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Betel Adultos – 3º Trimestre 2023 – 16-07-2023 – Lição 3 – Joel – mensagem de juízo, um chamado ao arrependimento e promessas

15/07/2023

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Santificai um jejum, apregoai um dia de proibição, congregai os anciãos e todos os moradores desta terra, na casa do Senhor, vosso Deus, e clamai ao Senhor.” Joel 1.14

TEXTOS DE REFERÊNCIA

JOEL 2.27-29,32 

27 E vós sabereis que eu estou no meio de Israel e que eu sou o Senhor, vosso Deus, e ninguém mais; e o meu povo não será enver­gonhado para sempre.

28 E há de ser que, depois, derramarei o meu Espírito sobre toda a carne, e vossos filhos e vossas filhas profetizarão, os vossos velhos te­rão sonhos, os vossos mancebos terão visões. 

29 E também sobre os servos e sobre as ser­vas, naqueles dias, derramarei o meu Espírito. 

32 E há de ser que todo aquele que invocar o nome do Senhor será salvo, porque no monte Sião e em Jerusalém haverá livramento, assim como o Senhor tem dito, e nos restantes que o Senhor chama.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Apresentar o cenário da mensagem do profeta Joel. 
  • Destacar a mensagem do profeta Joel.
  • Ressaltar lições do profeta Joel para os dias de hoje.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

O livro do profeta Joel é marcante e contém uma mensagem profética direcionada ao povo de Judá, abordando temas como o arrependimento, o Dia do Senhor e a restauração divina.

É importante lembrarmos que o profeta era uma atalaia ou arauto de Deus que levava até o povo uma mensagem do Senhor, ou seja, era o elo entre Deus e o povo.

Uma parte dos estudiosos acredita que Joel tenha profetizado por volta de 800  A.C.,  enquanto  outros  imaginam  ser  dos tempos  pós-exílios. Isto acontece pelo fato de o livro não trazer nenhuma informação relevante que nos faça perceber o período em que Joel profetizou.

O teólogo americano Norman Champlim traz um comentário que nos ajuda neste assunto.

“Se aceitarmos a data mais antiga, então o seu ministério se deu durante o reinado de Joás (II Crô. 22—24). Assim sendo,  é possível  que  tenha  conhecido  Elias,  quando  ainda  era  menino,  e por  certo  era  contemporâneo  de  Eliseu.  Joel  escreveu  uma obra-prima  poética,  falando  sobre  a  devastadora  praga  de  gafanhotos que havia assolado a Palestina. Todavia, seu poema profético  envolve  quatro  mensagens  centrais.  Além  da  espantosa  devastação  produzida  pelos  gafanhotos  (símbolo  da  ira  divina,  além de poder predizer outros juízos divinos), Joel também falou sobre a frutificação  renovada da terra,  sob  a condição  de  arrependimento; o  dom  do  Espírito,  nos  últimos  dias;  e  o julgamento  final  das  nações  que  tinham  perseguido  ou  causado  dano  à  nação  de  Israel. Os  estudiosos  conservadores  vêem  sentidos  escatológicos  ainda mais  profundos  em  seus  escritos,  afirmando  que  eles  se  aplicam ao  final  da  nossa  dispensação.  De  fato,  o  esquema  profético  de Joel é o mais completo do Antigo Testamento, embora o autor nos apresente esse esquema  em  largas  pinceladas.  Só o Novo Testamento vai  mais longe na abrangência de sua visão.  Naturalmente, em  um  livro  pequeno  como  o  de  Joel,  não  há  detalhes,  que  os demais livros proféticos se encarregam de preencher.  Não foi à toa que Pedro, no primeiro sermão da igreja cristã, tenha citado diretamente somente Joel e  Davi!  Ver Atos 2.14-36.”

O livro começa com uma chamada à atenção, convocando o povo a despertar diante de uma praga de gafanhotos que assola a terra. Joel usa essa situação física para transmitir uma mensagem espiritual, relacionando-a à necessidade de arrependimento e retorno a Deus.

O profeta exorta o povo a jejuar, lamentar e buscar o Senhor de todo o coração. Ele destaca a importância de um arrependimento sincero e ressalta que Deus é gracioso e misericordioso, disposto a perdoar e restaurar aqueles que se voltam para Ele.

Joel fala sobre o “Dia do Senhor”, um conceito profético que descreve um evento futuro de juízo divino e restauração.

Ele descreve os sinais cósmicos e o temor que acompanharão esse dia. No entanto, Joel também oferece esperança, enfatizando que aqueles que invocarem o nome do Senhor serão salvos.

O profeta destaca a promessa de Deus em restaurar a terra e abençoar o seu povo, fala sobre a derramamento do Espírito Santo, que resultará em prodígios e maravilhas.

Joel também descreve a restauração física e espiritual de Israel, destacando que o Senhor habitará no meio deles e que eles desfrutarão de bênçãos abundantes.

O livro do profeta Joel é dividido em duas partes. A primeira parte do livro vai de 1.1 a 2.17, e a segunda parte de 2.18 a 3.21.

A primeira parte pode ser denominada: o pronunciamento da ira de Iavé, pela qual ele executa a maldição do pacto.  Essa ira,  entretanto,  é atenuada pelo  chamado ao arrependimento e pela garantia de que Iavé é misericordioso.

A segunda parte é introduzida pelo amor ativo de Iavé que o leva a procurar, defender e fazer prosperar o seu povo. Nessa segunda divisão da sua mensagem o profeta explica o derramamento do  Espírito,  os sinais do  Dia do Senhor, o livramento  dos  fiéis  de Jerusalém,  o julgamento  divino das  nações  e as  bênçãos  divinas  de Judá. As  bênçãos  do pacto virão seguramente a um povo fiel, enquanto o juízo de Deus alcançará as nações.

Em resumo, o livro de Joel apresenta uma mensagem de arrependimento, esperança e restauração que nos lembra da importância de buscarmos a Deus de todo o coração e nos oferece a esperança de que Deus é capaz de trazer renovação e bênção em meio às dificuldades.

A mensagem de Joel pode e deve ser aplicada de forma prática aos nossos dias, haja vista, vivermos tempos difíceis onde as pessoas estão se esquecendo das verdades centrais do Evangelho em detrimento à uma vida de prosperidade e satisfação pessoal.

Durante os dias em que estivemos neste mundo, a mensagem do arrependimento e salvação deve ser ministrada com graça e amor, visando a restauração de todos.

1 – O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA JOEL

O cenário em que o profeta Joel viveu e profetizou é um tanto incerto, uma vez que o livro de Joel não fornece informações claras sobre o período histórico específico em que ele ministrou, conforme mencionamos.

Não há referências explícitas a reis ou eventos históricos que permitam uma identificação precisa.

Com base em algumas pistas internas, estudiosos propõem que Joel tenha profetizado durante o período do Reino de Judá, em algum momento entre os séculos IX e V a.C. Sua mensagem pode ter sido dirigida a Jerusalém ou a Judá como um todo.

O professor americano Charles  Feinberg é da opinião  que Joel é um dos mais antigos profetas escritores do Antigo Testamento, uma vez que Amós  e  Oséias  o  citam  (J1 3.16  e Am  1.2; J1  3.18  e Am  9.13).

O livro de Joel menciona a devastação causada por uma praga de gafanhotos, que é descrita em detalhes vívidos. Essa praga pode ter sido uma referência a um evento literal que ocorreu durante a vida de Joel, ou pode ter sido usado como uma metáfora para representar um desastre ou juízo iminente.

Grandes  pragas  de  gafanhotos  ocorriam  periodicamente,  no Oriente Próximo, até onde a história é capaz de registrar, pelo que é impossível identificar qualquer praga particular, como aquela mencionada  por Joel. 

O  motivo  imediato  dos  oráculos  de  Joel  foi  o incidente  da  severa  praga  de  gafanhotos, porém não podemos deixar de comentar que Joel antevia um julgamento divino final, no dia do Senhor, sendo que alguns estudiosos associam as profecias  de  Joel  ao Armagedom  através  da  invasão  da Palestina por parte  de potências gentílicas  do norte  (Jl  2.1-10). 

Todavia,  devemos entender que, para Pedro, o início do cristianismo já marcava os “últimos dias” (At 2.16,17).

Outro ponto importante é que o  retorno  do  Senhor Jesus  ao  mundo é visto em Joel 2.30-32,  e o recolhimento do disperso povo de Israel, em sua própria terra, em Joel 3.1-16. Em seguida, aparecem  as  bênçãos  do  reino  milenar  (Joel  3.17-21).

Além disso, o profeta Joel faz alusões ao templo e às práticas de adoração, sugerindo que ele estava familiarizado com o culto religioso de Jerusalém. Ele convoca o povo a reunir-se no templo, a jejuar e a buscar a face do Senhor.

Apesar das limitadas informações históricas disponíveis, o livro de Joel oferece uma mensagem atemporal de arrependimento, restauração e esperança. Suas palavras têm relevância não apenas para o contexto em que ele viveu, mas também para o povo de Deus em todas as épocas.

1.1 – Conhecendo um pouco mais o profeta

A Bíblia não nos dá nenhum tipo de informação a respeito deste profeta.

Não existem notas históricas que nos digam alguma coisa sobre  sua família  e sua vida pessoal,  nem  mesmo  sobre  as  condições  de  seu ministério.

A única coisa que sabemos é que seu pai se chamava  Petuel,  mas ele  é igualmente  desconhecido.

O nome do profeta é mencionado apenas duas vezes na Bíblia (J1  1.1; At 2.16).

O nome Joel (Yahweh  é  Deus)  era muito comum  nas  páginas  do Antigo Testamento,  e existem 13 homens diferentes com este nome. 

O reverendo Hernandes Dias Lopes traz uma informação interessante sobre este assunto.

“Na cultura hebraica o nome tinha uma conexão com a vida. Os pais escolhiam o nome dos filhos não pela beleza sonora,  mas  pelo  significado  espiritual.  Joel  significa  “O Senhor é Deus”. Seu nome é uma confissão de fé que expressa duas verdades benditas. A primeira delas é a singularidade da pessoa de Deus.  Não há vários deuses.  O politeísmo é uma criação da mente humana e não uma revelação divina. E um engano e não uma expressão da verdade. A segunda verdade destacada pelo nome de Joel é que esse Deus único é  o  Deus soberano.  Ele é o  Criador do  universo.  Ele é  o Senhor. Ele governa sobre tudo e sobre todos. Ele é o Deus que governa a natureza,  as nações e tem em suas mãos as rédeas da História.”

Ainda que a Bíblia não nos dê muitas informações, sabemos que suas palavras proféticas foram inspiradas pelo Senhor e que ele recebeu importantes revelações a respeito da nação de Judá, tanto para os dias em que estavam vivendo como para o futuro.

Como já mencionamos, Joel foi  um  dos Profetas  Menores,  ou  seja, daqueles que  escreveram  menos  material  que  profetas  chamados de “maiores”, como  Isaias,  Jeremias, Ezequiel e  Daniel. 

Esses quatro são  chamados Profetas Maiores, por causa da extensão de material  que escreveram.

No  cânon  das  Escrituras  hebraicas,  Joel  aparece  em  segundo  lugar e na Septuaginta, o livro de Joel ocupa o quarto lugar.

Na Bíblia hebraica, os capítulos são  quatro,  mas  na Septuaginta  há apenas três  capítulos.  Na  Septuaginta são combinados os capítulos 2 e 3 e foi esse o esquema seguido pelas versões subsequentes.

Os eruditos judeus chamavam os Profetas Menores de Livro dos Doze e, nos rolos, eles são agrupados formando um único volume.

1.2 – A invasão dos gafanhotos

O profeta Joel falou sobre uma terrível invasão de gafanhotos que assolou a terra de Judá. Ele descreveu essa praga de gafanhotos como um juízo de Deus sobre o povo devido à sua falta de arrependimento e fidelidade a Deus.

Joel usou a praga de gafanhotos como um chamado para o arrependimento, destacando a necessidade de voltar-se para Deus e abandonar os caminhos pecaminosos. Ele enfatizou que esse desastre natural era um aviso e um convite para que o povo se arrependesse de seus pecados e buscasse a restauração da comunhão com Deus.

Uma tempestade de gafanhotos, também conhecida como enxame de gafanhotos, geralmente envolve uma espécie específica de gafanhoto conhecida como gafanhoto migratório (Locusta migratória). Essa espécie tem a capacidade de se reproduzir rapidamente em condições favoráveis e formar grandes enxames que podem viajar longas distâncias em busca de alimentos.

Além do gafanhoto migratório, outras espécies de gafanhotos também podem participar de tempestades de gafanhotos, dependendo da região e das circunstâncias.

Essas tempestades de gafanhotos representam uma ameaça significativa para a agricultura, pois os enxames podem consumir grandes quantidades de plantas em um curto período de tempo.

Precisamos deixar claro que não existem quatro fases na vida dos gafanhotos e no contexto do livro do profeta Joel, os termos “cortador”, “migrador”, “destruidor” e “devorador” não se referem a diferentes tipos de gafanhotos, mas são metáforas usadas para descrever a natureza das consequências da praga de gafanhotos. Esses termos descrevem os efeitos destrutivos causados pelos gafanhotos na agricultura e na vegetação em geral.

  • “Cortador”: refere-se à capacidade dos gafanhotos de cortar e destruir as plantas, reduzindo-as a pedaços.
  • “Migrador”: indica a capacidade dos gafanhotos de se moverem em grandes enxames, migrando de uma área para outra em busca de alimento.
  • “Destruidor”: destaca o fato de que os gafanhotos são capazes de causar danos extensos e arrasar as plantações, resultando em perdas significativas.
  • “Devorador”: enfatiza a voracidade dos gafanhotos, que consomem de forma voraz e intensa as plantas e a vegetação disponíveis.

Essas descrições são usadas pelo profeta Joel para ilustrar a severidade da praga de gafanhotos e seu impacto devastador sobre a terra.

No entanto, o livro de Joel também trouxe esperança ao falar sobre a restauração e a bênção que Deus prometia ao povo caso eles se arrependessem sinceramente. Joel encorajou o povo a jejuar, lamentar e clamar a Deus em busca de misericórdia, prometendo que Deus responderia e restauraria sua terra.

Assim, a associação entre a invasão de gafanhotos e a necessidade de arrependimento enfatiza a importância de reconhecer nossos erros, abandonar o pecado e buscar a reconciliação com Deus, confiando em Sua graça e misericórdia. 

Hernandes Dias Lopes faz um comentário interessante sobre a maneira pela qual Joel escreve sobre este assunto.

“Joel  escreve  como  um  poeta  lírico  e  dramático.  Suas descrições do ataque dos gafanhotos são vividas, dramáticas e  reais.  Por  exemplo,  ele  descreve  os  gafanhotos  como exército,  como  nação  e  como  povo.  Eles  marcham  em ordem; têm os dentes de leão e os queixais de uma leoa. Eles se  apresentam  como  cavalos  de  guerra,  como  o  estrondo de  carros  militares. Joel  revela  profundo  conhecimento da voracidade e destrutibilidade do ataque dos gafanhotos. Suas descrições são rigorosamente compatíveis com os detalhes científicos desses bandos avassaladores” 

1.3 – A necessidade urgente de arrependimento

Biblicamente, o arrependimento é o primeiro passo em direção ao perdão, reconciliação e transformação espiritual.

O profeta Joel deixa claro no início de seu livro que nada do que estava falando procedia dele, pois era uma voz de Deus para aquele povo e, ainda que a mensagem fosse terrivelmente dolorida, ele foi fiel em transmiti-la.

A Bíblia fala sobre o arrependimento como um tema central em relação ao relacionamento entre Deus e a humanidade.

O arrependimento é um chamado para reconhecer e abandonar o pecado, voltando-se para Deus com um coração sincero, pois o arrependimento é descrito como uma mudança de mente e uma mudança de direção, sendo o termo grego “metanóia”.

A proposta é reconhecer nossos pecados, sentir pesar por eles e desejar sinceramente abandonar o caminho errado.

Outro ponto importante é que o arrependimento envolve uma transformação interior que leva a uma mudança de comportamento e isto só pode acontecer através da atuação do Espírito Santo de Deus.

O evangelista João nos mostra que um dos propósitos do Espírito Santo neste mundo é esta.

“E, quando ele vier, convencerá o mundo do pecado, e da justiça, e do juízo: do pecado, porque não creem em mim; da justiça, porque vou para meu Pai, e não me vereis mais; e do juízo, porque já o príncipe deste mundo está julgado.” (Jo 16.8-11 – ARC) 

Sem a atuação do Espírito Santo, não teríamos condição de reconhecer que somos pecadores inveterados e que estamos completamente distanciados de Deus.

A mensagem promulgada pela Palavra de Deus e isto inclui os profetas do A.T. é que o Senhor é misericordioso e está disposto a perdoar aqueles que se arrependem.

O capítulo 2 do livro do profeta Joel traz um dos textos mais marcantes de toda a Bíblia a respeito da necessidade de arrependimento.

“Ainda assim, agora mesmo diz o Senhor: Convertei-vos a mim de todo o vosso coração; e isso com jejuns, e com choro, e com pranto.  E rasgai o vosso coração, e não as vossas vestes, e convertei-vos ao Senhor, vosso Deus; porque ele é misericordioso, e compassivo, e tardio em irar-se, e grande em beneficência e se arrepende do mal. Quem sabe se se voltará, e se arrependerá, e deixará após si uma bênção, em oferta de manjar e libação para o Senhor, vosso Deus? Tocai a buzina em Sião, santificai um jejum, proclamai um dia de proibição. Congregai o povo, santificai a congregação, ajuntai os anciãos, congregai os filhinhos e os que mamam; saia o noivo da sua recâmara, e a noiva, do seu tálamo.  Chorem os sacerdotes, ministros do Senhor, entre o alpendre e o altar, e digam: Poupa o teu povo, ó Senhor, e não entregues a tua herança ao opróbrio, para que as nações façam escárnio dele; porque diriam entre os povos: Onde está o seu Deus?” (Jl 2.12-17 – ARC)

Em outra tradução:

“É por isso que o Senhor diz: “Voltem-se para mim, enquanto ainda há tempo. Entreguem a Mim todo o seu coração. Venham chorando, jejuando e lamentando. O arrependimento deve rasgar seus corações e não apenas as suas roupas. Voltem para o Senhor seu Deus, pois Ele tem muito amor e misericórdia. Ele demora para perder a paciência. Ele é cheio de amor e não tem qualquer desejo de punir vocês. Quem sabe? Talvez Ele ainda decida deixá-los em paz e dar uma bênção, em vez dessa terrível maldição. Talvez Ele dê tantas coisas a vocês que será possível oferecerem ao Senhor os cereais e o vinho como faziam antes! Toquem a trombeta em Sião! Convoquem um jejum e reúnam todo o povo para uma reunião solene. Que venham todos: os velhos, as crianças e até mesmo os bebês. O noivo e a noiva devem deixar seus aposentos particulares. Os sacerdotes, ministros de Deus, ficarão entre o povo e o altar, chorando; e orarão, “Senhor, poupe o seu povo; não deixe que as nações pagãs o dominem porque ele pertence ao Senhor. Não deixe que os povos pagãos zombem dizendo: ‘Onde está esse Deus deles?’ “Ele deve ser um Deus fraco e inofensivo!” (BV) 

Observemos que a mensagem inclui a todos, ou seja, não havia distinção, pois todos precisavam arrepender-se.

Estamos vivendo tempos difíceis, onde muitos líderes, pelo fato de não terem que prestar contas para ninguém, fazem o que desejam, ainda que isto prejudique outras pessoas e faça a obra do Senhor perecer.

A Bíblia nos mostra que João, o batista foi enviado para preparar as pessoas para receberem o Messias e o teor de sua mensagem era exclusivamente o arrependimento.

“Enquanto eles ainda estavam morando em Nazaré, João Batista começou a pregar no deserto da Judéia. Seu assunto constante era: “Abandonem os seus pecados… voltem-se para Deus… porque o Reino dos Céus está para chegar logo”. O profeta Isaías tinha falado sobre o ministério de João séculos antes! Ele tinha escrito: “Eu ouço um clamor que vem do deserto dizendo: ‘Preparem uma estrada para o Senhor – endireitem o caminho por onde Ele andará'”.” (Mt 3.1-3 – BV)

O livro de Atos, que nos mostra o início da Igreja e como foi a atuação dos apóstolos, deixa claro que o teor da mensagem que pregavam sempre continha o tema “arrependimento”.

Os versículos abaixo provam isto.

“Arrependam-se e sejam batizados, cada um de vocês, em nome de Jesus Cristo, para perdão dos seus pecados” – Atos 2:38 (Pedro) 

“Arrependam-se, pois, e voltem-se para Deus, para que os seus pecados sejam cancelados.” – Atos 3:19 (Pedro) 

“Estando Deus exaltado à sua direita como Príncipe e Salvador, ele deu a Israel o arrependimento e o perdão de pecados” – Atos 5:31 (Pedro) 

“Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam.” – Atos 17:30 (Paulo) 

“Proclamei primeiro aos que estão em Damasco, depois aos que estão em Jerusalém e em toda a Judeia, e também aos gentios, para que se arrependessem e se voltassem para Deus, praticando obras que mostrassem o seu arrependimento” – Atos 26:20 (Paulo)

Jesus Cristo também enfatizou a importância do arrependimento em seu ministério, quando disse:

“Não vim chamar justos, mas pecadores, ao arrependimento” (Lc 5:32).

Sendo assim, Ele convidou as pessoas a se arrependerem de seus pecados e seguirem a Ele.

Hernandes Dias Lopes faz um apanhado geral sobre as características da mensagem do profeta Joel.

“Dentre as várias mensagens do profeta Joel, destacaremos quatro de suas ênfases: Em  primeiro  lugar, o  pecado  atrai  o  juízo  divino.  A praga de gafanhotos,  a seca e o fogo  são calamidades  que atingem a terra, as plantas, as fontes, o gado, os homens e o culto.  Essas  calamidades  não  são  apenas  catástrofes  ou tragédias naturais, mas o juízo de Deus sobre o seu povo. Clyde  Francisco  diz  corretamente  que  os  desastres  físicos acompanham  a  desintegração  moral.  O  modo  como  um homem vive em relação a seu Deus vitalmente influenciará as suas alegrias ou tristezas terrenas. David  Hubbard  diz  que  a  causa  principal  da  praga foi  o  culto  degenerado,  pervertido  pelos  excessos  dos participantes embriagados e dos sacerdotes negligentes, que deixou as práticas pagãs diminuírem a pureza da adoração que devia ter se concentrado  somente no  nome de Iavé e em seu senhorio único e exclusivo sobre o povo. A resposta verdadeira para o culto errado não era a extinção do culto, mas o culto correto. A descrição final que Joel faz de Iavé, habitando em Jerusalém, no Monte Sião, o local dos templos de Salomão e Zorobabel, é uma prova clara disso. Em segundo lugar, quando o povo da aliança desobedece, Deus o disciplina. As calamidades naturais eram chicotes da disciplina de Deus ao seu próprio povo. O povo da aliança tinha desobedecido a Deus,  e para trazê-lo de volta o  Senhor enviou seus agentes disciplinadores.  David Hubbard diz que o grito na adoração não era “Oh!”, mas “ai!” (1.15). As vítimas de Iavé na guerra santa não eram os gentios, mas o povo  da  aliança,  que  cercava  o  santo  monte  (2.1).  Os grandes arcos  da catedral  da fé  de Israel desabaram  sobre o povo  mediante  a  palavra  profética:  a  celebração  trans- formou-se em lamento; a confiança na inviolabilidade, em terror diante da destruição completa. Em  terceiro  lugar, o  arrependimento  sincero  suspende  o castigo  e  traz  de  volta  a  restauração.  Se  o  pecado  produz calamidade, o arrependimento é o portal da bênção (2.12- 27).  Quando  o  povo  se  volta  para  Deus  em  lágrimas, Deus  se  volta  para  o  povo  com  bênçãos  materiais  e espirituais.  O  chamado  de  Deus  não  é  arrependimento  e novamente arrependimento, mas arrependimento e frutos de  arrependimento.  Não  é  suficiente  rasgar  as  vestes,  é preciso  rasgar  o  coração.  Deus  não  aceita  um  ritual  de quebrantamento;  ele  espera  um  choro  sincero,  cujas lágrimas, como torrentes, quebram a dureza do coração. Em  quarto  lugar, o  Dia  do  Senhor  será  dia  de  trevas para  os  impenitentes  e  bênção  indizível para  o  povo  de Deus.  O  tema unificador de  toda a profecia é  “o  Dia do Senhor”.  Essa  frase  aparece  cinco  vezes  no  livro  de Joel (1.15; 2.1,  11,31;  3.14).  Essa frase constitui a chave para a  compreensão  da  profecia  de  Joel,  particularmente  de seus  aspectos  escatológicos  e  messiânicos.” 

Abrindo um parêntese, como tem sido a mensagem dirigida à igreja em que você congrega nestes últimos tempos? Seu ego está sendo massageado ou você tem sido exortado a arrepender-se e a viver uma vida dedicada a agradar ao Senhor? Quando foi que nos esquecemos da importância de nos arrependermos?

Que o Senhor tenha misericórdia de nós…

2 – A MENSAGEM DE JOEL

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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