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Betel Adultos – 3º Trimestre 2023 – 03-09-2023 – Lição 10 – Sofonias – o fim está próximo

03/09/2023

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Sofonias 3:16

16 Naquele dia, se dirá a Jerusalém: Não temas, ó Sião, não se enfraqueçam as tuas mãos. (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Sofonias 1:1-4

​1 Palavra do SENHOR vinda a Sofonias, filho de Cusi, filho de Gedalias, filho de Amarias, filho de Ezequias, nos dias de Josias, filho de Amom, rei de Judá.

2 Inteiramente consumirei tudo sobre a face da terra, diz o SENHOR.

3 Arrebatarei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e os tropeços com os ímpios; e exterminarei os homens de cima da terra, disse o SENHOR.

4 E estenderei a minha mão contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém e exterminarei deste lugar o resto de Baal e o nome dos quemarins com os sacerdotes; (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Apresentar o cenário da mensagem de Sofonias; 
  • Falar sobre a ira de Deus sobre Jerusalém; 
  • Extrair lições de Sofonias para os dias de hoje.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.

Nesta oportunidade iremos estudar o breve livro do profeta Sofonias.

Sofonias viveu na mesma época em que viveram os profetas Naum e Habacuque. A sua mensagem parece ter sido anunciada antes da reforma religiosa feita por Josias, rei de Judá, em 621 a.C. O profeta fala do Dia do Senhor, em que ele vai castigar o povo de Judá e os moradores de Jerusalém. Porém ele castigará também os outros povos, e as cidades dos filisteus serão destruídas. Mas a cidade de Jerusalém, depois de ser castigada, receberá de novo a graça e as bênçãos de Deus.

Sua profecia continha a dureza e as consequências do juízo divino, mas também a promessa de restauração para o seu povo.

1 – O CENÁRIO DA MENSAGEM DO PROFETA SOFONIAS

 

Sofonias é o 36º livro do Antigo Testamento, este livro do profeta menor, contém 3 capítulos, 53 versículos e 1.617 palavras. Tanto Naum como Sofonias profetizaram, de igual modo, para o Reino do Sul.

Paul R. Fink diz que Sofonias é um livro de contrastes, pois nenhum outro profeta pinta um quadro tão escuro do julgamento divino, e nenhum outro profeta pinta um quadro tão brilhante da futura glória de Israel, como o faz Sofonias.

Hernandes Dias Lopes afirma que Sofonias profetizou nos dias do rei Josias (Sf 1.1). O referido rei governou em Judá no período de 640 a 609 a.C. Josias promoveu uma reforma em Judá em virtude da descoberta do Livro da Lei no templo em 621 a.C. (2Cr 34.14-18).

Warren Wiersbe destaca que, em termos políticos, aqueles foram tempos conturbados. A Assíria estava perdendo poder, os citas estavam invadindo do Norte, e a Babilônia se tornava o principal império. O rei Manassés (697-642 a.C.) havia levado o povo de Judá a afundar-se cada vez mais na idolatria e na adoção de ideias e de costumes estrangeiros, e o rei Josias havia procurado reverter essa tendência. Infelizmente, o rei Josias morreu no campo de batalha antes de concluir seu trabalho, e seus sucessores no trono foram governantes fracos e permitiram que o povo retornasse a seus caminhos maus.

Embora a idolatria tenha sido praticamente abolida nos dias de Josias, ainda ficou um resquício (Sf 1.4). Nesse tempo, tanto o Estado como a religião estavam fermentados pela corrupção. Príncipes e juízes, sacerdotes e profetas, estavam vivendo em pecado. A lei era desobedecida, e a adoração a Baal e Milcom ainda era tolerada (Sf 1.4-6). A verdadeira religião era praticamente inexistente. Muitas pessoas viviam atreladas à idolatria (Sf 1.4), ao sincretismo (Sf 1.5) ou à indiferença (Sf 1.5,6).

Gleason Archer Jr. diz que as condições morais e religiosas prevalecentes à época de Sofonias eram baixas, por causa da influência maligna dos reinados de Manassés e Amom. O longo reinado de Manassés (696-642 a.C.) foi um período de total subserviência à Assíria. A submissão política como um vassalo da Assíria significava submissão aos deuses assírios, especialmente a adoração aos corpos celestes (2Rs 21.5). Sofonias denunciou esse pecado (Sf 1.5). Quando a porta se abriu para uma religião estrangeira, outras naturalmente entraram. Uma vez que a exclusividade da adoração ao Deus de Israel foi abandonada, os cultos palestinos foram aceitos abertamente. O Baal cananeu foi abertamente adorado (2Rs 21.3), como Sofonias provou (Sf 1.4).

Sofonias condenou ainda os adoradores de Moloque (Sf 1.5), que sacrificavam crianças a esse deus amonita (1Rs 11.7; 2Rs 23.10). O imperialismo internacional significou o enfraquecimento de uma cultura nacional, de modo que os costumes estrangeiros foram praticados, provavelmente em vestimentas com sobretons religiosos (Sf 1.8,9)

1.1 – Conhecendo um pouco mais o profeta

Nosso escasso conhecimento de Sofonias limita-se à informação dada na profecia que leva seu nome. Três outros homens no Antigo Testamento tinham o mesmo nome, que significa “Jeová esconde”. Há quem suponha que o profeta nasceu durante o “período de matança de Manassés”. Portanto, o significado do nome está intimamente ligado ao fato de o Senhor tê-lo escondido da atrocidade cometida por Manassés.

Entre os profetas, a sua genealogia é a mais detalhada, cujo propósito mais provável era mostrar que ele era de linhagem real.

Norman Russell Champlin explica que a maioria dos profetas tem suas genealogias traçadas de volta somente até seus pais (ver Jon. 1.1; Joel 1.1). Zacarias tem uma genealogia que remonta a seu avô (ver Zac. 1.1). Em contraste com eles, a linhagem de Sofonias retrocede quatro gerações. É provável que isso tenha acontecido porque esse profeta pertencia à família real e tinha o rei Ezequias com o antepassado. Ele governou Judá em cerca de 715-687 a.C. O fato de que ele pertencia à família real concedia a Sofonias certo prestígio que os profetas comuns não possuíam, tais como, o acesso ao Rei, regalias imperiais, boa posição e influência na corte.

Sofonias é bem menos original que alguns dos outros profetas. Pelo que entendemos, foi muito influenciado por Isaías, que gozava de situação similar no que tange à posição na corte e relação com a realeza. Talvez fosse conselheiro de Josias. Mas quando o livro da lei foi descoberto, o rei se voltou para a profetisa Hulda e não para este profeta (2Rs 22.8-20). Identificamos na pregação de Sofonias certo indício da influência de Amós, profeta do século V III a.C.

Para H. Ray Dunning, no reinado de Manassés, a verdadeira religião de Jeová fora suprimida e o rei patrocinara uma religião adulterada que incorporava os costumes assírios e seu modo de culto. De acordo com 2 Reis 21.6, Manassés sacrificou seus próprios filhos, erigiu santuários “a todo o exército dos céus” (as deidades astrais dos assírios) na casa do Senhor e reavivou a adivinhação e comunicação com os mortos.

Quando Sofonias entrou em cena, esta influência ainda predominava. O rei Josias começou cedo a servir ao Senhor, mas as reformas atingiram grandes proporções somente em 621 a.C. Portanto, o profeta teria clamado contra a continuação da desgraça espiritual da má influência de Manassés.

1.2 – A mensagem do profeta

O profeta apresenta-se antes de apresentar a mensagem. Hernandes Dias Lopes destaca a autoridade do mensageiro quando em Sofonias 1.1, lemos: “Palavra do SENHOR que veio a Sofonias…” Sofonias deixa claro que sua mensagem não procede dele mesmo, mas vem do céu, de Deus. O livro começa com a palavra que ele recebe de Deus (Sf 1.1) e termina com a expressão “diz o SENHOR” (Sf 3.20). Do começo ao fim, a profecia de Sofonias vem de Deus. O profeta não é a origem da mensagem, mas apenas seu instrumento. Sua fonte é o Deus da aliança de Israel. Ele só entrega ao povo o que recebeu de Deus. Sua doutrina não procedia de homens, mas de Deus. O que pregou ao povo foi recebido por divina inspiração.

Como já sabemos, Sofonias profetizou no reinado do rei Josias, um tempo de reforma religiosa, mas esta não foi suficientemente profunda para transformar a vida do povo. Ele foi contemporâneo de Jeremias. Este foi preso e colocado numa cisterna imunda por exortar os líderes de Judá a se entregarem aos babilônios. Warren Wiersbe está correto ao dizer que Deus havia mostrado a Sofonias que o julgamento estava vindo sobre Judá na forma do cativeiro na Babilônia. Porém, a invasão de Judá pela Babilônia era apenas um exemplo do que ocorrerá naquele Dia final do Senhor, que varrerá toda a terra.

Hernandes explica que o julgamento sobre Judá, portanto, é precedido pelo julgamento que virá sobre todas as nações. Esse julgamento atingirá toda a terra e as coisas que estão sobre ela. Todas as coisas da face da terra serão varridas. Assim registra Sofonias: “De fato, consumirei todas as coisas sobre a face da terra, diz o SENHOR” (Sf 1.2). Esse profeta palaciano está com os olhos voltados não apenas para sua terra, mas também para todas as nações da terra. Ele não está tomado por um espírito de vingança. Está, antes, descrevendo o severo e justo castigo de Deus como retribuição ao pecado dos povos. Esse juízo universal está estreitamente ligado ao juízo endereçado ao povo escolhido. Porém, como resultado desse julgamento, nações irão se converter ao Senhor (Sf 3.9), e toda a terra será renovada.

Hernandes continua a sua explicação ao afirmar que assim como no passado o dilúvio foi universal (Gn 6.7), esse julgamento também o será. Essa calamidade será tão terrível quanto o dilúvio. Os seres irracionais: animais, aves e peixes, bem como os seres racionais: os homens, todos serão atingidos por esse grande julgamento divino. Assim escreve o profeta: “Consumirei os homens e os animais, consumirei as aves do céu, e os peixes do mar, e as ofensas com os perversos; e exterminarei os homens de sobre a face da terra, diz o SENHOR” (Sf 1.3). O Senhor adverte que destruirá todas as coisas na terra, no ar e no mar. A destruição será universal e completa.

Palmer Robertson diz que a ordem em que esses itens são catalogados para destruição é precisamente o inverso da ordem em que eles aparecem na narrativa da criação. Primeiro o homem, depois os animais, os pássaros e os peixes são designados como objetos do juízo consumidor de Deus. Originariamente, Deus criou os peixes, os pássaros, os animais e o homem. Nessa mesma linha de pensamento, Matheus Soares diz que Sofonias profetizou que Deus acabaria com toda a criação na ordem inversa em que a criou.

Tudo nos faz crer que Sofonias não está em oposição às provisões do solene pacto feito com Noé (Gn 8.21), quando Deus prometeu não destruir mais a face da terra. É provável, portanto, que o profeta esteja descrevendo uma cena do juízo cósmico vindouro, quando a terra e o céu passarão (2Pe 3.1-14). Resta claro afirmar que o juízo cósmico que reverterá a criação é ainda futuro.

David Baker ressalta que, com esse juízo, Deus estará desfazendo sua criação, porquanto todas essas palavras se encontram em Gênesis 1.20,24,25,26-28.

Vale destacar que os homens não são vítimas indefesas da natureza, uma vez que foram colocados como dominadores de toda a obra criada. A natureza está sofrendo por culpa do homem e compartilhará de seu destino.

James Wolfendale está correto quando escreve: “Aprendemos sobre o desgosto divino contra o pecado do homem quando vemos criaturas inocentes sofrendo por ele”.

Paul Fink declara: “O homem é o principal ofensor. Ele ofende a Deus por meio de uma adoração idólatra; e, como resultado de seu pecado, as criaturas da terra, do ar e do mar devem também sofrer”.

A severidade das afirmações e a certeza de sua concretização são realçadas pela declaração de Iavé: “diz o SENHOR”, registrada duas vezes.

James Wolfendale afirma que mesmo Judá, onde Deus é conhecido, e mesmo Jerusalém, a cidade santa, são o endereço do julgamento divino. “Estender a mão” é um gesto ameaçador de poder, força e autoridade (Sf 2.13; Dt 32.36; 2Sm 8.1). Quando Deus estende a mão para julgar, ninguém pode escapar do Seu juízo!

1.3 – Justiça e esperança

James Wolfendale menciona dois tipos de apostasia: a positiva e a negativa. Judá cometeu ambas. Na apostasia positiva, Judá trocou o Senhor pelos ídolos. Na apostasia negativa, Judá cessou de buscar o Senhor. Esta apostasia é a causa daquela. Primeiro, o povo deixa de buscar o Senhor e, depois, se rende aos ídolos.

Portanto, o castigo divino era questão de tempo, porém, como bem-dito pelo evangelista Valdilon Ferreira Brandão, Sofonias estrutura sua mensagem no formato padrão do profetismo judaico, isto é, a mensagem anuncia o castigo de Deus sobre o seu povo, o motivo do castigo e por último manifesta a misericórdia e o grande amor de Deus que proporciona redenção aos arrependidos.

O profeta proclamou a palavra de Deus, advertindo sobre o juízo divino iminente que recairia sobre Judá devido aos seus pecados. A sua profecia descreveu um severo juízo divino que culminaria no cativeiro babilônico. Ele alertou que Deus julgaria tanto o povo quanto as nações vizinhas por suas transgressões e por se afastarem dos princípios divinos. A mensagem de juízo contida no livro abordou a corrupção social, religiosa e moral presentes na sociedade da época. O profeta enfatizou um momento de grande tribulação e julgamento.

Contudo, no meio dessa mensagem de juízo, há também uma mensagem de esperança e restauração. O versículo de Sofonias 3.15, revela essa nota de esperança. Nele, Sofonias declara: “O Senhor afastou os teus juízos, exterminou o teu inimigo; o Senhor, o rei de Israel, está no meio de ti; tu não verás mais mal algum”. Essa afirmação representa a promessa de que, apesar do juízo que estava prestes a acontecer, Deus não abandonaria completamente Seu povo. Ele se manifestaria como o rei de Israel e estaria no meio deles para trazer proteção, restauração e bênção.

Essa mensagem de esperança também aponta para um futuro mais distante, quando a promessa de salvação e redenção seria cumprida por meio da vinda de Jesus Cristo. A presença de Deus no meio do Seu povo, mencionada por Sofonias, encontraria seu cumprimento definitivo na encarnação de Cristo e na reconciliação que Ele ofereceria à humanidade.

Portanto, a profecia de Sofonias é uma mistura de advertência de juízo divino devido aos pecados do povo e de promessa de esperança e restauração por meio da presença e intervenção divinas. Isso demonstra a natureza compassiva e justa de Deus, que deseja chamar Seu povo de volta a Ele, mesmo quando o juízo é necessário como consequência das escolhas erradas.

2 – A IRA DE DEUS SOBRE JERUSALÉM

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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