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19/03/2023
Marcos 16:6
6 Porém ele disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. (ARC)
Marcos 15:43-47
43 chegou José de Arimateia, senador honrado, que também esperava o Reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus.
44 E Pilatos se admirou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido.
45 E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José,
46 o qual comprara um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele, e o depositou num sepulcro lavrado numa rocha, e revolveu uma pedra para a porta do sepulcro.
47 E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o punham. (ARC)
Olá, irmãos(ãs), paz do Senhor.
Neste capítulo iremos estudar sobre o sofrimento, morte e a ressurreição de Jesus. Ele segue resoluto em direção ao propósito pelo qual encarnou – Dar a sua vida em resgate de muitos (Mc 10.45). A cruz era o ponto final da vida terrena do Filho de Deus, porém, até chegar lá, padeceria muito nas mãos dos seus algozes.
Cristo sofreu humilhação, flagelo, sarcasmo dos seus adversários. Iremos falar de um dos casos de maior injustiça já cometidos em um tribunal de julgamento, principalmente do clímax que foi a sua morte e da sua incomum ressurreição dentre os mortos.
Muitos contemplam o martírio de Cristo com a tristeza de que aquela circunstância foi algo inesperado. Como se aquele sofrimento foi um imprevisto que apanhou tanto o Pai quanto o Filho agredido de surpresa. Absolutamente, não! No script divino, cada ato, cada insulto, cada chicotada, cada bofete, cada cuspe, cada palavra agonizante, cada sussurro de dor, cada respiração profunda, cada aflição estava decretada na eternidade, mesmo antes da fundação do mundo. Por isso lemos:
Apocalipse 13:8
8 E adoraram-na todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro da vida do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo. (ARC)
Jesus vai para Jerusalém, mesmo sabendo que lá seria o lugar preparado para a sua morte.
A ira dos principais dos sacerdotes e dos escribas, que era como fogo latente, por causa das palavras e das atitudes de Jesus, agora irrompeu em chamas, quando buscavam como o prenderiam com dolo e o matariam (Mc 14.1).
Warren W. Wiersbe explica que enquanto milhares de peregrinos se preparavam para comemorar a Páscoa, Jesus se preparava para a provação de seu
julgamento e crucificação. Assim como havia “[manifestado], no semblante, a intrépida resolução de ir para Jerusalém” (Lc 9:51), também resolveu firmemente em seu coração fazer a vontade do Pai. O Servo foi “obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2:8).
Para Hernandes Dias Lopes, Jesus está vivendo sua última semana em Jerusalém. Essa semana é a culminação de todo o seu ministério e a concretização do projeto eterno de Deus. Ele veio para esse fim.
Diferentes reações a Jesus são vistas nessa semana: as autoridades religiosas querem matá-lo, enquanto o povo simpatiza-se com Ele; uma mulher anônima demonstra seu amor a Ele, enquanto Judas o trai e Pedro é advertido sobre sua arrogante autoconfiança. Dessa maneira, Marcos confronta o leitor com a necessidade de tomar uma posição; ninguém pode ficar neutro diante de Jesus.
Somente Jesus tinha o pleno conhecimento daquilo que o aguardava em Jerusalém, isto é, a sua morte.
O Evangelho de Marcos narra a bela história da mulher de Betânia que com audácia resolveu derramar o conteúdo de um perfume caríssimo na cabeça de Jesus. Leiamos:
Marcos 14:3
3 E, estando ele em Betânia assentado à mesa, em casa de Simão, o leproso, veio uma mulher que trazia um vaso de alabastro, com unguento de nardo puro, de muito preço, e, quebrando o vaso, lho derramou sobre a cabeça. (ARC)
Transcreveremos abaixo as observações de Hernandes Dias Lopes sobre este acontecimento:
Cinco fatos nos chamam a atenção acerca de Maria:
Em primeiro lugar, Maria deu o seu melhor para Jesus (Mc 14.3). Nem Marcos nem Mateus nos informam o nome da mulher que ungiu Jesus, mas João nos conta que ela era Maria de Betânia, a irmã de Marta e Lázaro (Jo 12.1-3). Jesus estava em casa de Simão, o leproso, na cidade de Betânia, participando de um jantar. Simão, certamente, não era mais leproso. Se o fosse, não poderia estar servindo um jantar em sua casa. Se ele ainda fosse leproso, deveria estar isolado numa aldeia, longe da família e da sociedade. Possivelmente o próprio Jesus o tenha curado de sua lepra. Esse jantar, portanto, deve ter sido motivado pela gratidão de Simão e Maria. Esta, num gesto pródigo de gratidão, e amor quebrou um vaso de alabastro e derramou o preciosíssimo perfume de nardo puro sobre a cabeça de Jesus. O perfume havia sido extraído do puro nardo, isto é, das folhas secas de uma planta natural do Himalaia.
Maria aparece apenas três vezes nos evangelhos e em todas as ocasiões estava aos pés de Jesus para aprender (Lc 10.39), para chorar (Jo 11.32,33) e para agradecer (Jo 12.1-3).
Em segundo lugar, Maria deu sacrificialmente (Mc 14.4,5). Aquele perfume foi avaliado por Judas em trezentos denários (Jo 12.5). Representava o salário de um ano de trabalho. Judas e os demais discípulos ficaram indignados com Maria, considerando o seu gesto de amor a Jesus um desperdício. Eles culparam Maria de ser esbanjadora e de administrar mal os recursos. Eles murmuraram contra ela, dizendo que aquele alto valor deveria ser dado aos pobres.
Warren Wiersbe diz que Judas criticou Maria por desperdiçar dinheiro, mas ele desperdiçou sua própria vida.
O que Maria fez foi único em criatividade, régio em sua generosidade e maravilhoso em sua atemporalidade, diz William Hendriksen.
Em terceiro lugar, Maria buscou agradar só ao Senhor (Mc 14.3-7). Maria demonstrou seu amor a Jesus de forma sincera e não ficou preocupada com a opinião das pessoas à sua volta. Ela não buscou aprovação ou aplauso das pessoas nem recuou diante das suas críticas. O amor é extravagante, ele sempre excede! A devoção de Maria se destaca em vivo contraste com a malignidade dos principais sacerdotes e a vil traição de Judas.
Em quarto lugar, Maria demonstrou amor em tempo oportuno (Mc 14.7,8). Maria demonstrou seu amor generoso a Jesus antes da sua morte e antecipou-se a ungi-lo para a sepultura (Mc 14.8). As outras mulheres também foram ungir o corpo de Jesus, mas quando elas chegaram lá, Ele já não estava mais lá, pois havia ressuscitado (Mc 16.1-6). Muitas vezes demonstramos o nosso amor como Davi a Absalão, tarde demais. Muitas vezes enviamos flores depois que a pessoa morre, quando já não pode mais sentir o seu aroma.
Em quinto lugar, Maria foi elogiada pelo Senhor (Mc 14.6,9). Jesus chamou o ato de Maria de boa ação (Mc 14.6) e disse que seu gesto deveria ser contado no mundo inteiro para que sua memória não fosse apagada (Mc 14.9). William Barclay comenta esse episódio assim: “Jesus disse que o que a mulher havia feito era bom, kalos. No grego, há duas palavras diferentes para definir bom. A primeira é agathos que descreve uma coisa moralmente boa. A segunda é kalos que descreve algo que não só é bom, mas também formoso. Uma coisa pode ser agathos e ainda ser dura, austera e sem atrativo. Mas uma coisa que é kalos é atrativa e bela, com certo aspecto de encanto. Foi exatamente assim que o ato de Maria foi classificado por Jesus.
O que temos oferecido ao Filho de Deus é digno da sua consideração?
Judas Iscariotes havia sido escolhido por Jesus para compor o colegiado apostólico e o Mestre não errou em sua escolha!
Judas representa a decepção ministerial, o obreiro com as lentes do reino equivocada. Ele é o engano e a desilusão da obra. Judas é o fruto que não vingou.
Dentre os fatos relatados em Marcos 14:17 e 18, Jesus lavou os pés de seus discípulos e ensinou a lição sobre a humildade (Jo 13:1-20). Depois dessa lição, Jesus ficou profundamente angustiado e anunciou durante a ceia que um de seus discípulos era um traidor. Essa declaração espantou todos os discípulos, exceto Judas, que sabia que Jesus estava falando dele. Até o último instante, Jesus ocultou dos discípulos a identidade do traidor, pois quis dar a Judas todas as oportunidades possíveis de se arrepender de seu pecado; Jesus não impediu Judas sequer, de participar da ceia; chegou até a lavar os pés do traidor! Se Pedro tivesse descoberto a verdade sobre Judas, é possível que até tivesse a tentação de matá-lo.
Wiersbe afirma que há quem tente defender Judas argumentando que ele traiu Jesus, a fim de obrigá-lo a revelar seu poder e de estabelecer seu reino em Israel. Outros dizem que ele foi apenas um servo, que cumpriu obedientemente a Palavra de Deus. Judas não era um autômato nem um mártir. Era um ser humano responsável que tomou as próprias decisões e, ao fazê-lo, cumpriu a Palavra de Deus. Não deve ser transformado em herói (“Afinal, alguém precisava trair Jesus!”) nem em vítima indefesa da predestinação impiedosa. Judas perdeu-se pelo mesmo motivo que milhões de pessoas se perdem nos dias de hoje: não se arrependeu de seus pecados nem creu em Jesus Cristo (Jo 6:64-71; 13:10,11). Um dia, os que não nasceram de novo desejarão nunca ter nascido.
Hernandes explica que Jesus vai com seus discípulos ao Cenáculo, para comer a Páscoa. E Judas está entre eles. No Cenáculo, Jesus demonstrou seu amor por Judas, lavando-lhe os pés (Jo 13.5), mesmo sabendo que o diabo já tinha posto no coração de Judas o propósito de traí-lo (Jo 13.2). Judas não se quebranta nem se arrepende, ao contrário, finge ter plena comunhão com Cristo, ao comer com Ele (Mc14.18). Nesse momento, o próprio Satanás entra em Judas (Jo 13.27) e ele sai da mesa para unir-se aos inimigos de Cristo e entregá-lo a eles.
William Hendriksen diz que o que causou a ruína de Judas foi sua indisposição de orar pela renovação da sua vida. A sua destruição deveu-se à sua impenitência.
Jesus já havia dito que seria traído (Mc 9.31; 10.33), mas agora declara especificamente que será traído por um amigo. O traidor não é nomeado; ao contrário, a ênfase está na participação dele na comunhão como um dos doze. Toda comunhão à mesa é, para o oriental, concessão de paz, fraternidade e confiança. Comunhão à mesa é comunhão de vida. A comunhão à mesa com Jesus tinha o significado de salvação e comunhão com o próprio Deus.
Abalados e entristecidos com isso, os discípulos estão confusos. Cada um preocupa-se com a acusação como se fosse contra si. Um a um perguntam: “Porventura sou eu?” (Mc 14.19). Sua autoconfiança fora abalada.
Judas trai a Jesus na surdina, na calada da noite, mas Jesus o desmascara na mesa da comunhão. Jesus acentua sua ingratidão, de estar traindo a seu Mestre. Jesus declara que ele sofrerá severa penalidade por atitude tão hostil ao seu amor: “[…] ai daquele por intermédio de quem o Filho do homem está sendo traído! Melhor lhe fora não haver nascido!” (14.20,21).
Mulholland diz que o traidor participa cumprindo o plano de Deus. Ele o faz por livre vontade, não como um robô. A soberania divina não diminui a responsabilidade humana. Somos responsáveis pelos nossos próprios pecados. Judas foi seduzido pelo amor ao dinheiro; Pedro pela autoconfiança.
Uma lenda grega nos ajuda a entender a necessidade de nos acautelarmos contra a sedução do pecado:
“A lenda grega conta a história de dois famosos viajantes que passaram pelas rochas aonde cantavam as sereias. Essas se sentavam nas rochas e cantavam com tal doçura que atraíam irresistivelmente os marinheiros para sua ruína. Ulisses navegou a salvo frente a essas rochas. Seu método foi tapar os ouvidos dos marinheiros para que não pudessem ouvir, e ordenou que o atassem firmemente com cordas no mastro do navio a fim de que em hipótese alguma pudesse desvencilhar-se. O outro viajante foi Orfeu, o mais encantador dos músicos. Seu método foi tocar e cantar com tal doçura que mesmo o barco passando em frente às rochas das sereias, o canto dessas não era ouvido diante da música excelente que ele entoava. Seu método foi responder ao atrativo da sedução com um atrativo maior ainda. Esse método é o método divino. Deus não nos impede forçosamente de pecar, mas nos insta a amá-lo de tal forma que sua voz seja mais doce aos nossos ouvidos que a voz de sedução.”
Jesus escolheu Jerusalém, a cidade do grande Rei como sendo o local para a sua última aparição. Mas escolhe Jerusalém não em um dia qualquer, mas no dia em que a cidade estaria repleta de gente. Hernandes chama a atenção de três fatos acerca de Jesus estar vivenciando os seus últimos momentos a sombra da cruz:
Em primeiro lugar, o cenário já estava pronto (Mc 14.1). A entrada triunfal de Jesus a Jerusalém deu-se no período de maior fluxo de gente na cidade santa, a festa da Páscoa. A população da cidade multiplicava-se cinco vezes. Judeus de todos os recantos do Império Romano subiam a Jerusalém para uma semana inteira de festejos. Nesse tempo, o povo judeu celebrava a sua libertação do Egito. A festa girava em torno do cordeiro que deveria ser morto bem como dos pães asmos que relembravam os sofrimentos do êxodo.
Jesus escolheu essa festa para morrer, pois Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo (Jo 1.29), o nosso cordeiro pascal que foi imolado (1Co 5.7).
William Hendriksen diz que o dia em que acontecia o sacrifício do cordeiro era seguido pela festa dos Pães Asmos, que se prolongava por sete dias de celebração. A ligação entre a ceia da Páscoa e a Festa dos Pães Asmos é tão grande, que o termo “páscoa”, algumas vezes, cobre ambas (Lc 22.1).
Dewey Mulholland diz que no tempo de Jesus, a Páscoa e a Festa dos Pães Asmos tinham sido reunidas numa única “Festa da Páscoa” com a duração de sete dias. Jesus queria morrer no dia da Páscoa.
Adolf Pohl afirma que a relação da morte de Jesus com a Páscoa faz parte evidente dos pensamentos de Deus, e assim, das suas disposições. Por isso Paulo pôde escrever mais tarde: “Pois também Cristo, nosso Cordeiro pascal, foi imolado” (1Co 5.7).
Em segundo lugar, a conspiração já estava armada (Mc 14.1). Os principais sacerdotes e os escribas estavam mancomunados para prenderem e matarem a Jesus. Esse plano não era novo. Ele já vinha de certo tempo (Mc 3.6; 12.7; Jo 5.18; 7.1,19,25; 8.37,40; 11.53). Eles já tinham escolhido a forma de fazê-lo, à traição. Mas eles aguardavam uma ocasião oportuna para o matarem e decidiram que deveria ser depois da festa. Isto não porque tivessem escrúpulos, mas porque temiam o povo.
William Hendriksen diz que quando a corrupção invade a Igreja, o processo, normalmente, começa no topo. Nenhuma política é tão suja quanto a eclesiástica.
Em terceiro lugar, o plano de Deus já estava determinado (Mc 14.2). Os líderes religiosos de Israel decidiram que Jesus seria morto depois da Páscoa, mas Deus já havia determinado que seria durante a Páscoa, na época em que a cidade estava mais apinhada de gente.
As coisas não aconteceram como haviam planejado. “Não durante a festa”, diziam os conspiradores. “Na festa”, disse o Todo-poderoso. Esse era o decreto divino!
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Equipe EBD Comentada
Postado por ebd-comentada
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