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Betel Adultos – 2º Trim. 2025 – 24-05-2025 – L8 – A fidelidade na mordomia cristã: um chamado à responsabilidade e ao compromisso

24/05/2025

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

TEXTO ÁUREO

Lucas 16:10 

10 Quem é fiel no mínimo também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo também é injusto no muito. (ARC)

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Lucas 16:1-6 

1 E dizia também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens.

2 E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isso que ouço de ti? Presta contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.

3 E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar não posso; de mendigar tenho vergonha.

4 Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.

5 E, chamando a si cada um dos devedores do seu senhor, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor?

6 E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua conta e, assentando-te já, escreve cinquenta. (ARC)

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Saber que a avareza e o egoísmo desagradam a Deus; 
  • Ressaltar que a fidelidade leva o crente a reconhecer que tudo vem de Deus; 
  • Compreender que todo cristão prestará contas de sua mordomia.

INTRODUÇÃO

Nesta oportunidade, estudaremos sobre o tema: “A fidelidade na mordomia cristã: um chamado à responsabilidade e ao compromisso”.

O fundamento da mordomia cristã repousa na convicção de que Deus é o dono supremo de todo o universo — não apenas das plantas e dos animais, mas também dos recursos financeiros e dos bens que utilizamos diariamente—um ensinamento que ecoa em Salmos 24.1 e em Ageu 2.8, onde se revela que nada existe fora da autoridade do Criador. Isso implica que, ao recebermos qualquer “talento” — seja um dom espiritual, o presente do tempo para revelarmos a outros o seu Reino ou até mesmo nossas posses materiais— somos chamados a exercer sobre ele uma administração fiel e intencional, atentos ao fato de que seremos chamados a dar contas de cada decisão tomada; conforme destaca John MacArthur em seu Comentário de Salmos (Moody Publishers, 2003), compreender a propriedade divina nos convida a um estilo de vida marcado pela gratidão, pela justiça e pelo uso generoso dos recursos. Nesse contexto, a mordomia não se limita a entregar uma oferta, mas envolve planejar, economizar e investir de forma que o Reino de Deus seja ampliado tanto em nossas comunidades quanto no cotidiano de cada crente. Dessa forma, o verdadeiro discípulo não vê suas finanças como propriedade pessoal, mas como um meio pelos quais Deus se serve para abençoar os outros e testemunhar o Seu amor na prática.

1 – O PRINCÍPIO DA MORDOMIA

A parábola do administrador astuto em Lucas 16:1–13 revela que o padrão de seguimento de Jesus se estende também à forma como usamos nossos recursos financeiros e bens cotidianos: não basta professar fé; precisamos demonstrar sabedoria prática ao lidar com aquilo que Deus nos confia, reconhecendo que nossa lealdade verdadeira não pode ser dividida entre o Deus vivo e o “deus” das riquezas, Mamom (Lc 16.13). No contexto do primeiro século, onde o comércio e os empréstimos definiram muitas relações sociais, Jesus desafia seus ouvintes a serem tão estratégicos e pró‑ativos com o Reino de Deus quanto as pessoas do mundo são com seus interesses materiais (cf. Joel B. Green, Comentário de Lucas, Editora Vida, 2012). Assim, o discípulo entende que administrar bens não é apenas questão de guardar ou distribuir verbas, mas de buscar no Senhor direção e crescimento de caráter — mostrando que investir na justiça, na generosidade e no fortalecimento comunitário equivale a aplicar valores eternos em cada decisão financeira que tomamos.

1.1 – O conceito de mordomia

O conceito de mordomia no Novo Testamento

A palavra “mordomia” tem suas raízes no grego “oikonomía”, que no mundo antigo se referia ao administrador de uma grande casa ou propriedade, responsável por zelar pelo lar de um patrão poderoso. Em Lucas 16:2–4, Jesus apresenta a Parábola do Mordomo Infiel, na qual um gerente humano, mesmo agindo de maneira astuta, é cobrado pelo dono de seus atos — um retrato da seriedade com que Deus observa nossa administração. Naquele contexto, os despenseiros romanos gozavam de considerável autoridade, mas eram escravos e, portanto, sabiam que qualquer falha podia levá‑los à ruína. Ao usar essa ilustração, o Mestre ensina que, assim como aquele mordomo, cada cristão é servidor de um Patrão maior, devendo agir com sabedoria e consciência de que, um dia, prestará contas de cada decisão financeira e ministerial (R. C. H. Lenski, The Interpretation of St. Luke’s Gospel, Augsburg, 1946).

Fidelidade como marca do despenseiro de Deus

Em 1 Coríntios 4:1–2, Paulo chama-se a si mesmo e aos seus companheiros de “ministros de Cristo e despenseiros dos mistérios de Deus”, realçando que o principal requisito para quem administra algo de Deus é a fidelidade. No mundo judaico‑helenístico, o despenseiro (oikonomos) era aquele em quem o mestre confiava não apenas recursos materiais, mas também segredos e honra de sua casa — uma combinação de responsabilidade patrimonial e espiritual. Logo, a mordomia cristã engloba tanto o uso justo das finanças quanto o zelo pelos dons espirituais, sabendo que suprir necessidades e promover o crescimento da igreja faz parte do “estoque” que o Senhor nos entregou para gerir (F. F. Bruce, The Epistles to the Corinthians, Eerdmans, 1971).

Mordomia além do dízimo: um chamado a servir com tudo

Bispo Samuel Ferreira amplia essa visão ao afirmar que “mordomia cristã” é usar tudo o que Deus nos concede — carreira, família, reputação e até o próprio corpo — para Sua glória e o bem comum. Na sociedade do século I, posses e status definiam a influência de uma pessoa; hoje, embora a cultura seja diferente, continuamos tentados a ver nossos talentos e relacionamentos como “coisas que nos pertencem”. Porém, reconhecer que nosso salário, nossa posição social e até nossa saúde são bens emprestados pelo Senhor transforma a maneira como investimos em projetos, em pessoas e em ministérios. Esse entendimento remete ao princípio patrimonial romano, em que a casa do patrão funcionava como centro de redistribuição de recursos, e nos libera a sermos generosos e criativos no uso dos dons recebidos (N. T. Wright, Surprised by Hope, SPCK, 2008).

Randy Alcorn, em Money, Possessions, and Eternity (Tyndale House Publishers, 1983), concorda com Bispo Samuel ao ensinar que nada do que possuímos é realmente nosso, mas sim confiado por Deus para que façamos “retornos” eternos, por meio da generosidade e do investimento em valores que permanecem para sempre.

Aplicação: Imagine um professor universitário que, além de lecionar, decide destinar parte de seu salário para apoiar jovens carentes a comprar material escolar. Ele organiza seu orçamento para priorizar essa ajuda, agenda tempo semanal para mentoria e usa suas conexões na faculdade para promover estágios. Ao agir assim, ele vive a mordomia em três frentes — finanças, tempo e rede — e reflete a justiça e o amor de Cristo no dia a dia.

Pergunta para Reflexão: De que modos você pode transformar suas posses, seu tempo e seus relacionamentos em meios pelos quais Deus multiplica bênçãos na vida de outras pessoas?

1.2 – Você é um mordomo fiel?

A propriedade universal de Deus

Quando Davi declara em 1 Crônicas 29:11–12 que “tua, ó Senhor, é a grandeza, o poder e a glória… porque tudo provém de ti”, ele nos lembra que nenhuma conquista humana existe fora do domínio divino. Esse reconhecimento devia moldar a vida do crente, fazendo-o entender que seu talento, sua família e suas posses são como sementes oferecidas por Deus, que nos concede o privilégio de cultivá‑las sob Sua direção. Matthew Henry, em seu comentado de 1 Crônicas (Banner of Truth, 1998), observa que o reconhecimento da soberania de Deus gera gratidão e humildade, pois quando aceitamos que tudo vem das mãos do Senhor, nossa motivação para servir passa de obrigação a alegria.

Administração conforme a vontade do Dono

Jesus, ao narrar em Lucas 16:1–13 a história do mordomo que age com astúcia, mostra que a fidelidade do servo não é medida pelo que ele deseja fazer, mas pelo que o patrão ordenou. Na cultura do primeiro século, esses gerentes tinham autonomia para negociar dívidas e administrar propriedades, mas sabiam que deviam satisfazer exatamente as instruções de seu senhor sob pena de perder tudo. Darrell L. Bock, em seu comentário sobre Lucas (Baker Academic, 1996), explica que o Mestre ensina aos discípulos a usar criatividade e diligência para avançar o Reino de Deus, obedecendo não à ganância, mas aos padrões de justiça e compaixão estabelecidos pelo Deus verdadeiro.

Mordomia como empréstimo temporário

R. N. Champlin enfatiza que somos “apenas administradores” de bens que, em essência, pertencem a quem nos cedeu — sejam recursos financeiros, nosso corpo ou virtudes morais. Essa visão encontra eco em Salmos 24:1, onde a terra é do Senhor e tudo o que nela existe, reforçando que o cristão cuida de um patrimônio que é, na realidade, emprestado; se ele falhar em zelar com integridade, arrisca‑se a perder a confiança para receber responsabilidades maiores no futuro. John Stott observa esse princípio em The Message of 1 Corinthians (InterVarsity Press, 1988), ao apontar que administrar bem o presente demonstra nossa capacidade de participar das bênçãos eternas que Deus promete.

Warren W. Wiersbe, em Be Rich (Victor Books, 1983), concorda com Champlin ao afirmar que nosso dever de mordomia não se limita à posse, mas se estende a fazer “investimentos” espirituais e sociais que rendam frutos duradouros no Reino de Deus.

Aplicação: Imagine um pastor que, ao planejar o orçamento da igreja, decide reservar parte dos recursos não apenas para obras físicas, mas também para oferecer cursos de capacitação profissional a jovens da comunidade. Ele não age por impulso, mas configura um plano anual de ensino, monitorando resultados e ajustando conforme as necessidades. Assim, ele demonstra fidelidade ao Dono dos bens, empregando com sabedoria o empréstimo recebido para promover transformação social e espiritual.

Pergunta para Reflexão: De que maneira você pode reorganizar seus recursos – tempo, dons e finanças – para que, de fato, reflitam a propriedade de Deus e não seus próprios desejos?

1.3 – Administrando os bens recebidos

Fraude, justiça divina e bênção do fiel

Na parábola de Lucas 16:6–7, o gestor desonesto não se limitou a falhar em suas funções, mas chegou a manipular os registros de seu patrão para benefício próprio — a palavra grega usada ali sugere “alterar” ou “maquiar” contas, algo muito sério no sistema econômico do Império Romano, onde a confiança era a base do comércio. A Escritura deixa claro que Deus desaprova práticas desonestas (Pv 21.10), pois quem se embrenha em mentiras para enriquecer acaba preso em armadilhas que deterioram caráter e reputação. Em contraste, 1 Pedro 2:12 promete que aqueles que vivem com integridade “entre os gentios” atrairão glória a Deus, mostrando que a fidelidade na administração diária é um caminho para bênçãos e testemunho firme. Tremper Longman, em Proverbs (Baker Academic, 2006), reforça que a riqueza injusta corrói o coração humano, enquanto a ética piedosa contribui para o crescimento espiritual.

Reputação, responsabilidade e consequências

O relato de Lucas 16:2 revela que rumores sobre a má conduta do mordomo chegaram rapidamente ao ouvido do dono, o que demonstra como, na cultura de honra e vergonha do mundo antigo, a reputação de um administrador podia ser usada como prova irrefutável de sua competência (ou falta dela). I. Howard Marshall observa em The Gospel of Luke (Eerdmans, 1978) que o patrão age prontamente para remover o empregado ao receber queixas formais, ressaltando que servir ao Reino de Deus exige responsabilidade transparente em todas as áreas da vida. A quebra de confiança não prejudica apenas o gestor, mas todo o projeto social e espiritual que ele representa, pois, a comunidade cristã reflete o caráter de Cristo a cada ato de prestação de contas.

O alcance do verbo “dissipar” na parábola

O Comentário Bíblico Beacon destaca que o termo grego traduzido como “dissipar” carrega a ideia de “espalhar” recursos como se fossem suprimentos de um exército, indicando roubo estratégico e sistemático das posses do patrão. Na militância romana, distribuir mantimentos sem controle era equivalente a enfraquecer as tropas — um ato de traição à hierarquia militar. Lenski, em The Interpretation of St. Luke’s Gospel (Augsburg, 1946), concorda que o mordomo usou sua posição de autoridade para canalizar bens ao seu próprio favor, subvertendo a confiança concedida pelo senhor e minando o propósito da mordomia como serviço fiel.

A. T. Robertson, em Word Pictures in the New Testament (Broadman Press, 1932), explica que o grego διασπάω (“dissipar”) retrata perfeitamente a ideia de “espalhar” as riquezas de forma irresponsável, confirmando a interpretação do Comentário Beacon de que o administrador estava intencionalmente subtraindo recursos do seu patrão.

Aplicação: Imagine um coordenador de projeto em uma ONG que, em vez de reportar corretamente as despesas, passa pequenas quantias para sua conta pessoal e omite notas fiscais. Quando a auditoria descobre os desvios, os doadores perdem a confiança, o projeto fecha e os beneficiários ficam sem apoio. Ao contrário, um mordomo fiel planeja o orçamento, registra cada transação e presta contas regularmente aos parceiros, garantindo que o trabalho continue e que a comunidade seja realmente alcançada.

Pergunta para Reflexão: Como você pode revisar seus processos de transparência e prestação de contas nas áreas de trabalho, ministério ou finanças pessoais, para refletir melhor a justiça e a fidelidade de Deus em cada decisão?

2 – O PAI ZELOSO

Evangelista Cláudio Roberto de Souza

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Postado por ebd-comentada


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