (1.1) é o único registro que temos de sua vida; e seu nome, escrito assim, não ocorre em outra parte do Antigo Testamento. Há outros nomes semelhantes com os quais está provavelmente relacionado (cf. 1 Cr 4.19; Ne 7.7), e seu significado é quase idêntico a Neemias. Conjectura-se, baseado em inscrições descobertas em fragmentos de cerâmica achados no sul da Palestina, que Naum era de uma família cuja tradição profissional era a olaria.
O título do livro diz que Naum é “elcosita” (1.1). Por esta informação, deduzimos que era de uma localidade chamada EIcós. Não se conhece lugar com esse nome na Palestina. Certos estudiosos acreditam que a cidade estava situada na Mesopotâmia e que o profeta era um dos descendentes dos israelitas cativos. O fato de Naum estar tão familiarizado com a cidade de Nínive dá apoio a este ponto de vista. Há argumentos a favor de um local na Galileia e em Judá baseados em certas referências não-canônicas. Há quem sugira que Cafarnaum era a cidade em questão, visto que seu nome significa “cidade de Naum”.
Do mesmo modo que outros comentaristas e eruditos, Dunning assinala que o nome do profeta significa “cheio de consolo”, formado pela palavra hebraica similar a outras que significam “cheio de graça” e “cheio de compaixão”. Certos estudiosos não veem a conveniência desta designação, visto que Naum proclama uma mensagem de destruição e devastação. Mas um exame mais detido revela que a natureza de sua profecia está no cerne do consolo para o povo de Deus.
O livro do profeta Naum carrega uma mensagem que envolve tanto a justiça divina quanto a esperança para o povo de Judá em um momento de dificuldades. A mensagem central do livro pode ser dividida em alguns pontos-chave:
Soberania e Justiça Divina: Naum começa seu livro anunciando a natureza vingativa e justa de Deus. Ele descreve Deus como zeloso e vingador, que não deixará o mal impune (Na 1.2-3). Esta ênfase na justiça divina é um lembrete de que, apesar das aparências momentâneas, Deus é o juiz supremo que traz equilíbrio ao universo.
Julgamento Contra Nínive: O foco central do livro é o anúncio do juízo de Deus sobre a cidade de Nínive, a capital da Assíria. Nínive era conhecida por sua violência, opressão e crueldade, e Deus promete punir a cidade por suas transgressões. A mensagem de julgamento de Naum serve como um lembrete de que, independentemente do poder terreno, Deus continua sendo a autoridade final que pesa os corações e as ações das nações.
Wiersbe afirma que o profeta caracteriza sua mensagem inspirada tanto como uma “sentença” quanto como uma “visão”, algo que ele experimentou e viu. A palavra “peso” ou “sentença” é usada com frequência para descrever mensagens proféticas que anunciavam julgamento. Isaías usou a palavra dez vezes em suas profecias ao escrever sobre a “sentença contra a Babilônia”, a “sentença contra Moabe” (Is 1 3:1) e assim por diante. Essas sentenças resultavam de visões que Deus dava aos seus profetas sobre acontecimentos terríveis ordenados contra as nações. Não era fácil para os profetas verem o que o futuro reservava e sentiam o peso de sua mensagem. Nínive só é mencionada pelo nome em Naum 2:8, mas sua destruição é o tema do livro.
Restauração e Esperança: Enquanto o julgamento de Nínive é uma parte proeminente do livro, Naum também oferece palavras de esperança para o povo de Judá. Ele fala sobre a destruição de Nínive e a derrocada dos inimigos de Judá, sugerindo que haverá um fim para a opressão e uma eventual restauração para o povo de Deus. Essa mensagem de restauração oferece consolo e renovação, lembrando que Deus é capaz de reverter as situações mais sombrias.
Confiança na Soberania de Deus: Ao longo do livro, a mensagem de confiança na soberania de Deus é enfatizada. Mesmo em tempos difíceis, quando as nações parecem estar no controle, o livro de Naum lembra que Deus detém a autoridade final sobre os eventos históricos. A confiança na soberania divina é a base para a esperança do povo de Deus, permitindo-lhes enfrentar desafios com fé e certeza.
Em suma, o livro do profeta Naum transmite uma mensagem de justiça divina, julgamento sobre a maldade e esperança de restauração. Ele revela que Deus está ativamente envolvido na história humana, mesmo quando as circunstâncias parecem desanimadoras, e que Sua soberania é a âncora para a confiança e a esperança do Seu povo.
No período em que o livro do profeta Naum foi escrito, por volta do século 7 a.C., Nínive era a capital do Império Assírio, uma das potências mais influentes e militarmente dominantes da época. Os assírios eram conhecidos por sua brutalidade e táticas de conquista expansionista, que muitas vezes resultavam em subjugação de outras nações e cidades.
Os assírios adotavam uma abordagem implacável em relação às nações que conquistavam. Eles eram conhecidos por aplicar táticas brutais de guerra, incluindo o uso de terror psicológico para subjugar as populações inimigas. Práticas como esfolamento e empalação eram utilizadas como formas de intimidação e punição contra aqueles que resistiam.
Quando conquistavam uma cidade ou nação, os assírios frequentemente deportavam parte da população para outras regiões do império, misturando os povos e enfraquecendo as identidades culturais e étnicas. Isso tinha o objetivo de evitar rebeliões e minar as bases de apoio local.
Em relação aos deuses das nações conquistadas, os assírios tinham uma política de respeitar e incorporar os deuses locais em seu panteão religioso. Eles acreditavam que controlar os deuses das nações conquistadas também significava controlar o poder dessas nações. Portanto, em muitos casos, os deuses das regiões subjugadas eram adicionados ao rol de divindades adoradas pelos assírios. Isso não era apenas uma estratégia política, mas também uma forma de consolidar o poder religioso e cultural.
O livro de Naum, por sua vez, é uma resposta a essa realidade. Nínive e os assírios eram vistos como opressores cruéis, e o profeta Naum anuncia a vindicação divina sobre eles. Ele descreve a justiça de Deus em relação às nações conquistadas, incluindo a própria Nínive, enfatizando que o julgamento divino viria como uma resposta à opressão e à violência praticadas pelos assírios. Portanto, o livro de Naum não apenas reflete a situação histórica da época, mas também expressa o desejo de ver a justiça divina prevalecer sobre um império que causava sofrimento a muitos.
Portanto, como já visto, a profecia de Naum sobre a destruição de Nínive é um dos principais temas do livro e o profeta descreve vividamente a queda iminente da cidade de Nínive e a ruína do Império Assírio. Embora não forneça uma narrativa cronológica detalhada, o profeta apresenta uma série de imagens poéticas e vívidas que retratam a destruição que está por vir. Aqui estão alguns trechos que capturam a essência da profecia de destruição de Nínive:
Nínive Será Totalmente Destruída: Naum 1:14 – “O Senhor deu ordens a seu respeito: Não haverá mais filhos do teu nome; da casa dos teus deuses exterminarei os ídolos de escultura e de fundição; farei a tua sepultura, porque és vil.”
A Queda da Fortaleza: Naum 3:12 – “Todos os teus fortes são como figueiras bravas com figos temporãos; se os sacodem, eles caem na boca do que os há de comer.”
O Pânico na Cidade: Naum 3:17-18 – “Teus príncipes são como gafanhotos, e teus oficiais como nuvens de gafanhotos que se põem nos muros num dia frio; quando o sol aparece, eles se vão, e ninguém sabe onde.”
A Inevitabilidade da Destruição: Naum 3:19 – “Não há cura para a tua ferida; a tua chaga é dolorosa. Todos os que ouvirem a notícia de ti baterão palmas sobre ti, porque sobre quem não passou a tua crueldade incessante?”
Estas profecias refletem a convicção de Naum de que a queda de Nínive era um evento inevitável, uma resposta divina à opressão e crueldade do Império Assírio. O profeta utiliza imagens fortes e poéticas para transmitir a ideia de que a cidade, antes poderosa e temida, seria reduzida à ruína e à insignificância.
A profecia de Naum sobre a destruição de Nínive é um lembrete do poder soberano de Deus sobre as nações e do princípio de que a justiça divina prevalecerá no final. Ela também traz conforto e esperança para os oprimidos, mostrando que, mesmo em tempos de desafio, Deus não fica indiferente à injustiça e à opressão.
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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