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Betel Adultos – 3 Trimestre 2022 – 17-07-2022 – Lição 3 – A mensagem das bem-aventuranças

14/07/2022

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

Bem-aventurado aquele que teme ao SENHOR e anda nos seus caminhos! (Sl 128.1)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

MATEUS 5.4-10 

4- Bem-aventurados os que choram, porque eles serão consolados; 

5- Bem-aventurados os mansos, porque eles herdarão a terra; 

6- Bem-aventurados os que têm fome e sede de justiça, porque eles serão fartos; 

7- Bem-aventurados os misericordiosos, porque eles alcançarão misericórdia; 

8- Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus; 

9- Bem-aventurados os pacificadores, porque eles serão chamados filhos de Deus; 

10- Bem-aventurados os que sofrem perseguição por causa da justiça, porque deles é o reino dos céus.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Apresentar as virtudes que alicerçam a vida cristã. 
  • Destacar as virtudes que tratam da vida prática. 
  • Mostrar o estilo de vida diferenciado do Mestre.

INTRODUÇÃO

Olá, irmãos. Paz do Senhor.

O processo de comunicação é composto por 3 pilares, sendo o emissor, a mensagem e o receptor.

O emissor é aquele que comunica algo que pode e tal comunicação se dá através da fala, mensagem escrita, desenhos, sinais, gestos ou outros.

A mensagem é o que precisamos transmitir e o receptor é aquele que recebe o que o emissor envia.

Em se tratando do Sermão da Montanha, existem algumas mensagens importantes que foram transmitidas por Jesus e continuam sendo transmitidas através da pregação do Evangelho.

A comunicação realizada por Jesus é cheia de pontos marcantes, haja vista, ter como alvo o coração das pessoas, ou seja, o ponto mais importante de nosso ser.

Os judeus que ouviam as palavras ministradas por Jesus disseram algo marcante, baseado no teor de sua mensagem e na maneira com a qual o Mestre se expressava.

“E aconteceu que, concluindo Jesus este discurso, a multidão se admirou da sua doutrina, porquanto os ensinava com autoridade e não como os escribas”. (Mt 7.29,29 – ARC)

A mensagem de Jesus era e é impactante porque é proveniente dos céus, pois, Jesus é Deus.

A maneira do Mestre se comunicar enquanto esteve neste mundo expressava amor e verdade e estas duas virtudes fazem muita diferença em se tratando de comunicação e da pregação do Evangelho.

Os doutores da Lei, ou seja, aqueles que detinham o conhecimento dos ensinamentos de Deus haviam se tornado pessoas teóricas, insensíveis e mentirosas e nenhuma destas características combina com alguém que é porta voz de Deus.

A partir desta lição traremos a vocês alguns pontos de reflexão para discussão em sala de aula.

Eles sempre estarão inseridos em caixas texto com o título “Você já pensou sobre isto?”, conforme modelo abaixo.

Estamos vivendo uma crise de identidade com muitas pessoas perdidas dentro do mundo imaginário que estão criando.

A proposta apresentada por Jesus engloba uma mudança de vida baseada na transformação do caráter e não em suposições e aqueles que já experimentaram o novo nascimento sabem o que isto significa.

Sendo assim, a pregação da mensagem do Evangelho precisa acompanhar os sinais de mudança de vida, porém, muitos cristãos; especialmente os pentecostais; acham que os sinais descritos por Jesus só estão associados a milagres.

É verdade que Jesus operou muitos milagres, mas, sua vida foi um exemplo muito maior do que tais milagres e TODAS as pessoas que tiveram algum tipo de contato com ele presenciaram que seu comportamento estava em concordância com tudo o que ensinava.

1 – VIRTUDES QUE ALICERÇAM A VIDA CRISTÃ

O Sermão da Montanha traz bençãos para aqueles que se comportar de determinadas formas e isto é classificado como “bem-aventuranças”.

Algumas traduções utilizam o termo “feliz” e outras “abençoados” para “bem-aventurados” e estas são colocadas logo após a descrição dos comportamentos ou da expressão das virtudes.

De acordo com o Dicionário Priberam da Língua Portuguesa, a palavra virtude tem os seguintes significados:

  1. Disposição constante do espírito que nos induz a exercer o bem e evitar o mal. 
  1. Conjunto de todas ou qualquer das boas qualidades morais. 
  1. Ação virtuosa. 
  1. Austeridade no viver. 
  1. Castidade, pudicícia. 
  1. Qualidade própria para produzir certos e determinados resultados. 
  1. Propriedade, eficácia. 
  1. Validade, força, vigor.

O Dicionário Vine nos traz importantes informações sobre esta palavra.

“ ‘arete’:  denota   tudo   que  obtém   estimação   preeminente por uma pessoa ou coisa: por conseguinte, “eminência  intrínseca, bondade moral, virtude” , alude a: (a) Deus (I  Pe 2 .9); aqui o sentido original e geral parece estar misturado com a impressão feita em outros, ou seja, renome.  excelência ou  louvor (Hort);  em  2 Pe 1.3, “por  sua glória e virtude” (dativo instrumental), ou seja,  a manifestação do Seu poder divino; este significado é ilustrado muitas vezes nos papiros e  evidentemente era comum na fala grega vigente; (b) qualquer excelência moral em particular (Fp 4.8; 2 Pe 1.5, duas vezes), neste último texto, a virtude é ordenada como qualidade essencial no exercício da fé,  “acrescentai à vossa fé a  virtude”. *Nota: Em Mc 5.30; Lc 6.19; 8.46, o termo dunamis, “poder”, é traduzido por “virtude”. 

A palavra “alicerce” tem um significado muito importante para a compreensão deste tópico.

De acordo com o Priberam, os significados são estes: 

  1. Base de parede que assenta em solo aprofundado (mais usado no plural). 
  1. Escavação para os alicerces = CAVOUCO. 
  1. [Figurado] Base, fundamento.

De forma figurativa, as virtudes da fé cristã são o fundamento para uma vida pautada na Palavra de Deus.

Como Jesus é nossa base, ou seja, o fundamento para vivermos de acordo com a vontade de Deus, TUDO o que Ele ensinou tornou-se base ou fundamento para a vida cristã.

Sendo assim, se desejarmos viver uma vida feliz ou bem-aventurada, é necessário nos comportamentos como Ele.

Existe um contraponto importante sobre esta questão que é o fato de Jesus não ter se dedicado a muitas coisas que alguns líderes religiosos se dedicam com o intuito de “conduzir” os cristãos a um relacionamento genuíno com o Senhor.

Este contraponto são as “famosas” proibições…

Se observarmos os ensinos de Jesus veremos que Ele ensinava sobre a “ação e reação” e não se dedicava às meras proibições.

Precisamos compreender que o ensino cristão é diferente do que acontecia com a Lei dada aos judeus, haja vista, estarmos em outra da revelação de Deus aos seres humanos.

Estamos vivendo um período em que o Espírito Santo é nosso ensinador.

Quando o povo de Deus no A.T. foi retirado da escravidão do Egito (Ex 12), eles eram obrigados a viver de acordo com as leis daquela nação, porém, como aquele povo não conhecia o Deus todo poderoso, o Senhor tratou de orientá-los através da Lei que foi dada a Moisés.

Esta lei era um conjunto de obrigações morais, cerimoniais e civis que tinham o intuito de orientá-los a viver na presença de Deus e em harmonia com o próximo.

A obrigação que levava à obediência era destinada a um povo que não sabia como viver uma vida livre, pois, estavam escravos por mais de 400 anos.

Sendo assim, o Senhor os instruiu através da regra da observância das leis que lhes dera.

Existem dois textos importantes sobre este assunto, um no A.T. e outro no N.T. (Hb 10.16), nos mostrando que o desejo do Senhor era que suas palavras estivessem guardadas no coração do seu povo.

“Eis que dias vêm, diz o SENHOR, em que farei um concerto novo com a casa de Israel e com a casa de Judá. Não conforme o concerto que fiz com seus pais, no dia em que os tomei pela mão, para os tirar da terra do Egito, porquanto eles invalidaram o meu concerto, apesar de eu os haver desposado, diz o SENHOR. Mas este é o concerto que farei com a casa de Israel depois daqueles dias, diz o SENHOR: porei a minha lei no seu interior e a escreverei no seu coração; e eu serei o seu Deus, e eles serão o meu povo! (Jr 31.31-33 – ARC)

Esta profecia faz alusão ao derramamento do Espírito Santo que começou no Pentecostes e continua em nossos dias, porém, em relação aos judeus, ela se cumprirá durante o Milênio.

Em se tratando de cristianismo, o Senhor Jesus disse que enviaria um que ficaria em seu lugar com o intuito de continuar sua obra.

“E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre, o Espírito da verdade, que o mundo não pode receber, porque não o vê, nem o conhece; mas vós o conheceis, porque habita convosco e estará em vós”. (Jo 14.16,17 – ARC)

TODOS aqueles que se converteram possuem o Espírito Santo de Deus habitando neles e trabalhando diuturnamente para que nos tornemos semelhantes a Jesus.

Desta forma, precisamos ter como fundamento seus ensinamentos para que consigamos viver como Ele viveu.

1.1 – O alicerce de toda felicidade

O conceito de felicidade é extremamente amplo conforme aprendemos na lição passada e, ainda que tenhamos vários estudiosos abordando este assunto, daremos ênfase ao que Salomão descobriu e nos ensinou através das páginas do texto bíblico.

De acordo com ele, a felicidade é adquirida por aqueles que desejam agradar a Deus, vivendo de acordo com seus ensinamentos, crendo que Deus está no controle de TODAS as coisas e que não poderemos acrescentar nenhum milímetro à nossa existência pelo fato de possuir muitas coisas.

Salomão fala sobre o temor do Senhor, que é o princípio da sabedoria e dever de todos os seres humanos.

“De tudo o que foi dito, a conclusão é esta: tema a Deus e obedeça aos seus mandamentos porque foi para isso que fomos criados. Nós teremos de prestar contas a Deus de tudo o que fizermos e até daquilo que fizermos em segredo, seja o bem ou o mal”. (Ec 13.13,14 – NTLH)

O apóstolo Paulo escreveu um texto importante sobre este assunto em sua carta aos romanos.

“Sendo, pois, justificados pela fé, temos paz com Deus por nosso Senhor Jesus Cristo; pelo qual também temos entrada pela fé a esta graça, na qual estamos firmes; e nos gloriamos na esperança da glória de Deus”. (Rm 5.1,2 – ARC)

Todo o tratado escrito por ele nesta carta nos mostra que os seres humanos estavam distanciados de Deus por causa de seus pecados e, por este motivo, não poderiam ter uma vida feliz.

Sendo assim, aqueles que tiveram seus pecados perdoados em Cristo Jesus podem viver uma vida de paz, pois foram justificados pela fé.

O conceito de justificação é importante, haja vista, deixar claro que TODOS estão condenados pelo pecado original e distanciados de Deus.

Desta forma, aprendemos que a única forma de nos tornarmos felizes é estar na presença de Deus.

É de suma importância destacarmos que muitas pessoas acreditam que a felicidade é alcançada quando não temos problemas ou não vivenciamos situações desagradáveis, porém, a Bíblia nos mostra que esta teoria está incorreta.

A continuação do capítulo 5 nos mostra que as tribulações (tudo aquilo que pode ser ruim) aproximam os cristãos de Deus.

“E não somente isto, mas também nos gloriamos nas tribulações, sabendo que a tribulação produz a paciência; e a paciência, a experiência; e a experiência, a esperança. E a esperança não traz confusão, porquanto o amor de Deus está derramado em nosso coração pelo Espírito Santo que nos foi dado”. (Rm 5.3-5 – ARC)

O segredo para a felicidade é crer em Jesus como Senhor e Salvador e como aquele que tem cuidado de cada detalhe de nossa vida.

Os estudos científicos modernos nos mostram que as pessoas que têm uma vida espiritual desenvolvida possuem menor probabilidade de desenvolver problemas emocionais, em especial a depressão.

Os benefícios da fé são estudados desde os anos 80 no Brasil. A Organização Mundial da Saúde (OMS) atesta que a fé influencia na saúde física, mental e biológica. A crença pode diminuir os riscos de diabetes, doenças cardiovasculares, respiratórias, infartos, insuficiência renal e acidente vascular cerebral. Em 2004, o São Paulo Medical Journal, da Associação Paulista de Medicina, publicou uma pesquisa que afirma o poder da prece na recuperação de pacientes com câncer.

1.2 – Consolo para os que choram

O ato de chorar abrange as três partes dos seres humanos (espírito, alma e corpo).

De acordo com a Revista Brasileira de Psicoterapia, existem algumas particularidades envolvendo o choro.

“O choro é a primeira manifestação da vida, uma autêntica explosão de emoções que permeia nossa vida do nascimento à morte. É desencadeado por diversos estados emocionais, desde tristeza até felicidade. Apesar de muito presente na prática clínica, é pouco mencionado na literatura médica. É desencadeado por diversos estados emocionais, desde tristeza, raiva, ansiedade, frustração, rejeição, desespero, solidão, cansaço e dor até alegria, felicidade, alívio e gratidão; ou seja, manifesta-se em vários acontecimentos, sejam eles positivos, como nascimentos, casamentos e premiações, sejam negativos, tais como perda de pessoas queridas e fracassos. Trata-se de um fenômeno humano regulado por variáveis neurobiológicas, que, além do fator causal específico, também é influenciado por fatores sociais e culturais, bem como pelas diferenças individuais”. Expressa vulnerabilidade, sofrimento e pedido de ajuda. Pode ser visto como uma busca de empatia e suporte dos outros, assim como um desejo de suscitar atenção para remover uma determinada fonte de desconforto. Por outro lado, pode expressar apenas um estado emocional de felicidade, com a função de aliviar essa sobrecarga emocional positiva.” 

Sabemos que o choro é vital para a manutenção do estado emocional, porém, em alguns modelos sociais, o choro é considerado um sinal de fraqueza.

Aqueles que não conseguem demonstrar vulnerabilidade possuem uma maior probabilidade de sofrer problemas físicos como o infarto, pois, acredita-se que o choro provoque um equilíbrio no organismo.

Um estudo realizado com 196 mulheres holandesas que tinha como objetivo avaliar que fatores eram importantes para determinar se o choro melhorava o humor, demonstrou o seguinte:

“As personalidades com características neuróticas, extrovertidas e empáticas foram associadas com uma maior frequência e facilidade do choro, mas não houve associação com mudança no humor. O choro mais frequente foi associado com níveis elevados de sintomas de ansiedade; altos níveis de anedonia e alexitimia foram associados a menor propensão de chorar; e altos níveis de alexitimia, ansiedade, depressão e anedonia foram associados com uma piora do humor após chorar. O resultado dessa pesquisa foi ao encontro da crença popular de que o humor melhora após um episódio de choro, uma vez que, do total da amostra, 88,8% dos participantes falaram que o humor melhorava após o choro, apenas 8,4% referiram que se sentiam pior e 2,8% não tiveram melhora. Apesar desse achado, não houve correlação significativa entre melhora do humor e características de personalidade específicas, bem como a propensão e a frequência do choro não se relacionaram com melhora do humor”. 

O teólogo americano Norman Champlim nos traz um rico comentário sobre este assunto. 

“Muitas  palavras  hebraicas e duas  palavras  gregas estão envolvidas, com o sentido de «clamar»,  «chorar», «proclamar»,  etc.  Porém,  aqui queremos considerar a idéia do choro  humano.  É   interessante  observar  que, no  relato  da  vida  de Jesus,  nunca  é  mencionado  que ele  riu  ou  gargalhou.  Mas  lemos  que  «Jesus  chorou» (João 11:35). Aí é usado o vocábulo grego mais típico, dakrúo, «chorar»,  «derramar lágrimas»,  usado somente  nesse  versículo. O choro humano pode expressar  diversas  emoções, desde a angústia  até  o júbilo,  passando pela raiva.  A Bíblia  reflete  isso  de  vários  modos: 1.  O clamor de Jesus,  em sua humanidade,  quando ele  implorou  com  lágrimas,  em  meio  a  súplicas  e orações,   mostrando  a  debilidade  de  sua  natureza humana,    e    como   ele   compartilhava    de    nossa humilhação  (Heb.  5:7).  Nisso  encontramos  o  típico choro  humano  de  impotência,  em  meio  ao  conflito espiritual. 2.   Os   clamores   proferidos   na   cruz,   literais   e simbólicos (Mat.  27:46;  Luc.  23:46),  porquanto Jesus sofreu agonias reais,  simbolizando as  nossas  agonias. 3.  O  clamor  da  oração  (Sal.  39:12),  que  mostra  a sinceridade  e  o senso  de  urgência  então expressos. 4.  O  clamor  de  muitas  emoções,  como  a  aflição (Êxo.  2:23;  Mat.  27:46);  o  medo  (Mat.   14:26);  a alegria (Isa.  54:1;  Gál.  4:27);  a  dúvida  e  a  incerteza (Êxo.  17:4);  o  apelo (I  Sam.  7:9);  a  tristeza  (I  Sam. 15:11; Mar.  15:34); a agonia (Jó 30:24;  Mat.  27:46);  a petição (Mat.  9:27)”.

Jesus sabia que o choro pode demonstrar sofrimento e fez um convite aos que estavam sofrendo por algum motivo.

“Vinde a mim, todos os que estais cansados e oprimidos, e eu vos aliviarei. Tomai sobre vós o meu jugo, e aprendei de mim, que sou manso e humilde de coração, e encontrareis descanso para a vossa alma. Porque o meu jugo é suave, e o meu fardo é leve”. (Mt 11.28-30 – ARC)

Em outra tradução:

“Venham a Mim e Eu lhes darei descanso – todos vocês que trabalham tanto debaixo de um jugo pesado”. “Levem o meu jugo – porque ele se ajusta perfeitamente – e deixe que Eu lhes ensine; porque Eu sou manso e humilde, e vocês acharão descanso para suas almas; pois só Eu faço vocês carregarem cargas leves”. (BV) 

Se associarmos este convite ao que o Senhor ensinou no Sermão do Monte em associação aos que choram, chegaremos à conclusão de que o consolo do Pai através de Jesus e do Espírito Santo tem um poder curativo maravilhoso.

Você já chorou aos pés de Jesus?

1.3 – A herança dos mansos

Todas as virtudes descritas no Sermão da Montanha possuem recompensas.

Tais recompensas nos são dadas por herança em Cristo e isto está em conexão com o que Paulo escreveu aos efésios sobre as bençãos

“Paulo, apóstolo de Jesus Cristo, pela vontade de Deus, aos santos que estão em Éfeso e fiéis em Cristo Jesus: a vós graça e paz, da parte de Deus, nosso Pai, e da do Senhor Jesus Cristo. Bendito o Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo, o qual nos abençoou com todas as bênçãos espirituais nos lugares celestiais em Cristo, como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em caridade, e nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade, para louvor e glória da sua graça, pela qual nos fez agradáveis a si no Amado”. (Ef 1.1-6 – ARC) 

“… para que o Deus de nosso Senhor Jesus Cristo, o Pai da glória, vos dê em seu conhecimento o espírito de sabedoria e de revelação, tendo iluminados os olhos do vosso entendimento, para que saibais qual seja a esperança da sua vocação e quais as riquezas da glória da sua herança nos santos (Ef 1.17,18 – ARC)

A questão da filiação é bem clara na Bíblia Sagrada e, ainda que grande parte das pessoas que não conhecem a Deus insistam em dizer que TODOS os seres humanos são filhos de Deus, isto não é verdade.

Só seriam verdadeiros filhos de Deus aqueles que foram gerados diretamente dele, ou seja, Adão, Eva e Jesus, porém, a Bíblia nos mostra que Deus chamou de filhos aqueles que creram em Jesus como sendo filho de Deus.

“Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas a todos quantos o receberam deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que creem no seu nome, os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do varão, mas de Deus”. (Jo 1.11-13 – ARC)

De forma clara, a herança é recebida por aqueles que a ganharam dos pais, quando estes morrem, porém, a herança espiritual dos filhos de Deus é recebida por causa da morte de Cristo e da adoção que recebemos por meio dele.

O evangelista João completa seu raciocínio em sua primeira carta.

“Vede quão grande caridade nos tem concedido o Pai: que fôssemos chamados filhos de Deus. Por isso, o mundo não nos conhece, porque não conhece a ele. Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifesto o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele; porque assim como é o veremos”. (1 Jo 3.1,2 – ARC)

A NTLH utiliza a palavra humilde no lugar de manso, a Bíblia Viva acrescenta a palavra simples.

Felizes as pessoas humildes, pois receberão o que Deus tem prometido. (Mt 5.5 – NTLH) 

Felizes são os mansos e simples! Porque o mundo inteiro pertence a eles”. (BV)

A palavra mansidão no hebraico tem algumas vertentes importantes, de acordo com Champlim.

“No hebraico, temos 3 palavras ‘anaw’ – estar inclinado»,  que  aparece por vinte  vezes  no  Antigo Testamento,  conforme se vê, por exemplo, em Sal. 22:26; 25:9; 37;11; 76:9; 147:6; Isa. 11:4; 29:19; 62:2; Amós  2:7;  Sof.  2:3;  Núm.  12:3.  Nas  traduções aparece com o sentido de «manso»,  «humilde» e até mesmo  «pobre».  Nessa  última  referência,  vemos Moisés ser descrito como homem «manso». Anavah,«gentileza», «humildade», «mansidão». A palavra que ocorre por quatro vezes tão somente.  Sof.  2:3;  Pro. 15:33; 18:12; 22:4. Anavah, «mansidão», «suavidade», «brandura»,  que ocorre por  duas  vezes:  Sal.  45:4; 18:35. No  Novo  Testamento,  encontramos  a  palavra ‘praús’,  «manso»,  e seus cognatos:  Mat.  5:5;  11:29; 21:5 (citando Zac.  9:9);  I Ped. 3:4.  O substantivo praútes aparece onze vezes: I Cor. 4:21; II Cor. 10:1; Gál. 5:23; 6:1; Efé. 4:2; Col. 3:12; II Tim. 2:25; Tito 3:2; Tia. 1:21; 3:13 e I Ped. 3:15. Os  mansos  são  felizes  porque  herdarão  a  terra (Mat. 5:5); Jesus convidou a todos a virem a ele, por ser manso e humilde de coração (Mat. 11:29). Em sua entrada triunfal em Jerusalém, Jesus veio humildemente, montado em um jumentinho (Mat. 21:5). As mulheres cristãs, em vez de se decorarem com coisas mundanas,  deveriam  decorar  seus  espíritos  com mansidão (I Ped. 3:4).

O ensino sobre o Fruto do Espírito, ministrado por Paulo (Gl 5) deixa claro que a mansidão é algo que precisa ser desejado e buscado por todos os cristãos e, como observamos na citação acima, Jesus é nosso modelo de mansidão.

Temos observado os apologetas “defenderem” a fé cristã com muitas coisas, menos, com mansidão, conforme nos é orientado pelo apóstolo Pedro.

“Mas também, se padecerdes por amor da justiça, sois bem-aventurados. E não temais com medo deles, nem vos turbeis; antes, santificai a Cristo, como Senhor, em vosso coração; e estai sempre preparados para responder com mansidão e temor a qualquer que vos pedir a razão da esperança que há em vós, tendo uma boa consciência, para que, naquilo em que falam mal de vós, como de malfeitores, fiquem confundidos os que blasfemam do vosso bom procedimento em Cristo, porque melhor é que padeçais fazendo o bem ( se a vontade de Deus assim o quer ) do que fazendo o mal”. (1 Pe 3.14-17 – ARC)

2 – O SERMÃO EM RELAÇÃO À VIDA PRÁTICA

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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