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Betel Adultos – 2 Trimestre 2022 – 03-04-2022 – Aula 1 – Apocalipse: o livro da Revelação

31/03/2022

Este post é assinado por Leonardo Novais de Oliveira

TEXTO ÁUREO

“Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer.” Apocalipse 1.1

TEXTOS DE REFERÊNCIA

Apocalipse 1.1-4 

1 Revelação de Jesus Cristo, a qual Deus lhe deu, para mostrar aos seus servos as coisas que brevemente devem acontecer; e pelo seu anjo as enviou e as notificou a João, seu servo, 

2 O qual testificou da palavra de Deus, e do testemunho de Jesus Cristo, e de tudo o que tem visto. 

3 Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. 

4 João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete espíritos que estão diante do seu trono.

OBJETIVOS DA LIÇÃO

  • Despertar o interesse pelo estudo bíblico. 
  • Apresentar uma visão panorâmica do livro. 
  • Destacar a necessidade de santidade e perseverança.

INTRODUÇÃO

Paz do Senhor.

Adentramos a um novo trimestre e somos agradecidos a Deus e a cada um de vocês por fazer parte da história da EBD Comentada.

Temos esforçado para lhes entregar um conteúdo com base na excelência e confiabilidade.

Quando um trimestre se inicia, temos por hábito lembrar-lhes que criamos um curso de capacitação e aperfeiçoamento para professores de EBD cujo nome é COMO PREPARAR E MINISTRAR UMA AULA DE EBD IMPACTANTE.

Neste curso abordamos assuntos como:

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Dando início ao assunto deste trimestre, teremos 13 aulas sobre o livro do Apocalipse, que traz um rico conteúdo profético e escatológico, com uma profundidade teológica riquíssima e complexa.

A palavra “escatologia” vem do grego “eskatos” – últimas coisas e “logia” – estudo, sendo assim, Apocalipse é um livro que aborda a doutrina das últimas coisas.

Assuntos como o término do mundo segundo o conhecemos, o começo de um novo ciclo, ou, em alguns casos, o estado eterno.

É importante mencionarmos que nem toda a literatura escatológica é apocalíptica e o escritor americano Norman Champlim nos traz ume elucidação a respeito deste assunto.

“Há  algumas  características  distintivas  da  literatura apocalíptica.  O termo grego «apokalupto»  significa «desvendar», «revelar». O «apokalupsis», pois,  é uma «revelação» ou «desvendamento»; é uma «visão profética». A  literatura  apocalíptica,  pois,  tem  um  «propósito presente». Os fiéis necessitam de força espiritual para passar pelas  aflições,  desapontamentos  e pressões desta era ímpia em que vivemos. Serão mais capazes disso se puderem antever a vitória, a qual, finalmente, reverterá os terrores do momento presente.  Os  escritos  apocalípticos  prometem  que  os adversários de Deus não escaparão ao juízo por causa daquilo que  fizeram,  por  seus  feitos  ímpios  que  praticaram.  Além disso,  promete que aquilo contra o que  os  perversos  se têm oposto,  o governo  de Deus  sobre  a  terra,  eventualmente  se cumprirá, a despeito deles.  Outrossim ,  promete que até mesmo muitos daqueles que se têm oposto a isso,  através dos juízos haverão de reconhecer a mão de Deus na história, acolhendo a seu Cristo como Senhor deles”.

Da mesma forma que o livro de Ezequiel aborda assuntos de difícil interpretação, que não devem ser interpretados literalmente”, o Apocalipse também traz e, por isto, é necessário que você se esforce um pouco mais para conhecer os assuntos propostos e ter condições de sanar as dúvidas de seus alunos.

O livro é de difícil compreensão, pois, João utiliza dezenas de linguagens simbólicas para ilustrar aquilo que havia visto em visões.

Algumas pessoas afirmam ter descoberto códigos secretos neste livro e datas reveladas nas entrelinhas, porém, a Bíblia não é um livro mágico, nem tampouco esotérico, sendo assim, precisamos ser cautelosos ao afirmar algo que não está completamente claro.

A Cabala Judaica tratou de mistificar os ensinos bíblicos e muito do que se “prega” nos púlpitos das igrejas pentecostais nos dias atuais, está ligada a esta linha de raciocínio.

Esse tipo de simbolismo despertou mais interesse dos leitores, sequiosos pela busca da verdade e fascinados pelo teor cabalístico. Tomemos como exemplo a atenção especial que o número 666 desperta. Depois de tudo que temos lido e relido sobre esse renomado número, pouco temos a acrescentar, mas vamos tentar, pelo menos, aumentar sua fama, citando algumas “curiosidades”. No cabalismo oriental, e particularmente na tradição bíblica judaica (mais próxima de nós), há muitas lendas a respeito desse número, que tem por base o algarismo 6, a “expressão do mal”.

Ao contrário do que muita gente pensa, há muito mais no livro do Apocalipse do que apenas um tipo de manual sobre o futuro. Além disso, o próprio título do livro já diz muito sobre seu principal objetivo.

A palavra “Apocalipse” vem do grego Apokalypsis e significa “revelação” ou “desvelamento”. Portanto, o objetivo do livro do Apocalipse é revelar ao invés de esconder. Quando ao uso de elementos simbólicos em sua narrativa, o mesmo também acontece com outros livros bíblicos, como Ezequiel, Daniel e Zacarias.

O teólogo brasileiro, Daniel Conegero traz uma rica contribuição sobre a divisão do livro do Apocalipse.

  • Capítulos 1 a 3 – Prólogo e as cartas as sete igrejas: Cristo no meio dos sete castiçais.
  • Capítulos 4 a 7 – Os sete selos: o início da série de visões celestiais.
  • Capítulos 8 a 11 – As sete trombetas.
  • Capítulos 12 a 14 – O nascimento de Cristo e o Dragão perseguidor: A mulher e o dragão.
  • Capítulos 15 a 16 – As sete taças.
  • Capítulos 17 a 19 – A queda da Babilônia e a punição sobre as Bestas.
  • Capítulos 20 a 22 – O reino dos santos e o juízo final: inclui as exortações finais e o encerramento do livro.

Como já dissemos, o autor deste livro é João e acredita-se que seja o discípulo amado de Jesus.

Desde o século II d.C., acredita-se que esse João se trata do apóstolo João. É verdade que existe uma crítica sobre essa afirmação, sendo que alguns estudiosos defendem a ideia de que o apóstolo João e o autor do livro do Apocalipse são pessoas diferentes.

O primeiro a levantar essa possibilidade foi Dionísio no século III d.C. Ele sugeriu isto após comparar o estilo literário do livro do Apocalipse com o Evangelho de João. Apesar dessa crítica, a opinião mais aceita, e também mais provável, é que realmente tenha sido o próprio apóstolo João quem escreveu o livro do Apocalipse.

Sobre a data em que o livro foi escrito, existe uma discussão e alguns estudiosos entendem que Apocalipse foi escrito antes de 70 d.C., entre 54 e 68 d.C., durante o governo do imperador romano Nero Cesar. Geralmente são os preteristas que adotam uma data anterior a 70 d.C., pois atribuem boa parte do livro a destruição de Jerusalém.

Outros estudiosos defendem que o livro do Apocalipse foi escrito após 70 d.C., entre 81 e 96 d.C., durante o governo de Domiciano. Esta última sugestão é a mais aceita, e provavelmente o livro do Apocalipse tenha sido escrito na década de 90 d.C.

Sugiro que você ore e invista no estudo sistemático de cada um dos capítulos do livro, fazendo inferência com o A.T., especialmente com Daniel, Ezequiel e Zacarias.

1 – POR QUE ESTUDAR APOCALIPSE?

Embora a maioria das pessoas abra o livro do Apocalipse querendo enxergar apenas acontecimentos futuros, o contexto histórico do livro é muitíssimo importante para compreendê-lo com coerência e sensatez. Aplicar uma interpretação estritamente futurista ao livro do Apocalipse é cometer um erro básico de hermenêutica e desconsiderar a própria história do cristianismo.

O livro do Apocalipse foi escrito por João que registrou as visões que teve enquanto prisioneiro na Ilha de Patmos. Os destinatários primários do livro do Apocalipse foram as sete igrejas da Ásia Menor, atual região ocidental da Turquia. A sete igrejas eram: Éfeso, Esmirna, Pérgamo, Tiatira, Sardes, Filadélfia e Laodiceia.

Naquela época havia muita perseguição sobre os cristãos. Na própria carta à igreja de Esmirna, no capítulo 2, é alertado que ainda mais perseguições haveriam de acontecer. Além disso, falsos mestres estavam ensinando heresias que minavam o entendimento de alguns e se alastravam entre crentes do primeiro século. Uma das principais heresias dessa época foi o Gnosticismo.

De modo geral, esses falsos ensinos tentavam aproximar o paganismo e o cristianismo. Combinado a tudo isto, ainda existia a perseguição física e moral por parte do Império Romano. Após a queda de Jerusalém, foi imposto o culto ao imperador. Com isso os oficiais romanos tentavam forçar todos os habitantes do império a adorar o próprio governante romano. Por isso muitos cristãos foram martirizados nesse período e foi em meio a isto tudo que Cristo deu a João uma série de revelações importantes para os cristãos de todas as épocas.

O texto de Apocalipse 1.19 deixa claro que a mensagem do livro abrange não apenas os acontecimentos do primeiro século, mas também aqueles que ainda iriam ocorrer.

“Escreve as coisas que tens visto, e as que são, e as que depois destas hão de acontecer”.  (ARC)

Basicamente, a mensagem do livro do Apocalipse diz respeito a como Cristo está ciente das condições que os cristãos enfrentam nesse mundo, exortando-os a continuarem firmes, resistindo a todas as tentações e dificuldades, pois a vitória já foi garantida pelo próprio Jesus.

Outro ponto importante é que o livro deixa claro que em breve Satanás será derrotado definitivamente e a Igreja reinará eternamente com Deus.

Dessa forma o conteúdo do livro do Apocalipse não ficou restrito apenas àquelas sete igrejas. Ele mostra o reinado de Deus sobre toda a História, culminando em um final triunfante em Cristo. Sem dúvida o livro do Apocalipse aborda o passado, presente e futuro.

Champlim comenta algo importante a respeito do propósito deste livro.

“O propósito imediato da composição deste livro foi  o  de  contrabalançar  o  temor  e  o  desespero  que, naturalmente, tomou conta da igreja cristã,  o que talvez conduziu  alguns  à  apostasia.  Pois  este  livro  mostra  que  o Senhor Jesus Cristo é o verdadeiro governante,  o  qual, finalmente,  haverá de esmagar os poderes malignos,  ao estabelecer o seu reino.  Naquele tempo pensava-se  que esse reino  seria  estabelecido  dentro  em  breve  (ver  Apo.  22:20); assim sendo, havia boas razões para os crentes se encorajarem a sofrer pelo bem, como espírito triunfal até. O autor sagrado assegura a seus leitores que sem importar quão negra fosse anoite, o Dia estava próximo, o qual também os vingaria das perseguições que experimentavam, porquanto o «direito» seria universalmente  estabelecido,  ao  qual  pregavam  e  no  qual criam”.

Apesar da revista deixar claro que o estudo proposto será feito de forma panorâmica, ou seja, não profundo, TODOS os professores devem aprender o máximo que puderem sobre este assunto, sabendo que o conteúdo será utilizado por toda a vida.

1.1 – Uma prevenção contra seitas e heresias

No tempo de Jesus e após sua morte, as heresias estavam aflorando, principalmente os ensinos gnósticos que afirmavam que era impossível Deus ter se manifestado em forma humana, haja vista, TODA matéria ser ruim.

Abaixo você tem um resumo sobre o que os gnósticos apresentavam como ensino.

A palavra «gnosticismo» vem  do  grego gignoskein, «saber»,  referindo-se  a  um  movimento  dedicado  à obtenção  de  um conhecimento  genuíno  maior,  por meio  do  qual,  segundo  seus  adeptos  criam,  poderia ser  obtida  a  salvação.  O  gnosticismo,  tal  como  as religiões    misteriosas   dos   gregos,   reivindicavam possuir  uma  sabedoria  esotérica,   que  se  tomaria propriedade  dos  iniciados,  em  contraste  com  os  de fora,  que  não  seriam  assim  privilegiados.  Segundo esse sistema, os iniciados eram os eleitos,  ao passo que os  demais  não eram  passíveis  da  redenção,  pelo  que seriam os hílicos, ou seja, aqueles de tal modo imersos no princípio material que não podiam obter qualquer coisa que fosse espiritual. Conhecimento místico,  ritos e  práticas  mágicas  eram  promovidos  pelo  sistema gnóstico.   Esse   sistema   fez   competição   com   o cristianismo   bíblico   durante   cerca   de   cento   e cinquenta anos, tendo atingido o seu ponto culminan­te na segunda metade do século  II  D.C.  Irineu (vide) escreveu  contra  o  sistema,  e  muito  daquilo  que conhecemos  sobre o gnosticismo  nos veio  através  dos escritos de Irineu. Entretanto,  o gnosticismo perdeu o ímpeto  no  século  III  D.C.,  ao  mesmo  tempo  que  o maniqueísmo (vide)   veio   substituí-lo   como   o competidor  principal  do  cristianismo  bíblico.  Houve grande variedade de sistemas gnósticos. As variedades mais   importantes   eram   os   ofitas,  de   Celso;   os nicolaitas;  os  arcôntici;  os  setitas;  os  carpocratianos; os  naaseni;  os  simoniani;  os  barbelognósticos;  os bardesanesianos;  os basilidianos  (vide);  os  marcionitas  (vide);  os  ceríntios;  os  valentinianos  (vide);  os ebionitas (vide)  e os elquesaítas.

O gnosticismo combinava elementos da filosofia grega, das religiões pagãs misteriosas,  do judaísmo e do cristianismo; mas, sob algumas formas, o gnosticismo já existia  no  mundo  pré-cristão,  como aliado das religiões místicas orientais. 

O judaísmo e o cristianismo modificaram essas  religiões  místicas  em várias  áreas,  onde  as  três  entravam  em  conflito. Estudos mais recentes  têm  indicado  que  devemos ver o gnosticismo  mais  como  uma  forma  de  misticismo, com  influências  babilónicas,  egípcias,  iranianas  e hindus,  e não somente uma forma de filosofia  dotada de  especulações  místicas.  No  gnosticismo  se  combinavam a orientalizarão da civilização greco-romano e a helenização do Oriente. No tocante ao cristianismo, o gnosticismo consistia, essencialmente,  na  tentativa  de  fundir  as  revelações dadas  por  meio  de  Cristo  e  seus  apóstolos  com  os padrões de pensamento já existentes.  Se porventura o gnosticismo  tivesse  tido  sucesso,  nessa  tentativa,  o cristianismo  tornar-se-ia  apenas  mais  outro  culto misterioso greco-romano.

Os  gnósticos  acreditavam  que  Cristo  não  seria o  — verbo  exaltado  —,  mas  apenas  um  dentre muitos  «aeons»  ou  emanações  angelicais.  Seria  um dentre muitos salvadores ou pequenos deuses, mas em sentido algum seria divino como Deus é divino.  Antes, seria um aeon  que participava,  em  parte,  da essência e  dos   atributos  divinos.  O  fato  de  que  os aeons podiam  ter  contacto  com  a  matéria,  o  princípio mesmo  do  mal,  mostrava  que  Cristo  não  seria  um «aeon»  muito elevado.  Nenhum  «aeon»,  muito menos o Verbo divino (a primeira emanação divina), poderia encarnar-se, porquanto isso o envolveria na corrupção do mal.  Portanto,  o mundo em que vivemos  seria um caos  porque  seu  próprio  criador  teria  problemas. Alguns  mestres  gnósticos  identificavam  o  «Deus»  do A.T.  como  o  criador  deste  mundo,  ao  passo  que outros  o  identificavam  com  «Cristo».  Seja  como  for, esses  «aeons»  eram  vistos  como  quem  estava  bem distante de Deus,  o fogo central,  pelo próprio fato de que  podiam  entrar  em  contacto  com  a  matéria.  Os gnósticos eram «docéticos» (palavra derivada do termo grego dokeo,  que  significa  «parecer»).  Acreditavam eles  que  o  «aeon»  chamado de Espírito-Cristo,   na realidade,  não  se  encarnava.  Isso  seria  impossível, porque  tal  coisa  serviria  somente  para  corrompê-lo. Antes, seu suposto corpo humano seria um fantasma, e  tudo  quanto  ele  fez  aqui  foi  um  papel  teatral.  Ou então,  conforme pensavam muitos  dos  gnósticos,  o Espírito-Cristo  teria  vindo  possuir  o  corpo  físico  de Jesus  de  Nazaré,  quando  de  seu  batismo,  tendo-o abandonado  por  ocasião  de  sua  morte,  pelo  que  a morte  de Jesus  não teria valor  como  expiação.  Disso concluíam  que  o  «Espírito-Cristo»  não  teria  vindo «pelo  sangue»   (ver  I   João  5:6)  e  que  nenhuma expiação fora efetuada por ele. (Ver II Ped.  2:1). (Ver 1  João  4:2,3  e  as  notas  expositivas  ali  existentes  no NTI  acerca  do  ataque  contra  o  «docetísmo»,  dos gnósticos.  Ver  também  Col.  2:9,  que  ataca  o  baixo ponto  de  vista  dos  gnósticos  sobre  a  «natureza»  de Cristo).  De  acordo com  a  doutrina  paulina,  Cristo possui  toda  a  «plenitude»  de  Deus,  a  sua  «pleroma». Os  gnósticos,  porém,  imaginavam  que  cada  «aeon» possuiria   apenas   partículas   dessa   plenitude   ou pleroma  (a  natureza de  Deus e os seus  atributos).

De forma simples, tudo o que tira a divindade e a humanidade de Cristo é uma heresia e por isto deve ser confrontada.

As heresias trazem uma falsa roupagem de cristianismo, negando que a salvação seja efetuada somente por Cristo e o livro do Apocalipse em associação com todos os livros que compõe o Novo Testamento, deixam claro que só existe salvação em Jesus, que é o Cristo.

Jesus é aquele que é, que era e que há de vir (Ap 1.8).

O livro de Atos fala sobre este assunto.

“E em nenhum outro há salvação, porque também debaixo do céu nenhum outro nome há, dado entre os homens, pelo qual devamos ser salvos”. (AT 4.12 – ARC)

Em outra tradução:

“A salvação só pode ser conseguida por meio dele. Pois não há no mundo inteiro nenhum outro que Deus tenha dado aos seres humanos, por meio do qual possamos ser salvos”. (NTLH)

1.2 – Um chamado à santificação

As cartas que foram enviadas às sete igrejas que estavam na Ásia, contém exortações sobre a importância de mantermos uma vida de dedicação ao Senhor e uma busca constante por sua presença e isto é traduzido por santificação.

É importante mencionarmos que a santificação é um processo que começa no momento da conversão e só terminará quando morrermos ou formos arrebatados.

Sendo assim, neste mundo estamos sendo lapidados pelo Espírito Santo de Deus, que age em consonância com a Palavra de Deus, nos tornando pessoas mais parecidas com Jesus Cristo.

O processo de santificação é operado pelo Espírito Santo e NÃO PODE ser feito sem Ele, haja vista, nossa natureza carnal não permitir.

A introdução à carta escrita às igrejas da Ásia contém exortações para que os cristãos permaneçam na presença de Deus até o fim, buscando uma verdadeira santidade.

“Bem-aventurado aquele que lê, e os que ouvem as palavras desta profecia, e guardam as coisas que nela estão escritas; porque o tempo está próximo. João, às sete igrejas que estão na Ásia: Graça e paz seja convosco da parte daquele que é, e que era, e que há de vir, e da dos sete Espíritos que estão diante do seu trono; e da parte de Jesus Cristo, que é a fiel testemunha, o primogênito dos mortos e o príncipe dos reis da terra. Àquele que nos ama, e em seu sangue nos lavou dos nossos pecados, e nos fez reis e sacerdotes para Deus e seu Pai, a ele, glória e poder para todo o sempre. Amém”! (Ap 1.3-6 – ARC)

Fica claro que as proibições, as críticas exageradas e as disciplinas sem sentido, não contribuem com o processo de santificação, pois, não nos tornam cristãos mais próximos de Deus, mas, faz com que muitos se escondam da presença de Deus por não conseguirem tornar-se mais santos com suas próprias forças.

Daniel Conegero nos traz uma rica explicação sobre a palavra santificação.

“Vivendo em santidade, o crente vence as tentações e as concupiscências de sua velha natureza. Através da santificação, nosso ser é mudado gradualmente. Desse modo somos habilitados a resistir aos hábitos e práticas pecaminosas da nossa carne e buscar diligentemente um modo de vida semelhante a Cristo. Palavras como “santificação”, “santificar” e “santidade”, derivam do vocábulo latino sanctus, “santo”. Por sua vez, esse vocábulo geralmente traduz o termo hebraico qadash, “separado”, “consagrado”; e o termo grego hagiasmos, “consagração” e “purificação”. O termo hebraico é utilizado no Antigo Testamento, aparecendo também como substantivo e adjetivo. Acredita-se que esse termo seja derivado de uma raiz hebraica que significa “separar” ou “cortar”. Alguns também sugerem que existe outro aspecto no significado dessa raiz que transmite o sentido de “brilhar”. Se isto estiver correto, então esse termo tanto pode enfatizar a ideia bíblica de separação quanto à ideia de pureza. Seja como for, realmente ambas pertencem ao conceito de santidade. Já o substantivo grego hagiasmos, e o verbo hagiazo, são os mais utilizados no Novo Testamento para se referir à santificação e santidade. Eles derivam do termo hagios, que também transmite a ideia de separação e consagração, assim como o termo hebraico empregado no Antigo Testamento. De forma geral, quando tais termos são aplicados pelos autores bíblicos para se referir à santificação, o objetivo principal é enfatizar o sentido de separação das práticas pecaminosas. Mas ao mesmo tempo, também apontam para a ideia de consagração e dedicação ao serviço de Deus. Tudo isso resulta no princípio de viver aquilo que é justo e que está de acordo com a vontade divina”. 

A tarefa dos seres humanos no processo de santificação é a busca por Deus e por viver uma vida em sua presença, além da vigilância contínua por viver uma vida de santificação, o que passar disto deve ser chamado de legalismo.

Precisamos deixar claro aos alunos que NENHUM ser humano que não foi regenerado pelo Espírito Santo pode viver uma vida de santificação, haja vista, ela ser operada pelo Espírito Santo que habita na vida de TODOS os cristãos.

Sendo assim, não devemos exigir daqueles que não são cristãos, um comportamento cristão.

1.3 – Uma exortação à evangelização

Diferentemente do Judaísmo, o Cristianismo é uma religião missionária, pois, tem como um de seus mais importantes objetivos, apresentar o salvador da humanidade a todo o mundo, cumprindo o que Cristo ordenou.

Os evangelistas Mateus e Marcos nos deixaram as orientações de Jesus sobre este assunto.

“Portanto, ide, ensinai todas as nações, batizando-as em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo; ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém”! (Mt 28.19,20 – ARC)

Estas palavras foram ditas por Jesus após morrer, ressuscitar e aparecer aos seus discípulos, deixando claro que o principal propósito de trabalho que eles deveriam ter era o evangelismo.

Marcos escreve o seguinte:

“E disse-lhes: Ide por todo o mundo, pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo; mas quem não crer será condenado”. (Mc 16.15,16 – ARC)

Estes textos falam sobre um assunto conhecido como “A Grande Comissão”, que é a obra de evangelização que cada um dos cristãos por todo o mundo deve exercer.

Existe um ponto importante associado à grande comissão que é desprezada por um número muito grande de cristãos, que é responsabilidade social.

O pastor John Stott fala sobre isto de uma maneira bem transparente.

“Parece que é em nossa função como servos que encontramos a síntese correta entre evangelismo e ação social. Pois ambos deveriam ser para nós, como indubitavelmente foram para Cristo, expressões autênticas do amor que serve. Isso nos leva a uma consideração dos termos da Grande Comissão. Qual foi a comissão que o Senhor Jesus deu ao seu povo? Não pode haver dúvida de que a maioria de suas versões (pois parece que ele repetiu a comissão de várias formas e em várias ocasiões) dá ênfase ao evangelismo. “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura” é o mandamento familiar da “longa conclusão” do Evangelho de Marcos que parece ter sido adicionada mais tarde por outra pessoa, após a conclusão original ter sido perdida (Mc 16.15). “Ide […] fazei discípulos de todas as nações, batizando-os […], ensinando-os” é a forma que Mateus escolheu (Mt 28.19-20), enquanto Lucas registra, no final de seu evangelho, as palavras de Cristo de que “em seu nome se pregasse arrependimento para remissão de pecados a todas as nações” e no início de Atos, de que seu povo receberia poder para se tornar testemunha até os confins da terra (Lc 24.47; At 1.8). A ênfase cumulativa parece clara. Ela é colocada na pregação, testemunho e discipulado, e muitos deduzem disso que a missão da igreja, de acordo com as especificações do Senhor ressurreto, seja exclusivamente uma missão de pregação, conversão e ensino. Realmente, confesso que defendi essa posição no Congresso Mundial de Evangelização em Berlim, em 1966, quando tentava expor as três versões principais da Grande Comissão. Entretanto, hoje me expressaria de forma diferente. Não significa apenas que a Comissão inclui a tarefa de ensinar aos convertidos tudo o que Jesus havia ordenado previamente (Mt 28.20), e que a responsabilidade social está entre as coisas que Jesus ordenou. Agora vejo mais claramente que, não apenas as consequências da Comissão, mas também a própria Comissão inclui em si a responsabilidade social assim como a evangelística, a menos que queiramos ser acusados de distorcer as palavras de Jesus”.

O evangelista João nos mostra que Jesus deixou claro que estava enviando os discípulos da mesma forma que o Pai o havia enviado e isto nos fala sobre propósito e não sobre a maneira como Ele fora enviado.

“Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco! Assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós”. (Jo 20.21 – ARC)

Observemos que até aquele ponto, os discípulos não haviam recebido o Espírito Santo em suas vidas e isto aconteceu no versículo 22, deixando claro que o Espírito Santo os capacitaria para a tarefa que havia sido mencionada por Jesus.

Se observarmos o que Mateus escreve sobre a primeira comissão dos 12 discípulos, este assunto ficará mais claro para nós.

“Jesus enviou estes doze e lhes ordenou, dizendo: Não ireis pelo caminho das gentes, nem entrareis em cidade de samaritanos; mas ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel; e, indo, pregai, dizendo: É chegado o Reino dos céus. Curai os enfermos, limpai os leprosos, ressuscitai os mortos, expulsai os demônios; de graça recebestes, de graça dai”. (Mt 10.5-8 – ARC)

A tarefa era ir aos perdidos que estavam dentre os judeus, libertando-os das garras do diabo, através da pregação do Evangelho de Cristo.

2 – ASPECTOS IMPORTANTES DO LIVRO

Evangelista Leonardo Novais de Oliveira

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Postado por ebd-comentada


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