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06/05/2023
“De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” Gálatas 3.9
GÊNESIS 12.1-4
1 Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei.
2 E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engradecerei o teu nome, e tu serás uma bênção.
3 E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra.
4 Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
Abraão é chamado “O Patriarca” por ser o pai de três grandes religiões, o Judaísmo, o Islamismo e o Cristianismo.
Abraão foi pai de Ismael e Isaque, sendo que o primeiro pertence à árvore genealógica que gerou Maomé e o segundo à arvore genealógica que gerou Jesus, que se chama o Cristo.
Os judeus e os cristãos não falam muito sobre Ismael, haja vista, não fazer parte da promessa e da herança de Deus.
Porém, o Alcorão, livro sagrado dos muçulmanos descreve a história de ambos.
Ismael e Isaque são dois profetas do Islam e filhos do Profeta Abraão. O primeiro é filho da egípcia Hagar e o segundo de Sara e ambos possuem um papel importante para a tradição islâmica. Enquanto o Alcorão enfatiza Ismael como o primogênito, que se dispôs a se sacrificar a Deus e que construiu a Caaba, Isaque foi um servo piedoso que cultuou o mesmo Deus que seu pai e manteve uma linhagem de homens justos, como o seu filho, o Profeta Jacó, e seu neto, o Profeta José.
No Alcorão, a famosa história da amarração ou imolação do filho de Abraão é associada ao filho Ismael, e não Isaque, como é sustentado nas tradições judaica e cristã. Embora o Livro Sagrado do Islam não mencione de fato o nome da criança, os eruditos muçulmanos encontram evidências confiáveis para sustentar essa posição.
Ambos os profetas citados possuem uma importância fundamental para explicar o desenvolvimento da doutrina islâmica, sendo que os descendentes de Isaque tiveram sua história documentada no Alcorão, enquanto da linhagem de Ismael surge o povo árabe, a tribo da qual o Profeta Muhammad pertencia, e as primeiras doutrinas monoteístas que eles carregaram.
Conhecer a história de Abraão e de seus descendentes nos dá condições de compreender como as três religiões monoteístas surgiram e nos ensina que o Senhor está no controle de todas as coisas.
Abraão é chamado de pai da fé por ter sido o primeiro patriarca, ter recebido um chamado especial da parte do Senhor e tê-lo aceitado sem duvidar.
Os textos abaixo demonstram que ele foi um homem de fé.
(Rm 4.1-3; 4.16; Gl. 3.6-9; Hb 11.8-19; Tg 2.21-23.)
A história deste homem começa no capítulo 11 do livro de Gênesis e perdura até o capítulo 25 quando ele morre com 175 anos de idade, porém, o Evangelho escrito por Mateus deixa claro que Jesus, o Messias é descendente deste homem.
“Livro da geração de Jesus Cristo, Filho de Davi, Filho de Abraão. Abraão gerou a Isaque, e Isaque gerou a Jacó, e Jacó gerou a Judá e a seus irmãos…” (Mt 1.1,2 – ARC)
O capítulo 12 de Gênesis nos mostra claramente como aconteceu o chamado do patriarca Abrão.
“Ora, o Senhor disse a Abrão: Sai-te da tua terra, e da tua parentela, e da casa de teu pai, para a terra que eu te mostrarei. E far-te-ei uma grande nação, e abençoar-te-ei, e engrandecerei o teu nome, e tu serás uma bênção. E abençoarei os que te abençoarem e amaldiçoarei os que te amaldiçoarem; e em ti serão benditas todas as famílias da terra. Assim, partiu Abrão, como o Senhor lhe tinha dito, e foi Ló com ele; e era Abrão da idade de setenta e cinco anos, quando saiu de Harã.” (Gn 12.1-4 – ARC)
É importante mencionarmos que Abraão fazia parte de um povo que habitava na cidade de Ur dos Caldeus e não em Harã, como muitos afirmam, porém, a chamada aconteceu em Ur e é provável eu eles tenham permanecido em Harã até que finalmente partiram para a terra que o Senhor revelara.
Acredita-se que aquele povo vivia um tipo de vida seminômade e fazia constantes mudanças com o intuito de continuar sobrevivendo.
É provável que a viagem feita por Terá teve motivos religiosos, visto que Harã era um centro religioso, mas também era uma grande capital comercial e industrial. É possível que Terá tenha misturado as duas atividades.
O versículo 31 do capítulo 11 deixa isto claro.
“E tomou Tera a Abrão, seu filho, e a Ló, filho de Harã, filho de seu filho, e a Sarai, sua nora, mulher de seu filho Abrão, e saiu com eles de Ur dos caldeus, para ir à terra de Canaã; e vieram até Harã e habitaram ali.” (Gn 11.31 – ARC)
A imagem abaixo mostra o percurso feito de Ur até Harã e depois, até Canaã, sendo que a distância total é de aproximadamente 1850 km.
É de extrema importância compreendermos que a história começa a ser separada a partir de Abraão, pois até aquele momento não existia um povo escolhido por Deus.
Sabemos que a linhagem de Sem, filho de Noé, foi escolhida para o propósito de Deus, porém, somente a partir da Abraão é que o Senhor começa a saga que mudaria a história do mundo.
O teólogo americano Norman Champlim traz um comentário importante a respeito da chamada missionária e da responsabilidade que foi colocada sobre a vida de Abrão.
“A chamada missionária: ele deixaria amigos, família e terra natal. Levaria seus filhos a uma terra estrangeira, forçando-os assim a aprender outra língua e a viver em um lugar estranho. Apenas metade dos missionários permanece no campo mais do que o primeiro termo (3 a 5 anos). Não é fácil arrancar todas as raízes e começar tudo de novo. Alguns saem como aventureiros; outros ganham dinheiro para fazer isso; outros saem impelidos por intenso zelo religioso, por muitas vezes tolos e acriançados. Aqueles que vão e perseveram têm por trás de si a vontade de Deus, e é isso que dá poder de permanência ao empreendimento missionário. Abraão foi um pioneiro, ou seja, alguém que vai para o deserto e ali prepara o caminho para outros. O pioneiro abre uma vereda; e os que o seguem abrem uma estrada. Assim sucedeu com Abraão. Colombo descobriu um novo mundo, e não tinha mapa. Atravessou o oceano em embarcações que eram cascas de nozes, e fundeou entre nativos hostis. A parte ocidental dos Estados Unidos foi conquistada com grande determinação, por uma raça de pioneiros e aventureiros. A grandeza do pioneiro é que ele prossegue apesar de suas perdas óbvias, olhando para um grande ganho remoto. É assim que as Escrituras falam acerca da aventura de Abraão (ver Heb. 11.9-10).”
Aquele que chamara Abrão para um ato de fé é o criador de tudo o que existe e o livro de Números deixa isto bem claro.
“Deus não é homem, pois não mente, nem se arrepende como todo ser humano. Ele faz o que promete, e cumpre o que diz.” (Nm 23.19 – BV)
O livro de Josué nos mostra que Abrão realmente vivia em uma família de idólatras, o que era muito comum naquele tempo.
“Então, Josué disse a todo o povo: Assim diz o Senhor, Deus de Israel: Dalém do rio, antigamente, habitaram vossos pais, Tera, pai de Abraão e pai de Naor, e serviram a outros deuses.” (Js 24.2 – ARC)
Já havia se passado quase 300 anos desde o dilúvio e o povo, por causa do pecado, se envolveu com a idolatria e tudo o que está associado a ela.
Desta forma, o aparecimento de Deus a Abrão deve ter causado uma profunda mudança em tudo o que ele acreditava a respeito do mundo espiritual.
Se observarmos a história, veremos que o Senhor fez isto por várias vezes, promovendo uma mudança drástica na vida de pessoas para que estas fossem canais de bençãos.
Podemos utilizar este ponto para consolar alguns irmãos que possam estar passando por situações ruins.
O Senhor realmente tem tudo em seu controle e, para cumprir seus planos, faz o que é necessário, ainda que não compreendamos.
Para começar um povo escolhido, o Senhor colocou a vida de Abrão de “cabeça para baixo”.
Champlim traz algumas informações importantes a respeito da terra onde Abrão e sua família habitavam.
“No hebraico, «ressecado». Se transliterássemos o nome para o português teríamos Charan. O texto grego da Septuaginta diz Charran (ver também Atos 7:4), e a Vulgata Latina, Charrae. Essa localidade ficava localizada cerca de trinta e dois quilômetros a sudeste de Urfa (Edessa), às margens do rio Bali. Ficava na estrada principal que partia de Nínive até as margens do rio Eufrates e era um centro comercial importante, que mantinha contato com portos comerciais, tai com o Tiro (ver Eze. 27:23). Há escavações que mostram que vinha sendo habitada pelo menos desde 3000 A.C. A princípio foi dominada pelos assírios, e por longo tempo foi uma capital provincial assíria (chamada Tartã). Posteriormente tornou-se capital dos assírios, até que foi capturada pelos babilônios, em 609 A .C. As ruínas dessa localidade, até hoje existentes, pertencem, em sua maioria, ao período da dominação romana, no qual o local da cidade ficava nas proximidades de Harã, perto do lugar onde os partos derrotaram Crasso (53. A.C.). E outra parte dessas ruínas pertence a ocupações posteriores, por parte de governantes sabeus e islamitas, quando esse lugar recebeu o nome de Carrae. Por isso é que, no texto da versão da Septuaginta, essa localidade recebe um nome similar, isto é, Charran. Ele é mencionado aqui como o progenitor da nação judaica; e isso nos mostra que Estêvão (Atos 7:4) começou a sua narrativa acompanhando a história da nação desde o seu ponto mais remoto. Esse era o nome de uma cidade da Mesopotâmia, situada cerca de trinta e dois quilômetros a sudeste de Urfa (Edessa), às margens do rio Balique, um tributário do grande Eufrates. Ficava na porção noroeste da Mesopotâmia. Alguns estudiosos pensam que o nome dessa cidade deriva-se de Harã, pai de Ló. Porém, essa conjectura não tem qualquer base histórica. Abraão, depois de haver sido chamado por Deus, de Ur dos Caldeus, ficou em Harã durante algum tempo, até que seu pai, Terá, faleceu. Então, Abraão prosseguiu até à terra de Canaã (Gên. 11:31,38; Atos 7:4). Parte da família, entretanto, permaneceu em Harã. Foi isso que armou o palco para visitas posteriores ao lugar, como quando o servo de Abraão foi enviado até ali, a fim de obter esposa para Isaque (ver Gên. 24), ou com o quando Jacó fugiu para evitar a ira de seu irmão, Esaú, a quem havia enganado (ver Gên. 28:10). O trecho de Ezequiel 27:23 refere-se aos negociantes de Harã, que negociavam com os tírios. Foi perto de Harã que o exército romano foi derrotado pelos partas, quando foi morto o triúnviro Crasso. Nos tempos antigos, Harã ficava localizada em uma importante rota comercial, que vinculava a Babilônia às margens do mar Mediterrâneo, fazendo-a prosperar. Escavações arqueológicas têm descoberto evidências de habitação, naquela localidade, até o terceiro milênio A.C. Salmaneser I, no século XIII A.C., conquistou-a. Uma inscrição de Tiglate-Pileser I (cerca de 1115 A.C.) também menciona o lugar. Durante muito tempo, Harã foi uma capital provincial assíria, mas acabou destruída, por causa de sua rebeldia. Todavia, foi restaurada por ordem de Sargão II. Assur-Urbalite, o último rei da Assíria, tornou Harã a sua capital, em 612 A.C., depois que Nínive foi destruída pelos babilônios. Foi nessa ocasião que os assírios tentaram impor-se, pela última vez. Porém, os assírios não foram bem-sucedidos, e o império assírio chegou a um final súbito. Assur-Urbalite teve de abandonar Harã em 610 A.C. Isso deixou os babilônios no firme controle de vastos territórios. Harã foi sucessivamente governada, depois disso, por zoroastrianos, cristãos nestorianos, islamitas e cruzados. Atualmente, uma pequena aldeia árabe assinala o local antigo.”
Antes de ir à Terra prometida, Abrão precisava sair do meio da sua parentela idólatra.
O termo Igreja vem do grego Ecklesia que tem o sentido de tirados para fora.
Da mesma forma que Abrão foi tirada para fora de uma terra idólatra, os cristãos saem da idolatria do mundo para uma vida na presença de Deus.
Abrão já era um homem de muitas posses, porém as bençãos que o Senhor tinha para ele eram infinitamente superiores a tudo o que ele poderia imaginar.
Isto nos traz à memória o texto que Paulo escreveu aos efésios.
“Ora, àquele que é poderoso para fazer tudo muito mais abundantemente além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera, a esse glória na igreja, por Jesus Cristo, em todas as gerações, para todo o sempre. Amém! “ (Ef 3.20,21 – ARC)
Geralmente as pessoas tornam-se conhecidas pelas conquistas obtidas e não pelos seus descendentes, porém Abrão é conhecido pelo povo que veio a partir dele, conforme mencionamos anteriormente.
Além disto, foi por meio deste povo que o salvador da humanidade veio a este mundo, pois a salvação vem dos judeus (Jo 4.22).
O nome Abrão significa “pai exaltado” ou “ele é exaltado por seu relacionamento com o pai”.
Quando Deus estabelece sua aliança com Abrão, ele recebe o nome de Abraão, “pai de uma grande nação”.
Não sabemos por quais motivos o Senhor chamou Abrão, porém sabemos que o patriarca obedeceu e, se lermos o conceito de fé que o escritor aos hebreus nos trouxe, teremos certeza que Abrão era um homem de fé.
“Ora, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam e a prova das coisas que se não veem.” (Hb 11.1 – ARC)
Em outras traduções:
“QUE É A FÉ? É a convicção segura de que alguma coisa que nós queremos vai acontecer. É a certeza de que o que nós esperamos está nos aguardando, ainda que o não possamos ver adiante de nós.” (BV)
“A fé mostra a realidade daquilo que esperamos; ela nos dá convicção de coisas que não vemos.” (NVT)
Abrão não conhecia o local para onde deveria ir, pois o Senhor não deixou isto claro, porém decidiu ir.
Existe um ditado que diz: “Quem não arrisca, não petisca” e o que aconteceu com Abrão foi exatamente isto, deixou uma vida aparentemente abençoada para viver o extraordinário de Deus.
O teólogo americano James Montgomery Boice afirma que, com exceção de Jesus Cristo, Abraão é, provavelmente, a pessoa mais importante na Bíblia, uma vez que todos os cristãos são justificados pela fé como Abraão e chamados filhos de Abraão.
O testemunho de fé que temos em toda a Bíblia parte da vida de Abraão e o profeta Isaías escreveu sobre isto.
“Olhai para Abraão, vosso pai, e para Sara, que vos deu à luz; porque, sendo ele só, eu o chamei, e o abençoei, e o multipliquei.” (Is 51.2 – ARC)
Vejamos o que o Senhor disse a Abrão:
1) Saia de sua terra e de sua parentela.
2) Vá para um lugar que eu te mostrarei.
3) Farei de ti uma grande nação.
4) Vou te abençoar.
5) Engrandecerei o teu nome.
6) Você será uma benção.
1) Era necessário que o patriarca conhecesse o Deus verdadeiro e tudo o que é capaz de fazer. O princípio do judaísmo e cristianismo estavam ali.
2) Era necessário que o patriarca confiasse naquele que lhe aparecera e tomasse a decisão de obedecer.
3) O nível de fé de Abrão foi muito grande, haja vista, ser avançado em idade e sua esposa ser estéril. O escritor aos hebreus utiliza o termo “amortecido” para mostrar que Abrão já era muito velho para ter filhos.
4) A benção do Senhor lhe trouxe uma família muito grande e posteriormente uma nova nação de tal forma que seu nome é engrandecido até os dias atuais.
5) Alguém tem dúvidas de que Abraão foi uma benção? Como já mencionamos, este patriarca foi o precursor das três religiões monoteístas existentes.
Precisamos lembrar os alunos que o chamado exigiu não somente fé, mas abnegação e entrega.
A palavra abnegação significa renúncia espontânea do interesse, da vontade e da conveniência própria, assim como é a chamada de cada cristão, ou seja, a partir do momento em que o Espírito Santo nos convence do pecado e nós reconhecemos em Jesus a salvação para nossa vida, começamos uma vida de abnegação diária e isto perdura até o dia em que morrermos.
O que Deus fez a Abraão representa o oposto do que os habitantes de Babel desejavam fazer. Enquanto aqueles trabalhavam para se tornarem grandes, o Deus todo poderoso trabalhou para fazer com que Abraão fosse grande.
O pastor e teólogo brasileiro Hernandes Dias Lopes traz um comentário interessante a respeito deste assunto.
“Abrão, porém, teve seu nome engrandecido por Deus e entrou para a história com seis títulos de honra: 1) pai de numerosas nações (17.5); 2) confidente de Deus (18.17-19); 3) profeta (20.7); 4) príncipe de Deus (23.6); 5) servo de Deus (Sl 105.6); 6) amigo de Deus (2Cr 20.7).”
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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