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Betel Adultos – 3º Trimestre 2020 – 27-09-2020 – Lição 13 – Perseguido, mas não derrotado

24/09/2020

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Em Deus louvarei a sua palavra; em Deus pus a minha confiança e não temerei; que me pode fazer a carne?” Salmo 56.4

TEXTOS DE REFERÊNCIA

2 CORÍNTI0S 11.24-27,30 

24 Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um. 

25 Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; 

26 Em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; 

27 Em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. 

30 Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Mostrar que Deus sempre nos socorre. 
  • Apresentar a grandeza da chamada de Paulo. 
  • Explicar que as crises são passageiras.

INTRODUÇÃO

Caros irmãos e irmãs, Paz do Senhor.

Espero que todos estejam bem.

Chegamos ao fim de mais um trimestre e, como uma “cereja de bolo”, estudaremos sobre a vida do apóstolo Paulo, que é um ícone para os cristãos, ou seja, um modelo a ser imitado.

“Sede meus imitadores, como também eu, de Cristo”. (1 Co 11.1 – ARC)

Não existe nenhum problema em termos exemplos a seguir; pois foi exatamente isto que Paulo escreveu.

Não devemos idolatrar as pessoas, mas podemos tê-las como exemplo a seguir.

Paulo foi um grande homem, tanto no quesito humano (sócio, econômico e social) bem como no espiritual.

Falava vários idiomas, era extremamente culto, tinha muita influência entre os judeus e entre os romanos.

Foi criado por um dos melhores educadores que existiam dentre os judeus.

“Ainda que também podia confiar na carne; se algum outro cuida que pode confiar na carne, ainda mais eu: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu de hebreus; segundo a lei, fui fariseu, segundo o zelo, perseguidor da igreja; segundo a justiça que há na lei, irrepreensível”. (Fp 3.4-6 – ARC) 

O teólogo americano Norman Champlim faz um comentário interessante sobre este texto.

“As qualificações de Saulo, que lhe eram motivo de ufania, de acordo com os pontos de vista judaicos, eram da primeira ordem; e o apóstolo dá a entender que nenhum de seus oponentes de Filipos poderia reunir tal quantidade e qualidade de méritos. Talvez nenhum deles nascera com tantos privilégios, e nem subira tanto na escala da fé judaica quanto ele. E certamente nenhum deles se mostrava tão zeloso quanto ele se mostrara. Dessa maneira, ele desafia os seus adversários a compararem com ele as credenciais, estando certo de que as suas credenciais eram superiores às deles, em tudo aquilo em que tanto se vangloriavam. No entanto, conforme Paulo descobrira quando de sua conversão, todas aquelas vantagens e privilégios (do ponto de vista da ufania meramente humana) não passavam de um ludíbrio, pois eram espiritualmente inúteis para a salvação. Isso o apóstolo só pode perceber, naturalmente, quando a grande luz da graça, do poder e da pureza de Cristo incidiu sobre o seu coração e a sua mente. E agora queria que seus oponentes percebessem que viviam no engano, destituídos do poder do Espírito de Deus. (Esta passagem pode ser confrontada com o trecho de II Cor. 11:22, onde Paulo diz praticamente a mesma coisa, ainda que de forma abreviada. A passagem 3:5: circuncidado ao oitavo dia, da linhagem de Israel, da tribo de Benjamim, hebreu judaísmo eram, naturalmente, circuncidados já adultos de Rom. 11:1 menciona novamente esses elementos). É bem possível que Paulo usasse esses argumentos com frequência, a fim de convencer os judeus do quanto necessitavam de Cristo, de quão desesperadamente precisavam abandonar aquela justiça baseada em princípios legalistas e cerimoniais, que dependem das realizações e atos humanos, sem a ajuda do Espírito Santo. Tais esforços humanos, por mais zelosos que sejam, jamais poderão ser aceitos por Deus”. 

O nome hebraico do apóstolo dos gentios era Saulo, do hebraico Shaul, provavelmente em homenagem ao mais importante descendente desta tribo, o rei Saul. Já o nome Paulo era proveniente do latim “Paulus”, pois ele era um cidadão romano. O apóstolo decidiu utilizar o nome romano, para que tivesse maior liberdade de ir e vir por todo o império.

“Quanto a mim, sou varão judeu, nascido em Tarso da Cilícia, mas criado nesta cidade aos pés de Gamaliel, instruído conforme a verdade da lei de nossos pais, zeloso para com Deus, como todos vós hoje sois”. (At 22.3 – ARC)

A criação de Paulo foi pautada no desejo de seus pais de prover o melhor para seu filho e foi isto que os motivou a levar Paulo para Jerusalém para estudar com Gamaliel.

Foi este homem que teve um encontro memorável com o Senhor quando ia de Jerusalém para Damasco e teve sua vida completamente transformada e é sobre este homem que estudaremos nesta lição.

1 – UM CHAMADO EM MEIO ÀS PERSEGUIÇÕES

O chamado de Paulo ocorreu de uma forma inusitada, ou seja, completamente diferente do que geralmente acontecia.

Jesus chamou seus discípulos (TODOS) pessoalmente e de forma direta, porém, com Paulo foi muito diferente.

A Bíblia nos mostra que Paulo decidiu ir até Damasco, uma cidade que ficava a aproximadamente 200 km de Jerusalém, para perseguir cristãos e, para isto, como possuía grande responsabilidade e respeito junto ao sumo sacerdote, pediu a ele uma carta de indicação para perseguir, açoitar e prender os discípulos de Jesus, caso os encontrasse pelo caminho.

“E Saulo, respirando ainda ameaças e mortes contra os discípulos do Senhor, dirigiu-se ao sumo sacerdote e pediu-lhe cartas para Damasco, para as sinagogas, a fim de que, se encontrasse alguns daquela seita, quer homens, quer mulheres, os conduzisse presos a Jerusalém”. (At 9.1,2 – ARC)

Aquele homem acreditava piamente que estava fazendo a vontade de Deus quando perseguia os discípulos de Jesus, pois os fariseus não aceitavam o fato de Jesus ser o Cristo.

Champlim faz um comentário forte sobre a perseguição realizada por Saulo.

“Saulo, como um cavalo de guerra, respirava forte, o seu próprio hálito era entre o presente versículo e a linguagem de Jacó, o patriarca, onde ele diz a essência do ódio e da brutalidade. O trecho de Atos 26.11 cita Paulo a dizer que perseguira aos cristãos «…demasiadamente enfurecido contra eles. Havia provado sangue, gostara, e anelava por mais; e isso o transformara em um monstro entre os homens, a espalhar matança e terror entre toda a comunidade cristã. Agora queria dar maior eficácia aos seus esforços perseguidores, obtendo documentos autorizadores da parte dos líderes religiosos da nação; isto é; do Sinédrio, o que lhe daria mais poder para sair dos limites da capital, indo pelas cidades circunvizinhassem prosseguimento à sua campanha sanguinária”.

Acredita-se que Saulo de Tarso; que não era seu sobrenome e sim o lugar onde havia nascido; gostava deste tipo de vida que levava, mas que, após a morte de Estevão ficou meio “assombrado” com a maneira que estava se portando no tocante aos cristãos.

Grande parte dos teólogos acredita que Saulo nunca se libertou dos traumas causados por seu ódio pelos discípulos de Cristo.

Naquela época, os discípulos de Cristo ainda não eram chamados de cristãos, mas sim de “os da seita do caminho”.

O teólogo F.F. Bruce escreve que o que Paulo disse na sua primeira carta aos coríntios estava associado com a morte de Estevão.

“Porque eu sou o menor dos apóstolos, que não sou digno de ser chamado apóstolo, pois que persegui a igreja de Deus”. (1 Co 15.9 – ARC) 

Voltando ao título deste tópico, quando Paulo viajou para Damasco ele teve um encontro com aquele que era o centro de toda sua perseguição, de todo seu ódio e ameaça.

“E, indo no caminho, aconteceu que, chegando perto de Damasco, subitamente o cercou um resplendor de luz do céu. E, caindo em terra, ouviu uma voz que lhe dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues? E ele disse: Quem és, Senhor? E disse o Senhor: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões. E ele, tremendo e atônito, disse: Senhor, que queres que faça? E disse-lhe o Senhor: Levanta-te e entra na cidade, e lá te será dito o que te convém fazer”. (At 9.3-6 – ARC) 

É bem provável que Saulo estivesse em cima de um cavalo, pois a distância era considerável entre Jerusalém e Damasco e, em um certo tempo de sua viagem, a Bíblia nos diz que um clarão apareceu a eles e que ouviram uma voz que dizia:

“Ele caiu no chão e ouviu uma voz que dizia: Saulo, Saulo, por que você me persegue? Quem é o senhor? perguntou ele. A voz respondeu: Eu sou Jesus, aquele que você persegue”. (NTLH) 

Antes da aparição de Jesus a Paulo, provavelmente ele chamava Jesus de falsário, mentiroso, pilantra e outros adjetivos negativos, porém, naquele dia, ele o chamou de SENHOR e a palavra no grego é “kyrios” que transmite uma ideia de alguém muito importante.

Até o momento de Jesus se revelar a ele, sua identidade não era conhecida, porém, a maneira com que Saulo foi derrubado, o deixou abalado ao ponto dele reconhecer que alguém muito poderoso estava falando.

Imagine o semblante de Saulo quando ele percebe que aquele que o havia derrubado era Jesus de Nazaré, o fundador do cristianismo, ou da seita do caminho.

Jesus continua e diz: “Duro é para ti recalcitrar contra os aguilhões.”

Esta expressão está relacionada ao ato de criar gado e nos remete a ideia de um animal teimoso, que deveria ter entrado no curral, mas por algum motivo não entrou e teve que ser cutucado com um instrumento pontiagudo para que aprendesse que a direção correta não era aquela e, caso o animal não mudasse a direção, a ponta do aguilhão poderia lhe causar profunda dor.

Foi exatamente isto que aconteceu com Paulo, pois Jesus o cutucou de uma forma que conseguiu lhe provar que o caminho que ele estava seguindo não estava correto.

Sendo assim, Saulo de Tarso decide mudar sua direção, pois sabia que a dor poderia ser muito forte.

É maravilhosa a maneira que Jesus utiliza para nos ensinar, pois Ele sabe exatamente como conseguir chamar nossa atenção.

1.1 – Uma transformação milagrosa

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Existe uma frase impactante que diz: “O maior milagre que pode existir é a salvação”.

Esta frase; apesar de ser de impacto; reflete uma imensa verdade, pois somente um deus poderoso e amoroso poderia salvar o homem.

A Bíblia nos diz e foi o próprio apóstolo Paulo quem escreveu que “todos pecaram e destituídos estão da glória de Deus” (Rm 3.23) e este versículo nos mostra que após o pecado de Adão e Eva, TODOS os seres humanos, logicamente descendentes deste casal, perderam o direito de se aproximar de Deus como ocorria outrora.

É triste imaginar como isto aconteceu, porém, isto acontece a todo momento, quando o ser humano escolhe dar lugar ao pecado; agora conhecido através da Palavra de Deus; para satisfazer seu próprio desejo, em lugar de permanecer fiel ao Senhor.

A Bíblia nos mostra que o problema não é a tentação, pois todos somos tentados e sim, o ato de ceder a ela.

Paulo era um perseguidor da Igreja, assassino, porém, o Senhor o salvou e demonstrou a ele que não estava agradando a Deus com seu serviço, pois a única maneira de ir até Deus é através de Jesus e a tarefa principal de Paulo era perseguir todos aqueles (as) que se diziam discípulos Dele.

Desta forma, a salvação encontra o famoso Saulo de Tarso e o transforma no maior pregador do Evangelho que já existiu.

O perseguidor tonar-se-ia perseguido e Jesus deixou isto claro a Ananias; aquele que ensinou os primeiros passos a Paulo; quando disse para ele ir até Damasco e orar por aquele homem que era o carrasco perseguidor.

“E havia em Damasco um certo discípulo chamado Ananias. E disse-lhe o Senhor em visão: Ananias! E ele respondeu: Eis-me aqui, Senhor! E disse-lhe o Senhor: Levanta-te, e vai à rua chamada Direita, e pergunta em casa de Judas por um homem de Tarso chamado Saulo; pois eis que ele está orando; e numa visão ele viu que entrava um homem chamado Ananias e punha sobre ele a mão, para que tornasse a ver. E respondeu Ananias: Senhor, de muitos ouvi acerca deste homem, quantos males tem feito aos teus santos em Jerusalém; e aqui tem poder dos principais dos sacerdotes para prender a todos os que invocam o teu nome. Disse-lhe, porém, o Senhor: Vai, porque este é para mim um vaso escolhido para levar o meu nome diante dos gentios, e dos reis, e dos filhos de Israel. E eu lhe mostrarei quanto deve padecer pelo meu nome”. (At 9.10-16 – ARC) 

Observemos que aquele que se tornaria o apóstolo dos gentios se encontrava orando em uma casa na cidade de Damasco e o Senhor chama Ananias para orar por ele.

Deus sempre tem alguém para orar por aqueles que precisam, por isto, quando o Senhor lhe acordar pela madrugada e você pensar em alguém, ore rapidamente por tal (is) pessoa (s).

O Senhor disse a Ananias que Saulo de Tarso tinha uma missão especial (levar o Evangelho aos gentios, dos reis e dos filhos de Israel) e neste caso, o chamado de Paulo era tão grande como foi sua salvação.

De forma marcante a Bíblia nos mostra que onde habitou o pecado, superabundou a graça (Rm 5.20), e foi exatamente isto que aconteceu com Saulo e ainda disse que Saulo sofreria muito por isto.

Precisamos destacar que o Senhor disse a Ananias que Saulo era um “vaso escolhido” e a tradução utilizada na Bíblia de Jerusalém, nos mostra um pouco mais de profundidade neste texto.

“Vai porque este é para mim um instrumento de Escol”.

Tal instrumento faz alusão à terra de Escol, mencionada no A.T. por aqueles que adentraram a ela para espionar e encontraram frutos maravilhosos, a descrevendo de uma forma marcante.

“Depois, vieram até ao vale de Escol e dali cortaram um ramo de vide com um cacho de uvas, o qual trouxeram dois homens sobre uma verga, como também romãs e figos. Chamaram àquele lugar o vale de Escol, por causa do cacho que dali cortaram os filhos de Israel”. (Nm 13.23,24 – ARC).

Champlim nos mostra que aquele lugar recebeu este nome porque era extremamente próspero e fértil.

“Os espias cortaram um ramo de vida com um cacho de uvas e romãs e figos, com o evidências da fertilidade e abundância da terra. Eram provas que demonstravam que valia a pena invadir aquele território. Deus tinha acertado em cheio ao prometer aquela terra a Abraão. Havia também desertos e trechos pouco férteis, mas isso não incomodaria uma população relativamente pequena (cerca de quatro milhões de pessoas) que ocuparia o território. O cacho de uvas era tão pesado que foram necessários dois homens para transportá-lo, suspenso por uma vara. Eram evidências positivas, a despeito do que dez dos doze espias que recomendaram que não se efetuasse a invasão, pois eles temiam os habitantes do território, alguns dos quais eram gigantes terríveis que habitavam as cercanias de Hebrom. Os críticos põem em dúvida o tamanho e o peso das uvas, mas Estrabão (Geografia 1.2. par. 50) forneceu-nos algumas admiráveis descrições de quão grandes podiam ser os cachos de uvas e as próprias uvas. Os comentários do Talmude mostram-se muito fantasiosos quanto a esse particular, pecando pelo exagero. Lê-se ali que eram necessários oito homens para carregar as uvas, e que o “dois” do texto eram varas, e não homens. O relato de Filo é mais realista (De Vita Mosis, 1.1. par. 63). Seja como for, a mensagem é clara. Na Terra Prometida havia grande abundância. Hebrom tornou-se famosa por suas excelentes uvas. Este versículo informa-nos que o lugar recebeu seu nome da própria circunstância aqui descrita. Era o lugar das “grandes uvas”, um sinal da fertilidade e abundância da Terra Prometida”. 

Transliterando o versículo 15 do capítulo 9 de Atos, o Senhor disse a Ananias:

“Vai porque este é para mim um instrumento de excelente qualidade” o que Paulo realmente foi.

1.2 – Sua missão era maior do que sua dor

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Assim como os companheiros de Jó, que insistiam em afirmar que ele estava em pecado diante de Deus, existem pessoas que não compreendem a soberania de Deus diante de algumas situações, e a história de Paulo nos mostra isto, pois, diante de tantas lutas e provações, era mais fácil murmurar contra o Senhor e “abandonar o barco”.

Paulo foi extremamente provado e sofreu terríveis lutas, mas o Senhor já havia dito que seria desta forma.

NÃO devemos questionar a soberania de Deus e Sua maneira de agir, pois somos, vasos em Suas mãos e não existem possibilidade do vaso dizer ao oleiro que não está satisfeito com o que ele construiu e sobre a maneira que ele agiu. Na verdade, nós podemos dizer, porém, não teremos condições de confrontar o Senhor.

“Recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos um; três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo; em viagens, muitas vezes; em perigos de rios, em perigos de salteadores, em perigos dos da minha nação, em perigos dos gentios, em perigos na cidade, em perigos no deserto, em perigos no mar, em perigos entre os falsos irmãos; em trabalhos e fadiga, em vigílias, muitas vezes, em fome e sede, em jejum, muitas vezes, em frio e nudez. Além das coisas exteriores, me oprime cada dia o cuidado de todas as igrejas. Quem enfraquece, que eu também não enfraqueça? Quem se escandaliza, que eu não me abrase? Se convém gloriar-me, gloriar-me-ei no que diz respeito à minha fraqueza. O Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, que é eternamente bendito, sabe que não minto”. (2 Co 11.24-31 – ARC)

Quando lemos este texto, parece-nos que Paulo realmente está dizendo que apesar de todos os sofrimentos que outros discípulos de Cristo sofriam, os dele eram maiores, e, pelo que a Bíblia menciona realmente foram terríveis.

Ainda que Paulo fosse um cidadão romano, seu sofrimento foi aumentado pela lei romana, ou “práxis romana” e os judeus tinham alguma autoridade no tocante a estas leis.

O teólogo alemão Werner de Boor nos apresenta um pouco do panorama de sofrimento que o apóstolo experimentou.

“O “gloriar” de Paulo torna-se completamente diferente, um gloriar estranho. Torna-se um gloriar em sofrimentos, fardos e privações, não em realizações, vitórias e sucessos. Pode “apresentar-se com ousadia” no que se refere a seus sofrimentos. Nesse ponto ele tem certeza de que nenhum dos grandes apóstolos acumulou tantos sofrimentos como ele. A frase é iniciada de forma abrangente: “Em labutas, com profusão, em prisões, com profusão, em açoites, sem medida, em perigos de morte, muitas vezes.” Será que isso ainda soa impreciso ou exagerado demais aos coríntios? Paulo também sabe dar uma lista precisa: “Cinco vezes recebi dos judeus uma quarentena [de açoites] menos um, fui três vezes fustigado com varas.” O Império Romano havia permitido às comunidades judaicas uma parcela de jurisdição própria. Não tinham permissão de aplicar a pena de morte (Jo 18.31). No entanto, membros da comunidade que fossem julgados culpados podiam ser açoitados com o chicote de couro de quatro pontas. De acordo com a prescrição em Dt 25.2s, a lei fixava expressamente um limite máximo de quarenta golpes para as chibatadas. Para que esse número máximo prescrito não fosse ultrapassado por algum descuido, aplicava-se “menos um”. Não obstante a punição continuava sendo suficientemente cruel. Paulo suportou-a cinco vezes. Atos dos Apóstolos não nos relata nada a esse respeito. Porém, quando lemos diversas vezes a respeito de grupos de judeus furiosos e vociferantes, precisamos recordar que a vazão do ódio contra o mensageiro de um Messias crucificado podia conduzir a consequências tão graves. Talvez Paulo tenha sofrido essa punição pela primeira vez já em Damasco. “Fustigar com varas” faz parte da esfera da justiça oficial romana. O juiz romano fazia-se acompanhar por “lictores”, servidores da justiça, que traziam um “feixe de varas” e em seu centro um machado. Desse modo ostentavam visivelmente a severa seriedade da justiça romana. Relacionado a essas punições, conhecemos o episódio de Filipos, de At 16.22. Desde já fica evidente porque o direito à cidadania romana nem sempre podia proteger a Paulo diante dos castigos. Sua detenção aconteceu, nesse e provavelmente também em outros casos arrolados por Paulo, em tumultos, em que nem sequer se permitiu ao apóstolo tomar a palavra ou em que se impediu os magistrados romanos de escutá-lo. Quantas cicatrizes de punições judaicas e romanas havia nas costas de Paulo! Como é duro para uma pessoa honesta suportar as dores e a infâmia dos açoites! Tais açoitamentos já representavam risco de vida. Mas os “perigos de morte, muitas vezes” tornaram-se mais graves. “Uma vez, apedrejado”, como lemos em At 14.19, por ocasião da evangelização em Listra. Não é possível compreender por que esse apedrejamento não foi suficiente para levar o apóstolo à morte. Por isso Paulo também foi arrastado como morto para fora da cidade. “Fui três vezes fustigado com varas; uma vez, apedrejado; em naufrágio, três vezes; uma noite e um dia passei [à deriva] na voragem do mar.” A navegação oferecia um perigo bem diferente do que hoje. Mas obviamente nem toda viagem marítima acabava em catástrofe. Quantas viagens por mar o apóstolo deve ter realizado, se sofreu três naufrágios”! 

“…e eu lhe mostrarei o quanto deve padecer pelo meu nome” …

1.3 – A luz brilhou nas trevas

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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