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03/04/2019
Esse post é assinado por Cláudio Roberto de Souza
Efésios 5:32
32 Grande é este mistério; digo-o, porém, a respeito de Cristo e da igreja. (ARC)
Colossenses 1:26-29
26 o mistério que esteve oculto desde todos os séculos e em todas as gerações e que, agora, foi manifesto aos seus santos;
27 aos quais Deus quis fazer conhecer quais são as riquezas da glória deste mistério entre os gentios, que é Cristo em vós, esperança da glória;
28 a quem anunciamos, admoestando a todo homem e ensinando a todo homem em toda a sabedoria; para que apresentemos todo homem perfeito em Jesus Cristo;
29 e para isto também trabalho, combatendo segundo a sua eficácia, que opera em mim poderosamente. (ARC)
Paz seja convosco!
Iniciamos um novo trimestre com a proposta de estudo muito estimulante – A doutrina da Igreja ou Eclesiologia.
Meus votos é que cheguemos ao final de junho com nossos conhecimentos aperfeiçoados e cada vez mais aptos ao serviço da nobre tarefa de ensinar.
Visto que a vinda de Cristo nos revelou o Filho unigênito do Pai; com Ele também veio a revelação da Igreja (Mt 16.18), um mistério antes encoberto (Rm 16.25), mas que em Cristo tornou-se público – Um povo incircunciso, excluído das promessas, mas agora eleitos por Deus através da fé e ação do Espírito Santo para viverem uma vida casta, santa e que atenda as expectativas do plano divino estabelecido no decorrer dos séculos – este povo é a Igreja!
É impressionante a paciência de Deus em planejar e executar o seu programa de ação.
A igreja foi um plano divino estabelecido na eternidade (Rm 16.25). Este plano definido e elaborado por Deus só veio a se concretizar milênios depois da queda do homem. Nada pôde fugir daquilo que fora traçado no céu. Sem esboçar pressa, o Senhor escreveu a história da humanidade até a chegada do seu Filho que abriu as cortinas daquilo que estava oculto e revelou a igreja, a assembleia dos santos compostos por gentios e judeus convertidos a Cristo.
A compreensão acerca da Igreja de Jesus Cristo, isto é, o seu corpo constituído na terra, nos trará luz para a melhor execução dos exercícios demandados por ela, dará entendimento do que significa pertencer a igreja e esclarecerá o nosso papel nesta terra. Entender o significado da Igreja é conceder propósitos mais nobres a nossa própria vida.
Proibida a cópia parcial ou total deste material – Sujeito a penas legais https://ebdcomentada.com
O Novo Testamento foi escrito no idioma grego, mais precisamente no grego Koiné que é a forma popular do idioma que emergiu na pós antiguidade e difere do grego clássico. Costumo dizer que o grego koiné era aquele falado nas praças e feiras livres, o grego simples e de fácil compreensão.
Gosto da simplicidade com que Myer Pearlman expõe a definição de “igreja” que vem da palavra grega “ekklésia”. Para ele, o termo “Ekklésia” aplica-se a:
Ele afirma que a palavra “igreja” é derivada da palavra “kryiacos” que significa “pertencente ao Senhor”. A igreja, portanto, é uma reunião de pessoas chamadas do mundo, as quais professam e provam submissão ao Senhor Jesus Cristo.
Alguns estudiosos se aprofundam mais na questão, como o mestre em Teologia Dr. Ed Hayes. Este afirma que nos originais, a palavra “Igreja” é mesmo oriunda da palavra grega “kryiacos”, mas que esta palavra aparece apenas duas vezes no original do Novo Testamento (1Co 11.18; Ap 1.10-11). Na primeira ocorrência, a palavra é usada com referência à reunião dos crentes para a Ceia do Senhor. Na segunda, está relacionada ao Dia do Senhor e as mensagens direcionadas as sete igrejas da Ásia.
Dissemos no início que iremos abordar sobre a doutrina da Igreja (Eclesiologia), no entanto, uma doutrina bíblica, não pode ser estabelecida sobre uma única palavra que aparece apenas duas vezes no Novo Testamento (conforme avaliado acima), logo o termo mais abrangente e ativo para a palavra igreja é “ekklésia”, que significa “assembleia” e o mesmo precisa ser compreendido mais detalhadamente.
“Ekklésia” vem de duas palavras que, juntas, significam “chamar para fora”. Primeiramente usada na antiguidade para referir-se a uma assembleia de cidadãos de uma cidade. A palavra é usada no Novo Testamento em alusão a igreja.
Na Septuaginta, a tradução grega do Antigo Testamento, a palavra “ekklésia” aparece cerca de 100 vezes. Foi utilizada para traduzir o termo hebraico “qáhal”. O termo “sinagóg”, entretanto, foi usado com maior frequência para traduzir o mesmo termo hebraico (“qàhal”). Ora encontramos a palavra igreja, ora sinagoga.
No Antigo Testamento “ekklésia” indica uma assembleia (Dt 9.10; 23.3; Mq 2.5) ou um agrupamento político (Ed 10.8,12; Ne 8.2,17). Em 2º Crônicas 6.3 refere-se à reunião dos israelita para a consagração do templo.
O Teólogo e pastor L. Coenen afirma que “Ekklésia” descreveu quase exclusivamente a igreja após a época dos relatos que os evangelhos fazem sobre a vida de Jesus. As únicas exceções, é claro, são Mateus 16.18 e 18.17. Ele complementa: “Uma pessoa pode dizer com certeza, que todos os escritores dos primórdios do cristianismo usaram o termo “ekklésia” somente para aquelas congregações que vieram a existir após a crucificação de Jesus.”
Se a igreja não veio a existir senão após o primeiro advento de Cristo, por que o próprio Cristo usou a palavra “ekklésia” duas vezes? A resposta está em Mateus 16.18. Ele falou da igreja vindoura. Leiamos o texto:
Mateus 16:18
18 Pois também eu te digo que tu és Pedro e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. (ARC)
Note que os verbos “edificar” e “prevalecer” estão conjugados no futuro, apontado para algo ainda não concretizado, mas projetado para adiante.
Quando usado o termo futuro, quer-se dizer que somente naquele instante (nas palavras de Cristo), o mistério da igreja começava a ser revelado, mas a sua concepção estava projetada para o horizonte, para o porvir.
O Espírito de Cristo, comunga com o apóstolo Paulo que tal mistério esteve oculto:
Romanos 16:25
25 Ora, àquele que é poderoso para vos confirmar segundo o meu evangelho e a pregação de Jesus Cristo, conforme a revelação do mistério que desde tempos eternos esteve oculto, (ARC)
Ele está falando da Igreja. Durante muito tempo, Deus tinha reservado para si mesmo o seu plano de salvação que incluía os gentios, mas agora, finalmente, tinha chegado o tempo de descobrir o mistério. A Igreja é revelada no ministério de Jesus Cristo.
Jesus a revelou em Mateus 16.18, mas a sua inauguração se deu após a sua assunção ao céu e a descida do Espírito Santo à terra, mais precisamente sobre os 120 irmãos reunidos no cenáculo (At 2.1-4). Se Jesus não subisse o Espírito Santo não desceria e se o Espírito não descesse, a igreja não seria inaugurada. Glórias, pois, a Deus, que Jesus instruiu e subiu; e o Espirito desceu e revestiu os crentes e assim a igreja foi instituída.
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Para entendermos o real significado de “ser igreja” precisamos atentar para o início do ministério de Cristo. Alguns teólogos afirmam que a igreja teve início com as pessoas colocando sua fé em Cristo.
A Bíblia diz que Ele, ao iniciar o seu ministério terreno, se aplicou a orar durante toda uma noite para escolher 12 homens que pudessem estar junto dEle durante todo o tempo e até a sua partida (Lc 6.12-16). Esses homens escolhidos seriam testemunhas daquilo que Ele faria e ensinaria, conforme Lucas relata a Teófilo em Atos 1.1.
Desde o início, Jesus tinha em mente a continuidade da obra principiada por Ele. A igreja tornar-se-ia a extensão da atuação de Cristo nesta terra. Ele o Cabeça, a Igreja, o corpo que estava a ser formado tendo como os primeiros matriculados, os apóstolos.
Nota-se claramente que não se tratava de um mero convite para fazer parte de um seleto grupo de teólogos acadêmicos, mas principalmente um convite ao arrependimento (mensagem pregada por João Batista – Mt 3.2; e depois por Jesus Cristo – Mt 4.17). Note também que o apelo ao arrependimento vem antes da vocação apostólica e assim tem que ser nos dias hoje também!
Mateus 4:19
19 E disse-lhes: Vinde após mim, e eu vos farei pescadores de homens. (ARC)
Três anos e meio de estágio intensivo com Cristo, comendo, bebendo, vestindo e dormindo com o Mestre, lhes prepararia para dar seguimento a tão nobre missão que não se resumia tão somente a pregar as Boas Novas, mas vive-la plenamente. Por isso a ordem enfatizada por Lucas a Teófilo é tão importante: “[…] tudo que Jesus começou, não só a fazer, mas a ensinar,” (At 1.1); isto é, viver o que se prega; a vida vem antes do púlpito; o meu testemunho chega primeiro que a minha mensagem; a espiritualidade vem antes da prédica.
Mais importante do que ensinar ou pregar é relacionar-se com Deus e ter convicção que Ele nos escolheu para a sua obra.
Quem verdadeiramente é igreja, foi antes tirado para fora do mundo, arrancado do pecado, extraído da transgressão, da inimizade com Deus, a fim de viver para Cristo e por Cristo em obediência perfeita a sua Palavra, tendo como responsabilidade de vida, pregar o Evangelho que revela Cristo, que liberta o pecador e proporciona salvação.
A igreja deve ser compreendida sob dois aspectos:
Mesmo na inauguração da Igreja no dia de Pentecostes encontramos os dois aspectos revelados:
Aspecto coletivo
Atos 2:1
estavam todos reunidos no mesmo lugar; (ARC)
Aspecto Individual
Atos 2:3
3 E foram vistas por eles línguas repartidas, como que de fogo, as quais pousaram sobre cada um deles. (ARC)
A Igreja é um corpo dotado de funções específicas, tais quais possuem um corpo humano, conforme a analogia feita pelo apóstolo Paulo ao descrever a Igreja:
1 Coríntios 12:27
27 Ora, vós sois o corpo de Cristo e seus membros em particular. (ARC)
O corpo é a parte coletiva e interdependente enquanto os membros é a particularidade de cada indivíduo inserido neste corpo, tendo em vista o objetivo comum de se obter um corpo equilibrado e saudável.
A descida do Espírito Santo evidencia ambos os aspectos da igreja (coletivo e individual que retratam o corpo de Cristo), portanto, ela consiste nos crentes em Jesus Cristo, batizados no nome do Pai do Filho e do Espírito Santo, compromissados uns com os outros em amor e chamados para fora deste mundo, a fim de viverem em uma comunhão de adoração, cuidado e testemunho da morte e ressureição do Messias.
Ev. Cláudio Roberto de Souza
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